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SISTEMA IMUNE DA MUCOSA

Hiro Goto
Laboratório de Soroepidemiologia e Imunobiologia
do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP
IMUNIDADE INATA: BARREIRAS
NATURAIS Mucosa não
é só barreira
física.
SISTEMA
IMUNE DA
MUCOSA
Lisozimas na
lágrima e outras MUCOSA
Área da pele:
secreções
Cílios da 2 metros
Traquéia
quadrados
Secreção Pele
das
glândulas Ácido no Massa de
sebáceas estômago microrganismos
no intestino:
Espermina 2 - 3 quilos
no sêmen
SISTEMA IMUNE DA MUCOSA
• Defesa imune a nível da mucosa, continuamente
exposta a agentes infecciosos externos, é
extremamente importante.
• Sistema imune da mucosa é um braço especializado
do sistema imune.
• Dimensão: superfície mucosa é 100 vezes maior que
a da pele.
• 70 a 80% das células produtoras de imunoglobulinas
do nosso organismo são localizadas nas mucosas.
INFECÇÃO MUCOSA - MORTALIDADE NO MUND
12 milhões de mortes
DESAFIO AO SISTEMA IMUNE DA MUCOSA
MAR DE MICRORGANISMOS

comensais patogênicos

OUTROS COMPONENTES ANTIGÊNICOS


CONTROLE DA RESPOSTA E NÃO RESPOSTA
COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE DA MUCOSA
Mucosal associated lymphoid tissue (MALT)

• Trato gastrointestinal – gut ALT (GALT)


• Trato respiratório – bronchial ALT (BALT)
• Mucosa nasal – nasal ALS (NALT)
• Trato genitourinário
• Glândulas lacrimais
• Glândulas salivares
• Glândulas mamárias
LINFÓCITOS NO MALT
Linfócitos estão distribuídos em compartimentos
diferentes no MALT
INDUÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA MUCOSA
GALT - protótipo
• Entrada de antígeno – por células M e DC
INDUÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA MUCOSA
GALT - protótipo
• Apresentação de antígeno aos linfócitos (T e B)
INDUÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA MUCOSA
GALT - protótipo
Circulação de linfócitos e homing em outros tecidos
(moléculas de adesão e quimiocinas) também em locais
distantes do local de ativação.
RESPOSTA IMUNE HUMORAL NA MUCOSA
• Linfócitos B nos tecidos nas mucosas proliferam e
diferenciam em plasmócitos que secretam IgA.
• Antígeno administrado num determinado local leva
a produção de anticorpos em outros locais
distantes. Há preferências de locais.
LINFÓCITO T CITOTÓXICO (CTL) NA MUCOSA
• Ativação e homing de CTLs ainda pouco
esclarecidos.
RESPOSTA IMUNE (RI) NA MUCOSA - RI
SISTÊMICA
• RI na mucosa gera também anticorpo sistêmico. Provável
homing de linfócitos T e B ativados em mucosa e baço.
LINFÓCITO INTRAEPITELIAL (IEL)
• Presente no epitélio do trato gastrointestinal
• Principalmente T CD8+, IEL mata células epiteliais infectadas.

• Papel na renovação de células epiteliais


• Papel na tolerância a antígenos alimentares
IgA: SÍNTESE, ESTRUTURA E TRANSPORTE
• Imunoglobulina na mucosa é principalmente IgA. IgA no soro é 12%,
imunoglobulinas secretadas na mucosa tem 96% de IgA.
• Produção de IgA secretória (dimérica) requer plasmócitos na lâmina
própria e células epiteliais da mucosa.
• IgA dimérica e IgM pentamérica se ligam a pIgR e transportadas.

Clivagem de pIgR

Ligação a pIgR = polymeric Ig receptor


FUNÇÕES DE IgA NA MUCOSA
• Neutralização

• Função de barreira. Ligação a bactérias e virus impede a


invasão celular
• Neutralização viral no tecido.
• Imunidade excretória. Ligação IgA a vírus na lâmina
própria pode ser endocitado e exportado via pIgR
• sIgA do leite imuniza passivamente o bebê
MECANISMO DE TOLERÂNCIA
Bactéria comensal Bactéria Invasiva

Citocinas
supressoras

TSLP = thymic stromal lymphopoietin


IMUNIZAÇÃO DA MUCOSA

IMUNIZAÇÃO ORAL

Vantagens Desvantagens
Adminstração fácil Não induz resposta forte
Imunidade mucosa Resposta não duradoura
e sistêmica
TOLERÂNCIA NA MUCOSA
• Estímulo que provoca inflamação induz RI.
• Estímulo que não provoca inflamação
(alimento) leva a tolerância ou vice versa.

BACTÉRIA INTESTINAL E INTESTINO


• Sem bactérias intestinais, não há desenvolvimento
de tecido linfóide secundário, inclusive na mucosa.
• Mecanismo de tolerância ?
SISTEMA IMUNE ORAL

LC = Langherans cell
Elementos do sistema imune na cavidade oral
de crianças
No primeiro ano de vida elementos do SI vem de:
• Leite materno
• Soro materno (via placenta)
• Saliva do lactente
• Soro do lactente (via cavidade gengival)

Níveis de IgA na saliva


• IgA detectável com 4 a 8 semanas
• Aumento significante até 2 -3 meses
• Aumento gradual até 5 anos de idade.
Cárie e infecção bacteriana
• Duas espécies causadoras de cárie mais importantes
no homem são Streptococcus mutans (sorotipos c, e,
f) e Streptococcus sobrinus (sorotipos d, g, h)
• Concentrações elevadas de anticorpo IgG contra S.
mutans ou seus antígenos são associadas a menor
quantidade de cáries em adultos jovens.
• Anticorpos de indifíduos sem cárie inibem
glicosiltransferases de S. mutans.

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