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Um acesso desigual ao

desenvolvimento?
Trabalho realizado por:
Luís Rodrigues
Pedro Silva
Telmo Teixeira
O mundo está em constante desenvolvimento, sendo notória a evolução
ao longo dos anos. No entanto, as diferentes ideias, os diferentes
regimes políticos, as diferentes oportunidades e capacidades são
entraves a um desenvolvimento mais sustentável. 
Neste trabalho iremos abordar as desigualdades entre os diversos
países. A fome, a pobreza, o desemprego e a saúde como fatores que
contribuem para acentuar e determinar os diferentes níveis de
desenvolvimento entre os países. 
Uma forma de analisar com mais precisão estas desigualdades é através

Introdução dos diferentes indicadores de desenvolvimento como o IDH, o IPM e o


IDG. Relacionado com estes indicadores, iremos referir também as suas
componentes e classificações. 
É evidente que muitas pessoas que habitam em países mais pobres não
tem acesso aos mesmos recursos que outras de países mais
desenvolvidos. Assim, iremos esclarecer o porquê destas disparidades. 
Vão ser tidos em conta os fatores que influenciam a empregabilidade e a
exclusão social, assim como as suas respetivas medidas. Relativamente à
fome e má nutrição, vamos estudar as suas causas, nomeadamente a
falta de emprego e a baixa produtividade. Será explicado também o
conceito de pobreza e as desigualdades no acesso à saúde. 
Deste modo, ao longo do trabalho iremos comprovar que vivemos num
mundo de contrastes. 
As desigualdades de
desenvolvimento
Os diferentes níveis de desenvolvimento entre os países continuam a ser,
atualmente, um dos grandes problemas mundiais. Por um lado, existem os
países desenvolvidos ou também os chamados países do Norte que na
generalidade possuem uma grande riqueza e um grande poder, e por outro,
os países em desenvolvimento ou países do Sul caracterizados pela sua
pobreza. É verdade que, ao longo dos anos, verificou-
se uma grande melhoria relativamente ao desenvolvimento dos países,
resultado de uma expansão da globalização na economia, na tecnologia, na
cultura e na política. No entanto, esta mesma globalização nem sempre é
vantajosa, principalmente para os países menos desenvolvidos, pois a maior
quantidade de dinheiro é obtida pelos países mais desenvolvidos gerando
assim disparidades na distribuição da riqueza no mundo. Além disso, a
distribuição desigual dos recursos e a falta de oportunidades de acesso aos
mesmos são também fatores que promovem o aumento das desigualdades.
Apesar das melhorias, continuam se a verificar países com diferentes níveis
de desenvolvimento. Os países mais pobres que se caracterizam
essencialmente por uma população que não tem acesso às necessidades
básicas como a saúde, educação, alimentação, eletricidade, entre outras.
Estas mesmas necessidades básicas são classificadas de maneira diferente
para um país desenvolvido e para um país em desenvolvimento, ou seja, a
alimentação, habitação, educação já são necessidades básicas garantidas
praticamente para toda a população dos PD, enquanto que, nos PED grande
parte da população apresenta dificuldades no acesso a alimentos, água
potável, higiene, habitações dignas, entre outras.
Os indicadores como medida de
desenvolvimento
Avaliar o desenvolvimento de cada país requer uma análise cuidada e integrada de modo a conhecer-se a
situação do país ou região, estabelecer comparações no espaço e no tempo, observar a sua evolução e
determinar quais as melhores estratégias se devem adotar para melhorá-la. Deste modo, são utilizados
indicadores estatísticos ou simples (demográficos, sociais, económicos, políticos) e compostos, sendo que estes
últimos apresentam uma dimensão mais completa e incluem um certo conjunto de indicadores simples
Por entre os indicadores económicos, o Rendimento Nacional Bruto por habitante é o mais utilizado e tem
como finalidade avaliar o crescimento económico dos países e o nível médio de rendimento de cada indivíduo.
No entanto, este indicador considera as desigualdades na distribuição dos rendimentos traduzindo apenas uma
média para cada país, não avaliando as desigualdades regionais internas
Relativamente aos indicadores demográficos, estes permitem perceber quais as características da população de
um país. Nos PED, a população é jovem, visto que o crescimento natural é elevado, há uma maior diferença
entre os valores da natalidade e da mortalidade e por isso há um maior crescimento da população, a esperança
média de vida é baixa e a taxa de mortalidade infantil apresenta valores elevados. Quanto aos PD, a população
é envelhecida, o crescimento natural é reduzido porque a diferença entre os valores da natalidade e da
mortalidade é baixa, provocando um baixo crescimento da população, a esperança média de vida é elevada e a
taxa de mortalidade infantil é reduzida.
Os indicadores como medida
de desenvolvimento: continuação
Através do estudo das causas da mortalidade também é possível avaliar o nível de desenvolvimento
dos países. Nos PD, as doenças provêm principalmente de uma alimentação desequilibrada, do
sedentarismo, do consumo de drogas e álcool. Nos PED, as causas de morte resultam da falta de
condições de higiene, alimentação, cuidados médicos. No entanto, é importante referir que os
valores da mortalidade dos PED diminuíram devido a um maior planeamento familiar, ao uso
generalizado de medicamentos e vacinas, a melhores cuidados de higiene, entre outros. 
A taxa de alfabetização, a assistência médica, a taxa de abandono escolar são exemplos
de indicadores simples sociais. Tal como se verifica no estudo dos outros indicadores, neste
também se podem observar desigualdades entre os PD e os PED. Assim nos países desenvolvidos,
a população usufrui de melhores cuidados de saúde, com uma rede hospitalar densa e de
qualidade, com os medicamentos e tratamentos necessários. A taxa de alfabetização é alta, sendo
que o número de anos de escolaridade tem vindo a aumentar assim como o ingresso no ensino
superior. Quanto aos países em desenvolvimento, os cuidados de saúde não são de tão boa
qualidade, havendo falta de medicamentos, equipamentos médicos, enfermeiros. Apesar do
aumento da taxa de alfabetização, continuam-se a verificar números baixos principalmente entre as
mulheres.
Índice de desenvolvimento
humano (IDH)
O desenvolvimento humano é um fenómeno
que precisa de uma análise mais detalhada
e por isso foi criado, em 1990, um indicador
composto denominado de Índice de
Desenvolvimento Humano. Este permite
medir o grau de desenvolvimento humano de
um determinado país ou região e é
constituído por vários indicadores simples
como a esperança média de vida à nascença;
o número médio de anos de escolaridade e o
número de anos de escolaridade esperados;
e o RNB per capita
Índice de
desenvolvimento humano
(IDH): continuação

