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ECONÔMICA
ISBN 978-85-9502-056-6
CDU 658.15
Introdução
O regime de capitalização é a forma com que se verifica o crescimento
do capital. Ele pode ocorrer pelo regime de capitalização simples ou
composta. No regime de capitalização simples, os juros são calculados
utilizando como base o capital inicial (VP). Já no regime de capitalização
composta, as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado
dos juros.
Neste texto, você vai aprender sobre o regime de capitalização e a
sua função no cotidiano.
Visão geral
Capitalizar, por definição, significa agregar ao capital, ou seja, incorporar
valor ao capital. Para apurar esses valores a serem agregados, existem métodos
matemáticos utilizados pelo mercado
A partir de agora, você vai analisar os principais conceitos de juros simples
e juros compostos. Eles são os principais métodos de capitalização. Você
também vai conhecer as fórmulas e avaliar, por meio de casos reais, os reflexos
de cada um desses modelos no dia a dia das empresas que os utilizam para
capitalizar seus recursos.
Regime de capitalização 91
Juros simples
O regime de capitalização pode ser defi nido como o processo de reinves-
timento dos juros de uma aplicação fi nanceira. Nessa aplicação, durante
o prazo de aplicação, os juros pagos após cada período de capitalização
podem ser reinvestidos no próprio empréstimo. Ou seja, isso indica que os
juros pagos após cada período de capitalização podem ser reinvestidos no
próprio empréstimo.
Há dois sistemas de capitalização massivamente utilizados no mercado,
um com maior incidência e outro com menos frequência. O menos utili-
zado, porém de grande importância para os fundamentos da matemática
financeira, é o sistema de capitalização por juros simples. Ele tem como
foco principal a capitalização única e simples do capital inicial emprestado/
tomado.
Dentro de um sistema de capitalização simples, estão previstas diversas
variáveis, além do valor inicial do empréstimo. São elas: prazo e taxa de
juros. Você deve saber que, em qualquer sistema de capitalização, o mon-
tante, que é o valor final – soma do valor principal emprestado e do valor
dos encargos calculados –, irá depender sempre da taxa de juros e do prazo
do empréstimo.
No entanto, fique atento: uma característica marcante do regime de
juros simples é o crescimento linear. Você pode visualizar isso no gráfico
da Figura 1.
Onde:
J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
S = montante
Juros compostos
O regime de capitalização sobre juros compostos é talvez o principal método
de capitalização de dinheiro utilizado no mercado financeiro atualmente.
Ele é usado pelos principais bancos de varejo para projeção de parcelas de
empréstimos de veículos, imóveis, crédito pessoal e outros produtos que são
ofertados por essas instituições financeiras.
A fórmula de juros compostos potencializa a rentabilidade sobre o capital
emprestado aos agentes deficitários. Ou seja, gera maiores vantagens a quem
está emprestando o dinheiro e, por sua vez, potencializa a receita dos bancos.
As bases desse sistema, diferente daquelas dos juros simples, levam em consi-
deração os valores corrigidos constantemente, ou seja, de forma exponencial.
Isso ocorre pois se parte do princípio de que o dinheiro gera valor ao longo
do tempo e de que os encargos devem considerar esses valores na utilização
da base de montante devido pelo tomador de crédito.
O sistema é conhecido como método de cobrança de juros sobre juros. É
denominado assim, pois tempestivamente soma ao montante da dívida os juros
decorrentes do período incluído no cálculo. Por esse motivo, se afirma que
esse sistema é baseado em função exponencial, que por sua vez é caracterizada
pelo crescimento muito rápido. Por isso, ela é muito utilizada na matemática
financeira, e marca o sistema dos juros compostos, como você pode ver na
representação gráfica mostrada na Figura 2.
94 Engenharia econômica
1331
1300
1210
1200
1100
1000
0 1 2 3 4 Período (ano)
Regime composto
Você viu na seção anterior que o sistema de juros simples opera de forma
linear. Ou seja, ele se baseia no capital inicial. Por isso, o resultado final das
operações é distinto, mesmo utilizando os mesmos prazos. Além disso, o
sistema de capitalização de juros compostos, via de regra e dependendo do
número de períodos, gera maiores encargos. Esse fato foi evidenciado por
meio dos exemplos utilizados nas duas seções.
Regime de capitalização 95
Pode-se dizer que há semelhanças entre os sistemas de juros simples e juros compostos.
Isso ocorre porque ambos utilizam praticamente as mesmas variáveis. No entanto, o
que os diferencia é basicamente o conceito em relação ao custo do dinheiro. Esse
conceito também está refletido nas fórmulas. É possível afirmar que os juros compostos
trabalham de forma diferente com as variáveis que refletem encargos. Também é
correto afirmar que seu cálculo é mais complexo do que o dos juros simples.
Onde:
J = juros
P = principal (capital)
S = montante
i = taxa de juros
n = prazo