Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
podemos referir os argumentos de autoridade retirados da Bíblia escritos em latim e o recurso à vida
exemplar dos Santos da Igreja.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Todos os que têm comportamentos eticamente condenáveis são alvo da crítica de Vieira. No caso
concreto deste sermão, o orador critica quase explicitamente o comportamento de abuso dos colonos em
relação aos indígenas.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
6. Por que razão dizemos que o sermão apresenta uma estrutura argumentativa?
O sermão é um género textual que apresenta uma estrutura específica e constitui um dos géneros maiores
da literatura barroca. O sermão, pelas suas marcas específicas, é um texto que apresenta uma estrutura
argumentativa. Assim, os argumentos, ou seja, um conjunto de razões que sustentam um ponto de vista,
são uma peça fundamental neste género de texto. Os argumentos devem ser desenvolvidos, de modo a
2
verificar-se a sua validade, e devem ser confirmados por provas. A ornamentação do discurso permite a
amplificação dos argumentos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Por que razão recorrerá o orador a tantos recursos expressivos, na elaboração do sermão?
Os recursos expressivos são um dos meios utilizados pelo orador para, por um lado, desenvolver os
argumentos expostos e, por outro, deleitar a audiência e captar a sua atenção, condição essencial à
persuasão e correção de comportamentos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
1. Qual é recurso expressivo presente quando duas frases são iniciadas pela mesma expressão?
O recurso expressivo presente quando duas frases são iniciadas pela mesma expressão designa-se anáfora.
2. Qual é o recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica?
O recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica designa-se antítese.
3. Quando o orador interpela um destinatário real ou fictício, a que recurso expressivo recorre?
O sujeito recorre a uma apóstrofe quando interpela um destinatário real ou fictício.
6. Qual é o recurso expressivo utilizado na frase: “Este é, peixes, em comum o natural, que em todos vós
louvo, e a felicidade, de que vou dou o parabém e não sem inveja.”?
Nesta frase, é utilizada uma apóstrofe.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
3
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa: contextualização histórico-literária
---------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------
4
3. Como podemos caracterizar D. Maria de Noronha?
Maria é filha de D. Madalena e de Manuel de Sousa Coutinho. É uma jovem curiosa, fantasiosa e
idealista. Anseia pelo regresso de D. Sebastião e pela libertação de Portugal do jugo de Castela.
5. Como se pode relacionar a ação desta peça com o espaço descrito nas didascálias iniciais?
A ação de Frei Luís de Sousa decorre essencialmente em espaços interiores, em Almada: no Palácio de
Manuel de Sousa Coutinho, no Ato I, e no Palácio de D. João de Portugal, nos Atos II e III. Enquanto no
Ato I o espaço é familiar e agradável, no Ato II, domina um espaço opressivo, pouco iluminado e
inquietante. O Ato III tem lugar na capela do palácio, um espaço ainda mais reduzido e mais austero. Esta
progressão evidencia o “encurralamento” gradual das personagens.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
5. Por que razão Frei Luís de Sousa não é uma tragédia clássica?
Esta obra não é uma tragédia, uma vez que não apresenta todas as características específicas que este
género exige. A tragédia clássica apresenta três atos centrais acompanhados de um prólogo e de epílogo,
três protagonistas, o coro que anuncia ou comenta os acontecimentos e respeita a unidade de ação, de
tempo e de espaço.
5
---------------------------------------------------------------------------------------------------
6. Por que razão se considera que, no texto “A Abóbada”, se conjuga história com imaginação?
Neste texto, conjuga-se história com imaginação, uma vez que se recupera um cenário e personagens do
passado (1401, início da segunda dinastia e construção do Mosteiro da Batalha) e esses acontecimentos
são ficcionados.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Que características apresenta o protagonista que nos leva a considerá-lo um herói romântico?
