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Após 1550, os escravos negros vieram para o

A CULTURA AFRO-BRASILEIRA PARA 4º


Brasil para trabalhar nos engenhos de açúcar.
Antes disso, os portugueses tentaram escravizar
os índios. Mas tarde, quando da descoberta de
ouro e pedras preciosos, eles foram
fundamentais para o desenvolvimento da
atividade de mineração. Eles estavam também
A CULTURA AFRO-BRASILEIRA
nas vilas e nas cidades que foram surgindo e
O tráfego de escravos marcou o povoamento do
crescendo, e ali faziam todo tipo de trabalho.
Brasil por povos que viviam em diversas regiões
Na época da economia açucareira, os escravos
do continente africano.
eram vendidos aos senhores de engenho. Em
Os africanos e seus descendentes influenciaram
seguida, eram levados para a fazenda, onde os
sobremaneira a formação cultural brasileira. A
aguardavam um trabalho exaustivo.
presença africana e afro-brasileira é notável na
A habitação dos escravos era a senzala.
família, no vocabulário, na religião, na música, na
No engenho
dança, na culinária e na arte.
Ao amanhecer, o feitor reunia os escravos na
A miscigenação entre os negros e os brancos
porta da senzala e levava-os para o local de
resultou no mulato.
trabalho nas lavouras e na produção do açúcar.
Mas a origem africana está na cara. E também no
Os escravos que trabalharam nos serviços
coração. Ser africano é ser diferente de ser
domésticos acordavam muito cedo para atender
italiano ou francês. A África não é um país, mas
seus senhores: acendiam o fogo, preparavam as
um continente com muitos países, e cada qual
refeições, limpavam e lavavam.
com etnias diferentes.
Se houvesse algum bebê na família do senhor, ele
Os povos africanos e a escravidão.
era geralmente amamentado pela ama-de-leite.
Quando os portugueses chegaram à África, no
Por volta das 11 horas, os escravos interrompiam
século XV, o escravismo já existia nesse
o trabalho para alimentar-se.
continente.
Comiam feijão e farinha de mandioca. Em seguida
Com os portugueses, começou o tráfego de
voltavam a trabalhar. A jornada era mais de 15
escravos para o Brasil. Os traficantes portugueses
horas. Em certas épocas do ano, a cana era moída
trocavam escravos por armas de fogo, munição,
sem interrupção para fabricar o açúcar. Os
tecidos, sal, aguardente, fumo, açúcar, etc.
escravos ficavam exaustos.
A origem dos escravos.
Reunidos pelo feitor, voltavam para a senzala.
Em geral, os africanos que vieram para o Brasil
Dormiam amontoados no chão.
pertenciam a dois grupos culturais:
Na mineração
-bantos: originários da Angola, Moçambique e
Na mineração especialmente no atual território
Congo.
do estado de Minas Gerais, os escravos
-sudaneses: procedentes da Guiné, Daomé e
enfrentavam péssimas condições de trabalho.
Costa do Marfim.
O trabalho escravo no Brasil
Abrindo as galerias para extrair ouro, ficavam em tanto que chegou a atingir os atuais estados de
lugares pouco ventilados, na água atolados no Pernambuco e Sergipe.
barro. Várias expedições militares foram enviadas para
Frequentemente sofriam acidentes porque eram destruir o quilombo, mas todas fracassaram.
perigosos os lugares onde mineravam. Muitos Em 1624, o bandeirante Domingos Jorge Velho foi
morriam soterrados ou por causa da queda de contratado pelo governo de Pernambuco para
penhascos. destruir o quilombo. Organizou uma grande
Eram vigiados pelo feitor e seus ajudantes, que os expedição e atacou Palmares. Zumbi foi atingido
puniam por qualquer falta cometida. por tiros e seus homens foram massacrados.
Recebiam uma alimentação reduzida: feijão, Zumbi conseguiu sobreviver e escondeu-se. Mas
farinha de milho e toucinho. foi denunciado às forças do governo. Em 20 de
No final do dia paravam de trabalhar. formavam novembro de 1695, ele foi morto em Recife.
uma fila e eram revistados, para verificar se não
haviam escondido ouro.
De volta a senzala, faziam uma refeição e muitas
vezes eram acorrentados para dormir.
A luta pela liberdade.
É importante saber que os negros sempre
reagiam à sua condição de escravos, assim como
os indígenas. Muitos escravos se suicidavam e
outros fugiram, embrenhando-se na mata.
Ocorreram até assassinatos de feitores e
senhores.
Quando os escravos conseguiam se organizar em
grupo, faziam sabotagem nas instalações do
engenho, organizavam revoltas ou fugiam.
Nas fugas coletivas, escondiam-se em lugares de
difícil acesso, onde fundavam comunidades,
conhecidas como quilombos. Praticavam a pesca,
a agricultura de alguns produtos e a criação de
animais de pequeno porte. Muitos quilombos
chegaram até fazer comércio com os povoados
próximos.
Os quilombos representaram a mais importante
forma de resistência dos escravos.
Apesar de existirem quilombos em todo território
brasileiro, o mais conhecido foi o Quilombo dos
Palmares, em Alagoas. Esse quilombo cresceu

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