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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CRUZEIRO DO SUL - CMULTI


CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
GESTÃO E GERENCIAMENTO EM SAÚDE E ENFERMAGEM II

Gerenciamento de
Recursos
Prof. Patrícia Monteiro da Silva

Cruzeiro do Sul – Acre


2023
Gerenciamento de recursos Físicos
Recursos físicos são áreas externas e internas do serviço de saúde;
Lei n° 7.498 de 1986
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I - privativamente:
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação.

Papel do enfermeiro: planejar o espaço físico e dimensionar recursos.

Brasil,1986.
Gerenciamento de recursos Físicos

 Leis Municipais, Estaduais, Ministério da Saúde e Anvisa;


Fiscalização, instalações e equipamentos;

Resoluções da Diretoria Colegiadas RDCs n° 50 e 307;


Planejamento, programação, elaboração e avaliação;

Fatores legais, técnicos, econômicos, ergonômicos, psicológicos, ambientais,


arquitetura e instalações.
Gerenciamento de recursos Físicos

 RDC n° 50 não estabelece a tipologia do edifício;


 30 leitos UI - posto de enfermagem 6m²
 30 leito adultos -1 isolamento
 1 quarto com 1 leito, 10m²;
 1 quarto com 2 leitos, 7m² por leito;
 Enfermaria de 3-6 leitos, 6m² por leito;
 Uma enfermaria não pode exercer 6 leitos;
 1m de distância entre leitos;
Gerenciamento de recursos Físicos

 O ambiente deve ser adequado às atividade propostas;


Adaptado para idosos e pessoas com deficiência (PCD);
Mobiliários, camas com regulagem, cadeiras, mesas, balcões;
Segurança no trabalho: condições de uso, manutenção, instalações,
temperatura, planos de emergências.
Gerenciamento de recursos Ambientais
 Riscos e agravos ambientais, sendo a sustentabilidade uma alternativa;
 Geração excessiva e disposição final segura;
 Déficits financeiros e administrativo;
 Resíduos dos serviços de saúde tem potencial de risco à saúde e meio ambiente;

Fonte: Secretária de Estado de Saúde


Gerenciamento de recursos Ambientais

 Atenção com a utilização e descarte de materiais;


 Priorizar a não geração;
 Reduzir a produção excessiva, o desperdício e reaproveitamento de resíduos.

Imagem: Unidade da Cnen em Abadia de Goiás

Fonte: Secretária de Estado de Saúde


Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

NBR 12.807 e 12.808 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);

“os resíduos resultantes das atividades exercidas por estabelecimentos


geradores destinados à prestação de assistência sanitária à população, como
hospitais, unidades básicas de saúde, clínicas médicas, odontológicas,
veterinárias, laboratórios e farmácias”.

Anvisa, ABNT e Conama: resíduos de saúde;


Companhia Elétrica de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB):
resíduos químicos;
Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

A NBR 12.809 ABNT, define o manuseio dos RSSs no âmbito interno;


A NBR 12.810 ABNT, define os critérios de coleta e EPIs;
A NBR 10.004 ABNT, classifica os resíduos e perigosos e não perigosos;
RDC n° 306/2004 Anvisa, dispõe sobre o gerenciamento, programas, manejo
dos resíduos sólidos: geração, segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento, disposição final e ações de proteção.
Resolução Conama n° 358/2005, dispõe sobre tratamento e disposição final,
gerenciamento de resíduos sólidos e semissólidos, classificação em grupos;
Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

Etapas do plano de gerenciamento de resíduos, segundo a RDC n°


306/2004, revogara pela RDC n° 222/2018:

SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO: separar, selecionar, embalar e


identificar os resíduos.
Sacos resistentes e impermeáveis, não ultrapassar 2/3 de sua capacidade e
48h, não usar adesivos;
É PROIBIDO, esvaziar e reaproveitar os sacos;
Coletores/lixeiras apropriadas;
Identificação nas lixeiras, sacos, carros de coleta e armazenamento;

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

Etapas do plano de gerenciamento de resíduos, segundo a RDC n° 306/2004,


revogara pela RDC n° 222/2018:

COLETA E TRANSPORTE INTERNO: É o traslado dos resíduos dos pontos de geração


até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo.

