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CAP.

3: TOMA LÁ
DÁ CÁ: O
SISTEMA
ESCRAVOCRATA
EA
NATURALIZAÇÃ
O DA VIOLÊNCIA
Vieira: “Quem diz açúcar, diz
Brasil, e quem diz Brasil, diz
Angola”
OS TUMBEIROS
Malungos = companheiros no navio
O ESCRAVISMO COLONIAL

ESCRAVIDÃO INDÍGENA (pau-Brasil)


- Redução demográfica
- Fugas
- Falta de adaptação ao trabalho?
- Atuação dos padres jesuítas

ESCRAVIDÃO AFRICANA:
- A partir 1570;
- Grupos principais: sudaneses e bantos
- -Média total: 4,8 milhões de africanos
Escravidão e a produção
açucareira no Nordeste XVI - XIX
A vigência do medo,
sofrimento e sobrecarga física
para o trabalhador no corte da
cana de açúcar no estado de
São Paulo

De acordo com a ÚNICA (União Brasileira da Indústria de Cana de Açúcar)


o cultivo de cana-de-açúcar tornou-se um dos principais produtos agrícolas
no Brasil após a década de 70, responsável por 3,5% do Produto Interno
Bruto – PIB, e por US$ 8 bilhões em exportações, empregando mais de 1
milhão de pessoas (ÚNICA 2017). O cultivo de cana de açúcar pode ser
entendido como como um cultivo flexível caracterizado pelos múltiplos
produtos que podem ser agroprocessados atendendo as demandas do
mercado mundial e nacional, ou seja, para a exportação
da commodity açúcar e/ou etanol (anidro ou hidratado) para o consumo
interno e exportação. Esse último é considerado um tipo de
agrocombustível, derivado da biomassa, para substituir parcial ou
totalmente combustíveis derivados do petróleo e gás natural. Além disso,
outros subprodutos a partir desse cultivo são a energia elétrica e o
polietileno verde, os quais complementam o leque de mercadorias verdes
representadas pelo setor canavieiro como ambientalmente sustentáveis
que contribuem como Mecanismos de Desenvolvimento Sustentável.
XVIII – TRABALHO NAS MINAS
XIX E O TRABALHO NAS
LAVOURAS DE CAFÉ
O TRABALHO DOS ESCRAVOS NAS FAZENDAS DE CAFÉ –
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. p. 47-48, 50.

O negro era cativo para que sua força de trabalho o fosse. Como consequência, o elemento predominante na existência do negro era o
trabalho. Nas fazendas de café eram comuns as jornadas de trabalho de quinze a dezoito horas diárias, iniciadas, ainda na madrugada,
ao som do sino que despertava os escravos para que eles se apresentassem, enfileirados, ao feitor, para receber as tarefas. Se as
atividades fossem próximas à sede da fazenda, iam a pé; se mais distantes, um carro de bois os transportava.
No eito, distribuíam-se em grupos e trabalhavam horas a fio sob as vistas do feitor e embalados pela música que cantavam. Num
português misturado com suas línguas maternas, essas canções falavam do trabalho, de suas origens, dos patrões e de si mesmos,
num ritmo monótono e constante, repetindo dezenas, centenas de vezes a mesma melodia.
O almoço era servido lá pelas dez horas da manhã. O cardápio constava de feijão, angu de milho, abóbora, farinha de mandioca,
eventualmente toucinho ou partes desprezadas do porco [...] e frutas da estação como bananas, laranjas e goiabas. Embora houvesse
interesse em se manter o negro saudável e apto para o trabalho, não havia a preocupação com sua longevidade. [...]
Qualquer que fosse a comida, era preparada em enormes panelas e servida em cuias nas quais os escravos enfiavam as mãos ou, mais
raramente, colheres de pau. A refeição deveria ser feita rapidamente, para não se perder tempo [...].
Por volta de uma hora da tarde, um café com rapadura era servido - substituído nos dias frios por cachaça - e às quatro horas jantava-
se. Aí, comia-se o mesmo que no almoço, descansava-se alguns minutos e retomava-se o batente até escurecer.
Cumpria-se, então, o ritual da manhã, todos se apresentando ao administrador - ou dono, conforme o caso - da fazenda. Era quando,
após uma breve oração, iniciava-se o serão que constava, geralmente, da produção ou beneficiamento de bens de consumo. Os
escravos debulhavam e moíam o milho, preparavam a farinha de mandioca e o fubá, pilavam e torravam o café. Com frequência,
cortavam lenha e selecionavam o café apanhado no período de colheita.
Só lá pelas nove ou dez horas da noite é que o escravo podia se recolher. Isso para alguém que, no verão, levantava por volta das
quatro horas da madrugada. Antes de se deitar, fazia uma refeição rápida e, extenuado, descansava até a jornada do dia seguinte.
E ainda assim, documentos da época registram frequentes reclamações dos senhores com relação aos "negros preguiçosos".
PRINCIPAIS ROTAS DO COMÉRCIO ATLÂNTICO DE ESCRAVOS XVI AO XIX
QUEM ERAM OS AFRICANOS TRAZIDOS
PARA O BRASIL?
1580 – 1690: BANTOS
- Chegada pelo Porto de Luanda (Período das
Guerras angolanas)
- Compra de africanos capturados e escravizados
- Destinados em grande medida ao Sudeste

