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METODOLOGIA DA

INVESTIGAÇÃO
CRIMINAL
Curso Base de Investigação Criminal

Objectivos da sessão:

• Conhecer modelos e metodologia da


Investigação Criminal
O Investigador é responsável pela:

1. Gestão e avaliação dos locais de crime;

2. Preservação, recolha de vestígios para


avaliação e comparação cientifica;

3. Preparação de relatórios detalhados


decorrentes da investigação criminal e da
organização material do processo
O investigador deverá isolar o local do crime (usando
cordas, fitas, barricadas, pessoal policial, etc.) antes
de procurar os objectos e artigos que possam ser
considerados vestígios.

O investigador deve ser arguto, compreendendo e


reconstruindo os eventos como eles aconteceram, por
forma a determinar a sucessão de eventos e averiguar o
tipo de localização de vestígios.

O investigador auxilia as autoridades judiciárias a identificar,


localizar e deter o(s) suspeito(s), bem como a preparar os
processos criminais, fornecendo testemunhos, relatórios,
esboços/croquis e fotografias.

O seu testemunho de especialista não só tem que seguir as


regras da prova mas também deve poder explicar o
significado do vestígio e o respectivo relacionamento com
a prova científica.
O CRIMINOSO
A determinação de alguns factores auxiliam na
identificação do autor(es):

• O móbil;
• O modus operandi;
• O perfil psicológico;
• Os vestígios materiais;
• A confissão criminal (começar-se primeiramente por
tentar obter a confissão junto do suspeito é principia-la pelo
fim)
MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Por não ser exequível investigar individualmente cada


crime, o melhor método de investigação consiste no
estabelecimento de padrões da actividade criminal, de
localizações geográficas, dos tipos de vítimas e o do
número e características dos autores, por forma a se
relacionarem crimes e (potenciais) suspeitos.

Este método permite a investigação por grupos de crimes


devidamente padronizados, unindo, combinando e
cruzando a informação disponível, de maneira a ficarmos
com um quadro mais completo da actividade criminosa e
dos seus autores – principalmente o seu modus
operandi.
A investigação criminal não é mais do que o conjunto de
respostas às seguintes questões e às correlações
estabelecidas entre elas:

• Quem -identificação dos ofendidos, do criminoso


e das testemunhas;
• Onde - descrição exacta do local do crime;
• Com quê - designação dos instrumentos do
crime;
• O quê - natureza do acto criminoso;
• Porquê - indicação dos motivos;
• Como - descrição da execução do crime;
• Quando - definição do momento do crime e de
todas as averiguações ou actos de investigação
FACTOS A TER EM CONTA

. Um ilícito criminal não se esgota na sua consumação,


houve por certo um período de preparação (por mínimo
que tenha sido) e uma fase posterior (ex. fuga).

• Assim, qualquer movimentação suspeita ocorrida em


dias/horas anteriores ao cometimento do ilícito poderá ter
sido detectada por testemunhas (vizinhos, funcionários,
etc.)

• Ter atenção à logística utilizada pelos infractores – ex.


viatura (onde foi furtada / onde foi abandonada)
• No local do crime à que verificar:

- O tipo de ilícito (padroniza a actuação);

- O tipo de material furtado (poderá reduzir o


leque dos “interessados”;

- Tipo de actividade – café, escritório,


residência, etc (poderá limitar o grau de
preparação do ilícito, reconhecimento ao local
por parte dos autores, etc)
• Poderemos referir que:

- o momento do cometimento do ilícito (hora de


almoço, meio da tarde, noite, etc);

- os artigos subtraídos (obra de arte, ouro – alguns


artigos só interessam a certas pessoas;

- o modo de actuação (modus operandi) –


arrombamento, escalamento, etc

são de grande importância para se direccionar a


investigação
CORRELAÇÃO DE FACTOS
Durante o decurso da Investigação Criminal, é
fundamental completar-se a correlação entre
diversos elementos:

• A vítima;
• O local;
• O suspeito
• Os objectos utilizados para o cometimento do
crime
Fotografia do local do crime e
elaboração do «croquis»

• A fotografia desempenha na investigação um


compreensível papel de relevo, pois que por ela
se fixam para qualquer momento ulterior as
coisas e pessoas tal como foram vistas no
momento do primeiro contacto com o crime e
seu local. Ela permite uma permanente e fiel
reconstituição do quadro do crime que, doutra
forma, se não poderia conservar, já que a
memória dos presentes não dá garantias de
exactidão ao longo do tempo.
Vejamos o que importa fotografar:

A própria vítima - o número de vezes necessário para


que se fixe bem:

• a) A sua colocação e posição vistas de cima, de lado


e, mais particularmente, a posição dos braços e das
pernas;
• b) A sua posição relativamente a uma janela, à porta
de entrada na sala, a um móvel que pareça interessar
ao quadro do crime ou à própria arma do crime que,
eventualmente, se mostre próxima;
• c) As feridas visíveis, fotografando-as de cima, de
lado e em grande plano para bem as caracterizar.
• Quaisquer sinais, objectos ou manchas que circundem
o cadáver. Assim se fixarão as manchas de sangue, os
instrumentos do crime porventura deixados no local,
quaisquer objectos, em suma, que junto da vítima se
encontrem.
• A sala do crime no seu aspecto integral e no pormenor
de um móvel arrastado, de uma parede manchada, do
chão salpicado, de uma janela com vidro estilhaçado, etc..
• Outras dependências de acesso à sala do crime, onde
se verifiquem marcas de passos do criminoso ou
quaisquer outros vestígios que assinalem essa passagem.
• O exterior, desde que se verifique a presença de
objectos, sinais de escalamento ou de arrombamento, ou
de passos, ou ainda quando pareça conveniente fixar o
enquadramento do prédio na rua e no conjunto dos outros
prédios.
A elaboração do «croquis».
• O «croquis» representa a reprodução gráfica do
conjunto da cena do crime, com definição das
distâncias a que se encontram os vários elementos de
interesse, referidos a pontos fixos relacionados com a
posição da vítima.
• O «croquis» é feito por escala que pode, por exemplo,
ser de 2 cm. por metro, podendo adoptar-se papel
quadriculado de 5 mm..
• Nele se localizarão os objectos, manchas, sinais,
móveis e a vítima, com as respectivas distâncias de
referência, para elaboração do qual o funcionário fará
um borrão que passará a limpo mais tarde.
“CROQUIS”
1 - «Croquis» da sala do crime

• Haverá que assinalar nas paredes dos quartos, nos móveis ou nas
janelas quaisquer vestígios observados, far-se-á, então, «croquis»
completo do chão, das quatro paredes e do próprio tecto, segundo
o esquema ou planta de Kenyers.
• Esse levantamento compreende cinco ou seis partes:
- O centro (soalho);
- O levantamento das quatro paredes;
- O tecto, em continuação de uma das paredes.
• Na parte central fixam-se os móveis (rotação dos ponteiros do
relógio) no «croquis», simples; nas paredes, designadas pelas
letras A, B, C e D, as portas e janelas desenham-se
geometricamente, assim como qualquer móvel que a elas se
encontre encostado.
Parede B

A1
11
A6
A5

Tecto Parede C Parede A

Parede D
“CROQUIS”
2 - «Croquis» do quarto do crime no conjunto
das divisões da casa

Não será necessário entrar em pormenores de


cada uma das salas, já que isso constará do
“croquis” elaborado de cada uma das divisões
que interessam.

No “croquis” de conjunto mencionar-se-ão, por isso


apenas, as divisões pela sua designação e finalidade,
assinalando as portas e janelas pela forma já
conhecida e quaisquer sinais ou manchas que devam
particularmente anotar-se.
“CROQUIS”
3 - «Croquis» de localização do prédio

• Pode também ser conveniente fixar a posição


do prédio relativamente a outros prédios
vizinhos ou contíguos.
• Isto terá interesse, sobretudo, se o prédio
vizinho algum papel representa no crime - se
foi a via de acesso do criminoso.

• O «croquis» é feito na orientação norte, que se


indicará com uma flecha e a letra N.
O móbil do crime

• O crime tem sempre uma motivação remota ou


próxima, que desencadeia a acção do autor.

• Um crime sem motivo ou de motivo fútil virá,


naturalmente, duma personalidade anormal e fará
pôr em dúvida a responsabilidade penal do seu
autor.

• O investigador deverá, por isso, fazer, até no local do


crime e em função do que observa, as suas primeiras
suposições sobre a razão determinante do autor.
• Questões relativas à personalidade do
criminoso

– Pela forma de execução;


– Pelos instrumentos utilizados;
– Pela malvadez que aparenta;
– Pela insistência revelada na consumação da morte no
próprio corpo da vítima;
– Pela sua cobiça;
– Pela sua depravação sexual;
– Seu espírito de vingança;
– Desejo de enriquecimento;
– Satisfação de interesses materiais em conflito (por cobiça ou
inveja);
– Com brutalidade;
– *O ciúme (crime passional);
– Proveniente de sexualidade aberrante;
Furto / Roubo
• Com efeito, o roubo / furto pode ter por objecto dinheiro, jóias,
títulos, outros valores ou documentos.

