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Identidades Culturais,

Diferentes Escutas,
Caminhos e Propostas

Berenice de
Almeida

Magda
Dourado Pucci

SESC Rio -
2015
atividade
Ouvindo o mundo
omundo,essedesconhecido
De que lugares do mundo são as
músicas que você ouve?
De onde são as músicas que você
trabalha com seus alunos?
O mundo é multicultural
Somos uma paleta de cores e sons

São quase 200 países


Falam-se 6 700 línguas no planeta
Existem diversas regiões culturais
São mais de 340 gêneros musicais sem incluir os
diversos estilos musicais dos países
(http://www.musicgenreslist.com/)
Macro para o micro

Continente
Região cultural Gêneros e estilos musicais
País conectando lugares e
Regiões ganhando
Estados particularidades
Macro Regiões Culturais
América francesa – Parte do Canadá, República
Dominicana, Haiti, Guadalupe, Martinica, Santa
Lucia e Tobago e Guiana Francesa.
Europa germânica - Alemanha, Áustria, Países Baixos e
Reino Unido, Dinamarca, Islândia, Noruega e Suécia, Bélgica
(Flandres), Finlândia, Irlanda, Luxemburgo e Suíça (Suíça
alemã) são países parcialmente germânicos.
Hindustano - Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão
Europa latina – Península Ibérica, Gália
Mundo árabe - 22 países
América Latina – Brasil, Argentina, Venezuela, Peru, Chile etc.
Brasil, dimensões continentais
país multilíngue e
multicultural

234 povos
indígenas
180 línguas
diferentes
Várias
manifestações
culturais de
diversas origens
globalização e acessibilidade
a globalização somada aos avanços tecnológicos
facilitam o acesso rápido às mais variadas culturas
do mundo
possibilitam o contato com diferentes músicas de
lugares os mais longínquos

POR OUTRO LADO....


...ainda temos uma escuta limitada
Escuta restrita a poucos lugares do mundo
Concentrada nos Estados Unidos, Inglaterra (rock, o
pop, funk, o rap),
no Brasil - a música sertaneja, funk, axé e um
pouco de MPB.
Rádios e TVs privilegiam alguns poucos gêneros
musicais em detrimento da grande diversidade
Sem emitir juízo de valor, há preponderância de
alguns poucos gêneros sobre os milhares de outros.
A escuta limita o fazer musical
a escuta – Cage

“O ouvinte é ouvinte-compositor e as relações entre


os sinais sonoros, sejam eles as buzinas, os motores
de carros ou uma Sinfonia de Beethoven, tornam-se
música pela interação que se estabelece entre os
mundos subjetivo e objetivo: dentro e fora / silêncio
interno e sons do externo/sons do interno e silêncio
externo” (BRITO, 2004, p.14).
escuta do professor
Com raras exceções, no Brasil, o professor ouve, em
geral, alguma MPB e se ele tem formação em
música, ele tem um repertório voltado para a
música erudita
Em alguns casos, o professor tem experiência como
músico popular, e traz esse repertorio para sala de
aula.
Mais recentemente, há professores com contato
com alguns gêneros da cultura popular.
tesouros
 Há muitos tesouros a serem
desvendados

 Há muitos gêneros musicais do


Brasil e do mundo, cada um com
diferentes padrões estéticos e
conceitos

 É importante que a educação


esteja fundamentada na
inclusão de uma grande
variedade de estilos, sejam
eles brasileiros ou estrangeiros.
Música como forma de conhecimento
A música, dentro da educação, tem um papel maior
que o simples entretenimento
A música é um meio de expressão e comunicação
A música pode ser uma porta de entrada para outros
saberes.
O mundo pode ser conhecido através das suas mais
diversas expressões musicais.
A ludicidade é importante mas há diferença entre o
professor que trabalha o lúdico e o ‘animador
musical’.
Musica perde seu sentido mais profundo
Olhar para o ‘outro’
premissa necessária mas raramente praticada
Outras terras, outros sons
(...) a música não somente como um simples entretenimento ou
um momento para mostrar os talentos das crianças, porém algo
que possa ser guardado pelo resto da vida como parte de um
conhecimento do mundo.
A música precisa ser pensada de uma forma mais ampla,
principalmente porque vivemos um período em que a globalização,
por meio das grandes mídias, acaba por homogeneizar por demais
as diferenças culturais, estabelecendo padrões imitados
mundialmente, sem uma conscientização desse processo. Por
outro lado, é possível
aproveitar o acesso “globalizado” à informação como uma fonte
preciosa para conhecer mais de perto as várias expressões
culturais do mundo, sem nos prender a
esses padrões. (Almeida & Pucci, 2003, 2015)
1945 - Constituição da ONU para a Educação,
Ciência e Cultura - UNESCO
 “a ignorância dos modos de vida uns dos outros tem sido uma causa comum,
através da história da humanidade, de suspeita e desconfiança entre os povos
do mundo, causando guerras”
 “a difusão da cultura, e a educação da humanidade para a justiça, a liberdade
e a paz são indispensáveis para a dignidade do homem e constitui um dever
sagrado que todas as nações devem preencher segundo o espírito de mútua
assistência” (UNESCO, 1945, p.1).

