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Juro é a remuneração do capital empregado. Se aplicarmos um capital durante determinado período, ao fim do
prazo obteremos um valor (montante) que será igual ao capital aplicado acrescido da remuneração obtida
durante o período de aplicação.
A diferença entre o montante (S) e a aplicação (P) é denominada remuneração, rendimento do capital:
rendimento = montante - aplicação
O rendimento em uma aplicação financeira é o produto da taxa de juros (i) vezes o principal:
Igualando as duas expressões para o cálculo do rendimento, pode-se obter uma relação pra o montante:
S – P = P x i → S = P (1 + i)
Quando o prazo da operação é dado considerando-se os anos constituídos por meses de 30 dias, os juros são
chamados comerciais; quando o número de dias corresponde àquele do ano civil (365 dias), são denominados
juros exactos. Nos nossos exercícios, salvo menção em contrário, serão considerados anos comerciais (360
dias). Neste texto, a moeda nacional será representada por ‘$’ e a moeda estrangeira, por ‘US$’, quando se
tratar de dólar norte-americano.
Usaremos a seguinte convenção para as taxas de juros:
a.a = Taxa ao Ano;
a.s = Taxa ao Semestre;
a.t = Taxa ao Trimestre;
a.m = Taxa ao Mês;
a.d = Taxa ao Dia
No regime de juros simples, os juros de cada período são calculados sempre sobre o mesmo principal. Não
existe capitalização de juros nesse regime, pois os juros de determinado período não são incorporados ao
principal para que essa soma sirva de base de cálculo dos juros do período seguinte. Consequentemente, o
capital crescerá a uma taxa linear, e a taxa de juros terá um comportamento linear em relação ao tempo. Nesse
regime, a taxa de juros pode ser convertida para outro prazo qualquer com base em multiplicações e divisões,
sem alterar seu valor intrínseco, ou seja, mantém a proporcionalidade existente entre valores realizáveis em
diferentes datas. A aplicação dos juros simples é muito limitada, tem algum sentido apenas no curtíssimo prazo.
O rendimento por uma aplicação financeira aplicada pelo prazo de um único período a que se refere a taxa de
juros pode ser calculado da seguinte forma:
J=Pxi
Dado o comportamento linear dos cálculos no regime de juros simples, se aplicarmos um capital durante n
períodos a que se refere a taxa de juros, o rendimento poderá ser calculado da seguinte maneira:
J=Pxixn
Por exemplo, se aplicarmos um capital de $100 à taxa de juros simples de 15% a.a. durante três anos, teremos
os seguintes rendimentos em cada ano:
O exemplo anterior permite observar que, no regime de juros simples, os juros de cada período são calculados
sempre sobre o investimento inicial ($100). Os juros não são incorporados ao principal para servirem de base
de cálculo dos juros do período seguinte.
Os juros totais obtidos no prazo de três anos podem ser calculados directamente:
Algumas vezes, o período de investimento é somente uma fracção do período expresso na taxa de juros. Nesses
casos em que as unidades de tempo da taxa de juros e do período de investimento são diferentes, é necessário
homogeneizá-las por meio de um ajuste na taxa.
O montante ou valor de resgate de uma aplicação é o capital inicialmente investido (principal) acrescido de sua
remuneração no período (juros obtidos):
S= P+ Px i x n
S = P ( 1 + i x n)
No cálculo financeiro, o diagrama de fluxo de caixa serve para mostrar graficamente as transacções financeiras
em determinado período. O tempo é representado por uma linha horizontal dividida pelo número de períodos
relevantes na análise. Por convenção, as entradas ou recebimentos são representados por setas verticais
apontadas para cima, e as saídas ou pagamentos, por setas verticais apontadas para baixo.
O diagrama a seguir representa o processo de capitalização e o desconto de capitais no regime de juros simples:
Dizemos que dois capitais são equivalentes quando têm o mesmo valor em determinada data de avaliação (data
focal). O diagrama de fluxo a seguir ilustra a equivalência (na data focal 2) a juros simples de 10% de dois
capitais: um de $3.636,35 que ocorre na data 1
e outro de $5.600 na data 6:
Se mudarmos a data focal, a equivalência dos capitais não será mantida. Consequentemente, a juros simples,
capitais equivalentes em determinada época não o serão em outra.
Esse resultado é produto do processo de cálculo adoptado no regime linear ou de juros simples, em que não se
pode fraccionar o prazo da aplicação.
Para determinar a data de vencimento e o prazo das aplicações, podemos usar a ‘tábua para contagem de dias
entre duas datas’, que aparece a seguir. Para tanto, devemos subtrair, do número de dias correspondente à data
posterior, o número que corresponde à data anterior, tendo o cuidado de, no caso de anos bissextos, acrescentar
1 (um) ao resultado encontrado.
Os juros simples têm aplicações práticas bastante limitadas, pois são raras as operações financeiras e comerciais
que usam esse regime. Seu uso restringe-se principalmente às operações praticadas no âmbito do curto prazo.
No entanto, essas operações de curto prazo que adoptam juros simples em seus cálculos não costumam apurar
seu custo ou rentabilidade efectiva por meio desse regime. Os juros simples são utilizados basicamente para o
cálculo dos valores monetários, e não para determinar o resultado efectivo da operação.
1. ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e Suas Aplicações: São Paulo: Atlas, 2000.
2. EHRLICH, P. J. Engenharia Económica, 6. Ed. Atlas, 2005.
3. HUMMEL, Paulo R. V. Nivaldo. Matemática Financeira e Engenharia Económica: A teoria e a prática
da análise de projectos de investimentos. São Paulo, Editora Pioneira – Thompson, 2003.
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Volenti Nihil Difficili - “A quem quer, nada é difícil”