Afonso Domingues é uma personagem que apresenta o perfil de herói romântico: é insubmisso,
inconformado, resiste à ordem social, afirma-se pela sua própria vontade e revela-se forte face aos
obstáculos que insiste em ultrapassar.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
6
2. Quais são as características mais marcantes da linguagem e estilo da obra?
Entre as principais características da linguagem e estilo da obra podemos salientar: o vocabulário técnico
do domínio da arquitetura e os vocábulos medievais; o pormenor descritivo e o visualismo da “cor local”;
a idealização das personagens e a conceção de herói; a reconstrução dos episódios históricos; a utilização
de várias formas de relato de discurso: o discurso direto e o discurso indireto.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Qual é o recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas,
atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda?
O recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas,
atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda designa-se metáfora.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
7
Viagens na Minha Terra começaram a ser publicadas como folhetim na Revista Universal Lisbonense,
onde saíram os primeiros seis capítulos, sendo depois interrompida a publicação. Em 1845, voltou a ser
publicada em revista e, em 1846, a obra foi publicada em volume.
5. Que aspetos para além da viagem física são referidos pelo narrador?
Os temas abordados ao longo da obra são múltiplos: descrições de locais ou ambientes, como a da
charneca, a do Vale de Santarém, a de monumentos; transcrições de conversas, como a discussão entre
“ílhavos” e “campinos”, as conversas no café do Cartaxo, os diálogos com companheiros de viagem sobre
os mais diversos temas; considerações de carácter autobiográfico, de carácter político, filosófico, literário,
sobre a decadência do país, sobre os valores e a mentalidade burguesas, sobre as classes sociais, entre
outros.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
8
Carlos, primo de Joaninha, que havia abandonado o vale em atitude de rebeldia para com Frei Dinis,
que suspeitava ser o assassino de seu pai e do de Joaninha, regressa ao vale, integrando as tropas liberais;
Carlos reencontra Joaninha e apaixonam-se;
Carlos escreve um poema em prosa aos olhos de Joaninha;
Carlos começa a mentir (Adão social), enquanto Joaninha é espontânea e sincera;
Carlos é ferido em combate, internado no Convento de S. Francisco, em Santarém e tratado por
Georgina, que amara em Inglaterra;
Carlos tenta matar Frei Dinis, mas a avó impede-o, contando-lhe que ele é seu pai e que matara em
legítima defesa o marido da mãe e o pai de Joaninha;
Carlos afasta-se e escreve uma carta justificativa a Joaninha;
Carlos torna-se barão; Joaninha enlouquece e morre; Georgina ingressa num convento; da família
restam Frei Dinis e a avó.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
1. O facto de a obra ter sido inicialmente publicada em folhetim terá influenciado o estilo adotado?
O facto de a obra ter sido pensada e escrita para folhetim (o folhetim era do agrado, sobretudo, de um
público burguês e, principalmente, feminino) implicou algumas marcas próprias da escrita jornalística: a
preocupação com a atualidade, os apelos ao narratário (leitor ou leitora, de acordo com o assunto), o
discurso em primeira pessoa de carácter subjetivo, o tom coloquial de conversa direta e amena com o
leitor, a ironia e a crítica, a introdução de uma novela sentimental, de modo a assegurar o interesse,
principalmente, das leitoras. Implicou ainda a elaboração em capítulos curtos com sinopses iniciais,
destinados à publicação periódica.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
10
“Desenhar caracteres e situações do vivo da natureza, colori-los das cores verdadeiras da história…isso é
trabalho difícil, longo, delicado, exige um estudo, um talento, e sobretudo um tato!...”?
Os recursos expressivos presentes na frase são a enumeração e a ironia.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição: Sugestão biográfica (Simão e narrador) e construção do
herói romântico
11
Teresa opõe-se à vontade do pai e prefere ingressar num convento;
João da Cruz, amigo e protetor de Simão, tem uma filha, Mariana, que apesar de apaixonada por
Simão, possibilita a troca de correspondência entre os dois amantes;
Simão mata Baltazar e entrega-se à justiça;
Simão é preso e deportado para a Índia, na companhia de Mariana que, entretanto, perdera o pai;
Teresa, encerrada num convento, morre ao ver Simão partir;
Simão morre na viagem e Mariana suicida-se, lançando-se ao mar.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Em que medida a obra surge como uma crónica da mudança social que se adivinha?
