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GÉNESE
Manuel de Sousa Coutinho nasceu em 1556, era fidalgo de linhagem e levou uma vida
acidentada em África e Ásia.
Consta que lançou fogo ao palácio de Almada em 1599, por divergências pessoais com os
governadores do reino.
Casou com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, que morreu em Alcácer
Quibir em 1578.
D. Madalena teve três filhos do primeiro matrimónio e uma filha , Ana de Noronha, do segundo.
D. Madalena e Manuel entram, em 1613, no convento, por livre vontade.
Ananké – (destino) – é o destino que propicia a ausência de D. João e que origina a mudança da família
de Manuel de Sousa Coutinho para o palácio de D. João, pelo facto de os governadores espanhóis terem
escolhido aquela casa para se instalarem;
– é o destino que mantém D. João desaparecido durante vinte e um anos, findos os quais regressa
ao lar.
Hybris – (desafio) – Madalena desafia o destino ao amar Manuel de Sousa quando ainda estava casada
com D. João;
– Manuel desafia Deus quando desobedece aos governadores e incendeia o seu palácio;
– Maria revolta-se contra a justiça divina e incita os seus pais a mentir, para a protegerem da
condição da ilegitimidade.
Pathos – (sofrimento) – o sofrimento atinge todas as personagens: pelas suas incertezas (Madalena);
pelo sentimento de culpa (Madalena e Manuel de Sousa); pela divisão interior (Telmo); pela doença e
pela vergonha da sua ilegitimidade (Maria); pelo esquecimento a que foi votado (D. João); pela
dissolução da família.
Peripéteia – (peripécia; alteração) – incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho, da
responsabilidade do próprio e que vai originar a ida da família para o palácio de D. João;
– o aparecimento de D. João muda subitamente a situação transformando em ilegítimos o casamento de
Madalena e Manuel e a filha deles, levando à “morte” do casal para o mundo (ambos se refugiam num
convento).
Anagnórisis – (reconhecimento) – o reconhecimento do Romeiro como D. João de Portugal tem lugar
em diferentes momentos pelas diferentes personagens.
Clímax – a tensão emocional aumenta progressivamente dentro de cada uma das cenas; na globalidade
atinge-se o ponto máximo no final do Ato II.
crença no Sebastianismo;
o “titanismo” de Manuel de Sousa incendiando a sua casa só para que os governadores a não
utilizassem;
D. Madalena e Maria são verdadeiras heroínas românticas pelo seu comportamento emocional;
o realismo psicológico que caracteriza os sentimento de Telmo, dividido entre o amor por D.
João e por D. Maria de Noronha;
a atitude que Maria toma, no final da peça, ao insurgir-se contra a lei do matrimónio uno e
indissolúvel, que força os pais à separação e lhos rouba;
a religião consoladora aparece para suavizar o sofrimento;
a morte de Maria em palco;