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BÚSSOLAS E MEIOS Bússola visada:


DE ORIENTAÇÃO
Esta é mais precisa. O mostrador
O mais importante em luminoso e a escala travável a torna
navegação é sabermos onde preferível para navegação ou orientação
estamos indo e que mesmo noturna. Quando tiramos a visada com a
sem bússola, podemos verificar a direção bússola de reflexão, a tampa é elevada
em relação ao caminho aparente do sol verticalmente e a mira girada para a sua
durante o dia e às estrelas durante a noite. posição de leitura.
Para usar a bússola de reflexão
1. Usando o relógio e o sol: alinhamos a bússola com o ângulo
magnético que queremos seguir. Então,
Posicione-se de frente para o com a tampa aberta alinhamos a agulha
sol ou, se estiver nublado, é possível obter norte com o norte no mostrador. Quando
uma indicação razoável alinhando com área estivermos andando, devemos manter os
mais brilhante do céu. dois norte alinhados.
No hemisfério sul aponte a marcação de - Com a bússola encostada na bochecha,
meio-dia do seu relógio para o sol. O norte olhamos pela mira e alinhamos a linha
está entre o meio dia e o ponteiro das de visada na tampa ao objeto que nós
horas. escolhemos como ponto de referência.
No hemisfério norte aponte o ponteiro Olhando ligeiramente para baixo, lemos
das horas para o sol. O sul está entre o o ângulo magnético no disco contra o
ponteiro das horas e a marca do meio dia. traço – este é refratado para o nosso
olho pelo prisma do ocular. A ilustração
2. Navegação pelas mostra a posição.
estrelas no - Somamos ou subtraímos o número da
hemisfério sul: variação magnética local de nossa
leitura para obter uma posição precisa
Trace uma linha na grade do mapa. Calculamos a nossa
imaginária a partir do pé do Cruzeiro do Sul, posição no mapa com transferidor e
no mesmo sentido, cerca de quatro vezes e lápis, alinhando o zero grau no
meio o seu tamanho. O Pólo Sul Celeste transferidor para o norte.
estará nesse ponto e o Pólo Sul Terrestre, - Para ajustar a posição no mapa,
encontra-se trançando uma linha subtraímos ou somamos a variação
perpendicular à linha do horizonte. Duas magnética. Em seguida ajustamos a
estrelas brilhantes próximas do Cruzeiro do visada na bússola e alinhamos os
Sul, podem ajudá-lo a encontrar o Pólo Sul ponteiros norte para ver a sua direção.
Celeste.
Os ajustes:
3. O GPS e a navegação:
orientar-se no solo
requer encontrar o
O GPS (Sistema de Posicionamento
norte do mapa e então
Global), alterou a navegação radicalmente.
posicioná-lo de maneira
Utiliza uma rede mundial de 24 satélites,
a fazer com que o
cujos sinais de rádio podem ser recebidos
usuário e o mapa estejam olhando para o
virtualmente dos que se encontram acima
norte, ou girando o mapa para que ele
da linha do horizonte, em qualquer ponto
do Planeta, fornecendo um registro claro de aponte para a direção de nossa visada.
Assim, nós podemos ajustar nossa bússola
seu posicionamento ou deslocamento.
ao mapa.
BÚSSOLA Agora podemos segurar a bússola e
seguir a sete de direção. Mantendo
Uma bússola é essencial longe da alinhados a agulha norte no mostrador e o
cidade. Sem ela, é fácil ficarmos norte no disco magnético. Quando
desorientados. Mas devemos tomar seguimos uma indicação, sempre deixamos
cuidados, pois objetos metálicos ou a bússola nivelada para evitar que o disco
magnéticos próximos podem distorcer as magnético cole e nos dê uma falsa leitura.
leituras.

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Por que declinação e não inclinação?