• O investigador deverá procurar determinar na averiguação, e


ainda no local, o que foi roubado. Por vezes, isso será difícil
por falta de elementos de referência, mas é possível que
alguém da família da vítima, ou do seu convívio» possa referir,
se não na totalidade, ao menos parcialmente, o que
desapareceu de casa ou da própria pessoa da vitima (dos
bolsos, dos dedos, do pulso, etc.).

• As investigações orientar-se-ão no sentido de localizar esses


objectos ou títulos nas casas que os costumam negociar
(penhoristas, adelos, receptadores, cambistas) e nas zonas de
prostituição, pois o indivíduo pode ter tido um gesto de jactância
de posses ou de generosidade em favor de alguma prostituta
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME

1 . FURTO EM RESIDÊNCIAS

 Começar sempre a pesquisar pelo local de entrada (janela,


clarabóia, porta, etc.). É importante pois é a zona onde possíveis
precauções ainda não terão sido tomadas pelo autor ou autores
do crime.
PROCEDIMENTOS NALGUNS TIPOS DE CRIME

FURTO EM RESIDÊNCIAS (cont.)

 Com arrombamento de
 Porta:

 Extracção de canhão – exame do próprio;

 Almofada/estrutura – exame das estruturas


arrombadas e envolventes, bem como zonas de
apoio;

 Chave-de-fendas/pé-de-cabra – exame das


2

ARROMBAMENTOS. 1 - por meio de orifícios e corte em


volta da fechadura; 2 - por meio de cunha e pé de cabra,
estroncando a porta; 3 - por corte do delgado da almofada da
porta; 4 - por estroncamento da fechadura.
Mesmo as mais comuns ferramentas, como o pé-de-cabra utilizado
acima para arrombamento e entrada furtiva, deixam marcas que
podem ser comparadas com a ferramenta - se esta é encontrada - de
modo a incriminar o perpetrador.
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
FURTO EM RESIDÊNCIAS

 Com arrombamento de
 Janela:

 Examinar fragmentos de vidro, sobretudo os que


tenham massa de vidro agarrada ou ainda se
encontrem presos nos caixilhos;

 Verificar se não faltam fragmentos de vidro


(podem estar num canteiro ou caixote de lixo,
debaixo dum carro estacionado, etc) .
Quando um assaltante bate com o punho numa vidraça,
fragmentos finos são atirados para trás pelo golpe, alojando-se no
seu vestuário.
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
FURTO EM RESIDÊNCIAS

 Furto com escalamento

 Examinar eventuais superfícies de apoio ou


objectos utilizados e abandonados.

 Exame de objectos manuseados.


PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
2. FURTO DE VEÍCULO
 examinar:

 Vidros (face interna);

 Espelho retrovisor interior;

 Fechos dos cintos de segurança;

 Tampa da coluna de direcção (se arrombada);

 Eventuais matrículas falsas;

 Tickets de estacionamento, portagens, etc;

 Eventuais objectos existentes na bagageira.


PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
FURTO EM VEÍCULO (cont.)

 examinar:
 Objectos manuseados;
 Consolas partidas;
 Eventuais fragmentos de vidro.
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
3. FURTO EM ESTABELECIMENTOS

 Exame do local de entrada (semelhante às residências)

 Ter em consideração que locais expostos ao público


não oferecem garantias quanto ao valor extrínseco dos
vestígios.

 Exame de objectos manuseados.


PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
4. HOMICÍDIO

1 - Diligências preliminares referentes ao local:

• a) Definição exacta do local do crime;


• b) Bloqueamento de saídas;
• c) Inspecção do local nas suas vias de acesso e fuga;
• d) Afastamento de todas as pessoas inúteis e
identificação e vigilância das restantes;
• e) Exame da sala do crime e demais dependências;
• f) Fotografia do local do crime e elaboração do
«croquis».
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME

2 - Diligências preliminares referentes à vítima:

• a) Identificação da vítima;
• b) Observação das lesões visíveis;
• c) Fixação da posição da vítima;
• d) Fotografia / croqui;
• e) Definição do quadro social e familiar da
vítima.
PROCEDIMENTOS NALGUNS
TIPOS DE CRIME
DILIGÊNCIAS SUBSEQUENTES
• 1 – Criminoso:
• a) Vestígios deixados;
• b) O móbil do crime.

