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Economia A 10.º an

Necessidades e Consumo
Noção de necessidade
• A necessidade corresponde a um estado de
carência que sentimos e que desejamos ver
satisfeito.
• O ato de utilizar um bem com vista à satisfação
de uma necessidade designa-se por consumo
• Utilidade é a aptidão de que os bens se
revestem para satisfazer as nossas
necessidades.
Noção de necessidade

As necessidades que sentimos são múltiplas,


variam de pessoa para pessoa, variam no
tempo e no espaço e são sentidas com
intensidades diferentes.
UNIDADE 2

Características das
necessidades X

Multiplicidade

Relatividade

Saciabilidade

Substituibilidade

pág. 65

Economia A 10.º ano


Caraterísticas das necessidades
• Multiplicidade- as necessidades que sentimos são
ilimitadas. São sentidas nas mais variadas dimensões
das nossas vidas, renovam – se permanentemente,
surgindo novas necessidades a cada dia que passa.
• A fome é uma necessidade que é constantemente
renovada.
• Devido, entre outros fatores, à inovação tecnológica
, surgem constantemente novas necessidades.
Caraterísticas das necessidades
• Relatividade- as necessidades têm um carácter
relativo porque têm de ser contextualizadas no
tempo e no espaço.
As necessidades que hoje sentimos são diferentes
daquelas que sentiram os nossos avós.
As necessidades que sentimos em termos de
alimentação, vestuário, entre outras, são
influenciadas por fatores culturais e geográficos.
Caraterísticas das necessidades
• Saciabilidade - O grau de intensidade com que
sentimos as necessidades vai diminuindo à
medida que vamos utilizando bens ou serviços
adequados à sua satisfação, até deixarmos de
ter qualquer necessidade.
Caraterísticas das necessidades

• Substituibilidade - A mesma necessidade


pode ser satisfeita por diferentes bens, por
bens substituíveis.
UNIDADE 2

Necessidades
X
Quanto à
importância

Primárias

Secundárias

Terciárias

Quanto ao custo

Económicas

Não
económicas

Quanto à vida em
coletividade ou
qto à natureza
Individuais

Coletivas
pág. 68

Economia A 10.º ano


Classificação das necessidades
Quanto à sua importância
• Primárias ( o que é indispensável)- são aquelas
que satisfazemos prioritariamente pois, se não
o fizermos, podemos pôr em risco a nossa
sobrevivência.
Ex: a necessidade de alimentação, de vestuário,
de habitação, de saúde, de segurança
Classificação das necessidades
Quanto à sua importância
Secundárias ( o que é necessário) Referem-se ao
que nos é necessário, mas não indispensável.
São importantes para a nossa qualidade de vida.
Ex: necessidade de cultura, dos transportes, do
lazer, do desporto, etc.
Só as satisfazemos depois de termos satisfeito as
necessidades primárias.
Classificação das necessidades
Quanto à sua importância
Terciárias- ( o que é supérfluo)- correspondem a
tudo aquilo que, numa determinada
sociedade e num determinado momento, se
considera como um luxo.
Ex. a necessidade do uso de joias, de perfumes
ou de roupa de marca
Classificação das necessidades
Quanto ao custo
Económicas - são aquelas cuja satisfação tem
como contrapartida o dispêndio de moeda ou
de outra qualquer riqueza ou até de trabalho.
Ex: a necessidade de alimentação, de
transportes, do vestuário, das comunicações
Classificação das necessidades
Quanto ao custo
Não económicas- estas necessidades são
satisfeitas através de bens que existem em
abundância na Natureza e que, por essa razão,
não têm utilidade económica, sendo a
respetiva utilização livre e gratuita.
Ex: respirar, nadar no mar, secar roupa ao sol
Classificação das necessidades
Quanto à vida em coletividade
Necessidades individuais- as que dizem respeito
a cada um de nós, em função das
caraterísticas de cada pessoa. Por exemplo, ir
ao teatro pode ser uma necessidade para uma
pessoa, que a sente com uma intensidade
elevada, e, no entanto, não o ser para outra.
Classificação das necessidades
Quanto à vida em coletividade/quanto à
natureza
Necessidades coletivas - as que derivam do facto
de o ser humano viver em grupo, atingindo
todos os elementos da comunidade. É o caso
da necessidade de policiamento, de
segurança, de justiça ou de regras de trânsito.
UNIDADE 2

Necessidades

Consumo

Bens materiais Serviços

Satisfação

pág. 70

Economia A 10.º ano


Consumo
• É a utilização de bens e de serviços na
satisfação das necessidades. X
Consumo
É um ato económico porque:
• Tem como finalidade a satisfação das
necessidades humanas, objetivo da atividade
económica;
• A atividade produtiva é condicionada pelas
escolhas dos consumidores;
• Tem implicações no investimento;
• Uma forte diminuição do consumo pode gerar ou
agravar uma crise económica.
Consumo