Nos gráficos que se seguem, no


período de 1990 a 2017, observa-se
que o IDH dos países a nível mundial
teve uma evolução positiva o que
significa uma melhoria da qualidade
de vida da população. 
Como se pode constatar, em
Portugal, entre 1990 e 2017, o IDH
sofreu um aumento progressivo em
resultado de uma melhoria do RNB
per capita, da esperança média de
vida, do número médio de anos de
escolaridade e do número de anos de
escolaridade esperados. 
Índice
de desenvolvimento humano (IDH):
continuação

Através do gráfico, observam-se


diferenças significativas no IDH entre os
EUA e a África do Sul. Nos EUA o IDH é
muito elevado estando muito próximo
do 1. Contrariamente, na África do
Sul, apesar do aumento em 2007, no
ano de 2017 ainda apresentava um IDH
médio, estando muito próximo de atingir
um IDH elevado.
Índice de Pobreza Multidimensional
(IPM)
A pobreza é um dos entraves ao
desenvolvimento humano. O índice de
Pobreza Multidimensional é muito eficiente a
avaliar este entrave através da identificação
daquilo a que muitas famílias não têm acesso
como a educação, a saúde, a um nível de vida
de qualidade e também realiza a medição da
pobreza multidimensional não relacionada
com o rendimento e a sua intensidade, ou
seja, o número de privações a que as pessoas
são sujeitas.
O emprego e a exclusão social:
Emprego nos PD e nos PED à escala
mundial
A partir destas tabelas, conseguimos observar de 2010 a
2019, os valores da população empregada na Alemanha
como um país desenvolvido, e na Roménia como um país
em desenvolvimento. Comparando os valores destes
países conseguimos ver que os PD em relação aos PED
têm uma taxa de empregabilidade superior. 
Contudo, apesar da Alemanha ter um maior número de
população empregada em relação à Roménia, esta
consegue ter uma taxa de empregabilidade de 57,7%,
sendo superior a taxa da Roménia e da Europa, que
rondam os 51,5%. Em relação à Roménia, a sua taxa é de
51,3% sendo inferior à da Europa. 
A Alemanha, entre 2010 e 2019, viu aumentar de ano para
ano a sua população empregada, tendo registado o seu
maior aumento de 2010 para 2013. O mesmo não
aconteceu na Roménia, em que, no ano de 2010 registou
8712,8 milhões de indivíduos empregados, mas em 2010 e
2016 esse valor diminuiu para 8448,8 milhões de
indivíduos. Já em 2019 esse valor aumentou ligeiramente.
Fatores que podem influenciar a
empregabilidade
Alguns dos fatores que podem influenciam a empregabilidade nos países são: a competência e a técnica, o
trabalhador para ter acesso à vaga no emprego tem de ter uma formação adequada, dependendo também do
nível de escolaridade e da qualificação que obteve na escola. A habilidade e a vocação também são
consideradas um fator, pois além dos resultados obtidos na escola é preciso que o trabalhador se sinta à
vontade com a área onde vai trabalhar, para que a sua função seja considerada uma vocação. 
A situação financeira do individuo também é importante, pois o trabalhador ao ter uma vida económica estável
e/ou outras fontes de rendimento e considerado um trabalhador mais seguro para a empresa por ter uma boa
gestão dos seus rendimentos. Em relação ao bem-estar físico e mental, o profissional se for influenciado pela
sua saúde ou pela saúde da sua família pode diminuir a sua produtividade. Um profissional que controle a sua
mente e que cuide da sua saúde pode favorecer a sua capacidade profissional. 
Por fim a habilidade interpessoal também é importante, um profissional que seja capaz de trabalhar em equipa
e de manter uma boa relação com os clientes ou mesmo que tenha trabalhado na mesmo área anteriormente,
influencia o fator de empregabilidade
O emprego e a
exclusão social: Emprego nos PD e nos
PED à escala mundial- continuação

Em relação a população empregada na europa


em milhões de indivíduos entre 1986 e
2019 destaca-se: a Alemanha com um aumento
de 15908,2 milhões de indivíduos entre esses
anos, de seguida a Espanha com um aumento
positivo de 8945,5 milhões de indivíduos e por
fim a França com um aumento de 5665,1 milhões
de habitantes. 
Apesar dos poucos recursos fidedignos
disponíveis, conseguimos apurar que o país da
UE com um menor aumento foi o Luxemburgo,
com aumento de 140 mil indivíduos,
possivelmente devido à estabilidade económica e
empresarial do país e ao elevado índice de
desenvolvimento deste território.
No fim de 2013, a população empregada no mundo estava distribuída
desta forma: as atividades que estavam relacionadas com a agricultura
pesavam cerca de 32% do emprego de total do mundo. As regiões que se
destacavam era a Ásia Meridional, o Sudeste Asiático e a
Africa Subsariana. Do emprego total do mundo 23% diziam respeito às
atividades relacionadas com a indústria, e os restantes 45% diziam
respeito às atividades do setor dos serviços. Apesar do direito ao
trabalho ser digno, este é um desafio para todos os indivíduos nas várias
regiões do mundo. Assim sendo existem ainda duas realidades diferentes
marcadas por diversas diferenças espalhadas pelo globo. 

