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“ACIDENTES COM ANIMAIS

PEÇONHENTOS NO
BRASIL”
”SOROTERAPIA NO BRASIL: PRODUÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E GESTÃO DOS PÓLOS DE
ATENDIMENTO, UMA
QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA”

INTRODUÇÃO
;
_ Breve histórico da soroterapia

_ As questões epidemiológicas e de
informações existentes;

_ A política de distribuição de soros pelo ministério


da saúde no Brasil;

_ Nova proposta de modelo de gestão.


I
“ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL”

ACIDENTES.....

ANIMAL PEÇONHENTO.....
ALGUMAS REFERÊNCIAS HISTÓRICAS NO ESTUDO DOS ACIDENTES
COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL

-1560 – Carta de José de Anchieta – Relato de acidentes com “serpentes


venenosas” , lagartas e “aranhas peludas” (caranguejeiras).

-1793-Atestado de óbito de Antonio da Silva Moraes-Picado de cobra.


São Paulo

-1838- Registro de 1 óbito por picada de cobra (entre 1044 registros) na


Santa Casa de Misericórdia. Rio de Janeiro.

-1901-Início da produção por Vital Brazil de soro antiofídico no Brasil e


introdução do “Boletim para observação do accidente ophidico”

(Primeiro instrumento de análise sistemática dos acidentes ofídicos e base dos atuais sistemas
de informação epidemiológica) **

-1986-Criação do Programa Nacional de Ofidismo (SNABS/MS)

-1993- Programa Nacional de Acidentes por Animais Peçonhentos.


(Bochner, R., 2003)
O INÍCIO DO ESTUDO DO OFIDISMO NO
BRASIL: A ESCOLA TROPICALISTA
BAHIANA
1865-1896
Otto Edward Henry Wucherer (1820-1873)
José Francisco de Silva Lima (1826-1910)
John Ligertwood Paterson (1820-1882)

Coni, 1952; Coni, 1967; Falcão, 1975, 1976; Pondé, 1975; Peard, 1990, 1997, 1999,
2001; Edler, 1996, 2002, 2004; Barros, 1998 (Lira da Silva, R.M.,2010)
OFIDISMO
, Ofidismo,
10/03/1867 25/04/1867

(Lira da Silva, R.M., 2010)


TRATAMENTOS LOCAIS:

1. Ligadura Ofidismo, 10/05/1867


2. Excisão das feridas
3. Amputação ou desarticulação do dedo
4. Extrair a peçonha por sucção com a boca ou ventosa
5. Extrair das feridas a peçonha ou destruí-la por meios químicos
(soda cáustica, manteiga de antimônio, nitrato de prata e
amoníaco forte)

TRATAMENTOS SISTÊMICOS:

6. Álcool, licor de amoníaco, acetato de amônia


7. Licor de amônia + aguardente
8. Azeite doce

ESPECÍFICO, OU ANTÍDOTO CERTO, CONTRA A PEÇONHA DE


SERPENTES, NÃO HÁ.
(Lira da Silva, R.M., 2010)
OFIDISMO,
10/05/1867
PENSOU NO SORO:

“outro meio profilático seria,..., a


inoculação da peçonha da cobra,
análoga a que outrora se fazia
com o vírus da varíola”.

“Seria muito para desejar que


algum dos nossos colegas, que
estivesse nas circustâncias de
aprofundar tão interessante
objeto, as aproveitasse em
benefício da humanidade e de
seu próprio renome”.

(Lira da Silva, R.M., 2010)


