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MÉTODO DE CONTROLE CULTURAL

DE DOENÇAS
Profa. Dra. Stela Maris Kulczynski
Curso de Agronomia
UFSM/DCAA
Método Cultural
A-Eliminação ou redução do inóculo existente (redução de
Yo)
 Sementes , mudas e órgãos de propagação vegetativa sadios:
-Padrão fitossanitário confiável.

-Veículos para patógenos.

 Erradicação da planta hospedeira (doente):


- Roguing.
- Diminuição do inóculo e redução na dispersão
 Eliminação de plantas voluntárias:
- Plantas tigueras

Eliminação de hospedeiros alternativos:


-Patógenos está na área em outras espécies, como daninhas, sobrevivendo
como residentes e não manifestando sintomas
Ex: Cultura do mamoeiro erradicar espécies de plantas da família das
curcubitáceas vírus do mosaico.
Práticas de desinfestaçãoferramentas, caixas, mãos, veículos.
Inóculo presente no solo e em restos de cultura.

Eliminação de restos culturais:


-Capacidade saprofítica,
-O preparo convencional do solo promove enterrio e a
decomposição

Incorporação de matéria orgânica (MO):


-Aumento da microflora
-Incorporação de restos de cultura e adubação verde
favorece a atividade microbiana

Inundação e Drenagem:
-Condição de anaerobiose

Preparo do solo: aração e gradagem:


-Temperatura e radiação ultravioleta elimina estruturas infectivas

Rotação de cultura
Rotação de cultura
• Rotação de cultura consiste no plantio de uma espécie vegetal diferente,
num mesmo local da lavoura, na mesma estação de cultivo, a onde os
restos culturais do cultivo anterior foram eliminados biologicamente (2 a 3
anos).
Tem por princípio a eliminação do substrato que favorece o agente
patogênico.
Eliminação ou redução do inoculo de patógeno e do potencial de
inoculo do solo.

Sucessão de cultura: plantio alternado de diferentes espécies na mesma


área, em épocas distintas do ano.
Monocultura consiste no cultivo da mesma espécie vegetal, no mesmo
local da lavoura, onde estão presentes seus próprios restos culturais
Característica dos patógenos controláveis pela
rotação de cultura

• habilidade de sobreviver pela colonização saprofítica dos


restos culturais do hospedeiro e não apresentam habilidade
de competição saprofítica.

• ausência de estruturas de resistência ( clamidósporos,


escleródios, oósporos, etc...)

• produzam esporos e/ou estruturas de dispersão –grandes e


pesados ( esporos>50mm), para que não sejam facilmente
disseminados pelo vento em longas distâncias;

• têm poucos ou nenhum hospedeiro secundário.


B-Redução dos ciclos de doenças no campo (Redução de r)

-Supressão do desenvolvimento do inóculo, principalmente da


parte aérea.

-Menos inóculo, menor no de ciclos secundários da doença e


menor taxa de progresso da doença.

-Muitas dessas práticas visam modificar o microclima na cultura,


com objetivo de reduzir as chances de infecção.
Manejo da densidade de plantas :
-Microclima

Poda :
-Arejamento e luminosidade.

Eliminação de plantas vivas doentes (Roguing):

Eliminação de hospedeiros alternativos: espécies cultivadas, daninhas e


silvestres:

Manejo da irrigação :
- qualidade e quantidade de água
- Estresse hídrico: deficiência e excesso de água predispõe o hospedeiro.
- Excesso de água:
1- anaerobiose menor desenvolvimento radicular e transporte de nutrientes
2-excesso de água favorece oomicetos e bactérias
C-Escape das plantas à infecção (redução de t)
-Reduzir o tempo de exposição da cultura aos patógenos.
-Maioria deve ser adotada em pré-plantio,

Seleção do local de plantio:

Seleção da época de plantio:

Material propagativo sadio (sementes e mudas):

Manejo da profundidade de plantio:


-Evitar semeadura profunda
-3-5cmsoja e milho
pH do solo: acidez / alcalinidade
-Absorção de nutrientes crescimento  predisposição ao patógeno
-Favorecer ou desfavorecer a sobrevivência e desenv. de patógenos.

