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ERUPÇÃO DENTÁRIA E

RIZÓLISE DE DENTES
DECÍDUOS

Drª Maria Fernanda Torga


Erupção Dentária
Conceito:

■ A erupção dental é o mecanismo em que o dente sai do espaço intraósseo e se dirige para sua
posição funcional na cavidade oral.

■ Cinco estágios compõem esse processo, sendo eles a movimentação :


1) pré-eruptiva,
2) erupção intraóssea,
3) penetração na mucosa
4) erupção pré-oclusal e
5) pós oclusal
■ A erupção intraóssea (figura G) representa o início da erupção propriamente dita, e
ocorre quando a coroa já está formada e a raiz começa seu processo de formação.

■ É na fase de erupção intraóssea que o folículo dental inicia e regula a osteoclastogênese


(células responsáveis pela reabsorção óssea) e osteogênese (processo de formação do
tecido ósseo).

■ O folículo é o tecido com maior regulação molecular na erupção

■ A partir do ingresso do órgão dental na mucosa ocorre uma considerável aceleração do


processo eruptivo até que o dente alcance a posição oclusal funcional na cavidade oral.
■ Durante a fase de penetração em direção a cavidade oral, há formação do ligamento
periodontal a partir da diferenciação das células do folículo dental.
Vale ressaltar!
E lembrar a aula passada!!
Erupção Dentária
■ Mecanismo da erupção em 3 períodos:

1. Inicial ou Pré-eruptivo:
– ocorre até formação completa da coroa

2. Erupção propriamente dita (*erupção intraóssea, *penetração na mucosa ,


*erupção pré-oclusal ):
– ocorre até atingir o plano oclusal

3. Pós eruptivo:
– ocorre após atingir o plano oclusal
Erupção Dentária
1. Inicial ou Pré-eruptivo

■ Inicia com a diferenciação dos germes dos dentes e termina com a completa formação da
coroa intra óssea.
■ Durante o desenvolvimento da coroa no interior do osso alveolar, os movimentos
giratórios feitos pelo órgão dental resultam em sua acomodação na cripta óssea, os quais
compõe a base da movimentação pré-eruptiva.
■ O inicio da formação das raízes juntamente com o crescimento do germe dentário pela
deposição de dentina e esmalte faz com que o dente se movimente ocorrendo reabsorção
da cripta óssea que circunscreve o germe.
■ Externamente o osso alveolar estará sendo desenvolvido, formando uma cripta óssea.
■ No final desse movimento pré-eruptivo, a coroa já estará formada e pode se observar
um leve grau de reabsorção do teto da cripta óssea (presença de osteoclastos e lacunas
de reabsorção).
Erupção Dentária
2. Erupção propriamente dita

■ Desde que os germes dentários estão dentro das suas criptas


ósseas (com o teto reabsorvido), até alcançarem a posição
funcional em oclusão (fase intra e extra óssea).
■ Inicia logo quando as raízes começam a ser formadas, fase
de raiz.
■ Há movimentação axial/ oclusão desde a posição inicial da
cripta óssea até a penetração na mucosa oral.
Fases da erupção propriamente dita

2.A) Erupção intra óssea : É a fase que corresponde a penetração do germe dentário até a mucosa
oral. A formação e reabsorção das paredes da cripta óssea constituem os principais eventos dessa fase.

 Cripta óssea estará metade


reabsorvida.

 Ligamento periodontal (LPD)


estará sendo formado.
2.B) Penetração na mucosa: Isto se dá no momento em que as cúspides
alcançam a altura da crista alveolar (via eruptiva formada). Logo depois há a
fusão do epitélio reduzido do esmalte com o epitélio oral isso faz com que o
conjuntivo não seja exposto sem que haja sangramento no ato da erupção
dentaria.

 O ep. reduzido do esmalte (ERE)


começa a se aderir ao folículo
dentário. As céls externas desse
ERE começam a secretar enzimas
de degradação do conjuntivo ao redor,
formando uma via eruptiva,
uma conexão do folículo dentário
com a lâmina própria do epitélio
oral.
2.C) Erupção pré oclusal : Ocorre logo após a penetração do dente na cavidade bucal. Fatores
intra bucais como forças musculares, hábitos e crescimento crânio facial interferem no
direcionamento do movimento dental ate sua chegada no plano oclusal
2.C) Erupção pré oclusal

Hábitos parafuncionais
Erupção Dentária
3. Pós-eruptiva:

■ Cessa erupção ativa, iniciando a erupção Passiva.


■ Este processo continua durante toda a vida.
■ As forças mastigatórias atuam nessa fase e proporcionam
movimentos diminutos ao dente. Essa ação transmite
estímulos até as estruturas de inserção dental que
proporciona alterações constantes nos tecidos
periodontais.
■ A ausência do dente antagonista promove a extrusão do
dente irrompido.
EXODONTIA PRECOCE

1º molar
decíduo

1ºPm permanente
2º Pm permanente
Erupção Dentária
■ Historicamente, várias teorias foram elaboradas com o propósito de responder à
pergunta de como os dentes erupcionam.

 Principais teorias de erupção:

1. Pelo Crescimento radicular,


2. Pela formação do Ligamento periodontal e a
3. Pela Remodulação do osso da cripta (através dos processos
de reabsorção e formação óssea, são as mais embasadas para
explicar o mecanismo).
Teorias de erupção
1º. Crescimento radicular
 Dentina radicular e periodonto de sustentação estão em formação.