O emprego e a Nos países desenvolvidos conseguimos verificar que, após inúmeras


alterações das normas de trabalho desde meados dos anos oitenta, uma
exclusão social: Emprego no tendência para a paralisação dos salários reais e o consequente aumento
s PD e nos PED à escala da pobreza ocorreu derivado à crise global em 2008. Assim com
mundial- continuação o aumento dos empregos precários, sobretudo pela efetivação do
trabalho a tempo parcial e individualização das carreiras profissionais. 
Em relação aos países em desenvolvimento, podemos abordar o
processo de redução de pobreza no trabalho e no emprego informal,
contribuindo assim para a manutenção da economia informal, como os
empregos precários que garantem a sobrevivência de grande parte da
população do globo. É nestes países que o trabalho infantil é uma
realidade, mais de 165 milhões de crianças, com idades entre os 5 e os
17 anos de idade trabalham para ajudar/complementar os
rendimentos das suas famílias. 
Relação entre o emprego e a exclusão
social
Segundo dados publicados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) no final de 2013, mais de mil milhões de seres humanos
encontravam-se desempregados ou em subemprego, ou seja, quando um trabalhador se sujeita a um trabalho onde não usa as suas
habilidades. 
O desemprego na população jovem ativa foi cerca de 73% em 2014. Isto contribui para aumentar a pobreza, para atrasar o início da vida
familiar e para estimular o sentimento de marginalização, exclusão e de frustração pois querem seguir com a sua vida em frente. 
Dos mais de 2,8 mil milhões de empregados pelo mundo fora, só cerda de 1,6 mil milhões ainda não ganhavam o suficiente para se
conseguirem sustentar a si e às suas famílias. 
Conseguimos perceber que cada vez é maior a desigualdade entre salários, não só entre trabalhadores de diferentes profissões, mas também
entre trabalhadores com a mesma profissão. Nesta situação, com a redução do emprego é apenas a ponta do icebergue, pois não basta ter
um emprego, é preciso ser produtivo e ter confiança no emprego que exerce. 
De acordo com o estudo da Organização Internacional do Trabalho, os ordenados das profissões mais qualificadas têm tendência a crescerem
com maior rapidez do que as profissões menos qualificadas. Contudo conseguimos verificar que parte dos países está a ocorrer uma redução
gradual das desigualdades salariais segundo o género no setor da indústria. 
Outra das causas para a execução social também está relacionada com a qualificação dos trabalhadores. 
Apesar da educação e da formação continuarem a ser consideradas importantes, existe um grande número de empregas quem vêm a
formação como um custo e não como um investimento útil e necessário. 
As consequências disto tudo contribuem para aumentar as disparidades da UNECO, que segundo eles informam, existem 780 milhões de
adultos analfabetos pelo mundo, dos mais 2/3 são representados por mulheres, as três regiões com maior taxa de iliteracia são a Asia
Meridional e ocidental, os Estados Árabes e a África Subsariana
Medidas para atenuar
a exclusão social
Existem várias medidas que estão a ser colocadas em todo o
mundo com o objetivo de atenuar a exclusão social. Estas
medidas foram criadas por organizações não
governamentais, organizações internacionais, com a
Organização Internacional do Trabalho e pelo o Banco Mundial. 
Estes objetivos visam criar condições nos países menos
desenvolvidos para fixar a população ativa mais qualificada,
promover a educação e formação para todas as
pessoas, combater o desemprego e o trabalho precário e
defender o direito a um trabalho digno. É necessário também
que o Estado de cada país não deixe que a população viva com
um rendimento abaixo do limiar de pobreza e que seja
