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Propriedades Físicas das

Estrelas
Neste capítulo falaremos específicamente das propriedades
físicas das estrelas, tal como brilho, temperatura e
luminosidade. A classificação das estrelas e outros pontos
também serão tratados, de modo a dar uma panorama geral
ao conteúdo.

• Magnitude e índices de cor;


• Luminosidade e correção bolométrica;
• Temperatura efetiva;
• Massas e raios;
• Gravidade e densidade média;
• Rotação;
• Exercícíos.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO


Prof. Ms. Hualan Patrício Pacheco
MAGNITUDE
“A magnitude absoluta de uma
estrela em um dado sistema é
definida como sendo a magnitude
aparente que uma estrela teria se
tivesse a uma distância de 10
parsecs do nosso planeta.”

—Walter J. Maciel
Magnitude Aparente
A magnitude aparente de uma estrela é dada pela seguinte equação:

Equação 1

Na equação acima:

• m é a magnitude aparente, que é uma grandeza admensional;


• k é uma constante
• F é o fluxo da estrela medido efetivamente a partir de um observatório terrestre;

Considerando duas estrelas 1 e 2 ou, alternativamente, duas regiões espectrais da mesma estrela, tem-se:

Equação 2
Exercícios
1. Prove a equação 2 a partir da equação 1

2. Com base na equação 1, qual razão do fluxo é responsável por uma variação de uma unidade na magnitude?

3. Se F1/F2 = 100 qual o valor de ∆m?

4. Sabendo que a magnitude do Sol é de -27 e que a de Sirius é -1,5, qual o valor de Fsol/Fsirius? Qual o valor esse
mesmo valor para uma estrela de baixa magnitude, com m = 23?
Magnitude Absoluta
A magnitude absoluta de uma estrela em um dado sistema é definida como sendo a magnitude aparente que uma estrela
teria se tivesse a uma distância de 10 parsecs (10pc) do nosso planeta.

De maneira geral, na ausência de absorções os dois fluxos estão relacionados pela seguinte equação:

Equação 3

Na equação acima:

• d é a distancia da estrela de Fluxo F(d) até a terra;


• D é a distancia da estrela de Fluxo F(D) até a terra;

Podemos utilizar a equação 3, para calcular o valor de m – M, em que D = 10 pc

Equação 4
Exercícios
5. Prove a equação 3 a partir da definição de fluxo.

6. Prove a equação 4 e adicione uma constante A para obter uma equação que englobe o termo de absorção em
magnitudes.
LUMINOSIDADE, CORREÇÃO
BOLOMÉTRICA E TEMPERATURA
EFETIVA
“A luminosidade de uma estrela é
definida como a energia emitida
por unidade de tempo em todas as
frequências e todas as direções”

—Walter J. Maciel
Luminosidade e correção bolométrica
A luminosidade de uma estrela é definida como a energia emitida por unidade de tempo em todas as frequências e direções.
Por ser de simetria esférica observa-se que este parâmetro é definido como sendo:

Na equação acima:

• L é a Luminosidade;
• R é o raio da estrela;
• é o fluxo monocromático.

Exercício: Prove a equação acima e encontre uma definição para o fluxo monocromático.
A luminosidade de uma estrela é definida como a energia emitida por unidade de tempo em todas as frequências e direções.
Em termos de Magnitudes Bolométricas:

Equação 5

A magnitude bolométrica é definida como a magnitude integrada em todo o espectro. Na equação acima:

• L é a Luminosidade;
• M é a Magnitude Bolométrica.

Tal como obtivemos na equação 2, a partir da equação 1, também podemos obter uma semelhante, que é dada por:

Equação 6
Exercícios
1. Diferencie Magnitude Aparente, Magnitude Absoluta e Magnitude Bolométrica.

2. Levando em consideração que a razão entre a luminosidade de uma estrela qualquer e a luminosidade do sol varia
entre e calcule os valores da magnitude bolométrica dessa estrela sabendo que o mesmo parâmetro para o sol tem valor
de 4,75.