WUCHERER NA OBRA DE
VITAL BRAZIL (1865-
1950)
1. BRAZIL, Vital. 1905. Ophidismo. Contribuição ao estudo do
ophidismo. Imprensa Médica, XIII, 13. p. 241-247.
2. BRAZIL, Vital. 1905. Contribution à l´etude de l´intoxication d
´origine ophidiene. Paris, A. Maloine ed. 26 p.
3. BRAZIL, Vital. 1911. Therapeutica do ophidismo. Revista Médica de
São Paulo, XIV, p. 164-174.
4. BRAZIL, Vital. 1911. La défense contre l´Ophidisme. São Paulo,
Pocai & Weiss, 181p.
5. BRAZIL, Vital. 1914. La défense contre l´Ophidisme. 2ª edição, São
Paulo, Pocai & Weiss, 319p.
6. BRAZIL, Vital. 1918. Contribuição ao estudo do veneno ophidico.
Collectanea de Trabalhos (1901-1917). Instituto Butantan, São
Paulo, Typographia do Diário Official, p. 2-30.
7. BRAZIL, Vital. 1918. Do envenamento ophidico e seu tratamento.
Collectanea de Trabalhos (1901-1917). Instituto Butantan, São
Paulo, Typographia do Diário Official, p. 31-52.
8. BRAZIL, Vital & BRAZIL FILHO, Vital. 1933. Do envenenamento
elapídico em confronto com o choque anafilático. Boletim do
Instituto Vital Brazil, 15(3):411-461.
9. BRAZIL, Vital. 1938. Contribuição ao estudo do ofidismo. Biologia
Médica, XIII:3-27.
10. BRAZIL, Vital & BRAZIL FILHO, Vital. 1950. Do envenenamento
elapídico em confronto com o choque anafilático. Anais Paulistas de
Medicina e Cirurgia, LX(5):411-461. (Lira da Silva, R.M., 2010)
O CIENTISTA

Vital Brazil Mineiro da Campanha é um dos mais


importantes nomes da ciência médica brasileira e
consagrado no cenário internacional. Nascido a 28 de abril
de 1865, em Campanha, Minas Gerais, seu nome é uma
homenagem ao santo do dia (dia de São Vital), ao estado e
ao país em que nasceu, ainda na época da escravidão. O
cientista foi o fundador do Instituto Vital Brazil (IVB), em
Niterói/RJ e do Instituto Butantan, em São Paulo,
importantes laboratórios e centros de pesquisa brasileiros.
Sua principal contribuição foi provar ser necessário soro
específico para tratar acidentes com cada espécie de cobra,
evitando milhões de mortes por envenenamento.
O INSTITUTO VITAL
BRAZIL

• 1919
• O IVB É UM ÓRGÃO DA SECRETARIA DE
•SAÚDE E DEFESA CIVIL, DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. É UM DOS 18
LABORATÓRIOS OFICIAIS BRASILEIROS E UM DOS TRÊS FORNECEDORES DE SOROS CONTRA O
VENENO DAS PICADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE, QUE OS
DISTRIBUI POR TODO O BRASIL. DESDE 2001, É O ÚNICO A PRODUZIR SORO CONTRA PICADAS
DA ARANHA VIÚVA NEGRA, CUJO VENENO É MUITO TÓXICO E QUE PODE LEVAR À MORTE.
TAMBÉM ATENDE A TODO O SETOR PÚBLICO, COM A PRODUÇÃO DE APROXIMADAMENTE 50
MEDICAMENTOS (FARMACÊUTICOS E IMUNOBIOLÓGICOS) DE USO HUMANO. REALIZA ESTUDOS E
PESQUISAS NO CAMPO FARMACÊUTICO, BIOLÓGICO, ECONÔMICO E SOCIAL. SERVIÇOS QUE VÃO
DOS DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS E EPIDEMIOLÓGICOS A PROGRAMAS DE CONTROLE DE
DOENÇAS.
FLUXO DE PRODUÇÃO
Peçonhentos
Virais
ANTÍGENOS Produto
Bacteriano

SANGRIA Eqüinos

Método POPE, procedendo-se uma


PRODUÇÃO digestão enzimática com pepsina,
precipitação com sulfato de Amônia,
filtração, diálise e concentração.
FLUXO DE PRODUÇÃO
Controles em processo
• Químico
CONTROLE • Físico-Químico
DE • Biológico
QUALIDADE