USO DA BÚSSOLA Simples, quem criou o termo foram
pessoas do hemisfério norte, onde o campo
Mede rumos ou azimutes e magnético desvia-se Oeste, e por isso
consequentemente variações deve-se subtrair-se do Azimute alguns
angulares no plano horizontal. graus para fazer a correção. Por isso eles
declinam à medida. Nós aqui
Existem mais de um Norte. acrescentamos alguns graus ao Azimute,
mas (sempre querendo concordar com os
1. Norte Verdadeiro (Nv) - Posição primos do Norte), usamos o mesmo termo
geográfica da interseção do eixo de “declinar”.
rotação da terra, com a superfície no
hemisfério Norte. Este é o Norte
Geográfico.
2. Norte Astronômico (Na) – Aponta
para a estrela Polar visível no hemisfério
Norte. Tem um desvio de
aproximadamente 0.7º em relação ao
Norte Verdadeiro
3. Norte Magnético (Nm) – Ponto de
convergência das linhas do campo
magnético da terra. Tem um desvio de
10º para Leste.

Princípio de Funcionamento - agulha


imantada que aponta para o N magnético
permite medir por visadas horizontais o
rumo em graus com relação ao N magnético
(projetado no plano horizontal). A diferença
angular entre N verdadeiro (Nv) e
magnético (Nm) é a declinação magnética
que varia com o ponto na superfície FIGURA 1: INTENSIDADE TOTAL DE
terrestre e com a data. Sendo conhecida a INCLINAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO.
declinação, pode-se corrigir a medida
angular do rumo somando-se ou subtraindo- GRAUS DE AZIMUTE
se este valor para se ter o rumo verdadeiro.
Para sabermos em que
Tipos de visadas para aferir o rumo: grau de azimute está
localizado o ponto cardeal,
1. Normal: visando o ponto dentro do colateral, subcolateral, na
alinhamento da linha central no espelho visada desejada podemos
com a agulha da bússola apontando para utilizar a rosa dos ventos.
o norte (não esqueça de alinhar zero
grau de azimute com o norte da agulha).
2. Na altura dos olhos: visando o objeto
através do orifício da tampa e da mira
girada na posição de leitura (não
esqueça de alinhar zero grau de azimute
com o norte da agulha).

Declinação Magnética

Para que uma bússola possa apontar para o


Norte Verdadeiro, é necessário fazer uma
correção em seu círculo graduado. O valor
em graus desta correção, é chamada
“Declinação Magnética”.

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Para uma medida aproximada apresentamos o esquema abaixo:

N
360°
NNO 345° 15º NNE
330° 30°
NO NE

ONO 300° 60 ° ENE


285° 75°

O 270° 90° L

255° 105°
OSO ESE
240° 120°

SO SE

210° 195° 165° 150°


SSO 180° SSE
S
GRAUS DE AZIMUTE

Para sabermos em que grau de azimute está localizado o ponto cardeal, colateral,
subcolateral, na visada desejada podemos utilizar a rosa dos ventos.
Para uma medida aproximada apresentamos o esquema abaixo:

PONTO CARDEAIS: PONTOS SUBCOLATERAIS

N NORTE NNE Norte-nordeste


S SUL ENE Este-nordeste
E OU L ESTE OU LESTE ESE Este-sudeste
(NASCENTE) SSE Sul-sudeste
O OESTE (POENTE) SSO Sul-sudoeste
OSO Oeste-sudoeste
PONTOS COLATERAIS: ONO Oeste-noroeste
NNO Norte-noroeste
NE Nordeste
SE Sudeste
SO Sudoeste
NO Noroeste

Você posiciona o mapa na direção correta, posiciona a bússola sobre o mapa,


deixando o norte da bússola com o norte do mapa, agora você irá verificar qual
direção irá tomar rumo e marcar quantos graus de azimute tem esta direção em
relação ao ponto em que está.

Alguns métodos de navegação:

• Navegar consiste em tirar visadas estimar bússola só é possível com uma precisão de
distâncias. Podemos confirmar uma direção 10 ou 20 graus, menos em condições
simplesmente com uma bússola, mas adversas.
fatores como terreno acidentado,
• Se você apontar o braço direito para o
vegetação densa e obstáculos invisíveis
Sol (nascente – leste) e o esquerdo
podem fazer com que fique difícil manter o
para o Sol (poente – oeste), à sua
curso.
frente estará o norte o às suas costas
• Mirando ao largo: Seguir a leitura da estará o sul.

