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HISTÓRIA DA

ENFERMAGEM
• A profissão de enfermagem se desenvolveu através de séculos, em estreita
relação com a história da civilização, mas cientificamente, a profissão não
se desenvolveu no mesmo ritmo do desenvolvimento da medicina.

• Servir com habilidade e ciência, esses são os elementos básicos da nossa


profissão.

• Quando não havia ainda ciência, o espírito de servir, no sentido de dar


conforto físico e moral ao doente, afastar deles os perigos, ajudar a alcançar
a cura era o que guiava a quem se dedicava nessa função.
O
OBJETIVO
DA
ENFERMAG
EM NÃO
ERA A
CURA, MAS
SIM O
CONFORTO
E O ALIVIO
DA ALMA.
PERÍODO PRÉ- CRISTÃO
• Nesse período as doenças eram consideradas castigos de Deus ou possessão
diabólica e por tais motivos, sacerdotes e feiticeiras exerciam as funções de
médicos, enfermeiros e farmacêuticos. O objetivo do tratamento era aplacar as
divindades, muitas vezes através de sacrifícios.
• Porém desde essa época, já se utilizavam banhos (água fria ou quente),
massagens, produtos purgativos e provocadores de náuseas e vômitos para
alguns casos.
• Com o passar do tempo, alguns sacerdotes começaram a adquirir
conhecimentos sobre plantas medicinais e por isso, delegaram as funções de
cuidar para outros, surgindo então uma divisão de função e a atividade de
enfermeiros.
EGITO
• Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua
época.

• As receitas médicas deviam ser acompanhadas da recitação de fórmulas


religiosas. Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se
na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras. Havia ambulatórios
gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados.
ÍNDIA
• Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos, músculos,
nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o processo
digestivo.

• Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações e corrigiam


fraturas. Neste aspecto o budismo também contribuiu para o desenvolvimento da
enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais.

•Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e
conhecimentos científicos.
Na antiguidade a trepanação era muito utilizada em
hospícios ou clínicas para doentes mentais. A
técnica era feita por cirurgiões os quais
acreditavam que com a trepanação os demônios e
espíritos malignos iriam sair do corpo, mesmo que
causando morte muitas vezes.
PALESTINA

• Moisés, o grande legislador do povo hebreu, prescreveu preceitos de


higiene e exame do doente: diagnóstico, desinfecção, afastamento de
objetos contaminados e leis sobre o sepultamento de cadáveres para que
não contaminassem a terra.

• Os enfermos, quando viajantes, eram favorecidos com hospedagem


gratuita.
ASSÍRIA E BABILÔNIA
• Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos
incompetentes, tais como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina
era baseada na magia - acreditava-se que sete demônios eram os causadores
das doenças.
• Os sacerdotes médicos vendiam talismãs com orações usadas contra os
ataques dos demônios. Nos documentos assírios e babilônicos não há menção
de hospitais, nem de enfermeiros.
• Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no
episódio bíblico do banho no rio Jordão.
CHINA
• Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram
classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes
eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da doença da
qual se ocupava. Os templos eram rodeados de plantas medicinais. Os
chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis.
• Procedimentos: operações de lábio leporino.
• Tratamentos: anemias, indicavam ferro e alimentar-se com fígado;
verminoses, tratavam com determinadas raízes; sífilis, prescreviam
mercúrio. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e
casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a proibição da dissecação
de cadáveres.
GRÉCIA
• As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia.
• Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos (anti-hemorrágico), faziam
ataduras e retiravam corpos estranhos, também tinham casas para tratamento
dos doentes.
• A medicina era exercida pelos sacerdotes-médicos, que interpretavam os
sonhos das pessoas.
• Tratamento: banhos, massagens, sangrias (sanguessugas), dietas, sol, ar
puro, água pura. Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade,
contribuindo para o progresso da Medicina e da Enfermagem.
ENFERMAGEM MODERNA

• Após Revolução Industrial (1760 - 1840)