1690 – 1850 : SUDANESES


Principais destinos: Salvador e Rio de Janeiro
Destinados em grande medida ao Nordeste

Importante: “bantos” e “sudaneses” são definições genéricas e imprecisas, produzidas no


contexto da apropriação europeia do continente e dos povos da África.
OS BANTOS
Os bantos foram um dos grupos mais numerosos a chegar ao Brasil ; (vários povos)
Vinham de Angola, do Congo e de Moçambique
Herança linguística da língua falada em Angola: moleque, cafuné, quilombo, caçula,
macumba, senzala, fubá, farofa
Música: dança e instrumento de percussão (samba, congada, maracatu).
São de origem banta: o berimbau, a cuíca e a capoeira
OS SUDANESES
• Os sudaneses dividiam-se em três subgrupos: iorubas, gegês
e fanti-ashantis;
• Hoje é representado pela Nigéria, Daomei e Costa do Ouro 
DIFICULDAD
E DE
IDENTIFICAÇ
ÃO

Como havia muitos escravos como mesmo nome, uma


prática comum foi diferenciá-los a partir de sua “origem”:
João Angola, João Cabinda, João da Guiné.
Outra forma de caracterizá-los: pelo nome do senhor. Ex.
Escravo Antonio dos Santos (mantinha o nome após alforria)
Entraram mais homens que
mulheres: valorizava-se a força
masculina. As crianças menores
de 14 anos não assavam de 2 a
6% e as mulheres de 20 a 30%.
No geral, a idade era
arredondada, exemplo, escravo
“velho” (mais de 40 anos).

Luiz Felipe de Alencastro - O trato dos viventes (2000)


https://sumidoiro.wordpress.com/2015/08/01/bocal-boco-bozal-ladino-cafre-kafir-
Boçais, Ladinos e Crioulos cafraria-bozo-cabra-cabrao-bode-cabrocha/
AS
PUNIÇÕE
S
AS RESISTÊNCIAS À ESCRAVIDÃO
Resistir ou agir?
Negociações
Fingir doenças
Demorar para realizar tarefas
Quebrar instrumentos de trabalho
Ser “dócil”
Desobediência
Fugas
Motins
Abortos
Suicídios
Os quilombos
e mocambos

Vários tipos sociais circulavam por ali com modalidades


diversas de interesse e cumplicidade. Não era
exclusivamente composta por negros e cativos. Havia os
contrabandistas encarregados de entregar produtos, os
escravos que permaneciam nas fazendas atuando
silenciosamente como canais de informação,
comerciantes, mascates, etc

Obs. Mocambo = esconderijo, Quilombo = acampamento fortificado e


militarizado (utilizado em Angola)
O capitão do
mato
A Revolta dos Malês

Salvador – 1835

Malês  escravos e forros muçulmanos


(maior parte era negro de ganho com
maior circulação)

Cerca de 600 negros lutaram contra as


forças policiais;

Líderes condenados a morte e outros


foram presos
QUILOMBO DOS
PALMARES

https://www.youtube.com/watch?v=6qS5tgAZotw

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