 Carros de coleta com pneus de borracha e identificados;


 Estabelecer turnos, horários e frequência de coleta;
 Não utilizar transporte por meio de dutos ou tubos de queda;
 Diferenciar as coletas, executá-las em horários diferentes segundo o tipo de resíduo;
 Coletar resíduos recicláveis de forma separada;
 Fazer a manutenção preventiva dos carros e higienizá-los ao final de cada coleta.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

Etapas do plano de gerenciamento de resíduos, segundo a RDC n° 306/2004,


revogara pela RDC n° 222/2018:

ARMAZENAMENTO INTERNO, TEMPORÁRIO E EXTERNO:


 Armazenamento interno do grupo B e C, não podem ficar diretamente no piso;
 Armazenamento temporário próximo aos pontos de geração, expurgo;
 Armazenamento externo em abrigos e recipientes, exclusivo, identificado, piso e paredes
laváveis, tela de proteção, ventilação no piso e teto, piso com caimento para o ralo, kit de
emergência e registro.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

Etapas do plano de gerenciamento de resíduos, segundo a RDC n° 306/2004,


revogara pela RDC n° 222/2018:

COLETA E TRANSPORTE EXTERNO: Remoção dos RSS do abrigo de resíduos


 Carros de carroceria ou furgão, uso de EPIs, durantes o transporte NÃO pode ser
manuseado os resíduos;
 Veículos com ventilação adequada, superfícies lisas, pá, rodo, saco plástico de reserva,
e solução desinfetante;
 Ser documentado e identificado;

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

Etapas do plano de gerenciamento de resíduos, segundo a RDC n° 306/2004,


revogara pela RDC n° 222/2018:

DESTINAÇÃO: Disposição definitiva de resíduos.


 Aterro sanitário - Disposição de resíduos sólidos no solo de forma segura e controlada;
 Aterro de resíduos perigosos - Disposição final de resíduos químicos no solo, sem
causar danos ou riscos à saúde pública;
 Células especiais para RSS - Impermeabilização do solo;
 Aterro controlado - Trata-se de um lixão melhorado;
 Lixão ou vazadouro - Este é considerado um método inadequado.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a
saúde do trabalhador
Resíduos dos serviços de saúde:
Grupo A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção.
 Subgrupo A1:Culturas e estoques de micro-organismos, bolsas transfusionais, sangue
ou líquidos corpóreos
 Subgrupo A2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais
 Subgrupo A3:Peças anatômicas (membros) do ser humano
 Subgrupo A4: Linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, fezes, urina, tecido,
placenta
 Subgrupo A5: Órgãos, tecidos e fluidos infectados.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

Resíduos dos serviços de saúde:


Grupo B: Resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.
 Produtos farmacêuticos;
 Resíduos saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados;
reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
 Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);
 Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas;
 Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

Resíduos dos serviços de saúde:

Grupo C: Rejeitos radioativos.


 Rejeito radioativo proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na área da saúde,
laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

Resíduos dos serviços de saúde:

Grupo D: Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde
ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
 Papel higiênico e fraldas, absorventes, gorros e máscaras descartáveis;
 Resto alimentar, abaixadores de língua e outros similares não classificados como A1;
 Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

Resíduos dos serviços de saúde:

Grupo E: Resíduos perfurocortantes ou escarificantes.


 Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas,
fios ortodônticos cortados, próteses bucais metálicas inutilizadas;
 Pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas
e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório.

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

Resíduos dos serviços de saúde:

RDC n° 222, 2018.


Gerenciamento dos recursos físicos, ambientais e a saúde do trabalhador

 Biossegurança do profissional e ambiente;


 Avaliar riscos, elaborar propostas, preservar o meio ambiente;
 Agravos decorridos da falta de organização e descarte inadequado;
 Equipe deve prevenir e reduzir os riscos á saúde;
 Usar os EPIs;
 Ênfase em processo educativos.
Processo de Gerenciamento de recursos
materiais
Suprimento: atividades de abastecimento para produção de materiais.
Logística: Estocagem e distribuição externa para o cliente.
Administração ou gerenciamento de materiais: total do fluxo de materiais,
programação, compra, recepção, armazenamento, distribuição e controle.
Setor: Compra e almoxarifado;
Áreas afins: Enfermagem, farmácia e laboratório.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Programação: Classificação.