LIBERAÇÃO

Envase
Acondicionamento
Controle de Qualidade
Envio ao INCQS/MS***
CONTROLE DE QUALIDADE
O Controle de Qualidade é parte integrante
do sistema da qualidade que tem como
função assegurar que os ensaios
necessários e relevantes sejam executados
dentro das normas padronizadas pelo
Ministério da Saúde/ Farmacopéia brasileira
e pela ANVISA, e que os insumos e/ou
produtos não sejam liberados para o uso,
nem para venda ou fornecimento, até que
sua qualidade esteja assegurada.
SOROS ANTIOFÍDICOS

ANTIBOTRÓPICO  “JARARACAS”

ANTICROTÁLICO  “CASCAVÉIS”

ANTILAQUÉTICO  “SURUCUCUS”

ANTIELAPÍDICO  “CORAIS”

ANTIBOTRÓPICO-CROTÁLICO

ANTIBOTRÓPICO-LAQUÉTICO
SOROS CONTRA VENENO DE ARTRÓPODOS

ANTIESCORPIÔNICO  “Escorpiões (Tityus) ”

ANTILOXOSCÉLICO “Aranhas-marrons”
(Loxosceles)”

ANTIARACNÍDICO  “Aranhas-marrons; Escorpiões;


Aranhas armadeiras (Phoneutria) ”

ANTILATRODÉCTICO “Aranhas viuvas negras” (Latrodectus)

ANTILONÔMIA “Taturanas” (Lonomia)

ANTIAPÍLICO “Abelhas” (Apis)


AÇÕES
FUTURAS
◾ Clonagem dos hibridomas positivos;
◾ Expansão dos hibridomas clonados e
caracterização dos anticorpos monoclonais;
◾ Testar a eficácia dos anticorpos monoclonais
frente ao plasma de pacientes picados por
serpentes
• TRANSCRIPTOMA DE CÉLULAS DE GLÂNDULA DE VENENO
(banco de cDNA) pp micrurus

•Banco de venenos ( aranhas/escorpiões/serpentes)


•Melhoria de rendimento na produção de soro
•Menor uso de animais
SINAN
SINITO
X SIH
SIM
Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90),

É O CONJUNTO DE ATIVIDADES QUE PERMITE REUNIR A


INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL PARA CONHECER, A CADA
MOMENTO, O COMPORTAMENTO OU A HISTÓRIA NATURAL DE
UMA DOENÇA, E DETECTAR OU PREVER MUDANÇAS QUE
POSSAM OCORRER POR ALTERAÇÃO DOS FATORES QUE A
CONDICIONAM.

A sua finalidade maior vem a ser recomendar, sobre


bases científicas, as medidas oportunas que levem à
prevenção e ao controle dessa mesma doença.

É um dos instrumentos centrais que orientam as ações


da Saúde Pública.
AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO
SERVIÇO DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA SÃO:
•reunir toda a informação necessária e
atualizada;
• processar, analisar e interpretar os
dados; e
•recomendar a implantação e/ou
implementação das atividades pertinentes ao
controle imediato, ou a longo prazo, da
doença.
SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas  Centros de Controle de Intoxicações

SINAN- Sistema Nacional de Agravos de Notificação


Polos de atendimento antipeçonhento

SIH – Sistema de Internação Hospitalar

SIM – Sistema de Informação de Mortalidade


SINITOX
SISTEMA NACIONAL DE
INFORMAÇÕES TÓXICO-
FARMACOLÓGICAS - SINITOX
Tem como objetivo registrar os Casos Notificados e Atendidos pelos 36 Centros de
Informação Toxicológica do Brasil e desta forma padronizar os dados, permitindo a análise
dos
mesmos e facilitando a tomada de decisões nos diversos níveis do Sistema Único de
Saúde(SUS). Pode ser instalado em qualquer nível do SUS, desde o mais periférico(Unidade
de
Saúde-US/Centro de Informações Toxicológicas-CIT), até ao nível estadual ou federal. Esta
possibilidade se deve ao fato do sistema dispor de rotinas para tráfego dos dados, que são
as
rotinas de Transferência e Recebimento.
SINAN
M édi a anual do período de 2001 a 2006 Médi a anual do período de 1990 a 1995
Agravo N
o Classificação N
o Classificação
De ngue 310006 1o Malária (todas as formas) 546398 1o
o o
Tuberculose 90678 2 Tuberculose (todas as formas) 81390 2
o o
Acidentes por Animais Peçonhent os 70082 3 Dengu e 57776 3
o
Hansenías e 55004 4 Hanseníase 32454 4o
o o
Esquistoss omose 50044 5 Acidentes por Animais Peçonhent os 32000 5
o o
Hepatites Virais 48917 6 Cólera 31259 6
o o
Aids 36277 7 Leishmaniose Tegumentar 29363 7
o
Leishmaniose Tegumentar 29619 8 Sa r a mp o 19421 8o
o
Meningites 28053 9 Aids 14982 9o