O propósito da organização era, e é, o alcance, através de relações


educacionais, científicas e culturais entre os povos do mundo, da paz
internacional e da compreensão mútua. Pretendia-se, portanto, acabar com a
arrogância etnocêntrica.

Marcelo Gruman Doutor em Antropologia Social (PPGAS/MN/UFRJ). Coordenador do Centro de


Documentação e Informação em Arte – CEDOC/FUNARTE. Políticas Culturais em Revista, 2 (1), p. 174-
186, 2008 - www.politicasculturaisemrevista.ufba.br
1978 Conferência de Bogotá
“a afirmação da identidade cultural por cada
povo, seja ele politicamente soberano ou não, seja
uma grande potência ou não, que disponha
plenamente de recursos e técnicas ou que esteja
ainda em desenvolvimento, é o fundamento do
pluralismo cultural. O reconhecimento e o
respeito por tal pluralismo, à igualdade de direitos
e à dignidade, aparecem hoje como um fator de
paz e de compreensão entre as nações” (UNESCO,
1977, p.11)
1982 - Conferência MONDIACULT México
“Em seu sentido mais amplo, a cultura pode, hoje, ser considerada como o
conjunto de traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e afetivos
que caracterizam uma sociedade ou grupo
social. Ela engloba, além das artes e das letras, os modos de vida, os direitos
fundamentais do ser humano, os sistemas de valores, as tradições e as
crenças”. (UNESCO, 1982, p.39)

A conferencia rechaçou unanimemente toda hierarquia das culturas, já que


nada pode justificar a discriminação entre culturas “superiores” e
“inferiores”, e reafirmou o dever de cada um de respeitar todas as culturas.
Reafirmou-se que a identidade cultural é a defesa das tradições, da história e
dos valores morais, espirituais e éticos herdados das gerações passadas.
Assinalou também que os usos culturais presentes e futuros são tão valiosos
como os do passado e enfatizou que tanto os governos como as comunidades
devem participar na elaboração das políticas culturais. (UNESCO, 1982)
1996 - Relatório Unesco
Relatório
“preparar cada indivíduo para
sobre
compreender a si mesmo e ao outro,
através de um melhor conhecimento Educação
do mundo” para o século
XXI para a
UNESCO
(org.Jacques
Delors)
2001 – Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural
“diversidade cultural: herança comum da
humanidade” é reforçada a ideia de que a cultura
toma diversas formas ao longo do tempo e do
espaço e que a diversidade está incorporada na
unicidade e pluralidade das identidades grupais e
societárias que representam a riqueza simbólica da
humanidade. Como fonte de troca, inovação e
criatividade, a diversidade cultural é “tão
necessária para a espécie humana quanto a
biodiversidade é para a natureza”.
2006 – Brasil - Do-in antropológico

“Massagear pontos vitais – mas momentaneamente


adormecidos – do corpo cultural do país. Avivar o
velho e atiçar o novo, porque a cultura brasileira não
pode ser pensada fora desse jogo, dessa dialética
permanente entre a tradição e a invenção, numa
encruzilhada de matrizes milenares e informações e
tecnologias de ponta”.(MINISTÉRIO DA CULTURA,
2006, p.7) Gestão Gilberto Gil no MINC
Leis 10.639 (2003) 11.645 (2008)

A Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da


história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta
a importância da cultura negra na formação da
sociedade brasileira.