respeitada a igualdade entre homens e mulheres. 
A fome e a má nutrição
As oportunidades relacionadas com o emprego, as diferenças salariais entre homens e mulheres e
a exclusão social são causas que contribuem para o crescimento do número de pessoas com fome.
O bem-estar de uma pessoa desempregada ou até mesmo empregada, mas que recebe baixos
rendimentos vai estar em causa uma vez que não vai conseguir alcançar a vida que desejaria. 
A fome é um grande problema mundial que está relacionado com a carência de
alimentos ingeridos por cada indivíduo que em muitos casos não têm possibilidade em os adquirir.
Este grande problema é predominante em qualquer tipo de idades levando ao aparecimento de
doenças que podem levar a longo prazo à morte. 
No mundo, apesar de alguns progressos, existem mais de 50 países onde os níveis de fome são
muito preocupantes. Dentro desses países predominam maioritariamente países
em desenvolvimento já que são nestes locais onde, por exemplo, a pobreza, as secas ou as
pestes são elevadas, acarretando como consequência a escassez de alimentos. 
O Índice Global da Fome mostra-nos como cada país se encontra em relação a este problema
mundial, a fome, sendo efetuados estudos uma vez por ano. Para isso têm em atenção a
subalimentação, o raquitismo infantil e a mortalidade infantil de cada um dos países. 
Assim temos Chade, Timor-Leste e Madagáscar como os três piores países pois nestas regiões as
taxas de raquitismo infantil e mortalidade infantil são muito elevadas. Por outro lado, os níveis de
fome são mais baixos nos países mais desenvolvidos como por exemplo os países europeus. 
Este grande contraste entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento advém de
diversos fatores tal como a desigual produção e distribuição de alimentos no mundo,
o desperdício de alimentos ou ainda a pobreza.
A desigual produção e
distribuição de alimentos no
mundo
Os países em desenvolvimento por serem países economicamente menos influentes,
o setor das indústrias e o setor terciário são menos predominantes. Deste modo
assistimos a um maior número de população ativa a trabalhar na agricultura onde
para algumas famílias é a sua única fonte de rendimento. Esta é uma agricultura de
subsistência com o objetivo de satisfazer as necessidades básicas relacionadas com a
alimentação de cada família. O uso de tecnologias é muito baixo logo a mão de obra é
mais abundante, o que leva a uma produtividade mais baixa; cultivam várias espécies,
aproveitando as sementes de colheitas anteriores e utilizam produtos naturais como
estrume para fertilizar as terras pois não conseguem adquirir produtos
específicos, tendo como consequência a deterioração de alguns alimentos. 
Os rendimentos dos agricultores são reduzidos, sendo o machismo muito
predominante. As mulheres não conseguem ter controlo nas terras e é raro
conseguirem um financiamento destas. Além de que a mão-de-obra feminina é
reduzida e as sementes utilizadas por estas não são as melhores. 
Por isso, os baixos rendimentos, o esgotamento dos solos e a escassez de alimentos
vão levar ao aumento da pobreza e da fome nestas regiões. 
Em relação aos países desenvolvidos, estes são os grandes produtores agrícolas a
nível mundial contribuindo para o comércio de alimentos provenientes da agricultura.
Com isto praticam uma agricultura moderna onde o uso de tecnologias é bastante
elevado e por isso o número de população empregada nesta atividade é baixa. Por
outro lado, podemos dizer que este tipo de agricultura é mais eficiente visto que
utilizam pesticidas e herbicidas que ajudam a diminuir os desperdícios de alimentos,
logo a produtividade é maior. 
A desigual produção
e distribuição de alimentos
no mundo: continuação