A narrativa passional é apenas um dos aspetos desta obra. Amor de Perdição deve ser lida como uma
obra, em que a observação de costumes e a crítica social adquirem um papel relevante de denúncia de
comportamentos autoritários dentro da família, de corrupção na justiça, de incumprimento dos preceitos
religiosos, nos conventos. Assim, muito mais do que uma novela passional, esta é uma obra de rutura com
a tradição e de anúncio da implantação, na sociedade portuguesa, dos novos valores da Revolução
Francesa.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
12
2. De que modo se verifica a concentração temporal na obra?
A narrativa é linear e é apresentada em ritmo rápido de 1779 a 1803. A partir do encontro entre Simão e
Teresa adquire um ritmo mais lento, mas próprio da novela. Não há, no entanto, praticamente ações
secundárias o que contribui para a concentração temporal da ação principal com sucessivas peripécias. Os
diálogos apresentados são concisos e há poucas descrições.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Quais foram os momentos mais marcantes do percurso dos jovens que integraram a Geração de 70?
Os jovens que integraram a Geração de 70 e que tinham como objetivo difundir em Portugal os novos
ideais que circulavam na Europa, viveram a Questão Coimbrã, juntaram-se no Cenáculo e organizaram as
Conferências do Casino Lisbonense.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
A representação de espaços sociais e a crítica de costumes; espaços e seu valor simbólico e emotivo;
a descrição do real e o papel das sensações
13
---------------------------------------------------------------------------------------------------
1. Por que razão poderemos dizer que a intriga amorosa na obra é diversificada?
N’Os Maias, encontramos vários pares amorosos que apresentam diferentes representações do sentimento
e da paixão. Pedro da Maia ama Maria Monforte, mas esta mantem uma relação adúltera com um
napolitano. Ega tem também uma relação de adultério com Raquel Cohen à semelhança da que Carlos
mantem com a condessa Gouvarinho. Por sua vez, Carlos ama Maria Eduarda, no entanto, a sua relação
será incestuosa.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Características trágicas dos protagonistas (Afonso da Maia, Carlos da Maia e Maria Eduarda)
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Em que medida é que o título − Os Maias − e o subtítulo – “Episódios da vida romântica” − nos
permitem perspetivar a estrutura global da obra?
O título e o subtítulo do romance apontam para níveis diferentes da obra. Enquanto o título perspetiva a
história de uma família, o subtítulo estabelece uma visão mais alargada da sociedade portuguesa do
Portugal da Regeneração.
14
de elipses e resumos. No capítulo IV, retoma-se a ação central e o percurso de Carlos em Lisboa até ao
penúltimo capítulo da obra. O ritmo narrativo torna-se lento (dois anos em cerca de 590 páginas) com
inúmeras descrições e cenas dialogadas e com duas breves analepses: aquando da confissão de Maria
Eduarda a Carlos sobre o seu passado e aquando da leitura da carta de Maria Monforte. No último
capítulo, encontramos Carlos e Ega em Lisboa, 10 anos passados.
5. Que episódios da obra integram a crónica social da Lisboa do final do século XIX?
São vários os episódios da obra que integram a crónica social, abordando aspetos políticos, culturais e
sociais da Lisboa do final do século XIX: o episódio do Hotel Central, o episódio da Corrida de Cavalos,
o episódio do Sarau do Teatro da Trindade, o episódio do Passeio final.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
15
“Em 1858 Monsenhor Buccarini, Núncio de S. Santidade, visitara-o com ideia de instalar lá a Nunciatura,
seduzido pela gravidade clerical do edifício e pela paz dormente do bairro”.
Nesta expressão, utilizam-se os adjetivos expressivamente.
