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Cerâmicas Bioativas

Antonio
Fernanda
Jose Alex
Lucas
Márcio
Rodrigo
Vagner
DEFINIÇÃO DE BIOMATERIAIS
Incluido

“Qualquer material, natural ou sintético, que


pode ser usado para substituir parcial ou
completamente um órgão ou função do
corpo.”
Williams Biomaterials Dictionary
BIOATIVIDADE - CONCEITO

 Originado com vidros bioativos.

Biocompatibilidade do material é adequada se:

 Provocar a formação de tecidos esperados na sua


superfície.

 Estabelecer uma interface próxima capaz de


suportar as cargas que ocorrem no local da
implantação.
(Hench et al. 1972).
BIOATIVIDADE – CONCEITO
incluido

Características

 Ligação química com osso


 Cinética de modificação de superfície
BIOATIVIDADE - CONCEITO

 Sob condições adequadas, três tipos de


cerâmicas podem satisfazer estes requisitos:

 Vidros bioativos e vidros cerâmicos;

 Cerâmicas a base de fosfato de cálcio;

 Compósitos de vidros e cerâmicas.


 Obs.: Incorporação de fatores indutores nas cerâmicas
podem melhorar a bioatividade.
BIOATIVIDADE – CONCEITO
Incluido
Cerâmicas - Aplicações

As diferentes classes de são usadas ​em varias


aplicações:
 Superfície ativa
Estrutura de Implantes;
Revestimentos de implantes de metal ou cerâmicas;
Scaffolds (arcabouço);
Enxertos ósseos permanentes.
 Superfície ou estrutura ativa
Scaffolds temporários para engenharia de tecidos;
Cimentos de preenchimentos;
Veículos de liberação de drogas.
Cerâmicas - Classificação
Interface do biomaterial

A forma como o biomaterial reage no organismo,


baseado na interface formada e reações provocadas
(por exemplo, de troca ionica) na superfície da
cerâmica com tecidos adjacentes determinam suas
propriedades:
 biológicas
 mecânicas,
 químicas,
 físicas.
Duração do implante

Quatro fatores determinam o efeito a longo prazo


de implantes cerâmicos bioativos:
 O local da implantação;
 Trauma tecidual,
 As propriedades da estrutura e superfície do
material;
 O movimento relativo do material na interface
tecidual (Ducheyne et al 1987).
Materiais reabsorvíveis

Requisitos para materiais reabsorvíveis:


 Necessidade de manter as caracteristicas do
material durante sua degradação enquanto ocorre
a regeneração do tecido hospedeiro;
 Taxas de reparação / regeneração e reabsorção de
materiais e tecidos devem ser alinhados;
 O material reabsorvível deve consistir apenas de
espécies metabolicamente aceitáveis.
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos
São utilizados em:

Estrutura de Implantes;
Revestimentos de implantes metalicos e
cerâmicos;
Arcabouços (scaffolds) para orientar terapias
biológicas.
(Kohn e Ducheyne, 1992).

 Scaffolds - estruturas tridimensionais porosas capazes de induzirem a


regeneração dos tecidos ósseos.
Scaffold
Scaffold
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos

 As reações químicas são limitadas ao


tamanho da superfície dos vidros (~ 100 a
500 microns);

 Propriedades relacionadas a forma não


afetam o grau de reatividade.
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos

 O grau de atividade e resposta fisiológica são


dependentes da composição química do vidro, e
podem variar por mais de uma ordem de grandeza.
 Por exemplo, a substituição da CaF para o CaO
diminui a solubilidade, enquanto que a adição de
B2O3 aumenta a solubilidade (Hench e Ethridge,
1982).
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - tipos
 
 Ceravital, uma variação do Bioglass® é um vidro
cerâmico.
 O material derretido é resfriado bruscamente formando um vidro,
em seguida é tratado termicamente para que o cristal cresça se
tornando uma cerâmica.
 Possui concentrações de óxido alcalino diferentes nas formas de
vidro e cerâmica.
 Possui concentração de óxido alcalino diferente do Bioglass®
 São adicionados para controlar as taxas de dissolução, mas a resposta
fisiológica de ambos os vidros são semelhantes (Gross e Strunz 1980).
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - tipos

 Vidro cerâmico contendo hidroxiapatita cristalina,


fluorapatita, e β-wollastonita na matriz, é chamado vidro
cerâmico A-W e é bioativo (Kitsugi 1986; Kokubo 1990).
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - tipos

 Vidro cerâmico A-W são ligados ao osso através de uma


fina camada rica em cálcio e fósforo formadora da
superfície do vidro.
 In vitro, se o ambiente fisiológico é corretamente
simulado em termos de concentração ionica, pH e
temperatura, essa camada é formada de pequenos cristais
de hidroxiapatita carbonada uma estrutura defeituosa
semelhante ao osso (kokubo et al, 1990).
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - reações

 A interação com o meio biológico se faz através da


dissolução da superfície do contorno dos grãos no meio
aquoso.
 Íons de menor valência trocam de lugar com os de maior
valência.
 Essas reações são dependentes do ph e também e da
reatividade celular do sítio.
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - reações

 Essas reações da superfície devem


ser bem controladas e definidas pois
podem ser biologicamente benéficas ou
adversas.
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - reações

 Em meio fisiológico perdem íons Na+ e posteriormente


K+,Ca2+, P5+, Si4+, and Si-OH, sendo substituídos por H3O+
formando em sua superfície uma camada de sílica gel
(Hench, 1982).
 In vitro a diminuição de H+/H3O+, provoca um aumento
do ph, aumentando a dissolução do material.
 A partir de 1 hora, Ca-P se depositam sobre a camada
de sílica formando hidroxiapatita amorfa.
Vidros bioativos e vidros
cerâmicos - reações

 Essa camada de Ca-P irá se cristalizar e as OH-


serão substituídas por CO32- formando apatita
carbonada.
 In vivo a camada de sílica e de apatita poderá ter
adsorção de proteínas que mediarão a formação de
osteoblastos.
Nível de bioatividade

 O nível de bioatividade está relacionada com a


formação de osso através de um índice de
bioatividade IB, que está relacionada com a
quantidade de tempo que leva para que 50% da
interface esteja ligada (Hench 2004).
Nível de bioatividade
Deve manter?