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Referencial teórico:
CANADÁ. Geomagnetismo. Disponível em
http://gsc.nrcan.gc.ca/geomag/field/arctics_e.php em 28/10/2005.
Como usar uma Bússola. Disponível em http://www.angelfire.com/vt2/besteiras em
28/08/2005.
Imagens das bússolas disponíveis em http://www.libras.com.br/hachiya/bussolaprof.htm,
acessado em 01/09/2005.
MELLO, Rosângela Menta. Oficina Lições de Cidadania. Seminário Educação ComCiência
2005.
WINGE, Manfredo. Instrumentação geológica básico. Disponível em
http://www.unb.br/ig/cursos/igb/igb.htm#inicio acessado em 28/08/2005.

MAPA TOPOGRÁFICO DE TELÊMACO BORBA


Curva de nível com eqüidistância de 10m

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Orientação, localização e representação da


Terra
Como se localizar
Introdução
No sentido geográfico, orientação é o mesmo que rumo ou direção; assim, orientar-se significa
determinar a nossa posição ou a posição de um lugar em relação aos pontos cardeais.
Quando pretendemos nos dirigir a um determinado lugar, o primeiro procedimento é saber a direção em
que se encontra esse lugar. A seguir, devemos proceder à determinação exata da sua localização.
Para se deslocar de um lugar para outro, as pessoas necessitam de pontos de referência. No caso das
áreas urbanas, não encontramos maiores dificuldades em localizar o que queremos (pessoas ou lugar)
porque normalmente existe um endereço e dispomos de muitos pontos para orientação (mas, praças,
avenidas, igrejas, edifícios etc.). No entanto, em outros tipos de ambientes, tais como oceanos, desertos,
florestas etc. como não dispomos das mesmas facilidades, temos de recorrer a outros meios de
orientação como, por exemplo, as estrelas, a bússola e as coordenadas geográficas.

Determinação dos pontos cardeais


Os pontos cardeais indicam quatro direções opostas, duas a duas:
Norte (N) - Sul (S) Leste (L) - Oeste (O)

Essas direções são adotadas universalmente e foram estabelecidas a partir do movimento de rotação da
Terra ou do chamado "movimento aparente" do Sol, Dizemos aparente porque, na realidade, não é o Sol
que percorre a Terra de leste a oeste, mas é a Terra que gira sobre si mesma (rotação) diante do Sol
(uma estrela fixa).
Com base nisso ficou estabelecido que o lugar da Terra onde o Sol "nasce" diariamente chama-se leste e
corresponde ao Oriente (daí, por exemplo, nos referirmos ao Japão como país oriental ou "país do Sol
nascente"), e o lugar onde o Sol "se põe" denomina-se oeste e corresponde ao Ocidente (daí, por
exemplo, Brasil, país ocidental). Assim, para determinarmos os quatro pontos cardeais basta estender o
braço direito na direção do Sol nascente e estaremos indicando o leste: o esquerdo na direção do Sol
poente e teremos o oeste: a nossa frente ficará o norte: e, às nossas costas, o sul. Veja a Fig. 28.2.
Além dos quatro pontos cardeais existem o? pontos colaterais e subcolaterais, totalizando dezesseis
direções, que formam uma figura chamada rosa-dos-ventos ou rosa-dos-rumos.
Os pontos colaterais são: nordeste (SE), sudeste (SE), sudoeste (SO) e noroeste (NO).

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Os pontos subcolaterais são: norte-nordeste (NNE), este-nordeste (ENE), este-sudeste (ESE), sul-sudeste
(SSE), sul-sudoeste (SSO). oéste-sudoeste (OSO). oeste-noroeste (ONO) e none-noroeste (NNO).
Observe a rosa-dos-ventos.
No entanto, para indicar uma direção exata, nem mesmo os pontos colaterais e subeolaterais são
suficientes. Foi assim que surgiu a rosa-dos-ventos, dividida em 360 partes iguais, denominadas graus:
cada grau tem 60 minutos e cada minuto tem 60 segundos. Com isso praticamente todos os pontos na
linha do horizonte podem ser localizados com exatidão. “Cada quadran-te da rosa-dos-ventos
corresponde a 90”. “O norte é o 0o, o leste 90°, o sul 180° e o oeste 270”.