Finalidade: medicamentos, materiais médico-hospitalares, escritório, informática,


gêneros alimentícios e de higiene.

Materiais de consumo ou assistenciais: Materiais médico-hospitalares.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Programação: Padronizar o produto específico para o procedimento específico.

Econômico, técnico, fácil administração, previsão, organização, controle e diminui o


desperdício.
Exemplo: Cateter venoso
Biocompatibilidade, tempo de permanência, preço, segurança;
Benefício para o paciente, risco ocupacional, impacto ambiental e o financeiro.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Programação: Especificação técnica, descrição minuciosa do material.

Nome do produto, indicação de uso, desempenho técnico, matéria-prima,


dimensões, tamanhos, acabamento, embalagem, propriedades, método de
esterilização, prazo de validade e código de procedência.
ABNT; Anvisa; Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Programação: Previsão de matérias, é determinada pelo perfil de consumo.


Estimativa do material depende do consumo mensal.
Média aritmética do consumo (3 - 12 meses)

CM= CMM + ES
CM: cota mensal; CMM: consumo médio mensal; ES: estoque de segurança.

CMM= Soma do consumo dos 3 meses ES= 10 a 20% do (CMM + CTR)


3 meses

CTR = CMM/30 x N
CTR: Tempo de reposição; N: n° de dias de espera para reposição.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Compra: suprimento de materiais e redução de custos;

Controle de qualidade: Submeter os matérias a testes e análise de riscos;


estabelecer critérios técnicos e emitir parecer técnico;

Licitação: Aquisição de bens ou serviços, através das propostas mais vantajosas,


fases, com datas e prazos estabelecidos e entrega de documentações.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Recepção e armazenamento:

Responsabilidade do almoxarifado;
Conferência, nota fiscal, prazo determinado;
Registro de entrada, codificação.
Condicionar os materiais.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Distribuição e controle:
Almoxarifado distribui por quantidade e períodos estabelecidos para os estoques.
Custos de manutenção nos estoques: armazenamento, controle, seguro, imposto,
deterioração e furtos.
Serviço de farmácia: unitalizam, codificam, código de barra; distribuição com base
no perfil de consumo.
Auxilia na identificação, rastreio, reposição, evita estoques desnecessários.
Analisar o consumo mensal de cada serviço, variações de consumo, alterações nos
atendimentos e taxa de ocupação, doenças sazonais e alunos.

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Processo de Gerenciamento de recursos materiais

Figura - Fluxo das principais atividades do gerenciamento da cadeia logística

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Papel do Enfermeiro
Gerenciamento e coordenação das atividades:
Determinação dos materiais, definições técnicas, análise de qualidade, participar no
processo de compra, estabelecer controle e avaliação.
Garantir eficácia da assistência de enfermagem;
Capacitação quanto ao uso racional dos materiais;
Papel na tomada de decisão e na dimensão técnico-administrativa e financeira.

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Referências
ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 222/2018 Comentada. Brasília, 09 de Maio de 2018.

CIAMPONE, M. H. T.; MELLEIRO, M. M.; KURCGANT, P. (org) Gerenciamento em Enfermagem: o


planejamento e o processo decisório como instrumentos do processo de trabalho gerencial. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.

KURCGANT. P. Gerenciamento em Enfermagem. 3a. Edição. São Paulo: Guanabara Koogan, 2016.

KURCGANT. P. Gerenciamento em Enfermagem. 3a. Edição. São Paulo: Guanabara Koogan, 2023.
OBRIGADA!!!
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CRUZEIRO DO SUL - CMULTI
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
GESTÃO E GERENCIAMENTO EM SAÚDE E ENFERMAGEM II

Gerenciamento de
Recursos
Prof. Patrícia Monteiro da Silva

Cruzeiro do Sul – Acre


2023

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