Lei 11.645 inclui também a obrigatoriedade da


temática “História e Cultura Indígena”.
Diretrizes CNE/MEC 2014
Diretrizes Nacionais “Música, portanto, é
para a importante fator de
operacionalização do identidade pessoal e
ensino de Música na expressão da cultura,
Educação Básica - que abrange a
diversidade de
CNE/MEC 2014
experiências e
historicidade de um povo,
constituindo-se, dessa
forma, em componente
de cidadania.”
A atenção à diversidade é
ressonância do pensamento que
vem sendo elaborado por:
Antropólogos
Filósofos
Sociólogos
Etnomusicólogos
Educadores
Educadores musicais
Koellreutter
ordem planetária integradora
“Constitui portanto tarefa comum o esforço para se
compreender tradições e culturas de outro tipo, para
se criar possibilidades de mútuo estímulo e
enriquecimento das capacidades humanas e para se
desenvolver em comum o conhecimento e o saber
humanos com vistas a uma ordem planetária
integradora, isto é, cooperação em uma obra comum
visando a um fim comum. Uma nova consciência, a luta
pela compreensão de um mundo novo, em que
multiplicidade e relatividade dos valores, normas e
ordens sociais se ombreiam em termos dinâmicos e
criativos”. (Koellreutter)
Conhecimento no novo milênio – Morin

Edgard Morin aponta que a formação do cidadão do


novo milênio deve priorizar a possibilidade de
articulação e organização das informações,
percebendo o Contexto, o Global (a relação
todo/partes), o Multidimensional, o Complexo, pois,
para que o conhecimento se torne significativo
através da educação.
“as músicas da música” – Teca Brito
Teca discorre sobre diversas concepções de música
passando por cantar da boliviana Luzmila Carpio,
cujas raízes têm lugar na tradição milenar do povo
Quechua, do Altiplano, as percepções do antropólogo
Anthony Seeger sobre a presença da música nas
sociedades indígenas do Xingu, a concepção de
música do Sufi indiano Hazrat Inayat Khan, entre
outros, no sentido de apontar as “muitas musicas do
mundo” e atentar para a música produzida pelas
crianças.
ampliar e redimensionar escutas e
significados
 “Qualquer que seja a classificação dos signos ou as
definições que se escolherem como quadro de
referência, a música ocupa um lugar indiscutível
no mundo do simbólico (...) (Schaeffer)

(...) intuito de ampliar e redimensionar escutas e


significados, de apontar para a pluralidade, a
diferença e o dinamismo no (e do) musical. (Brito,
2007, p.40)
quatro modos distintos de escuta
segundo Schaeffer
1- Escutar: atitude ativa da escuta que, preocupada com a origem
do som, direciona a atenção do ouvinte para o evento a ele
associado, tratando o som como índice desse evento.
2- Ouvir: atitude passiva do ouvinte, que não revela nenhuma
intenção de escuta. Mas, ainda assim, o ouvinte reage ao som, quer
pela reflexão, quer pela memória. Revela-se uma “percepção bruta
do som”, ligada tanto “à natureza física do som”, quanto “às leis
gerais da percepção” (SCHAEFFER, 1988, p.114-115).
3- Entender: a escuta que revela uma intenção, ligada às
preferências e experiências do ouvinte, que seleciona o que lhe
interessa.
4 - Compreender: escuta que opera por abstração, comparação e
dedução de informações diversas, buscando um significado
específico. Nesta etapa, o ouvinte escuta signo
Olhar para o ‘outro’ com respeito
“A diversidade não implica em aceitação
incondicional dos modos de vida do “outro”, mas na
compreensão que o “outro” tem suas razões para se
comportar de tal ou qual maneira, de acreditar nisto
ou naquilo, ainda que eu não considere a melhor
maneira de se comportar ou de pensar. Ademais, o
contato estimula a criatividade” (Gruman, 2008)

Políticas Culturais em Revista, 2 (1), p. 174-186, 2008


o ‘outro’ – Kater
O “outro” – o de outras terras, outras culturas, outros sons, outras
manifestações, outros valores – é também o novo. E ele, por sua
vez, representa a entidade múltipla, o fator de contraste, a
distinção, a oposição, a ruptura junto ao conhecido habitual.
É o incômodo instigante, que ameaça pelo espaço que difere e
amplia, pelo “não eu” que instaura. Mas, se o novo sacode, ele
também seduz e atrai, implicando-nos com igual intensidade. Com a
mesma certeza, confirma suposições que, quando reveladas, nos dão
a impressão de terem estado sempre ali, como que adormecidas em
nosso pensamento. Aí, ele é presente crescente. Torna-se estado de
desvelamento da consciência, ampliação da percepção,
aprofundamento da visão e das representações que construímos por
experiência ou assimilamos de fora. O outro novo corresponde às
inusitadas perspectivas e possibilidades de sermos nós no mundo.
(Kater, prefácio do livro Outras terras, outros sons)
repertório multicultural nas escolas