Barreiras físicas:
-Quebra vento, cortina vegetal

Superfícies repelentes a vetores:


-Refletem radiações de determinados comprimentos de ondas
Nutrição Mineral: equilibrada
 Nitrogênio:

-Aumento do suprimento de N maior vigor, aumento da taxa de crescimento,


aumento de tecido jovens mais suscetíveis a infecções,
infecções principalmente na
ausência de Ca e Si.

Forma de N
Forma Amoniacal do N: aumento da severidade de podridões de raízes e
murchas ( Fusarium spp.) e damping-off e podridão do colo (Sclerotium
rofsii)/mais severas em pH ácido.
Forma de Nitrato: aumenta a severidade de sarna da batata e podridão do pé-
do trigo/mais severas em pH neutro ou alcalino

 Fósforo:
-Influência positiva ou negativamente a severidade da doença.
-Aumento da velocidade de maturação dos tecidos.
tecidos
-Indução de resistência.
resistência
-Aplicação foliar: sais fosfatados induz resistência local e sistêmicas .
-Aplicação foliar de fosfitoscontrola
fosfitos vários patógenos- oomicetos
Excesso de P:
-Aumentar a suscetibilidade de fumo e pepino a viroses.
-Aumentar a resistência da Beterrraba (Phoma), Fumo (Pseudomonas) e Tomateiro
(Fusarium)

Potássio:

-Em geral exerce efeito desfavorável às doenças


-Nutrição balanceada em K confere resistência a estresses abióticos (geada) e bióticos.
 Atuação direta : dificultando o estabelecimento e desenvolvimento do patógeno.
Atuação indireta: promovendo cicatrização de ferimentos e dificultando a penetração
dos agentes patogênicos.

 Deficiência de K:
-Prejudica o transporte e a assimilação de metabólitos na planta que causa acúmulo
de compostos orgânicos de baixo peso molecular –fonte de nutrientes disponíveis para os
patógenos.

O uso de uma prática não exclui o uso de outras. Na realidade o


que se procura é a integração das práticas.
Sistema Plantio Direto
• O Sistema Plantio Direto (SPD)  semeadura direta sem
prévio revolvimento do solo, resultando na permanência dos
restos culturais.

SPD x Doenças

restos culturais asseguram a presença dos parasitas necrotróficos (densidade de


inóculo).

o maior potencial de inóculo e o posicionamento mais próximo aos sítios de


infecção maior eficiência no processo de inoculação.

Doenças dos cereais de inverno, do milho, da soja e do feijão são mais severas em
plantio direto e monocultura.
monocultura
Potencial de inóculo:

Monocultura e Plantio Direto as fases de sobrevivência e de


multiplicação, são favorecidas,

Máxima intensidade de doença:


-maior potencial de inóculo,
-proximidade da fonte aos sítios de infecção,
-maior eficiência da inoculação.

A intensidade da doença é função da densidade de inóculo (DI), que


está diretamente relacionada a quantidade de palhada

SPD no Sul5 a 10 Ton de massa de palhada seca/ha, no quarto ou


quinto ano de cultivo.

SPD no Centro-Oestea massa de palhada não forma camada densa

O SPD torna-se um grande desafio!


Plantio Direto RC obrigatória
Plantio Convencional RC recomendável
A viabilidade do SPD está correlacionada com
a adoção de técnicas integradas de manejo:

1-Utilizar no plantio sementes sadias, certificadas e


tratadas com fungicidas e doses eficientes;
2-Usar cultivares resistentes, quando houver
disponibilidade;
3-Rotação de cultura.
Principais Medidas de Controle de
Doenças em SPD:

1-Densidade adequada de plantas;


2-Eliminação de plantas (voluntárias, guachas, ou
tigueras)
3-Sequência de espécies de plantas adequadas, para
não manter o patógeno no campo;
4-Manejo da fertilidade do solo, mantendo equilíbrio
dos nutrientes;
5-Aumento da atividade supressiva dos solos.
MUITO OBRIGADO!

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