A produção de cerais é visto como um bom indicador para


comparar as competências que cada país adquire relacionadas
com a alimentação da sua população. Sendo os cereais
bens acessíveis a toda a população e ricos em nutrientes e
vitaminas, são bastante consumidos pela população dos países
mais pobres. No entanto, a sua produção também é elevada
em regiões onde o rendimento por hectare é alto.
Segundo o gráfico, de 2000 a 2010 o maior exportador de
cereais foi a Ásia, assistindo uma grande subida de 2006 a 2008
de dólares adquiridos. O segundo maior exportador foi a
América Latina e Caraíbas registando, tal como a Ásia, um
crescimento acentuado de milhões de dólares nos anos de
2006 a 2008, mas sempre inferior a esta. Após um ano,
sofreram uma diminuição de aproximadamente 3 milhões de
dólares, voltando a subir nos anos seguintes. Em relação à
Oceânia e à África, os dólares obtidos por exportações foram
muito reduzidos, apesar de África ter registado uma pequena
subida ao longo dos anos.
A desigual produção e distribuição
de alimentos no mundo:
continuação
Assim, para além da produção agrícola, alguns alimentos
provêm da pecuária, onde a população procura ingerir algumas
proteínas que necessita. Esta tem aumentado a nível mundial
tendo maior destaque nos países desenvolvidos. 
Nos anos de 1970 a 2010 a produção mundial de carne passou
de 100 milhões de toneladas para mais de 250 milhões
de toneladas. Para esta subida contribui o aumento acentuado
da produção nos países desenvolvidos, chegando a ser superior
à dos países em desenvolvimento a partir de 1992. Assim
passou de perto de 40 milhões de toneladas para cerca de 170
milhões de toneladas de carne. Nos países em
desenvolvimento assistimos a um aumento, mas menos
significante completando em 2010 apenas 140 milhões de
toneladas de carne produzidas.
Com isto, podemos comprovar que a distribuição de alimentos
se encontra repartida desigualmente pelo mundo. Para além da
produção agrícola, onde os países desenvolvidos são mais
competentes, o preço dos bens também contribuiu para esta
desigualdade, uma vez que uma pessoa com problemas
financeiros não vai conseguir obter certo tipo de bens que
podem ser essenciais para a sua alimentação. 
Pobreza e a fome
A população mais pobre, também nela onde predomina a
fome, localiza-se principalmente nas áreas rurais onde em
algumas dessas regiões as condições sociais e económicas são
muito miseráveis. Por causa disto, esta população vive em
áreas que em muitos casos não têm saneamento básico,
eletricidade ou água canalizada, e economicamente não são
muito desenvolvidos e por isso não conseguem comprar todos
os alimentos que necessitam para sobreviver, consumindo
principalmente alimentos que provenham da agricultura que,
por si só, já são muitas vezes escassos. 
Relativamente às crianças, a falta de peso decorre muitas vezes
de doenças que as mães tiverem durante a gravidez, sendo
como consequência da falta de alimentos. Estas são
obrigadas a deixar a escola e ir trabalhar para a agricultura de
forma a contribuir para as despesas domésticas. 
Então, como não têm os conhecimentos básicos, muitos deles
não conseguem arranjar um emprego fora da agricultura o que
No mundo atual, a população ingere alimentos muitas vezes de forma excessiva ou
insuficiente. Esta desigualdade pode ser provocada pela produção agrícola; pela
disponibilidade económica de cada país ou de cada indivíduo; pelos desastres naturais;
conflitos ou pela consciência das vantagens de uma boa alimentação.