a diversidade musical do
mundo é uma porta
interessante para abrir
mentes e corações das
crianças e adolescentes
que têm a curiosidade de
conhecer algo que lhes é
desconhecido, novo!
“Conhecer a música dos
pigmeus da África Central, a
música polifônica do Leste
Europeu, a música pastoral da
Sardenha. Tudo isso já é
patrimônio da humanidade
declarado há dois ou três anos
e precisa ser conhecido e
entendido”. (Zanon,
violonista in: mesa redonda
in: Música na Escola)
ouvir – escutar –
entender - compreender
escuta ‘viva’
É fundamental ouvir Propor diversas formas
atentamente e de escuta desses
ativamente os diversos mesmos exemplos:
exemplos sonoros
sensorial, movimento
selecionados para que o
próprio professor se corporal, desenhando,
aproprie do que vai identificando
trabalhar em sala de elementos musicais e
aula instrumentos
hiato entre prática em sala de aula
e a pesquisa
“A aproximação da
Educação Musical com a
Etnomusicologia “com o
intuito de tornar a sua
práxis mais significativa e
contextualizada com os
distintos mundos musicais
que se confrontam e
interagem dentro das
escolas, específicas ou não,
que se dedicam ao ensino da
música” (QUEIROZ, 2004, p.
102)
• destrincha códigos • dificuldade de
• se envereda na cultura, dissertações
simbologia e rituais do • dificuldade de
“outro’ adentrar linguagem
• faz análises acadêmica
• traduz conteúdos • sem as músicas, a
• quase nunca disponibiliza prática se torna
áudios para publico não impossível
especialista

Educaçã
Etnomus
o
icologia
musical
educação musical + etnomusicologia
necessária aproximação entre esses dois universos para
que se efetive, na sala de aula, uma educação mais
condizente com os tempos atuais, que abranja a
diversidade cultural do pais sem etnocentrismo.
(QUEIROZ, 2004, p. 102)

aproximação da educação musical com a


Etnomusicologia “com o intuito de tornar a sua práxis
mais significativa e contextualizada com os distintos
mundos musicais que se confrontam e interagem
dentro das escolas, específicas ou não, que se dedicam
ao ensino da música” (QUEIROZ, 2004, p. 102)
revisão e transformação de
conceitos da educação - TECA
“Trabalhar com única ideia de música; meramente
ensinar música; preparar alunos para realizações
musicais futuras desconsiderando o tempo presente;
desenvolver competências musicais por meio de
treinamento mecânico (e apenas por esses meios);
desconsiderar a necessária contextualização da
música no todo da cultura, na vida mesmo; guiar-se
por um currículo prescrito, são alguns dos pontos que
norteiam os sistemas maiores de educação musical,
em âmbitos diversos, os quais precisam ser revistos e
transformados”. (Brito, 2007, p.261)
‘Mundos sonoros’
A realidade é que uma grande parte dos educadores
musicais não teve uma formação que contemplasse
esses diversos ‘mundos sonoros’ (FINNEGAN, 1989).
novas iniciativas
novas iniciativas vêm surgindo para ampliar essa
formação, suprindo as dificuldades de acesso e
compreensão desses universos.
mestres da tradição quenianos na
Kennyata University

“Ensinar as músicas do mundo não deve ser uma mera


expansão do horizonte intelectual, mas sim uma necessidade
social que ajuda a gerar um equilíbrio na compreensão
intercultural, com efeito direto sobre a vida futura das
comunidades mundiais”. (ONGATI, 2009, p. 13)
no Brasil - encontro de saberes
UNB, UFMG e outras
universidades
“Encontro de Saberes” (2010)

“residências de mestres de
diferentes áreas do
conhecimento que ministram
uma disciplina regular, oferecida
a todos os cursos da
Universidade. (TUGNY, 2014)

Parceria: MinC e INCT + Inclusão


do Ensino Superior e na Pesquisa.
como trazer os sons do
mundo para sala de aula?
abrindo portas e ouvidos
As músicas podem abrir portas culturais, são
chaves para o conhecimento do “outro” e se
transformar em um exercício de alteridade,
estimulando a formação de cidadãos mais
abertos a outras maneiras de viver.

