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SEMINÁRIO INTEGRADOR DO CURSO

PROFESSORAS:

Carla Andréa Silva

Maria Dilma Andrade Vieira dos Santos

Teresina - Piauí
SEMINÁRIO INTEGRADOR DO CURSO

Esta disciplina tem por meta principal apresentar a você estudante, o


processo de construção e organização do curso de especialização em AEE:
Educação Infantil e Alfabetização, desde sua concepção até a seleção das
disciplinas ofertadas. Ainda, acolher e conhecer a realidade dos diferentes
municípios na oferta e estruturação das salas de AEE e um pensar sobre
uma educação inclusiva e transformadora. Pretende-se ainda, dotá-los de
conhecimento para o uso eficaz da plataforma, bem como conhecer os
agentes envolvidos (professores, tutores e coordenação) e os principais
canais de comunicação propostos pela plataforma.
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Para entendermos a necessidade da oferta de formação nesta área recorremos a um estudo


apresentado pelo Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária - CENPEC,
da pesquisadoraStephanie Kim Abe, no artigo intitulado “Por que precisamos de formação docente sobre
inclusão?''. Nesse artigo, ela aponta que em pesquisa realizada com 967 docentes do Ensino
Fundamental e Médio de escolas públicas de todas as regiões do Brasil, 40% destes docentes nunca
fizeram uma formação sobre inclusão de estudantes com algum tipo de deficiência.

Outro destaque encontrado pela pesquisadora nesta análise é que falta de formação geral ou
específica nos temas tratados entre docentes do ensino médio – metade delas(es) nunca teve formação a
respeito da temática. E com relação às regiões brasileiras, docentes do Nordeste (49%) e do Norte (41%)
formam os maiores grupos dos que nunca fizeram esse tipo de formação. Enquanto a região Sudeste,
esse percentual é de 40%, na região Sul é de 28%, tal como na região Centro-Oeste (Abe, 2022).
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Outro dado relevante para a escolha dessa area foi a constatação de que, segundo o último censo, no
estado do Piauí, dez municípios reúnem um percentual considerável de pessoas com deficiências 1: Bom
jesus (6.914), Floriano (20.300), José de Freitas (15.977), Parnaíba (54.971), Picos (24.026), Piripiri
(27.088), Santa Cruz do Piauí (1.840), São Raimundo Nonato (11.444), Simões (3.691) e Teresina (283.328
pessoas) (Brasil, 2010). Essa informação aliada à constatação de lacunas na formação de profissionais da
educação que recebem estes alunos e a necessidade de garantir uma educação de qualidade que
assegure ao público alvo da educação especial, o aprender, a aquisição de competências e habilidades
cognitivas, emocionais, atitudinais etc, além de em outras etapas qualificá-los para a formação profissional;
contribuiu para que, estes municípios fossem escolhidos para ser o principal destino de uma formação em
Atendimento Educacional Especializado - AEE. Dessa maneira, reconhecendo o cenário acima mencionado,
entendemos a oferta da formação em AEE no estado do Piauí como necessária para a mudança que tanto
buscamos para garantir contextos escolares efetivamente inclusivos,
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Ao entender que existe uma demanda por formação na área de Educação


especial, a Universidade Federal do Piauí, por meio do Centro de Educação Aberta e
a Distância (CEAD), em parceria com o Programa Institucional de Fomento e
Indução da Inovação Inicial e Continuada de Professores e Diretores, da Secretaria
da Educação Básica (SEB), do Ministério da Educação (MEC) viu na oferta do Curso
de Especialização em Atendimento Educacional Especializado (AEE), na modalidade
a distância, a chave para atender a lacuna na formação de professores graduados
em licenciaturas diversas, e a oportunidade de promover formação de qualidade para
atuarem com o alunado público alvo da Educação Especial em nosso estado.
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Considerando dados do INEP (CENSO 2021), o número de matrículas da educação especial


chegou a 1,3 milhão em 2021. 0 maior número está no Ensino Fundamental, que concentra 68,7%
dessas matrículas. Quando avaliado o aumento no número de matrículas entre 2017 e 2021,
percebe-se que as de ensino médio são as que mais cresceram, um acréscimo de 84,5%. A mesma
pesquisa aponta ainda que

Considerando apenas os alunos de 4 a 17 anos da educação especial, verificase que o


percentual de matrículas de discentes incluidos em classes comuns também vem aumentando
gradativamente, passando de 90,8%, em 2017, para 93,5%, em 2021. (BRASIL,2022).