• Reorganização dos Hospitais

• Encontro entre enfermagem e medicina

• Controle dos corpos e objetivo de cura


FLORENCE NIGHTINGALE
(12 DE MAIO 1820 – 13 DE AGOSTO DE 1910)
FLORENCE NIGHTINGALE
• A enfermagem profissional no mundo foi criada a partir das bases
científicas propostas por Florence Nightingale, que foi influenciada
diretamente pela sua passagem nos locais onde se executava o cuidado de
enfermagem leigo e fundamentado nos conceitos religiosos de caridade,
amor ao próximo, doação, humildade, e também pelos preceitos de
valorização do ambiente adequado para o cuidado, divisão social do
trabalho em enfermagem e autoridade sobre o cuidado a ser prestado.
• Pelos trabalhos na Criméia (Guerra), recebeu um prêmio do Governo
Inglês e, graças a este prêmio, conseguiu iniciar o que para ela era a única
maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem
em 1859.
• Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital
Saint Thomas (Londres), que passou a servir de modelo para as demais
escolas que foram fundadas posteriormente.
• A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola
nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas.
O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por
médicos.
Florence Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem
moderna em todo o mundo, obtendo projeção maior a partir de sua
participação como voluntária na Guerra da Criméia, em 1854, quando com
38 mulheres, organizou um hospital de 4000 soldados internos, baixando a
mortalidade local de 40% para 2%.
• Florence legitimou a hierarquia e disciplina no trabalho de enfermagem,
reproduzindo na enfermagem as relações de classe social.
“A Enfermagem é uma arte; e para
realizá-la como arte, requer uma
devoção tão exclusiva, um preparo tão
rigoroso, quanto a obra de qualquer
pintor ou escultor; pois o que é tratar da
tela morta ou do frio mármore
comparado ao tratar do corpo vivo, o
templo do espírito de Deus? É uma das
artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das
artes.”
Florence Nightingale
A DAMA DA LÂMPADA
SIGNIFICADO

A lâmpada era utilizada por enfermeiras no século XIX, para iluminação do


caminho e do ambiente durante os atendimentos e os cuidados aos pacientes
no período noturno. Daí vem a simbologia aplicada à enfermagem e
regulamentada pela Resolução COFEN - 218/ 1999.
• A lâmpada representa o caminho e o ambiente, símbolo maior da
enfermagem. Outros símbolos também foram incorporados à lâmpada
para representar o enfermeiro, como a cobra juntamente a cruz,
apresentando a ciência.

• O símbolo do técnico de enfermagem é a lâmpada e a seringa, que


indica a técnica.
A cor da enfermagem é verde, que indica paz, tranquilidade, cura e saúde. A
pedra-símbolo é a esmeralda.

A Resolução COFEN-218/1999 também regulamentou a cor e o juramento


da profissão.
JURAMENTO
“SOLENEMENTE, NA PRESENÇA DE DEUS E DESTA ASSEMBLÉIA,
JURO:
DEDICAR MINHA VIDA PROFISSIONAL A SERVIÇO DA
HUMANIDADE, RESPEITANDO A DIGNIDADE E OS DIREITOS DA
PESSOA HUMANA, EXERCENDO A ENFERMAGEM COM
CONSCIÊNCIA E FIDELIDADE; GUARDAR OS SEGREDOS QUE ME
FOREM CONFIADOS; RESPEITAR O SER HUMANO DESDE A
CONCEPÇÃO ATÉ DEPOIS DA MORTE; NÃO PRATICAR ATOS QUE
COLOQUEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA OU PSÍQUICA DO
SER HUMANO; ATUAR JUNTO À EQUIPE DE SAÚDE PARA O
ALCANCE DA MELHORIA DO NÍVEL DE VIDA DA POPULAÇÃO;
MANTER ELEVADOS OS IDEAIS DE MINHA PROFISSÃO,
OBEDECENDO OS PRECEITOS DA ÉTICA, DA LEGALIDADE E DA
ANNA NERY
13 DE DEZEMBRO DE 1814 — JANEIRO, 20 DE MAIO DE
1880
ANNA NERY

