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ENGENHARIA

ECONÔMICA

João Guterres de Mattos


A474e Alves, Aline.
Engenharia econômica / Aline Alves, João Guterres de
Mattos, Iraneide S. S. Azevedo. – Porto Alegre : SAGAH,
2017.
237 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-056-6

1. Engenharia econômica. 2. Administração financeira.


I. Mattos, João Guterres de. II, Azevedo, Iraneide S. S. III. Título.

CDU 658.15

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094

Engenharia_economica_Iniciais_Impressa.indd 2 14/03/2017 16:12:24


Regime de capitalização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer o regime de capitalização simples.


 Reproduzir o regime de capitalização composta.
 Identificar a fórmula de cálculo dos regimes de capitalização simples
e composta.

Introdução
O regime de capitalização é a forma com que se verifica o crescimento
do capital. Ele pode ocorrer pelo regime de capitalização simples ou
composta. No regime de capitalização simples, os juros são calculados
utilizando como base o capital inicial (VP). Já no regime de capitalização
composta, as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado
dos juros.
Neste texto, você vai aprender sobre o regime de capitalização e a
sua função no cotidiano.

Visão geral
Capitalizar, por definição, significa agregar ao capital, ou seja, incorporar
valor ao capital. Para apurar esses valores a serem agregados, existem métodos
matemáticos utilizados pelo mercado
A partir de agora, você vai analisar os principais conceitos de juros simples
e juros compostos. Eles são os principais métodos de capitalização. Você
também vai conhecer as fórmulas e avaliar, por meio de casos reais, os reflexos
de cada um desses modelos no dia a dia das empresas que os utilizam para
capitalizar seus recursos.
Regime de capitalização 91

Juros simples
O regime de capitalização pode ser defi nido como o processo de reinves-
timento dos juros de uma aplicação fi nanceira. Nessa aplicação, durante
o prazo de aplicação, os juros pagos após cada período de capitalização
podem ser reinvestidos no próprio empréstimo. Ou seja, isso indica que os
juros pagos após cada período de capitalização podem ser reinvestidos no
próprio empréstimo.
Há dois sistemas de capitalização massivamente utilizados no mercado,
um com maior incidência e outro com menos frequência. O menos utili-
zado, porém de grande importância para os fundamentos da matemática
financeira, é o sistema de capitalização por juros simples. Ele tem como
foco principal a capitalização única e simples do capital inicial emprestado/
tomado.
Dentro de um sistema de capitalização simples, estão previstas diversas
variáveis, além do valor inicial do empréstimo. São elas: prazo e taxa de
juros. Você deve saber que, em qualquer sistema de capitalização, o mon-
tante, que é o valor final – soma do valor principal emprestado e do valor
dos encargos calculados –, irá depender sempre da taxa de juros e do prazo
do empréstimo.
No entanto, fique atento: uma característica marcante do regime de
juros simples é o crescimento linear. Você pode visualizar isso no gráfico
da Figura 1.

Figura 1. Representação gráfica do crescimento linear dos juros simples.


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Veja as variáveis e as principais fórmulas utilizadas no regime de capitalização de


juros simples:

Onde:
J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
S = montante

Este é um exemplo de cálculo utilizando o regime de capitalização simples como


base para apuração de encargos:
Regime de capitalização 93

O método de capitalização de juros simples não é o mais utilizado pelo mercado.


Isso vale tanto para cálculos de parcelas de empréstimos quanto para atualização de
dívidas de qualquer natureza.

Juros compostos
O regime de capitalização sobre juros compostos é talvez o principal método
de capitalização de dinheiro utilizado no mercado financeiro atualmente.
Ele é usado pelos principais bancos de varejo para projeção de parcelas de
empréstimos de veículos, imóveis, crédito pessoal e outros produtos que são
ofertados por essas instituições financeiras.
A fórmula de juros compostos potencializa a rentabilidade sobre o capital
emprestado aos agentes deficitários. Ou seja, gera maiores vantagens a quem
está emprestando o dinheiro e, por sua vez, potencializa a receita dos bancos.
As bases desse sistema, diferente daquelas dos juros simples, levam em consi-
deração os valores corrigidos constantemente, ou seja, de forma exponencial.
Isso ocorre pois se parte do princípio de que o dinheiro gera valor ao longo
do tempo e de que os encargos devem considerar esses valores na utilização
da base de montante devido pelo tomador de crédito.
O sistema é conhecido como método de cobrança de juros sobre juros. É
denominado assim, pois tempestivamente soma ao montante da dívida os juros
decorrentes do período incluído no cálculo. Por esse motivo, se afirma que
esse sistema é baseado em função exponencial, que por sua vez é caracterizada
pelo crescimento muito rápido. Por isso, ela é muito utilizada na matemática
financeira, e marca o sistema dos juros compostos, como você pode ver na
representação gráfica mostrada na Figura 2.
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Valores (R$) Juros compostos


(exponencial)
1469

1400 Juros simples


(linear)

1331
1300

1210
1200

1100

1000

0 1 2 3 4 Período (ano)

Figura 2. Representação gráfica do crescimento exponencial dos juros compostos.

Sendo assim, você pode considerar que o regime de juros compostos é


mais benéfico para o tomador do empréstimo quando o período (n) for menor
que 1 (n < 1). Veja a seguir um exemplo de cálculo que utiliza o regime de
capitalização composto como base para apuração de encargos.

Regime composto

Ano Saldo Juros do ano Saldo final

1 R$ 1.000,00 30% x R$ 1.000,00 = R$ 300,00 R$ 1.300,00

2 R$ 1.300,00 30% x R$ 1.300,00 = R$ 390,00 R$ 1.690,00

3 R$ 1.690,00 30% x R$ 1.690,00 = R$ 507,00 R$ 2.197,00

Você viu na seção anterior que o sistema de juros simples opera de forma
linear. Ou seja, ele se baseia no capital inicial. Por isso, o resultado final das
operações é distinto, mesmo utilizando os mesmos prazos. Além disso, o
sistema de capitalização de juros compostos, via de regra e dependendo do
número de períodos, gera maiores encargos. Esse fato foi evidenciado por
meio dos exemplos utilizados nas duas seções.
Regime de capitalização 95

Pode-se dizer que há semelhanças entre os sistemas de juros simples e juros compostos.
Isso ocorre porque ambos utilizam praticamente as mesmas variáveis. No entanto, o
que os diferencia é basicamente o conceito em relação ao custo do dinheiro. Esse
conceito também está refletido nas fórmulas. É possível afirmar que os juros compostos
trabalham de forma diferente com as variáveis que refletem encargos. Também é
correto afirmar que seu cálculo é mais complexo do que o dos juros simples.

Veja as variáveis e as principais fórmulas utilizadas no cálculo de juros compostos:

Onde:
J = juros
P = principal (capital)
S = montante
i = taxa de juros
n = prazo

CARVALHO, L. A. Regra de ouro. Cuiabá: LacConcursos, [c2017]. Disponível em: <https://


www.lacconcursos.com.br/arquivos/meterial/regra_de_ouro.pdf>. Acesso em: 21
fev. 2017.
MAUSIM. História e juros simples (matemática financeira). [S.l.]: InfoEscola, c2006-2017.
Disponível em: <http://www.infoescola.com/matematica/historia-e-juros-simples-
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PORTAL EDUCAÇÃO. Como surgiram os juros? Campo Grande, 2015. Disponível em:
<https://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/66996/como-surgiram-
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<https://www.significados.com.br/juros/>. Acesso em: 21 fev. 2017.
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