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UM IMPÉRIO

CATÓLICO
INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
“Portugal é hoje em dia um Estado de quarta
ordem e necessitado, por consequência dependente.
[…] Uma vez que o Brasil todo está persuadido
desta verdade eterna, a separação do Brasil é
inevitável…” (Dom Pedro).
CONGRESSO DE VIENA (1815)

 As potências europeias, debateram sobre a restauração da


“antiga ordem em nome da fé cristã”. O tratado dessa Santa
Aliança visava combater novas ideias liberais e garantir a
continuidade das tradicionais monarquias hereditárias.
 Essa Santa Aliança recebeu apoio da Igreja. A monarquia
sagrada era tida como o modelo ideal de governo, pelo fato de
ter “origem divina” e não ser fruto de reivindicações populares.
Retomando a união entre Trono e Altar.
INDEPENDÊNCIA
DO BRASIL

 Revolução do Porto (1820);


 Dia do FICO (09/01/1822);
 As ameaças da corte portuguesa -
28/08/1822;
 Grito do Ipiranga: 07/09/1822
O IMPÉRIO E A IGREJA

 A continuidadeda monarquia de “tradição


católica” no Brasil foi aplaudida pelas
forças conservadoras da Europa e pelo
Papa.
 Os bispos brasileiros eram favoráveis ao
regime monárquico.
 Dom Romualdo Antônio Seixas,
arcebispo da Bahia, defendia o caráter
sagrado do monarca.
CARTA PASTORAL DE 18/03/1828

“Que príncipe reuniu jamais tantos direitos ao amor e reconhecimento dos seus
súditos?... Se saindo enfim do sistema colonial, nos achamos, como por
encanto, a par dos povos mais adiantados em civilização, tantos e tão
inapreciáveis benefícios são devidos ao gênio vasto e liberal de um príncipe
suscitado por Deus, nos favoráveis momentos de sua misericórdia, para
salvar o Brasil e manter o esplendor da Religião Católica Apostólica
Romana na ditosa terra de Santa Cruz. Nós seríamos, pois, os mais ingratos
e os mais irreligiosos dos homens, se pudéssemos vacilar nos sentimentos de
lealdade que havemos jurado a um soberano tão amável”.
RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA

 Portugal reconheceu oficialmente em 28/08/1825;


 A Santa Sé deu seu veredito no dia 23/01/1826.
 Leão XII pelo breve “Quam intima” de
15/04/1826, reconheceu Dom Pedro I como
Imperador do Brasil e prometeu a confirmação de
bispos para as dioceses vacantes, sob a condição
que fossem apresentados “candidatos dignos”.
 Dom Pedro Ostini foi nomeado em
23/06/1829;
PRIMEIRO  Tomou posse em 10/06/1830;
DO NÚNCIO  Ele não adaptou-se ao Brasil;
DO BRASIL  Dom Ostini despediu-se do Brasil em
fevereiro de 1832, passando os negócios da
nunciatura no Rio de Janeiro aos cuidados do
auditor, Monsenhor Domingos Cipião
Fabbrini.
 Até 1901 o país só teria um Encarregado ou
Internúncio.
Dom Ostini em carta ao Secretário de
Estado da Santa Sé em 1830
“O povo não é melhor que os modelos que tem diante dos olhos, Por ser
indolente e indiferentíssimo aos deveres sagrados da Religião, os
confessionários veem-se desertos, e não acontece aqui como em outros lugares,
onde são vistos a frequentar os sacramentos fiéis de ambos os sexos. Nos dias
festivos, as vendas e armazéns estão sempre abertos e os artistas trabalham, sem
exclusão dos pedreiros – nos lugares mais populosos -, nem dos sapateiros e
outros. Aqui toda religião consiste em aparatos, músicas, repicar de sinos e
fogos de artifício. O concurso que se realiza em tais ocasiões, até nas igrejas,
oferece espetáculo de maior licenciosidade. [...] Os padres vivem publicamente
com concubinas, rodeados de filhos...”
PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL
OURTOGADA EM 25/03/1824
 Possuía 169 artigos;
 Elaborada por um Conselho de Estado;
 Vigorou até o fim do regime imperial;
 Definiu o governo como uma “monarquia hereditária e
constitucional”;
 Estabeleceu 4 poderes: moderador, executivo, legislativo e
judiciário. Porém, os poderes eram concentrados nas mãos do
Imperador que era considerado inviolável e sagrado.
Na Constituição Imperial, o catolicismo foi
declarado “religião do Estado”, tendo por
isso um caráter oficial e quase exclusivista.

A Religião e o ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO: “A


Estado Religião Católica Apostólica Romana
continuará a ser a religião do Império. Todas
as outras religiões serão permitidas com seu
culto doméstico ou particular, em casas,
para isso destinadas, sem forma alguma
exterior de templo”.
A RELIGIÃO E O ESTADO
A Constituição deu ao monarca o direito de nomear bispos e prover
outras funções eclesiásticas; conceder ou negar beneplácito aos decretos
papais antes de serem divulgados no Brasil; admitir o recurso a Coroa,
isto é, o direito de alguém apelar aos tributos civis caso não
concordasse com as sentenças da autoridade da Igreja.
A Igreja na Carta Magna do Império é tratada como “um departamento
da administração civil” e deve ser “ÚTIL” para o Estado. O clero fazia
parte do funcionalismo público e era mal pago pelos cofres estatais.
A BULA PAPAL DE 1827
Logo após a Independência foi enviado a Roma, Monsenhor Francisco Correia
Vidigal, um clérigo da época. Conseguiu da Santa Sé o reconhecimento da
Independência, a concessão da nunciatura e uma Bula pontifícia referente aos
“direitos do padroado”.

O Papa Leão XII respondeu com a Bula “Praeclara Portugalliae” de 25/05/1827


estendendo ao monarca brasileiro a antiga concessão pontifícia que dava aos reis
de Portugal direitos sobre a Igreja.

O governo considerou a Bula “ociosa e inútil”, alegando que o


Imperador já possuía todos esses direitos especificados na
Constituição de 1824.
FREI CANECA E A
CONFEDERAÇÃO DO
EQUADOR

Frei Carmelita Joaquim do Amor


Divino, Frei Caneca;
Comandou o movimento que criticava
a política centralizadora de Dom
Pedro I.
FREI CANECA E A CONFEDERAÇÃO
DO EQUADOR
Eles pretendiam reunir as províncias do Norte sob a forma
federalistas, com um governo representativo e republicano
Aconteceu em Pernambuco.
O movimento foi reprimido; Frei Caneca foi condenado a
morte. Sendo executado em 13/01/1825, como nenhum
carrasco quis enforcá-lo, foi fuzilado.
A RENÚNCIA DE DOM PEDRO I

 Em 07/04 de 1831 Dom Pedro I assinou a abdicação em favor de


seu filho de cinco anos, Dom Pedro de Alcântara.
 Após a partida do Imperador, foi instituída a REGÊNCIA, pois
Pedro era menor de idade.
 Essa fase durou nove anos: PROVISÓRIA; TRINA; UNA;

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