 Enquanto forma-se a raiz, o germe inicia seu deslocamento para oclusal, devido a resistência gerada pelo osso da base da cripta e
pelo folículo dental.

 Força obvia devido seu crescimento longitutinal


crescimento da raiz = > erupção dentária
 Alguns autores acreditavam que erupção só começava com inicio da formação radicular;
 Dentes sem raízes também irrompem;
 A formação da raiz gera força sobre o osso promovendo reabsorção óssea que não se traduz em movimento eruptivo.
Teorias de erupção

2º. Formação do Ligamento Periodontal:


 O ligamento periodontal possui importante papel no estabelecimento da
oclusão do dente com seu antagonista.
 Assim que alcança a posição oclusal funcional, as fibras do ligamento
periodontal se organizam em feixes que suspendem o dente no alvéolo o
que facilita a adaptação do dente às forças mastigatórias.
 Em resumo, a teoria de que o ligamento periodontal é o responsável
pela erupção é inválida, pois este não se organiza até que a fase de
erupção intraóssea esteja completa.
Teorias de erupção
3º. Remodelação do Osso da Cripta:

 Durante a erupção, sobretudo a fase de erupção intraóssea, o germe dentário em


formação está rodeado pelo osso alveolar que compõe as paredes, base e teto da
cripta.
 Para que seja possível que o dente chegue ao plano funcional na cavidade oral, é
necessário que reabsorção e formação óssea(remodelação).
 Entretanto, as regiões de formação e reabsorção óssea ocorrem
como consequência da pressão gerada pelo movimento eruptivo e
não o contrário.
Ação do Folículo Dental e Retículo
Estrelado

 O tecido que participa de toda a regulação do processo de modelação


óssea é o folículo dentário, através da regulação de dois processos
concomitantes, a osteogênese e osteoclastogênese.
 Ambos esses processos são regulados pela expressão de uma série de
genes que promovem desde o recrutamento dos monócitos até a
diferenciação e ativação desses para exercício dos processos de
modelação em si.
 Sendo assim, Retículo estrelado induz o folículo dental a influenciar no
início da reabsorção do osso alveolar adjacente.
 Das principais moléculas que regulam a osteogênese, o fator de transcrição
Runx2 é citado na literatura como essencial para que haja diferenciação celular
em osteoblastos, no caso da osteogênese e diferenciação das células
progenitoras em osteoclastos no caso da osteoclastogênese.

 Esta molécula também possui importante função na modelação óssea da cripta,


pois influencia na diferenciação dos osteoblastos, formação e regeneração
óssea e desenvolvimento craniofacial

 Esta é a teoria mais aceita.


Curiosidade!
Por que a erupção dos dentes ocorre sem
sangramento?
1. Processo natural: A erupção dentária é um processo
natural e o tecido gengival é gradualmente esticado e
remodelado para permitir a passagem do dente
2. Vascularização controlada: durante a erupção dentária,
a vascularização é controlada e os vasos sanguíneos são
redirecionados para evitar hemorragias excessivas. Isso
ocorre devido a processos de remodelação e adaptação dos
tecidos gengivais.
3. Processo de reabsorção: Essa reabsorção ajuda a abrir
caminho para o dente emergir sem causar danos
significativos aos tecidos gengivais e minimiza o risco de
hemorragia.
Reabsorção e Exfoliação dos dentes decíduos
Reabsorção e Exfoliação dos dentes
decíduos
 Processo fisiológico de eliminação dos decíduos para substituição do permanente

 Reabsorção radicular caracteriza-se pela destruição de tecidos duros e moles da raiz


e parte da coroa do dente decíduo.
 Como ocorre?
odontoclastos
Pressão sobre dente decíduo
(permanente e forças mastigatórias

 Os odontoclastos são semelhantes aos osteoclastos, porém são responsáveis pela


reabsorção de cemento, dentina e esmalte.
■ Eventos da Reabsorção dos dentes
decíduos:

Aparecimento dos odontoclastos na superfície


radicular externa, reabsorvendo cemento e dentina
radicular.
Chegam a câmara pulpar após pronunciada reabsorção
radicular. Reabsorvem algumas áreas de dentina
coronária, enquanto que em outras áreas permanecem
os odontoblastos(responsáveis pela formação da
dentina).
Reabsorção e Exfoliação dos dentes decíduos

 Em fases tardias de reabsorção, os osteoclatos não são vistos na superfície


dentinária, porém estão presentes na polpa.
 A superfície dentinária fica recoberta por tecido semelhante ao cemento ou
por tecido fibroso.
 Em fases ainda mais avançadas ocorre reabsorção de esmalte pelos
osteoclatos.
Fatores que influem a erupção

 Fatores genéticos

 Sexo: decídua não há diferença


permanente: feminino mais precoce

 Fatores ambientais: climas quentes metabolismo

 Desnutrição: carência de vitamina A, C e D


Fatores locais que influem a erupção

■ Cistos ou hematomas de erupção

■ Anquilose

■ Dentes inclusos

■ Fibrose gengival

■ Falta de espaço
Fatores sistêmicos que influem a erupção
Erupção dental e os Fatores Interferentes
OBRIGADA E CONTEM
COMIGO!

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