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DIREITO

EMPRESARIAL II
Professor Diêgo Domiciano Cabral

@diegodomicianocabral
NOTA PROMISSÓRIA
 CONCEITO

 A nota promissória é uma promessa de pagamento que uma pessoa


faz em favor de outra.

 Com o saque da nota promissória, surgem dois personagens


distintos:

1) Promitente (emitente/subscritor/sacador): Aquele que promete pagar.

2) Tomador/beneficiário: O credor do valor prometido.

 LEGISLAÇÃO: Dec 57.663/66 (apenas 4 artigos)


NOTA PROMISSÓRIA

Tudo que vimos até agora sobre letra de câmbio se aplica às notas
promissórias, SALVO as seguintes diferenças:

1) Não há aceite;

2) Formas de vencimento;

3) Súmula 258 do STJ;

4) Súmula 504 do STJ: ação monitória


NOTA PROMISSÓRIA
1) NÃO HÁ ACEITE NA NOTA PROMISSÓRIA

 Nota promissória NÃO É ORDEM DE PAGAMENTO, mas sim PROMESSA DE


PAGAMENTO. Em decorrência disso, não há que se falar em aceite, nem em
seus institutos decorrentes, tais como vencimento antecipado por recusa de
aceite, cláusula não aceitável etc.

2) FORMAS DE VENCIMENTO DA NOTA PROMISSÓRIA

 São possíveis as QUATRO formas de vencimento da letra de câmbio.

Obs.: Quando o prazo for a certo termo de vista, o MARCO INICIAL logicamente
NÃO É O ACEITE, mas sim o visto do subscritor (art. 23). O tomador deve
apresentar a nota para o visto do subscritor num prazo de 01 ano do saque. A partir
do visto conta-se o prazo de vencimento “a certo termo de vista”.
NOTA PROMISSÓRIA
3) SÚMULA 258 DO STJ: NOTA PROMISSÓRIA E CONTRATO DE ABERTURA DE
CRÉDITO

A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de


autonomia em razão da ILIQUIDEZ do título que a originou.

 Como era: O banco exigia uma nota promissória do devedor que abria um
crédito no banco (cujo contrato não raras vezes era constituído de juros
sobre juros e outros abusos). Posteriormente, endossava a nota, de forma
que nem ele (o banco) e nem o endossatário tivesse que discutir com o
devedor a origem da dívida (juros abusivos etc.). Assim, quem sempre saía
prejudicado era o devedor, que era executado pelo endossatário sem poder
se defender dos abusos praticados pelo banco.
NOTA PROMISSÓRIA
Súmula 258 do STJ: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não
goza de autonomia em razão da ILIQUIDEZ do título que a originou”.

 O que diz a súmula: Tudo que seria possível discutir com o Banco em sede de
embargos a execução também é possível de ser discutido em sede de embargos à
execução promovida pelo terceiro endossatário.

Obs1: a nota promissória, vinculada ao contrato de mútuo bancário, não perde sua
executoriedade – STJ. Veja: mútuo e não abertura de crédito (que é ilíquido).
Obs2 (André Santa Cruz): quando a nota promissória for emitida em vinculação a um
determinado contrato, não apenas os bancários, tal fato deve constar expressamente do
título. Sendo assim, fica descaracterizada a abstração/autonomia do título já que o terceiro
está consciente da relação de origem e de que contra ele poderão ser opostas exceções
ligadas ao referido contrato. O título passa a ter uma ligação intrínseca com o contrato,
podendo dizer, a grosso modo, que o acessório seguirá o principal.
4) SÚMULA 504 DO STJ
O prazo para ajuizamento de AÇÃO MONITÓRIA em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
 A nota promissória é um título executivo extrajudicial (art. 784, I, do
CPC/2015). Assim, se não for paga, poderá ser ajuizada ação de execução
cobrando o valor.

 O prazo prescricional para a execução da nota promissória contra o emitente e


o avalista é de 3 anos (art. 70 da Lei Uniforme).

 Mesmo que tenha passado esse prazo e a nota promissória tenha perdido sua
força executiva (esteja prescrita), ainda assim será possível a sua cobrança por
meio de AÇÃO MONITÓRIA.
 O prazo máximo para ajuizar a AÇÃO MONITÓRIA de nota promissória
prescrita é de 5 anos (art. art. 206, § 5º, I, CC).

 O prazo de 5 anos para a ação monitória é contado do dia seguinte ao


vencimento do título.

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