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TERAPIA FAMILIAR

SISTÊMICA
Tutorial de Atividade Prática
• Atividade Prática
• OBJETIVOS : Exercitar o uso da história familiar e a aplicabilidade do
genograma com família, identificando as fases do ciclo de vida familiar (FCVF).
• PROCEDIMENTOS: • Realizar através de atividade lúdica, o uso da história
familiar e a aplicabilidade do genograma simples com família, identificando as
fases do ciclo de vida familiar (FCVF).
• Procedimentos para a realização da atividade: Prezado (a) aluno (a), a
atividade será composta por duas etapas: na etapa (1) você irá elaborar um
desenho básico das pessoas que pertencem a sua família, o desenho é livre
podendo ser com figuras humanas ou simbólico, identificando em qual fase
do ciclo de vida familiar (FCVF) você se encontra, de acordo com a
classificação de Carter e Mcgoldrick (1995);
• na etapa (2) você realizará uma atividade através do desenho do genograma
simples com família (no caso, a sua família).
• ETAPA 1: DESENHO DA SUA FAMÍLIA
• Prezado (a) aluno (a), sua atividade consiste na confecção de um
desenho básico das pessoas que pertencem a sua família. O desenho é
livre, podendo ser com figuras humanas ou simbólico. Não é necessário o
compartilhamento com os colegas.
• Reflita quais foram as dificuldades na execução, o que mais chamou a sua
atenção ao fazê-lo e quais são os integrantes que você considerou para
realizar o desenho de sua família.
• Após o desenho, identifique em qual fase do ciclo de vida familiar (FCVF)
você se encontra, de acordo com a classificação de Carter e Mcgoldrick
(1995) que é uma ferramenta para compreender o sistema familiar, nem
tanto focado nos déficits, mas muito mais buscando a compreensão de
cada fase na superação dos desafios que elas nos proporcionam. São elas:
Fase do ciclo de vida familiar - Processo emocional básico de Mudanças qualitativas no status
Movimento transição familiar necessárias para se seguir o
desenvolvimento
1. Adulto jovem - saindo de Desenvolver a responsabilidade a) Diferenciação da identidade em
Casa. emocional e financeira por si relação à família de origem. b)
mesmo. Desenvolvimento de
relacionamentos íntimos com
adultos iguais. c) Estabelecimento de
uma identidade com relação ao
trabalho e independência financeira.

2. Famílias sem filhos - A união Comprometimento com um novo a) Formação do sistema marital. b)
de Famílias no casamento. sistema familiar. Realinhamento dos relacionamentos
com as famílias ampliadas e amigos,
para incluir o cônjuge.
Fase do ciclo de vida familiar - Processo emocional básico Mudanças qualitativas no status familiar
Movimento de transição necessárias para se seguir o desenvolvimento

3. Famílias com crianças Aceitação de novos membros a) Ajustar o sistema conjugal para criar espaço
no sistema familiar para o(s) filho(s). b) Unir-se nas tarefas de
educação dos filhos, nas tarefas financeiras e
domésticas. c) Realinhamento dos
relacionamentos com a família ampliada, para
incluir os papéis de pais e avós

4. Famílias com adolescentes Aumentar a flexibilidade das a) Modificar o relacionamento progenitor-


fronteiras familiares para filho, para permitir ao adolescente
incluir a independência dos movimentar se para dentro e para fora do
filhos e a fragilidade dos sistema familiar. b) Novo foco nas questões
avós. conjugais e profissionais dos pais (meia-idade).
c) Começar a mudança no sentido de cuidar da
geração mais velha
Fase do ciclo de vida familiar Processo emocional básico de Mudanças qualitativas no status familiar
- Movimento transição necessárias para se seguir o desenvolvimento

5. Famílias na meia idade – Aceitar várias saídas e a) Reorganizar o sistema conjugal como dupla.
Lançando os filhos e seguindo entradas no sistema familiar. b) Desenvolvimento de relacionamentos de
em frente. adulto-para-adulto entre os filhos crescidos e
seus pais. c) Realinhamento dos
relacionamentos para incluir parentes por
afinidade e netos. d) Lidar com incapacidade e
morte dos pais (avós).
6. Famílias no estágio tardio Aceitar as mudanças de papéis a) Manter o funcionamento e os interesses
de vida geracionais em si mesmo(a) e no casal, diante das
mudanças físicas e emocionais da idade. b)
Abrir espaço para um papel mais central para
a geração dos filhos. c) Lidar com a perda do
cônjuge, irmãos e outros iguais e preparar-se
para a própria morte. Revisão e integração da
vida.
• Identifique duas fases do ciclo de
vida familiar (FCVF) em que Eduardo
e Mônica se encontraram, de acordo
com a classificação de Carter e
Mcgoldrick (1995) e justifique as
mudanças qualitativas no status
familiar necessárias para se seguir o
desenvolvimento.
Eduardo e Mônica
Legião Urbana
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"
Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não 'to legal, não aguento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica era nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol de botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema "escola, cinema
Clube, televisão"
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo 'tá de recuperação
Ah! Ahaan!
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão!
• ETAPA 2: ESTRUTURAÇÃO DO GENOGRAMA (SIMPLES) DA FAMÍLIA
Prezado (a) aluno (a), sua atividade consiste na elaboração do seu
próprio genograma simples, contemplando pelo menos três
gerações (a sua, dos seus pais e avôs), aproveitando essa
oportunidade para perguntar a seus familiares sobre sua própria
história.
• Monte o genograma do caso clínico:
Aline, 5 anos e 11 meses, é a mais nova de quatro filhos, tem um irmão de 11 anos, na
quarta série, na mesma escola, um irmão de 16 anos, na quinta série, e uma irmã de 17
anos, que está em casa. João, o pai, tem 42 anos, é pedreiro, e a mãe, Maria, tem 36 anos
e trabalha como copeira.
Maria é a segunda de uma família de três filhos: tem um irmão mais velho, que mora com
uma companheira, e uma irmã mais moça, casada, com um filho. Há um ano, Maria
perdeu o pai, que era alcoolista, por câncer desencadeado por uma intoxicação com
agrotóxico.
João morou com os pais naturais até dois anos. De família muito humilde, conta que vivia
"atirado", como menino de rua. Aos dois anos foi oficialmente adotado por um casal de
origem alemã, que não possuía filhos. Poucos meses antes da morte da madrasta, o pai
engravidou outra mulher. Nesta época, João não morava mais com os pais adotivos, teve
problemas de relacionamento com eles, e foi morar com uma tia a partir dos seus 11
anos. Aos 16 anos esta tia faleceu, fato que abalou muito João. Ele continuou morando
com a filha desta tia, ajudando no sustento da casa, até se casar, aos 24 anos.
Durante o período de namoro Maria engravidou e, como não tinham
condições de se casar, ela induziu o aborto com uso de chás. Após o
casamento, com a situação financeira mais definida, tiveram os quatro
filhos.
Trata-se de uma família nuclear, na qual a aluna é a caçula de quatro
filhos. A configuração familiar aproxima-se mais do modelo da família
materna, conforme pode-se observar no genograma. Também neste
caso aparece um padrão de repetição nas duas gerações, pela escolha
de maridos alcoolistas. Tal como no caso anterior, a avó materna
mantém um vínculo muito próximo com a neta em questão, mostrando
integração entre a família atual e a família de origem, da parte
materna.

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