A
Nos países mais pobres, como a Índia, a sua população encontra-se em grande parte
subnutrida, prejudicando o seu desenvolvimento tanto do país como da sua população. Por
causa disso, o sistema imunitário destas pessoas é bastante baixo sendo difícil combater

subnutrição doenças como a anemia, osteoporose, raquitismo, entre outros, que são o resultado da má
nutrição. O Sudão faz parte desses países onde encontramos um grande número de
pessoas subnutridas. Após ter conseguido a sua independência, o Sudão tem passado por

nos países do dificuldades económicas e sociais, onde os conflitos com o Norte não têm ajudado a
melhorar esta situação. 

Sul e a má No Norte os países defrontam-se com outro problema: a má nutrição. Este resulta da
grande disponibilidade de alimentos, do sedentarismo da sua população, do grande
desenvolvimento tecnológico e do marketing que acabam por aumentar a taxa de obesidade
nutrição nos em cada país. O excesso de alimentos, muitos deles não saudáveis, desenvolve doenças
como a diabetes, os ataques cardíacos, certos cancros, entre outros, que podem levar à
morte. A obesidade também pode atingir os países em desenvolvimento, sendo mais
países do preocupante pois a assistência médica é muito débil e por isso é muito difícil tratar doenças
da obesidade. 