• 2 - A vítima:
• a) Factores pessoais - sexo, idade e estado - e móbil
do crime;
• b) O tempo anterior ao crime e a presença no local do
crime.

• 3- Medidas contra suspeitos:


• a) vigilância e detenção.
Fixação da posição da
vítima
• Com a primeira observação da vítima, sob o
ponto de vista médico, deverá o investigador
tomar as primeiras providências quanto à
posição do cadáver, delimitando-a, desde logo,
por contorno a giz no soalho.
• Fixada a posição, será esta descrita com
referência aos seus elementos gerais - cadáver
encontrado de costas, sobre o ventre, sobre o
lado direito ou sobre o lado esquerdo, pernas
estendidas ou flectidas, braços estendidos ou
sobre o ventre, cruzados, etc..
• Especial exame deve ainda recair sobre o
vestuário, sobre as mãos e na zona
circunvizinha do cadáver, sobre as manchas,
sinais e vestígios de qualquer ordem que nele
se observem.

• Todos os elementos que se fixaram devem,


em seguida, ser objecto de fotografia e
mencionados no Relatório.
SINAIS TARDIOS

• LIVORES CADAVÉRICOS

tempo necessário para a sua detecção


• detectam-se cerca de 1 a 2 horas após a morte,
desenvolvem-se francamente em 4 horas e fixam-
se por volta de 6 a 8 horas.
SINAIS TARDIOS

• RIGIDEZ CADAVÉRICA

 tempo necessário para a sua manifestação

 morte há 2 a 4 horas

 começa a manifestar-se nas pálpebras e músculos da


face, desenvolvendo-se para os músculos do pescoço,
membros superiores, tronco e membros inferiores.

 morte há 12 a 18 horas

 a rigidez cadavérica é total.


SINAIS TARDIOS

• RIGIDEZ CADAVÉRICA

 tempo de duração

 a rigidez cadavérica mantém-se por mais 12 a 18


horas e desaparece gradualmente pela mesma
ordem descendente.
DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de homicídio

 no caso de armas de fogo

 ausência de vestígios de pólvora nas mãos da vítima;

 presença ou ausência de vestígios de pólvora no vestuário


e/ou corpo da vítima;

 orifícios de entrada com qualquer configuração;

 orlas traduzindo qualquer distância


DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de suicídio

 no caso de armas de fogo

 mão(s) impregnada(s) de pólvora

 presença de vestígios

 em regra, bordos irregulares e estrelados

 em regra, traduzindo disparo de contacto ou muito curta

distância
• Disparo de contacto. Atente-se nos contornos irregulares do orifício,
na queimadura e no negro de fumo que os bordos apresentam
• 1 - Orifício resultante de um disparo de contacto (formato estrelado e
irregular)
• 2 - Disparos a curta distância com tatuagem (negro de fumo e com
partículas de pólvora
Definição do quadro social e familiar da vítima

• Alguém no local conhece a vítima?

• O que sabem a respeito da sua vida?


o Condições de vida social;
o Hábitos;
o Frequências;
o Amizades ou relações de outro tipo;
o Era pessoa que trabalhava;
o Que espécie de actividade exercia e onde;
o Era procurada por outras na residência;
o Por homens ou mulheres;
o Se se dava bem com a família.

• Há documentos no local?
o Cartas de família;
o Cartas de amigos;
o Diários;
o Quaisquer apontamentos pertinentes.
DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de homicídio

 no caso de utilização de arma branca

 uma ou várias lesões

 assimetria no posicionamento das lesões

 utilização de um ou vários instrumentos

 uma ou várias regiões do corpo atingidas


DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de suicídio

 no caso de utilização de arma branca

 em regra, são observáveis vários golpes de tentativa

 utilização de um único instrumento

 lesões típicas do instrumento utilizado

 lesões simétricas

 em regra, apenas determinada região (com frequência pulsos,

região cardíaca e pescoço)


• Feridas incisas múltiplas suicidas.
EXEMPLOS DE FERIMENTOS

• Dois exemplos de ferimentos “Cauda de Andorinha” ,


característicos de homicídio. Durante a agressão, a
lâmina é cravada numa direcção e retirada noutra,
devendo-se isso ao facto de o agressor e/ou a vítima,
terem mudado de posição
EXEMPLOS DE FERIMENTOS

• Aspecto que apresentam os golpes


tendencialmente suicidas. O facto do suicida
segurar a faca numa das mãos, leva-o a mutilar-se
numa mesma zona e com golpes muito semelhantes
e paralelos.
EXEMPLOS DE FERIMENTOS

Em regra, situação homicida. A diversidade de golpes em várias partes do corpo leva


a supor que foram provocados por agressor e que a vítima ao tentar esquivar-se, foi
atingida de múltiplas formas.
o Quantos teriam sido os intervenientes no crime?
o cadáver terá sido deslocado após o crime?