3. Sabendo que a Magnitude Absoluta Bolométrica () de uma estrela é dada pela Magnitude Visual somada a uma
correção bolométrica (BC), calcule o valor da do sol, sabendo que para esta estrela aplicamos a correção BC de valor
igual a -0,07.
Temperatura efetiva
A temperatura de uma estrela está associada ao conceitos de Corpo Negro e a equação que nos dá a temperatura para este
corpo é aquela obtida por Max Planck em 1901.

A distribuição de energia do Corpo Negro é dada por:

Equação 7

Onde:
• h é a constante de Planck;
• c é a velocidade da luz;
• v é a frequência de radiação emitida.
• k é a constante de Boltzmann;
• T é a temperatura;
A equação 7 nos serve para a definição da temperatura efetiva. Que é definida como segue:

Equação 8

Assim a luminosidade é dada por:

Equação 9

Para o sol a temperatura efetiva é de 5 800K, o que pode ser obtido da equação 9, em que o raio desta estrela é de 6,96 x
m e a luminosidade é de 3,83 x J. (Exercício: constate os cálculos que nos permitem obter a temperatura do sol como 5
800K, mostrados acima)
Exercícios
1. Encontre o valor máximo para o comprimento de onda da equação 7 e relacione com a temperatura de máxima
emissão de estrelas.

2. Com o valor da temperatura efetiva, encontre o comprimento de onda de máxima emissão de radiação e relacione
isso com a lei de Wien.
Massas, raios, gravidade
e densidade média
“As Massas das estrelas são
particularmente importantes no
estudo de sua evolução”

—Walter J. Maciel
Massas e raios
As massas das estrelas são particularmente importantes no estudo de sua evolução e constituem o parâmetro mais básico
dos modelos de evolução estelar. Como exemplo, observa-se o sol, nossa estrela, que tem uma massa de 1,99 x kg. As
massas das estrelas estão geralmente compreendidas entre o intervalo dado abaixo:

Estrelas com massas 100 vezes maiores que a da nossa estrela são extremamente raras. Para determinar com facilidade a
luminosidade de uma estrela observe que este parâmetro é proporcional à massa, havendo, para M ≥ 0,2 uma correção dada
por:

Equação 10

De forma mais simples:

Equação 11

Com n ≃ 4 – 3.
Exercícios
1. Utilizando-se da equação 10 encontre a luminosidade para uma estrela que tem massa 50 vezes maior que a do Sol.

2. Com base na equação 11 calcule o valor da luminosidade solar.


Na tabela ao lado as letras maiúsculas, O, B, A, F, G, K e M,
referem-se ao tipo de estrelas, enquanto que os números
romanos, I, III e V referem-se à classe, sendo I para as
supergigantes, III para as gigantes e V para a sequência principal.

Como pode ser visto na tabela os valores dos raios estelares estão
entre 0,01 e 1000 raios solares. Para a sequência principal, em
que enquadram-se a classe V, temos a seguinte formula empírica
para a relação de massas:

Com A = 0,917, B = -0,020 para 0,1≤≤ 1,3;


Com A = 0,640, B = 0,011 para 1,3 ≤≤ 20;
Exercícios: Prove que a equação acima tem valores próximos
quando a massa da estrela é 1,3 massas solares.
A gravidade superficial de uma estrela é dada por uma expressão
já conhecida. Em que G é a constante gravitacional e R o raio da
estrela:

A densidade média da Estrela é tida como sendo a razão entre a


massa total e o volume total de uma esfera. O que nos dá uma
expressão tal como a que é apresentada abaixo:

Para o Sol a densidade média é de 1,41 g/cm³, o que é pouco


maior que a densidade média do ar que é de 1,29 g/cm³

Exercícios: Encontre a velocidade de rotação, em km/s, de um


ponto no equador solar, sabendo que seu período de rotação em
torno do seu próprio eixo é de 27 dias e que seu raio é de 6,96 x
m.
Objetivos adicionais

Leitura adicional Revisão da aula Lista de exercícios


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Releia o capítulo e
exercícios propostos e propostos no final de
discuta com os amigos.
resolvidos em sala cada capítulo
01
Propriedades
Físicas das
Estrelas
Aula ministrada em Fevereiro de 2019 aos alunos da disciplina de Mecânica Quantica

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