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Os três principais paradigmas teóricos das Relações Internacionais – Realismo; Liberalismo

e a Teoria do Sistema-Mundo apresentam distintas visões da Globalização.

Para os Realistas, a Globalização não alterou significativamente o quadro da política


mundial, nomeadamente a divisão territorial do mundo em Estados-nação. Os Estados
retêm a soberania, pelo que a Globalização não tornou obsoleta a luta pelo poder político
entre os Estados, nem o uso da força e muito menos a importância da balança de poder.

Os Liberais tendem a ver a Globalização como o produto de uma longa transformação da


política mundial. Para eles a Globalização mostra que o Estado já não é o actor central,
como era encarado pelos Realistas. Agora existem vários e diferentes actores, com
diferente importância de acordo com área em causa. Os Liberais estão particularmente
interessados na revolução da tecnologia e das comunicações representada pela
Globalização. Esta interdependência entre as sociedades resulta num quadro de política
mundial diferente, onde o mundo é visto muito mais como uma teia de relações, do que
segundo o modelo do Estado dos Realistas ou o modelo das classes do Sistema-Mundo.

Para os Teóricos do Sistema-Mundo, a Globalização não é nada de novo, ou seja, é na


realidade a última fase no desenvolvimento do capitalismo internacional, que em vez de
tornar o mundo mais simétrico, perpetua a divisão entre centro, semi-periferia e periferia.
“Globalização refere-se a todos os processos pelos quais as pessoas do mundo são
incorporadas numa só sociedade mundial, sociedade global”
(Martin Albrow, 1990)

“Globalização pode ser definida como a intensificação das relações sociais mundiais que
ligam localidades distantes de uma tal forma que acontecimentos locais são formados por
acontecimentos que ocorrem a milhares de kms de distância”
(Anthony Giddens, 1990)

“As características da Globalização incluem a internacionalização da produção, novos


movimentos migratórios do sul para o norte, um novo ambiente competitivo que acelera
estes processos e a internacionalização do Estado, tomando os Estados em agências do
mundo globalizado.”
(Robert Cox, 1994)

“O mundo está a transformar-se num centro comercial global, onde as ideias e os produtos
estão disponíveis em todo o lado ao mesmo tempo.”
(Rosabeth Moss Kanter, 1995)

“Globalização é o que nós no Terceiro Mundo, durante séculos, chamamos de


colonização.”
(Martin Khor, 1995)
A Globalização refere-se ao processo pelo qual as relações sociais adquirem as
qualidades relativas da ausência de distância e de fronteiras, no sentido de
que a vida humana se realiza num mundo visto cada vez mais como um só
lugar. As relações sociais são cada vez mais conduzidas e organizadas na base
de uma unidade planetária.

As localizações dos países e as fronteiras entre Estados territoriais estão a


tomar-se cada vez menos importantes para a nossa vida, apesar de
continuarem significativas.

Importa distinguir. Globalização de Internacionalização. Tal como o termo


indica, Internacionalização refere-se à intensificação das conexões entre
domínios nacionais. Como resultado da internacionalização os países passam a
ter maiores e crescentes efeitos uns nos outros, mas permanecem como
lugares separados e distintos. Nas Relações Internacionais os países estão
divididos uns dos outros através de fronteiras bem definidas
A Globalização, por seu turno, é supraterritorial, pois é um fenómeno que
atravessa as fronteiras e se estende através do mundo.
EM TERMOS ECONÓMICOS

- mundialização do modelo liberal ocidental;

- forte crescimento do comércio internacional de bens e serviços;

- globalização da produção e do produto, acompanhada por uma difusão generalizada de


um “modelo de consumo”.

- liberdade de circulação de capitais;

- “rede” financeira internacional, apoiada na informação e tecnologia;


VANTAGENS
1 - A marcha da transformação económica é tão grande que criou um novo mundo político. Os Estados
já não são unidades fechadas e não podem controlar as suas economias. A economia mundial é mais
interdependente que nunca, com o comércio e as finanças em expansão.
 
2 - As comunicações têm fundamentalmente revolucionado a forma como nós lidamos com o resto do
mundo.
 
3 - Há, agora, mais do que nunca, uma cultura global, no sentido de que muitas áreas urbanas se
parecem umas com as outras.

4 - O mundo está a tornar-se mais homogéneo. As diferenças entre pessoas estão a diminuir.
 
5 - Tempo e espaço parecem estar a desmoronar-se. As nossas velhas ideias de espaço geográfico e de
tempo cronológico estão a destruir-se pela velocidade das comunicações modernas e dos media.
 
6 - Está a emergir uma política global, com movimentos transnacionais sociais e políticos, bem como
com uma transferência de lealdade do Estado para corpos sub­estatais, transnacionais e internacionais.
 
7 - Uma cultura cosmopolita está a desenvolver-se. As pessoas estão a começar a “pensar globalmente
e a agir localmente”.
 
8 - Uma consciência/cooperação global face aos riscos (poluição, terrorismo e pandemias).
DESVANTAGENS
1. Monopólio dos interesses dos agentes económicos tornando os governos nacionais
impotentes no quadro das decisões globais.

2. Desigualdade nos seus efeitos, aumentando o fosso entre ricos e pobres.

3. Um novo rosto para o imperialismo ocidental? Os valores que estão a ser globalizados
são os do mundo ocidental. E sobre os valores não-ocidentais?

4. A globalização é americanocêntrica.

5. Aumento da exploração de nações menos prósperas. As tecnologias que acompanham a


globalização são tecnologias que automaticamente favorecem as economias ricas no
mundo. Então, a globalização não é só imperialista, como é também exploradora.
 
6. A globalização facilita a mundialização das pandemias, do crime organizado e do
terrorismo, e a anarquia da internet levanta questões cruciais.

7. Há um paradoxo no coração da tese da globalização. Por um lado, é geralmente


retractado como o triunfo do Ocidente, dos valores do mercado, mas depois, como é que
nós explicamos o extraordinário sucesso de algumas economias nacionais num mundo
globalizado? Como por exemplo, a China ou os chamados “Tigres Asiáticos” (Singapura,
Taiwan, Malásia, e Coreia).

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