 A composição de dependência bioatividade da


resposta biológica pode ser compreendida por
contornos iso-IB sobrepostas para o diagrama
ternário.

 A força de coesão da interface vidro / tecido será


uma função da espessura da área da superfície, e
a rigidez da zona interfacial, e é óptima para IB ~
4 (Hench 2004).
Cerâmicas de fosfato de
cálcio
 O fosfato de cálcio (Ca-P) são materiais
cerâmicos com razões molares Ca/P variáveiS.

 Para a hidroxiapatita, a fluorapatita e a


hidroxifluorapatita essa razão molar é de 1,67
(Johnsson eNancollas, 1992).

 Entre o Ca-Sl, as apatitas, definidos pela fórmula


química M10 (X04)6 Z2 foram mais estudadas e são
mais relevantes para os biomateriais.
Apatitas

 O termo apatita descreve uma família de


compostos parecidos. No entanto, eles não
possuem necessariamente composições
idênticas.
 Apatitas formam uma gama de soluções sólidas,
como resultado da substituição de ions no M2+,
XO43-, ou locais Z-.
Apatitas

 Devido à estrutura complexa, a apatita é um


material altamente capaz de acolher outros
elementos químicos, permitindo substituições de
Ca e P por vários outros íons. Como exemplo, o
cálcio (Ca) pode ser substituído por estrôncio (Sr),
magnésio (Mg), bário (Ba), chumbo (Pb); o fosfato
por vanadatos, boratos e manganatos, e assim por
diante (Legeros, 1993).
Apatitas

 Em virtude da sua característica de incorporar


outros íons na sua rede cristalina, a apatita,
muitas vezes, se confunde com outras estruturas
minerais do grupo dos fosfatos de cálcio. Por isso,
esses compostos químicos receberam o nome de
apatita, palavra que em grego significa enganar,
iludir ou lograr.
Fosfatos de cálcio em
sistemas biológicos

Adaptado de Legeros, 1991.


Hidroxiapatita

 A Hidroxiapatita é formada por fosfato de cálcio


cristalino Ca10(PO4)6OH2 e representam um
deposito de 99% do cálcio corporal e 80% do
fósforo total.

 O osso desmineralizado é conhecido como


osteóide.
Hidroxiapatita

 A hidroxiapatita é o principal material inorgânico


utilizado em substituição a ossos e dentes,
principlamente pelos fatores de não ser
encapsulada pelo tecido fibroso e poder ficar em
contato com o osso quando inserida dentro do
corpo humano (Marcacci, Kon et al., 1999; Sato,
Kogure et al., 2002).
Hidroxiapatita

 O esmalte que cobre os dentes contém o mineral


hidroxiapatita, um hidrofosfato de cálcio. Esse
mineral, muito pouco solúvel, se dissolve em
ácido, porque tanto o PO4³- quanto o OH- reagem
com H+:

 Ca10(PO4)6OH2 + 14H+ --> 10Ca2 + 6H2PO4- + 2H2


Hidroxiapatita

 As bactérias que causam a deterioração aderem-


se aos dentes e produzem ácido lático através do
metabolismo de açúcar. O ácido lático diminui o
pH na superfície dos dentes para menos de 5.
Num pH inferior a 5,5, a hidroxiapatita começa a
dissolver e ocorre a deterioração dos dentes.
Hidroxiapatita

 O íon fluoreto inibe a deterioração dos dentes,


formando apatita fluoretada, Ca10(PO4)6F2, que é
menos solúvel e mais resistente a ácidos do que a
hidroxiapatita.
Hidroxiapatita no corpo
humano
Hidroxiapatita no corpo
humano
A razão para se utilizar a hidroxiapatita como um material substituto
deveria ser evidente por si mesmo: o osso natural possui
aproximadamente 70% hidroxiapatita em peso e 50 % em volume (Shors e
Holmes, 1993 ).

O potencial clínico da biocerâmica de hidroxiapatita é devido à sua


compatibilidade com o meio fisiológico.

Possui estrutura cristalográfica e composição química semelhante à apatita


óssea.

Apresenta algumas propriedades peculiares como bioatividade e


osteocondução, que dão capacidade de promoção do crescimento ósseo
ao redor do implante em curto período de tempo.
Estrutura da
Hidroxiapatita
Influência dos íons no
cristal de Hidroxiapatita
Hidroxiapatita
Carbonatada

 Para os materiais cerâmicos bioativos, ocorre a


formação de uma camada de hidroxiapatita
carbonatada na superfície do implante (Legeros,
Trautz et al., 1967; Legeros, 1988; Hench, 1991).

 Essa fase é equivalente, em composição e


estrutura, à fase mineral do osso, e é responsável
pela importante ligação interfacial entre implante
e tecido.
COMENTÁRIOS GERAIS

 Um dos fatores considerados importantes em uma


biocerâmica para permitir a osteogênese são a
porosidade, o tamanho de poros e em especial o
grau de intercomunicação desses poros.

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