9. Qual é o recurso expressivo presente na seguinte frase?
“mas nunca ele aprovara que Afonso se desfizesse de Benfica – só pela razão daqueles muros terem visto
tantos desgostos domésticos.”
Nesta expressão, está presente a personificação.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------
O microcosmos da aldeia como representação de uma sociedade em mutação; o espaço e o seu valor
simbólico
16
No desfecho do romance, João Gouveia afirma a identificação de Gonçalo com Portugal, pela bondade,
pela generosidade, pelo desleixo, pela imaginação e exageros que o levam a mentir, mas também pela
capacidade demonstrada em regenerar-se e recuperar a grandeza dos seus heroicos antepassados: cada
geração de Ramires esteve profundamente ligada a acontecimentos grandiosos da História de Portugal, a
decadência iniciou-se a partir da subida ao trono dos Braganças.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------
17
2. Qual é o recurso expressivo presente nesta passagem?
“A romântica Torre, cantada tão meigamente ao luar pelo Videirinha, quantos tormentos abafara!”?
Nesta expressão, está presente o uso expressivo do advérbio.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Em que medida é que Antero foi uma figura marcante do seu tempo?
Antero foi uma figura marcante do seu tempo. Foi considerado o líder da Geração de 70 e notabilizou-se
enquanto poeta, filósofo, revolucionário e homem de ação.
3. Quais são as principais temáticas abordadas por Antero nos seus sonetos?
São várias as temáticas abordadas por Antero nos seus sonetos: o real e o ideal, a angústia existencial, o
apelo da transcendência.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
18
Linguagem, estilo e estrutura: o discurso conceptual; o soneto.
2. O que é um soneto?
O soneto é uma composição poética de origem italiana, constituída por catorze versos, distribuídos por
duas quadras e dois tercetos, rematados pela chave de ouro, geralmente composto em decassílabos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
1. Qual é o recurso expressivo presente em “O sol, já alto e pleno, /Afugentou as larvas tumulares”?
Nesta expressão, está presente a personificação.
3. Qual é o recurso expressivo presente em “E dos raios de luz do sonho puro, / (…) faze espada de
combate”?
Nesta expressão, está presente uma metáfora.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Cesário Verde, Cânticos do Realismo: a representação da cidade e dos tipos sociais; deambulação e
imaginação: o observador acidental; perceção sensorial e transfiguração poética do real
19
4. Por que razão Cesário é muitas vezes comparado a um pintor?
O poeta assemelha-se a um pintor ou a um fotógrafo na criação de instantâneos quase cinematográficos.
O sujeito parte do quotidiano trivial e, por ação da memória e dos sentidos, transfigura-o, tornando-o
surpreendente e inesperado.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Por que razão a primeira leitura do poema é bastante diferente de uma análise mais aprofundada?
Numa primeira leitura, o poema parece constituir um longo percurso por certas ruas e locais de Lisboa.
Uma leitura mais aprofundada permite-nos verificar que o ponto de vista do sujeito, que deambula,
constrói uma nova cidade, visionária, poética e épica.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------
1. Qual é o recurso expressivo presente em “Como morcegos, ao cair das badaladas, / Saltam de viga em
viga os mestres carpinteiros”?
Nesta expressão, está presente a comparação.
20
2. Qual é o recurso expressivo presente em “Se a minha amada um longo olhar me desse / Dos seus olhos
que ferem como espadas, / Eu domaria o mar que se enfurece / E escalaria as nuvens rendilhadas”?
Nesta expressão, está presente a hipérbole.
3. Qual é o recurso expressivo presente em “Estas [as formigas] mineiras negras, incansáveis”?
Nesta expressão, está presente a metáfora.
4. Qual é o recurso expressivo presente em “E houve talhadas de melão, damascos, / E pão de ló molhado
em malvasia”?
Nesta expressão, está presente a sinestesia.
5. Qual é o recurso expressivo presente em “De cócoras, em linha, os calceteiros, / Com lentidão, terrosos
e grosseiros”?
Nesta expressão, está presente o uso expressivo do adjetivo.
21