Sífilis Congênita 5033 10 o Coqueluche 6836 10 o


Leishmaniose Visceral 3482 11 o Doenç a Meningocócica 5587 11 o
Leptospirose 3416 12 o Hepatite B 4140 12 o
Intoxicação por Agrotóxicos 2785 13 o Leptospirose 2732 13 o
Sa r a mp o e Rubéola 1830 14 o Leishmaniose Visceral 2486 14 o
Malária 1134 15 o Febre Tifóide 2093 15 o
Coqueluche 1010 16 o Meningite por haemophilus 1559 16 o
Sífilis Gestante 694 17 o Tétano Acidental 1271 17 o
Febre Tifóide 630 18 o Hepatite C 1083 18 o
Paralisia Flácida A guda 602 19 o Paralisia Flácida Aguda 491 19 o
Tétano Acidental 509 20 o Difteria 347 20 o
Doe nça de Chaga s Agu da 376 21 o Tétano Neonatal 220 21 o
Hantaviroses 133 22 o Raiva H u m a n a 51 22 o
Febre Maculosa 84 23 o Febre Amar ela 23 23 o
Rubéola Congênita 38 24 o Peste 16 24 o
Difteria 31 25 o Hantavírus 1 25 o
Tétano Neonatal 21 26 o
Raiva H u m a n a 20 27 o
Febre Amarela 18 28 o
Cólera 6 29 o
Botulismo 3 30 o
Peste 0 31 o
ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL ENTRE 2000 a 2009*

100.000

90.000

TOTAL
80.000
ESCORPIÕES
SERPENTES
70.000
ARANHAS
LAGARTAS
Número de acidentes

60.000

50.000

40.000 ** Estimativa
do número de
30.000 acidentes com
serpentes no
20.000 ** Brasil feita em
1909 por Vital
10.000 Brazil .

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
Fonte:SINAN/SVS/MS
*Dados preliminares sujeitos a revisão
ÓBITOS CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL ENTRE 2000 a 2009*

250

200

150
Número de óbitos

TOTAL
SERPENTES
ESCORPIÕES
ARANHAS
100
LAGARTAS

50

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
Fonte:SINAN/SVS/MS
*Dados preliminares sujeitos a revisão
PORTANTO:

Em relação à Vigilância Epidemiológica,


nada se faz sem a obtenção de informações.
NOVA PROPOSTA DE MODELO
DE GESTÃO.
APLICAÇÕES DA
TELEMEDICINA

1 telediagnóstico: envio remoto de dados de sinais e imagens, dados laboratoriais, etc., para
finalidades diagnósticas;

2 telemonitoração: acompanhamento de pacientes à distância, monitorando parâmetros vitais;

3 teleterapia: controle de equipamentos à distância;

4 teledidática: aplicação das redes telemáticas na implementação de cursos à distância;


POLOS

IVB

Switch

WEB

MCU

Hospital
HUAP UFF
PRETENDE
MOS:

A) ASSISTÊNCIA MÉDICA COMPETENTE E SEGURA;


B) INFORMAÇÃO (seqüelas; eficiência/eficácia da soroterapia;
distribuição geográfica de serpentes ETC);
C) ANÁLISE DE DADOS;( informação )
D) PROPOR NOVO MODELO DE GESTÃO DO SISTEMA;
E) TREINAMENTO E ATUALIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
******.
OBRIGADO

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