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Cadernos PDE
RESUMO
A dificuldade na resolução de problemas tem sido, ao longo do tempo, uma grande preocupação para
os professores de matemática. Os alunos lêem, mas não conseguem fazer a interpretação do
enunciado e traduzi-lo para linguagem matemática. Não conhecem os significados dos símbolos
matemáticos e assim não conseguem resolver os problemas trazidos a eles. O artigo apresenta o
trabalho realizado com professores de matemática, do ensino fundamental - anos finais e ensino
médio, com o objetivo de buscar uma forma de auxiliá-los para que possam assim ajudar seus alunos
a diminuir a dificuldade na resolução de problemas, e consequentemente, obterem mais sucesso em
seus estudos. Através de encontros realizados com professores, ficou claro que os mesmos acham
adequado o uso do esquema apresentado por Polya e também que o trabalho em grupo, quando feito
de forma correta, pode ajudar os educandos na resolução de problemas. Após análise do trabalho
realizado chegou-se a um consenso que problemas relacionados com o cotidiano dos alunos são
umas das formas de torná-los mais interessantes e atraentes, facilitando sua resolução.
Palavras-chave: Análise. Interpretação. Resolução de Problemas.
INTRODUÇÃO
O que tenho observado3 durante minha atuação no magistério é que uma das
dificuldades encontradas para a realização do trabalho do professor é o fato de que
muitos alunos não conseguem retirar do enunciado dos problemas dados para a sua
resolução. Conseguem resolver os algoritmos separadamente, mas têm dificuldade
com a interpretação, antes de efetuar os cálculos os educandos precisam entender e
compreender a situação apresentada, uma vez que só assim conseguirá resolvê-la
corretamente, como esclarece Dante “É muito comum que os alunos saibam efetuar
todos os algoritmos (as “continhas” de adição, subtração, multiplicação e divisão),
conheçam muitas fórmulas, mas não consigam resolver um problema que envolva
um ou mais desses algoritmos ou fórmulas” (2010, p. 9). Desta forma, compreende-
ASPECTOS TEÓRICOS
É claro que essas etapas não são rígidas, fixas e infalíveis. O processo de
resolução de um problema é algo mais complexo e rico, que não se limita a
seguir instruções passo a passo que levarão à solução, como se fosse um
algoritmo. Entretanto, de modo geral elas ajudam o solucionador a se
orientar durante o processo (2010, p. 29).
Embora o trabalho em grupo seja muito importante, o professor não deve abrir
mão da realização do trabalho individual, conforme Menezes:
É claro que nem tudo deve ser feito de forma coletiva, pois são igualmente
essenciais a exposição do professor e tarefas individuais de crianças e
jovens, mas é preciso compor esses momentos articulando com coerência
as ações pessoais e coletivas (2009).
Assim, em grupos ou sozinhos os estudantes vão adquirindo segurança e
muitas vezes tendo sucesso em suas escolhas, o professor deve sempre motivar e
incentivar, cuidando também para que o clima da sala de aula seja propício ao
aprendizado significativo. De acordo com Krulik e Reys:
Na sala de aula, quando o aluno for resolver problemas ele precisa ser
incentivado para desenvolver sua criatividade, fazendo suas próprias anotações. E,
por registros entendem-se também os conhecimentos que os educandos já
possuem.
RELATO DA EXPERIÊNCIA
Professor 4: Cada etapa tem sua importância isolada e o conjunto forma a essência
da matemática, que propicia o desenvolvimento do raciocínio lógico. Quando o aluno
se habitua a trilhar estas etapas a resolução ocorre espontaneamente, e o processo
pode ser reutilizado para resolver problemas semelhantes. Quando o problema
possui um nível baixo de dificuldade pode ser resolvido mentalmente e sem reflexão,
neste caso, encontramos resistência por parte do aluno em formalizar o processo
resolução, conforme o nível de dificuldade aumenta, o aluno se perde e já não sabe
resolver. Essas etapas devem ser seguidas na resolução de problemas desde os
mais simples até os mais complexos.
Professor 7: [...] é o trabalho em grupo que considero importante pelo fato que um
aluno pode ajudar o outro a entender o que está sendo proposto e para as aulas de
Matemática parece ser um instrumento ainda mais eficaz se, como foi dito antes, se
houver comprometimento dos alunos. No trabalho em grupo eles podem entender o
que está sendo proposto em um problema se eles tentarem explicar um para o
outro. Eu acredito que se torna mais fácil aprender com a ajuda de alguém até
porque algum item que não foi percebido por um, pode ter sido percebido pelo outro
e desta forma trabalhando juntos eles poderão entender e solucionar o problema em
questão. Mas é claro que esta estratégia não funciona para todos os grupos ou para
todos os membros do mesmo, se determinado aluno não estiver empenhado, este
trabalho será perdido porque não o alcançará, deve haver comprometimento e
desejo de aprender.
Professor 11: O trabalho em grupo pode ser interessante, desde que os alunos não
se dispersem, pois, quando o problema não é interessante para eles, acabam por
conversar e atrapalhar o bom andamento da aula. Antes de montar os grupos é
preciso que os alunos já estejam motivados para a resolução do problema. Para
chamar a atenção e proporcionar a disposição e interesse, acredito que o principal
caminho seja a contextualização.
Professor 11: Outras formas de se resolver um problema seria por tentativa e erro,
por dedução ou por representação com material concreto. De qualquer forma há
necessidade de análise do resultado e de reflexão sobre os cálculos utilizados.
Professor 13: De forma que os alunos sintam prazer em realizar um trabalho. Isso
significa partir da realidade, ou seja, do contexto sócio-cultural que eles estão
inseridos.
Por fim, considera-se, com base nas observações realizadas a partir das
reflexões dos professores, que o método de Polya (2005) poderá ser eficaz e
interessante, para a resolução de problemas e no trabalho em grupo, se bem
direcionado poderá ser válido e produtivo, que problemas desafiadores e
contextualizados tornam as aulas mais interessantes e motivadoras, que deve haver
uma mudança de metodologias e estratégias para tentar sanar as dificuldades dos
alunos em relação à resolução de problemas.
REFERÊNCIAS