É um ato social porque:

Além de ser adequado à satisfação das nossas


necessidades também pode prejudicar o meio
ambiente e pôr em risco a qualidade de vida
das populações atuais e futuras.
Consumo
O consumo irracional e em grandes quantidades
exige uma produção crescente e uma cada vez
maior pressão sobre os recursos naturais.
Consumo sustentável é aquele que não põe em
causa as gerações futuras e preserva os
recursos naturais.
UNIDADE 2 Tipos de consumo

Quanto ao autor X

Consumo privado

Consumo público

pág. 73

Economia A 10.º ano


Consumo privado
• É efetuado pelos particulares na satisfação das
suas necessidades.
• Ex: quando fazemos uma viagem, utilizamos
alimentos, compramos um carro, etc.
Consumo público
Corresponde aos consumos efetuados pela
Administração Pública, às despesas correntes
do Estado, e que têm como finalidade a
satisfação das necessidades da população.
Ex: despesas com a educação, cultura, justiça,
vencimento dos funcionários públicos, etc.
UNIDADE 2 Tipos de consumo

Quanto à natureza X

Consumo essencial

Consumo supérfluo

pág. 73

Economia A 10.º ano


Consumo essencial
É aquele que se destina à satisfação de
necessidades primárias.
Ex: uma consulta médica, consumo de
alimentos, de habitação, de vestuário, etc.
Consumo supérfluo
É aquele que se destina à satisfação de
necessidades não essenciais.
Ex: a compra de joias, de acessórios de bijuteria,
de roupas demarca, etc.
UNIDADE 2 Tipos de consumo

Quanto ao
beneficiário X

Consumo individual

Consumo coletivo

pág. 73

Economia A 10.º ano


Consumo individual
Quando a utilização de um bem ou serviço
efetuado por um indivíduo impede, o seu
consumo, em simultâneo, por outro. Têm por
objetivo a satisfação das necessidades
individuais.
Ex: o consumo dos alimentos, o consumo de
vestuário, o uso de lentes de contacto, etc.
Consumo coletivo
Corresponde aos consumos que se destinam à
satisfação das necessidades coletivas, das
necessidades que decorrem da vida em grupo.
Ex: utilização de transportes públicos, utilização
de estradas, os serviços de educação, saúde,
justiça, etc.
UNIDADE 2 Tipos de consumo

Quanto à finalidade
X

Consumo final

Consumo intermédio

pág. 73

Economia A 10.º ano


Consumo final
Destina-se à satisfação direta e imediata de uma
necessidade.
Consumo intermédio
Os bens desaparecem no ciclo produtivo ou são
incorporados no produto final, não
satisfazendo diretamente necessidades.
UNIDADE 2 Tipos de consumo

Consumo

Quanto ao autor

Privado

Público

Quanto à natureza

Essencial

Supérfluo

Quanto ao beneficiário

Individual

Coletivo

Quanto à finalidade

Final

Intermédio
pág. 74

Economia A 10.º ano


Fatores explicativos do consumo
O consumo é um fenómeno social total, logo é
um fenómeno complexo, influenciado por
múltiplos fatores.
Os comportamentos dos consumidores, as
escolhas que fazem dependem de um
conjunto variado de fatores de natureza
económica (rendimento, preço dos bens)ou de
natureza extraeconómica (moda)
UNIDADE 2

Fatores que influenciam o consumo

Factores Factores
económicos X extraeconómicos

Rendimentos Moda, tradições, modos de vida

Preço Idade dos consumidores

Inovações tecnológicas Publicidade

pág. 76

Economia A 10.º ano


Fatores Económicos

1.Rendimento dos consumidores


• A propensão para o consumo está diretamente
relacionada com o rendimento.
• A variação do consumo em função do
rendimento não afeta da mesma forma todos
os bens e serviços. Quando há uma diminuição
de rendimentos , o consumo de bens essenciais
sofre menos alterações do que o consumo de
bens supérfluos.
Fatores Económicos