A baiana Anna Justina Ferreira


Nery, mais conhecida como Anna
Nery, foi uma enfermeira brasileira,
pioneira da enfermagem no Brasil.
GUERRA DO PARAGUAI
• Dois filhos de Anna Nery eram oficiais do Exército, e ao ir para a Guerra do
Paraguai em dezembro de 1864, seguiram ambos para o campo de luta,
acompanhados do tio, o Major Maurício Ferreira, irmão de Anna.
• Anna solicitou ao presidente da província da Bahia, que lhe fosse permitido
acompanhar os filhos e o irmão durante os combates, ou, que ao menos, ela
pudesse prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do Sul. Deferido o
pedido, Anna partiu de Salvador, incorporada ao décimo batalhão de
voluntários em agosto de 1865, na qualidade de enfermeira.
No Rio Grande do Sul aprendeu noções de enfermagem com irmãs de
caridade. Com 51 anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários
e durante toda a guerra prestou serviços nos hospitais militares de
Assunção, Corrientes e Humaitá. Tornou-se a primeira mulher
enfermeira do país.

Viu morrer na luta um de seus filhos.


• Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso
de doentes, Anna Nery chamou a atenção, por sua dedicação ao trabalho
como enfermeira, por todos os hospitais onde passou.

• Montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia. A


guerra findou em 1870. Foi homenageada com a Medalha Geral de
Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. D. Pedro II, por
decreto, lhe concedeu uma pensão vitalícia.
• Em sua homenagem foi denominada, em 1923, Anna
Nery, a primeira escola oficial brasileira de
enfermagem de alto padrão.
• Em 1938, Getúlio Vargas, assinou o Decreto n.º
2.956, que instituía o "Dia do Enfermeiro", a ser
celebrado a 12 de maio (nascimento de Florence),
devendo nesta data ser prestadas homenagens
especiais à memória de Anna Nery, em todos os
hospitais e escolas de enfermagem do País.
• Em 2009, por intermédio da Lei n.º 12.105, de 2 de dezembro de 2009, Anna
Justina Ferreira Nery entra para o livro dos Heróis da Pátria.
• Além das inúmeras homenagens que Ana Néri recebeu, a Empresa Brasileira de
Correios lançou um selo comemorativo com o busto da enfermeira numa série de
personalidades femininas com relevo histórico
TEÓRICAS DE
ENFERMAGEM
TEORIA DE LYDIA HALL
• O paciente tem três aspectos: o corpo, a
patologia e o tratamento.

• Diz que a necessidade do cuidado profissional


de enfermagem aumenta à medida que a
necessidade do cuidado médico decresce.
CALLISTA ROY
•Teoria da adaptação
• São considerados três elementos: o recipiente do
cuidado em enfermagem, o objetivo de
enfermagem e as atividades de enfermagem.
•O recipiente é o homem um ser biopsicossocial em
constante interação com as mudanças ambientais.
• O objetivo da enfermagem é promover a
adaptação do homem em cada modo de adaptação
em situações de saúde e doença.
MYRA ESTRIN LEVINE
• Descreve a enfermagem como uma interação humana.

• Levine entende que o "ser humano" deve ser visto


holisticamente, o que pressupõe a compreensão do
indivíduo como um ser complexo.

• A prática da enfermagem holística baseia-se em uma


filosofia que leva em conta o cuidado total com o
paciente, considerando as necessidades físicas,
ELIZABETH OREM
• Foco central no autocuidado

• O objetivo de trabalho da enfermagem é o


cuidado de enfermagem, visto sob a forma
de autocuidado, em que o paciente participa
desse cuidado na medida de sua competência
e estado de saúde.
WANDA HORTA
• Teoria das necessidades humanas básicas.
• Pacientes passaram a ser tratados como seres humanos,
com sentimentos, emoções e métodos de Enfermagem.
• Para ela, “Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser
humano no atendimento de suas necessidades básicas, de
torná-lo independente desta assistência através da
educação; de recuperar, manter e promover sua saúde,
contando para isso com a colaboração de outros grupos
profissionais”. “Gente que cuida de gente.”
PARA REFLETIR...
Entender o passado da enfermagem e seu desenvolvimento torna-se útil
na medida em que o reconhecimento das origens da profissão e suas
raízes histórico-culturais operam na qualificação profissional, e
estimulam competências não restritas à técnica, mas à humanização do
cuidado – fator indispensável para a construção de uma sociedade mais
justa, base para políticas públicas de saúde (OGUISSO; CAMPOS,
2013).

Oguisso T, Campos PFS. Por que e para que estudar história da enfermagem? Enfermagem em Foco 2013; 4(1): 49-53
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