Norte Posto isto, existem regiões da África como o Egipto e a Líbia onde a taxa de obesidade
em população adulta é quase idêntica à dos EUA. Isto deve-se ao facto de a população ter
alterado os seus estilos de vida devido à influência cultural de outros países. Assim a
população ingere em maior quantidade alimentos menos saudáveis, como o fast-food, que
normalmente são alimentos mais baratos e acessíveis para estas pessoas os
adquirir. Contudo, os EUA continuam a ser o país onde a taxa de obesidade, tanto em
adultos como em crianças, é a mais elevada. 
Pobreza e a saúde: As desigualdades no
acesso à saúde
É do conhecimento de todos o avanço da medicina nas últimas décadas e,
por sua vez, o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes.
No entanto, o acesso aos cuidados de saúde não é igual para toda a
população. Estima-se que todos os anos, pelo menos mil milhões
de pessoas não tenham acesso aos cuidados de saúde que necessitam.
Além disso, devido ao dispêndio de recursos financeiros em serviços de
saúde, cerca de 100 milhões de pessoas encontram-se numa situação
abaixo do limiar de pobreza. 
O estado sanitário dos países em desenvolvimento, em muitos casos, é
caótico, e a ajuda prestada pelos países mais ricos não é suficiente. O
contraste entre estes países na área da saúde é muito vincado. Num país
em desenvolvimento, muitas das mortes poderiam ser evitadas através de
uma vacina antecipada, ou através de um antibiótico. Nestes países, cerca
de 22 milhões crianças não têm a acesso a um sistema de vacinação, e por
conta disso, quatro em cada dez mortes são de crianças com doenças
infeciosas, malária, tuberculose, diarreias, ou infeções respiratórias; um
cenário completamente inadmissível caso ocorresse num país
desenvolvido. Do outro lado da moeda, sete em cada dez mortes são de
pessoas com mais de 70 anos.
Pobreza e a saúde: As desigualdades
no acesso à saúde (continuação)
Apesar da vontade e do sacrifício feito por algumas organizações de modo a
melhorar a saúde nos países mais pobres, situações de instabilidade política
ou cenários de conflitos, como uma guerra, são um entrave para a
concretização desta ação. 
A pobreza não é o único fator responsável pelas desigualdades existentes na
área da saúde. A fraca organização da assistência médica e a reduzida
formação de técnicos qualificados na área da saúde são aspetos
determinantes para esta desigualdade. Como se não bastasse, a maioria dos
medicamentos necessários para tratar as doenças que afetam as populações
dos países mais pobres são caros e, portanto, não estão ao alcance da maior
fatia deste povo. Com isto, é possível perceber que nos países em
desenvolvimento, enquanto a parte da população mais pobre não tem acesso
aos cuidados de saúde necessários, as classes com mais poder económico
recorrem à medicina privada, evidenciando uma vez mais as desigualdades
no acesso à saúde. 
Número estimado de mortes por malária, 2012 (regiões da OMS).
Para ajudar, muitas empresas farmacêuticas enriquecem a um ritmo
acelerado, sem sequer investir na investigação. A OMC (Organização Mundial
do Comércio) já tentou intervir, de forma a tornar do interesse público o
fabrico dos medicamentos. No entanto, esta ação não teve qualquer efeito, e
as grandes empresas farmacêuticas continuam a usufruir dos seus abusivos
privilégios. 
As medidas para
Devido às dívidas externas de valor astronómico dos
países mais pobres, o processo de desenvolvimento
destes torna-se cada vez mais difícil, e de igual
melhorar o acesso à modo, o acesso a cuidados de saúde com a mínima
qualidade. Sendo assim, considera-se que a pobreza

saúde é o maior entrave ao desenvolvimento dos PED. 


De modo a reverter, ou amenizar esta situação, as
ONG têm assumido um papel fundamental, atuando
em muitos países ao nível da prevenção das causas,
e nas consequências.
Em termos de prevenção, as organizações não-
governamentais atuam, por exemplo, através do
investimento em construção de escolas e formação
de professores, de modo a promover a educação;
através de campanhas de educação sexual e dicas
para uma melhor prática agrícola, podendo prevenir
algumas doenças; e através do tratamento de águas,
um bem essencial para a vida humana. 
Ao nível das consequências, as ONG socorrem
populações que estejam impedidas de satisfazer as
suas necessidades básicas, devido a uma catástrofe
natural, guerra, epidemia, entre outros.
Vivemos num mundo repleto de contrastes. 
Através da análise de diversos indicadores que ajudam a medir o
desenvolvimento, da comparação e compreensão dos números do
emprego e exclusão social nos países desenvolvidos e países em
desenvolvimento, através do estudo da fome e má nutrição e da
pobreza e saúde, podemos facilmente perceber que estamos
perante um mundo de contrastes. 
A tarefa mais difícil será mesmo corrigir estas disparidades. De
forma a reverter esta situação, um longo e imenso caminho de
solidariedade, os países, estados e organizações têm pela frente. 

Conclusão
Envolvendo o trabalho com os temas dos períodos anteriores, um
mundo de contrastes é o resultado de um mundo policêntrico e de
um mundo fragmentado. Um mundo policêntrico possibilita uma
maior acessibilidade a tudo em geral, no entanto não de forma
equitativa, levando a um mundo fragmentado, um mundo repleto
de desigualdades que por sua vez deflagra num mundo
de contrastes.
No exato momento em que estamos sentados à secretária, em
frente ao computador a escrever a conclusão do trabalho, outro
conjunto de adolescentes está a trabalhar no campo, sem comer
desde a noite anterior.
Manual de Geografia C do 12º
Bibliografia https://www.pordata.pt/
Fim

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