Os dados acima corroboram com o avanço das políticas de inclusão e acessibilidade,


entretanto percebe-se, ao mesmo tempo, uma fala quase generalizada, de docentes, apontando
para a falta de domínio de técnicas e metodologias pedagógicas que os permitam assistir a tal
público..
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Outro dado relevante aponta para o crescimento significativo de estudantes PAEE que
ingressam no nível superior. Segundo dados do 1NEP (Censo da Educação Superior - Notas
estatísticas 2019), entre 2010 e 2019 a matrícula de pessoas com deficiência no ensino superior
aumentou em 144,83%. Esses dados alertam para a necessidade de pensarmos em processos
formativos, que possibilitem aos docentes que atuam no ensino superior, saberes pedagógicos e
estratégias que garantam a plena inclusão desse público.

Atualmente a Universidade Federal do Piauí conta com o Núcleo de Acessibilidade - NAU,


que medeia as ações de inclusão e acessibilidade de cerca de 620 estudantes PAEE (dados
fornecidos pelo NAU), seja orientando as adaptações necessárias nas questões arquitetônicas,
metodológicas ou comunicacionais, seja disponibilizando, através do Laboratório de Acessibilidade
e Inclusão (LACI) o acesso à tecnologias assistivas que assegurem ao estudante PAEE e ao
docente a equidade no processo de ensino e aprendizagem.
POR QUÊ UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AEE?

Destacamos que a proposta formativa do curso de Especialização em AEE,


considerou em sua execução o fato da oferta de educação especial ter seu início
durante a educação infantil e, de que o atendimento educacional especializado
por sua vez, também deve efetivar a cobertura da Educação básica e estender-se
até o Ensino superior (Brasil,1996). Ainda segundo a lei Brasileira de Inclusão -
LBI, Art 28, inciso X, “ Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: a adoção de práticas pedagógicas
inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e
oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado.”
( Brasil, 2015). Assim, o curso oferece dois percursos formativos, distintos, AEE:
Educação infantil e Alfabetização e AEE: Ensino fundamental, Médio e Superior
ESTRUTURA DO CURSO

ESTRUTURA DO
CURSO
QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE VAGAS
PÚBLICO ALVO

O público-alvo dos cursos de especialização criados nos termos da


Resolução CEPEX/UFPI 349, de 16/09/2022, engloba profissionais com
formação em nível de graduação que atuam nas diferentes etapas e
modalidades da Educação Básica e na Educação Superior, em instituições
públicas e privadas, na docência, no atendimento especializado, na gestão
do ensino ou em programas de educação não escolar, interessados em
qualificação conforme as concepções, princípios e diretrizes da Política
Nacional de Educação Especial, da BNCC, assim como as demandas de
atualização em suas respectivas áreas de conhecimento e atuação
profissional
AÇÕES TRANSVERSAIS

● Encontra-se previsto o II Fórum Estadual de Educação Especial para


final de 2023.
● Na estrutura do curso estão previstos encontros presenciais em cada
uma das disciplinas ofertadas como forma de articular os saberes
mobilizados nas discussões e leituras, com a realidade local de cada
núcleo.
● A realização de oficinas relacionadas a atuação em AEE junto as
distintas deficiências também encontram-se previstas como forma de
mobilizar os saberes da prática cotidiana e vivencial.
● Está prevista a realização de pesquisa sobre a realidade da Educação
Especial no Piauí, a ser socializada em publicações e eventos.
● Organizar visitas a instituições parceiras que oferecem Atendimento
Educacional Especializado no estado do Piauí.
REFERÊNCIAS

ABE, Stephanie Kim. Porque precisamos de Formação docente sobre Inclusão? Cenpec.org.br, 2022.
Disponível em: Acesso em 16.08.2022 BRASIL. Lei O 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Disponível em: https
://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstreamlhandle/id1572694/Lei_diretrizes_bases_4ed.pdf?se quence= 1
&isAllowed=y. Acesso em: 15 dez. 2021. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de
Educação Básica. Resolução CNE/CEB n.° 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade
Educação Especial. Diário Oficial da União, 5 de outubro de 2009.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Resumo
Técnico: Censo Escolar da Educação Básica 2021. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Glossário da educação especial: Censo Escolar 2020
[recurso eletrônico]. - Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira, 2020
BRASIL. (2015). Lei nº 13.146 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência).
Aprender na vida, aprender junto do povo,
aprender nos livros e na experiência dos outros.
Aprender sempre.
Amilcar Cabral"

Obrigada por estar aqui conosco!


Carla Andréa e Dilma Andrade

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