Independente do gênero ou estilo


popular, clássico (erudita), folclórico, religioso, profano,
comercial, oriental, ocidental
atividade
Saudações - Jogo ‘flecha’
Saudações do Mundo
1. Chinês - Ni hao! 13. Havaiano – Aloha!
2. Hindi – Namaste! 14. Hebraico – Shalom!
3. Árabe - Al Salaam a'alaykum! 15. Italiano - Buon giorno!
4. Armênio – Barev! 16. Persa – Selam!
5. Búlgaro – Zdrasti 17.Português – Oi!
6. Japonês – Konnichiwa! 18.Tupi-Mondé - Kanantenga!
7. Croata – Bok! 19. Romeno - Buna!
8. Bengali – Namashkar 20. Russo – Previet!
9. Finlandês – Terve! 21. Sérvio – Zdravo!
10. Francês – Bonjour! 22. Eslovaco - Dobry den!
11. Alemão - Guten Tag! 23. Espanhol – Hola!
12. Grego- Kalimera! 24. Suaíli – Jambo!
a música parte de um contexto
No entanto, por muitos anos, estuda-se música
dissociada do seu ambiente cultural, dentro de uma
visão ‘tecnicista’
música & cultura
• brincadeiras
• contação de
histórias
• trabalho
• festas
• rituais
• danças
• ninar
• momentos
religiosos
pre conceito = desconhecimento

Quando se conhece, preconceitos são desmobilizados.


Contextualização das músicas

 De onde elas vem?


 Em que contexto elas acontecem?
 A que grupo pertence?
 Quem as faz?
 Como fazem?
 Por que fazem assim?
 Qual o significado delas?
atividade quiz musical
Escutando e relacionando
abrindo os canais de percepção

como encontrar repertório


multicultural?

que critérios utilizar para


escolher as músicas?

como utilizá-las em aula?


critérios de escolha
A adequação à capacidade de aprendizagem dos
alunos
Possíveis desafios no aprendizado
Possibilidade de traçar paralelos entre diferentes
estilos musicais
Possibilidade de abrir novas portas para trabalhos
de interpretação e de criação
Possibilidade de criar projetos interdisciplinares
Não se ater apenas a questão do pais e sim da
cultura
pesquisa e escolha de repertório

pesquisar as músicas em CD, vídeos e partituras


buscar repertório relacionado à origem dos alunos
buscar na sua própria história referências musicais
que possam ser trazidas para sala de aula
pesquisar sobre o estilo musical abordado
ouvir diversas versões da mesma música, se possível.
procurar pesquisadores que conhecem o estilo
musical abordado.
significados

Traduzir a letra da
música
Ver instrumentos
utilizados
Localizar temática
Buscar compreender
contexto, em que
ritual, festa ou
situação ela se insere
apurando a seleção
O que mais salta aos ouvidos
quando escutamos músicas de
determinada região?
De que elementos ela é
formada?
O que nos soa interessante?
O que nos fascina?
O que entedia? Se fosse chato
porque tanta gente faria essa
música?
Em que contexto ela funciona?
Consigo retrabalhar em outro
contexto?
atividade

Apurando a escuta
alargando os horizontes
Trabalhar com
diferentes gêneros
da música de cada
lugar nos faz
conhecer
realmente o lugar.
Um país nunca tem
uma única música e
sim várias!
nacional e cultural

não se ater à nacionalidade ou o


país no sentido oficial, mas sobre
a cultura do lugar, sobre as
pessoas

países tem culturas diversas,


etnias e grupos que desenvolvem
criações estéticas diferentes

Exs. África e América Latina e


músicas indígenas brasileiras
cantando
Buscar pronunciar bem o texto da canção na língua original,
tentando aproximar se ao máximo da musicalidade da
língua, o tempo das palavras, o fraseado o movimento
Cantar com a gravação e sem a gravação.
Fazer brincadeiras com as palavras da música (se for em
outra língua)
tocando
Assistir vídeos com os instrumentos originais para se
referenciar
Atentar-se aos timbres e a forma de tocar
‘Tirar de ouvido’
Utilizar instrumentos disponíveis (flexibilidade)
Desenvolver etapas de aprendizagem
Criar arranjos coletivamente
sugestões de atividades
 Babelfonia – as línguas do  Criar paralelos entre as
mundo - saudações diversas culturas ex.
 Desenhar mapa múndi e furação de orelha
localizar gêneros musicais Xavante
que ouve  Observar ritmos
 Ouvir diversas músicas semelhantes de outras
para movimentações culturas com os
corporais e danças brasileiros (kerarwa e
 Mostrar instrumentos baião por ex.)
musicais de outas culturas  Sugerir palavras de
(vídeos, áudios, fotos, diferentes culturas para
tutoriais) composições coletivas
diversidade musical
tradições musicais de várias partes do mundo
nos proporcionam um olhar para as diversas culturas,
de forma diferenciada, aberta e humana

 sons e seus significados


 usos e funções
 formas de transmissão
 expressões dramáticas (dança, teatro e música)
 instrumentos musicais
ouvindo e praticando!!

cantar
tocar

refletir
Obrigada!
Magda Pucci – magda@mawaca.com.br
Berenice de Almeida – beremusica@gmail.com

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