*Manter-se em estreito contacto com os vários peritos


intervenientes
 DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de homicídio

 no caso de asfixia mecânica


 uma ou várias lesões

 for difícil o “auto-posicionamento” da vítima;

 o vestuário se encontrar descomposto;

 houver sinais de violência ou lesões corpóreas injustificadas;

 não houver relação entre o laço e o sulco ou se este for uma lesão
post mortem;

 houver lesões similares (esganamento);

 for difícil enquadrar o suicídio no historial da vítima.


 DESPISTE DE SITUAÇÕES

• HOMICÍDIO/SUICÍDIO

 probabilidade de suicídio

 no caso de asfixia mecânica


 acesso fácil ao posicionamento de suspensão, através dos próprios
meios da vítima
 em regra, apenas se observam lesões no pescoço (sulcos e
escoriações, resultantes estas do deslizamento do laço e das
unhadas da própria vítima na tentativa de o retirar)
 relação íntima e fiel entre o sulco e o laço existentes
 é frequente a constatação de algumas das particularidades supra
mencionadas
 no quadro social e familiar da vítima são detectadas razões que
justificam o acto.
TÓPICOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM RELATÓRIO

1. NUIPC / REGISTO

2. Descrição do local

3. Identificação da vítima

indicação do preciso local onde se encontrava

 posição em que se encontrava

descrição do vestuário (indicando o estado do vestuário - se se


encontrava rasgado, se tinha manchas de origem suspeita, etc)

indicar temperatura da vítima - fria, morna, nos locais x e y

rigidez cadavérica

Referir se os livores estão condizentes com a posição do


cadáver e respectivo assentamento

quaisquer outros elementos que se revelem de interesse.


4. descrição dos diversos vestígios e indícios encontrados,
iniciando-se pelo compartimento onde a vítima se encontra e
passando de seguida aos restantes.
Ex: no local x (próximo de ... junto a ..., posicionamento relativo),
encontrava-se o objecto y (descrição do objecto), conforme
a1...a2..., de “croquis” e foto n.º...)

5. indicar a informação recolhida junto de testemunhas ou

outras pessoas.

identificação de pessoa ou pessoas que foram entrevistadas e relato

de toda a informação prestada.


6. Fotografia e lofoscopia.

Os peritos chefe/subchefe/agente ... procederam à reportagem

fotográfica e exame lofoscópico.

7. Comentários do investigador.

Descrição do presumível circunstancialismo da ocorrência,

estabelecendo as respectivas conexões e justificando


Saquetas/embalagens de recolha de prova

Elementos que devem constar de etiqueta:

comando e subunidade
NUIPC / Registo
tipo de crime (suspeita de ...)
vestígios / instrumentos do crime / - objectos
provenientes do crime
apreensão: busca / revista / outra
situação( apreendido a: ... )
local / endereço
local concreto onde o objecto se encontrava
data/hora
CORRELAÇÕES A EFECTUAR

VÍTIMA OBJECTOS

LOCAL SUSPEITO
Consideração final
• O «faro policial» é, assim, a manifestação mais pronta do
aproveitamento das circunstâncias concretas do quadro do
crime, dos seus pormenores analisáveis, de uma melhor
percepção dos depoimentos pessoais, do saber sentir que certa
pessoa diz a verdade e toda a verdade, de fazer cair em
contradição aquela que depõe em termos equívocos e, por isso,
suspeitos de algo mais saber ou estar a ocultar. Nesse aspecto,
nem todos são iguais, mas todos poderão alcançar a média de
qualidades do investigador que permitirá a afloração do mérito
que leva ao êxito mais rápido e à evidência na profissão.

• Em suma, em matéria de Investigação, e para além destas


regras que o bom senso aconselha, fica uma grande margem
para a iniciativa pessoal do investigador, para a astúcia e poder
de despiste que ter de utilizar, sob pena de tudo deitar a perder.
ENCONTRO-ME AO VOSSO DISPOR PARA EVENTUAIS
ESCLARECIMENTOS OU PERGUNTAS

FIM

Joaquim Pimenta
Subcomissário

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