O consumo é função do rendimento


Fatores Económicos

2. Preço dos bens


A subida do preço de um bem ou da
generalidade dos bens provoca uma
diminuição do poder de compra.
Fatores Económicos
2. Preço dos bens
À diminuição do poder de compra que resulta
do aumento do preço de um bem e que tem
como consequência a redução do consumo
desse e de outros bens, chama-se efeito –
rendimento.
Fatores Económicos
2. Preço dos bens
A deslocação do consumo de um bem cujo
preço aumenta para outro que lhe seja
substituível e cujo preço se mantém chama-se
efeito – substituição.
Fatores Económicos
3. Inovações tecnológicas
As inovações nos processos produtivos originam
custos de produção mais baixos, que se vão
refletir no preço de venda e
consequentemente no consumo.
Também leva ao aparecimento de novos bens
ou ao aumento das funcionalidades dos
existentes.
Fatores extraeconómicos
1. A moda
2. Publicidade
3. Tradições e modos de vida
4. Estrutura etária dos agregados familiares.
Fatores extraeconómicos
1. A moda
Vivemos numa época em que o ciclo de vida dos
produtos é cada vez mais curto. A renovação
cada vez mais rápida dos bens leva a que os
indivíduos tenham o desejo de adquiri os
bens mais recentes do mercado, muitas
vezes ditados pela moda.
Fatores extraeconómicos
2. A publicidade
Transmitindo um conjunto de estímulos, através
de uma linguagem carregada de símbolos, o
consumidor é levado a adquirir certo tipo de
bens, pretendendo assim identificar-se com
um determinado estilo de vida, imagem ou
algo que faz parte do seu imaginário.
Fatores extraeconómicos
3.Tradições e modos de vida
Devido às tradições, compramos roupa e
acessórios para o carnaval, comemos
alimentos específicos no Natal e na Páscoa,
consumos que decorrem de tradições
culturais e que são diferentes de sociedade
para sociedade.
Fatores extraeconómicos
3.Tradições e modos de vida
Os traços culturais identificam-nos como cultura
e distinguem-nos das outras culturas,
originando consumos diferentes.
Fatores extraeconómicos
4. Estrutura etária dos agregados familiares
O consumo é influenciado pela estrutura etária
da família, ou seja, o seu ciclo de vida.
Estrutura do consumo

Apesar de os consumos de cada família serem


diferentes, é possível observar alguma
regularidade na forma como repartem o seu
rendimento pelos diversos conjuntos de
bens, isto é, existe um padrão de consumo.
Estrutura do consumo X
Estrutura de Consumo – corresponde à forma
como as famílias distribuem o seu
rendimento pelos diferentes grupos de
despesas de consumo.
Estrutura do consumo
De acordo com o INE, os diferentes consumos das famílias são agrupados nas
seguintes classes de despesa:
1. Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas;
2. Bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos;
3. Vestuário e calçado;
4. Habitação, despesas com água, eletricidade, gás e outros combustíveis;
5. Móveis, artigos de decoração, equipamento doméstico…
6. Saúde
7. Transportes
8. Comunicações;
9. Lazer, distração e cultura
10. Ensino
11. Hotéis, restaurantes….
12. Outros bens e serviços
Estrutura do consumo

Coeficiente orçamental é o peso que cada classe de


despesa ocupa no total das despesas de consumo
das Famílias.
Estrutura de Consumo X
• Coeficiente orçamental= (Valor da despesa
efetuada/Total das despesas de
consumo)*100
Estrutura do consumo
Exemplo: Suponhamos que a Família Lopes, do total
do seu rendimento, afeta 1000 euros a despesas
de consumo, destinando 400 euros a despesas de
alimentação.
Coeficiente orçamental=( 400 euros/ 1000 euros)*100
O coeficiente orçamental da alimentação é de 40%
Este valor significa que as despesas em alimentação
têm um peso de 40% no total das despesas de
consumo da família Lopes.
Estrutura do consumo
O rendimento das Famílias não se mantém constante
ao longo dos tempos, podendo, por diversas razões,
aumentar ou diminuir.
O rendimento de cada família é diferente, havendo
famílias com rendimentos baixos e outras com
rendimentos mais elevados.
A estrutura de consumo das famílias com rendimentos
mais baixos e a de Famílias com rendimentos mais
elevados é diferente.
Estrutura do consumo

Perante um aumento do rendimento, as famílias


poderão aumentar, em termos absolutos, a despesa
em alimentação, consumir uma maior quantidade
de alimentos e de melhor qualidade, no entanto, o
peso da alimentação no total das suas despesas
reduz-se.
Estrutura do consumo X

Lei de Engel- à medida que o rendimento das Famílias


aumenta, o peso das despesas em alimentação vai
baixando, aumentando por sua vez o peso de outras
despesas como as destinadas à cultura, lazer e
distrações.
Estrutura do consumo

Exercício
Suponha que, em 2013, as despesas totais da família X foram de 10 000 euros e o
coeficiente orçamental da alimentação foi de 20%.
Calcule a despesa, em euros, que essa família despendeu em alimentação.
Apresente a fórmula e todos os cálculos que efetuar.
Estrutura do consumo
Exercício
Coeficiente orçamental= (Valor da classe de despesa/Valor total das despesas)*100
20= (x/10 000)*100
20=100x/10 000
20 0000=100x
X= 20 0000/100
X= 2000 u.m.

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