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Sobre as contradições
políticas do capitalismo financeirizado
Nancy Fraser
• Nancy Fraser inicia o artigo com argumentos que demonstram que os problemas crônicos de
democracia demonstram o estágio de crise do capitalismo;
• Diz que é possível notar que a atual crise da democracia está ligada ao advento do capitalismo
neoliberal (mutação na natureza do capitalismo);
• Para desenvolver melhor a ideia ela apresenta três teses referentes as “contradições políticas do
capitalismo financeirizado”(terceira fase do desenvolvimento do capitalismo) que desenvolverá
no artigo.
Contradições Políticas do Capitalismo Financeirizado
• 1ª tese: O advento da “pós-democracia”não é mero acidente e sim uma ocorrência com profundas
raízes sistêmicas na estrutura de nossa ordem social;
• 2ª tese: O que esse desenvolvimento sinaliza não é uma mera crise política, mas sim algo mais
amplo, uma crise geral do que ela chama de “capitalismo financeirizado”;
• Para comprovar seu argumento de que a contradição política do capitalismo está na origem da atual crise
política e para explicar a hipótese da crise democrática que vivenciamos hoje ela desenvolve três passos:
• 3°) Utilizar categorias desenvolvidas por Habermas no livro citado para analisar os problemas
contemporâneos da democracia como expressões da contradição política do capitalismo em sua fase atual
(financeirizada).
A contradição do capitalismo enquanto tal
• O capitalismo passa periodicamente por crises econômicas – condição intrínseca a ele;
• Da perspectiva da teoria crítica o capitalismo é melhor compreendido como uma ordem social
institucionalizada;
• Para conceituar e criticar toda variedade de tendências de crise do capitalismo, incluindo o processo de
desdemocratização é necessário ter uma compreensão do capitalismo que avalie tanto sua economia oficial
como as condições não econômicas;
• Para tanto a Autora apresenta três condições essenciais do subsistema econômico do capitalismo externas a
ele:
• 1ª) Reprodução Social –> Atividades (subvalorizadas) geralmente não remuneradas e exercidas por
mulheres, que produz um tipo de “mercadoria não reificável”, mas essencial a manutenção do capitalismo;
• 2ª) Ecológica –>Relacionada a natureza que é a fonte dos insumos materiais e energéticos necessários à
produção de mercadorias;
• 3ª) Dependência do capitalismo aos poderes públicos –> Para existência de acumulação de capital é
necessário uma estrutura jurídica que sustente a empresa privada e a troca no mercado. O capitalismo
depende do poder púbico para garantir seus direitos (propriedade, cumprimento de contratos, manter a
ordem, etc);
• As duas primeiras são consideradas não econômicas e estão fora da economia monetizada, mas são cruciais
para a ordem social capitalista; a terceira- poder estatal eficaz - é necessária para sustentar a acumulação a
longo prazo.
• A Autora sustenta que ao longo da história a economia do capitalismo depende da capacidade militar e
organizacional de uma série de estados globalmente hegemônicos que visam promover a acumulação
numa escala cada vez maior dentro da estrutura de um sistema político multiestatal (condições
políticas).
• A economia capitalista depende de poderes externos a ela tanto no nível estatal-territorial como no
geopolítico;
• A Autora então apresenta a expressão “poder público” para explicar essa dupla dependência, por ser
em seu entendimento mais ampla que “poder estatal”;
• Ensina que poder público é condição imprescindível para a exploração do trabalho, para a produção e
troca de mercadorias e para acumulação de mais-valor;
• Conclui que a reprodução social, a ecologia natural e a organização do poder público são componentes
de uma concepção alargada do capitalismo como uma ordem social institucionalizada. Mediante essa
concepção é possível entender a variedade de contradições e tendências de crise do capitalismo;
• Caracteriza o capitalismo como um distintivo conjunto de separações institucionalizadas: da produção
econômica em relação à reprodução social, a da sociedade humana em relação à natureza não humana
e, a que em seu ver é a mais relevante para seu artigo, a do econômico em relação ao político.
• Essa última diferencia economia e política, poder privado e poder público, coerção econômica em
relação à coerção política.
Contradição entre Economia e Política
Economia Política
• Dinâmica centrada na acumulação • Desenvolver capacidades de ação
ilimitada e na apropriação privada pública e reservas de apoio público para
de mais-valor; legitimar o uso de tais capacidades;
• exploraram brechas do senso comum oficial do sistema para avaliar a legitimidade do regime.
• condenavam o consumismo e o clientelismo do capitalismo estatalmente administrado
interpelando os sujeitos subalternos como cidadãos ativos;
• condenavam a sociedade e deram nova percepção às interpretações hegemônicas da justiça
social;
• apresentaram uma compreensão ampliada de cidadania social com seus ideiais democrático-
radicais de igual participação e não denominação
• Finaliza a Autora esse item com uma análise de que as diversas correntes tem
falhado até o momento por não se unificarem. Elas são dispersas e de oposição,
mas não contra-hegemônicas e ainda precisam traçar um novo senso comum
político que possa rivalizar com as depressivas platitudes do neoliberalismo.
Reflexões finais sobre a anatomia de um complexo de crise
A autora elenca três aspectos de diferença entre o capitalismo financeirizado e o capitalismo
estatalmente administrado: