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ROMA:

a construção simbólica e material de


uma cidade
Objetivos
1. Compreender como as narrativas e lendas, ou seja, elementos culturais construídos, são
transformados em marcos materiais permanentes (no espaço da cidade).
2. Analisar como os antigos pensavam e construíam seu próprio passado.
3. Investigar a importância do conceito de Urbs.
4. Compreender a urbanização como forma de domínio
Os antigos diante deles mesmos
Fundações de Roma:
- 1. Guerra de Troia, 2. Lenda de Rômulo e Remo, 3. Narrativa dos sete reis etruscos e latinos
- Tradição literária, arqueologia, filologia, etiologia.
- Monarquia e República: fontes escritas a partir do século III
- História: desenvolvimento - Grécia (século V) e Roma (século III).

Roma:
- Escrita e sociedade: reflexão sobre o passado, o presente e sobre o outro.
- Inexistência da palavra do outro (escravo, estrangeiro, bárbaro, mulher, criança).
- Produção e controle de sua própria representação (textos e cultura material).
Nós e os antigos
“Depois de ter deixado de ser uma realidade política, Roma tornou-se um mito: os reis bárbaros
fizeram-se coroar imperadores romanos. A própria noção de império, tão vaga, tão complexa, só
se compreende na perspectiva romana: a sagração de Napoleão, na Notre-Dame de Paris, só
seria celebrada com validade pelo bispo de Roma. O renascimento súbito da ideia romana, que
poderíamos julgar definitivamente morta, não é, nesse início de Dezembro de 1804, uma
fantasia de tirano, mas a instituição política de um conquistador que, para além de mil anos de
realeza francesa, encontra uma fonte viva do pensamento europeu.”
(Pierre Grimal. A civilização romana.)
Tito Lívio (64 a.C. – 12 d.C.)
a fundação de Roma (adaptado)
“Terminadas as cerimônias religiosas, ele reuniu numa assembleia geral a multidão que só os
liames da lei podiam unir e ditou as suas (...).
No entanto, a cidade crescia (...). Para atrair as multidões, fiel à política dos fundadores (...)
Rômulo abriu um asilo no lugar hoje cercado, que se encontra na descida do Capitólio, nos
bosques sagrados. A novidade logo atraiu uma multidão de homens livres e de escravos.
Satisfeito com suas forças, Rômulo escolhe os meios de usá-las. Elegem cem senadores; este
número pareceu-lhe suficiente, ou talvez encontra-se apenas cem personagens dignos desse
título. Receberam o título honorífico de pais (patres) e seus descendentes de patrícios.”
Fórum romano: como olhar, mirar?
Fórum romano
Cidade
“Efetivamente, para um romano – como, aliás, para um grego – qualquer a aglomeração
humana não é uma cidade. Esta não se forma pela pura e simples junção de habitações
individuais ou familiares. Só ganha a sua verdadeira característica urbana na medida em que os
seus habitantes conseguem criar nela os instrumentos de uma vida coletiva: santuários, locais
de reunião, edifícios oficiais de qualquer natureza, chafarizes públicos onde cada qual vem tirar
a água necessária para a vida e para o culto familiar. Por fim, o próprio solo da cidade está
consagrado aos deuses e constitui um local sacro, insubstituível e imutável.”
(Pierre Grimal. As cidades romanas.)
Cidades romanas e gregas
Fundação da cidade: ato sagrado
Urbanismo: dá corpo material a esta realidade essencialmente abstrata e espiritual que é a
cidade
Equipamentos urbanos: termas, fontes, estradas, teatros, aquedutos, templos, fórum, praça
pública, instalações sanitárias, arcos, colunas votivas e estátuas
Comodidades materiais e símbolos de um sistema religioso, social e político
Por que estudar a cidade?
1. Centralidade na construção das narrativas históricas e de outras operações
(monumentalização, elaboração de memórias e histórias, edificações, estátuas) em relação ao
passado
2. Ocupação do espaço como forma de simbolizar o poder (para si e para o outro)
3. Estruturas urbanas: forma de propagação de um modelo cultural e social, bem como forma de
domínio romano nas colônias, municípios e províncias (povoações e ocupações romanas
localizadas fora da península itálica – conquistadas por generais)
4. Humanitas romana: viver segundo os princípios e valores romanos
5. Constituição de sociedades fortemente hierarquizadas
Monte Palatino - Roma
Palácio Augustano
Palácio tiberiano (século I)
Via Apia
Território romano em 338 a.C.
Época de César e Pompeu
Principado (27 a.C. – 285)
Conceito de imperium
Princeps: primeiro cidadão
Século de Augusto: Pax Romana
Caio Otávio (63 a.C. – 14 d. C.)
Governo (27 a.C. – 14 d.C.): Caio Júlio César Otaviano Augusto (princeps)
Culto ao imperador
Expansão do Império sob Augusto

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