Meios de orientação

Desde os tempos mais remotos até os dias atuais, os homens utilizaram diversos meios de orientação. O
homem do passado se orientava, por exemplo, pela simples observação dos astros, porém o homem
moderno utiliza meios mais ou menos sofisticados, como o rádio, os radares e os computadores.
De modo geral, podemos resumir os diversos meios de orientação utilizados ao longo do tempo da forma
a seguir.

Até o século XIII. Predominou a orientação astronômica simples baseada na localização e posição de
astros como o Sol, outras estrelas, as constelações e a Lua. A orientação pelos astros só indica a direção
aproximada, não sendo portanto uma orientação precisa. A determinação do lugar desejado era feita por
estimativa. No hemisfério norte utilizava-se principalmente a estrela Polar, que indica a direção do pólo
norte, enquanto no hemisfério sul utilizava-se o Cruzeiro do Sul, que indica a direção do pólo sul.

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Do século XIII ao século XV. Houve predomínio do uso da bússola, pois ela permitia traçar o rumo ou
direção em qualquer momento da viagem. Uma vez indicado o rumo ou direção pela bússola, cabia ao
navegador, de acordo com sua experiência, determinar o lugar ou ponto desejado. Juntamente com a
bússola desenvolveram-se dois outros instrumentos de grande importância para a navegação: os
portulancs (mapas com descrição dos portos) e as cartas náuticas (mapas contendo o traçado das rotas,
profundidade dos mares, distâncias, perigos a evitar e outras informações).

Do século XV ao século XVIII. Os navegantes portugueses introduziram um método mais


aperfeiçoado de orientação: a navegação astronômica por latitudes. Eles navegavam do Atlântico norte
para o Atlântico sul, seguindo determinado meridiano, e depois navegavam em latitude. Os instrumentos
mais utilizados eram o quadrante e o astrolábio, que servem para medir a altura de um astro acima do
horizonte.

Século XIX. Evolui-se da navegação por latitudes para a navegação por latitudes e longitudes, que
permite a localização muito mais precisa do ponto desejado. A latitude por si só não é suficiente para se
obter uma localização precisa. A utilização desse método foi possível com a invenção e o emprego de
cronômetros de grande precisão.

Tempos atuais. Tanto a navegação ma quanto a aérea utilizam hoje meios bastante modernos de
orientação, principalmente o sistema de rádio (radiogoràômetro), além de instrumentos de grande
precisão e eficiência, como os radares e computadores.

A BÚSSOLA E SEU FUNCIONAMENTO

A bússola é um pequeno, prático e eficiente instrumento de orientação inventado pelos chineses há


alguns milhares de anos. Ela é constituída basicamente de uma agulha imantada que gira sobre um eixo
vertical. No fundo aparece um mostrador com a rosa-dos-ventos e os 360° da circunferência (bússolas
modernas).

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Para entender o seu funcionamento precisamos considerar o seguinte:


1º - A agulha da bússola, que é imantada, apresenta as mesmas características de um imã, ou seja,
possui dois pólos magnéticos, norte (N) e sul (S). Lembrando que pólos iguais se repelem e pólos
contrários se atraem, entendemos por que o pólo norte (N) da agulha é atraído pelo pólo sul (S) do ímã.
Observe a Fig. 28,7.
2º - No caso da Terra, que é considerada um gigantesco ímã, o pólo sul magnético situa-se próximo ao
pólo norte geográfico e o pólo norte magnético encontra-se próximo ao pólo sul geográfico. Dessa forma
podemos entender, então, por que o pólo norte da agulha da bússola aponta (é atraído) para o pólo sul
magnético da Terra. Observe a Fig. 28.8.
Partindo do fato de que a agulha da bússola não indica a direção dos pólos geográficos, e sim a direção
dos pólos magnéticos, como vamos encontrar os pólos geográficos da Terra? Nesse caso, é preciso fazer
a correção e, para tanto, os navegantes dispõem de mapas e outros recursos.

O ângulo correspondente à diferença (distância) entre o pólo geográfico e o pólo magnético da Terra é
chamado de declinação magnética. O pólo sul magnético da Terra situa-se próximo à Ilha Príncipe de
Gales (Canadá), cerca de 1.400 km a oeste do pólo geográfico norte. Observe a Fig. 28.9.

Coordenadas geográficas

Para localizar os acidentes geográficos naturais (rios. montanhas etc.) ou artificiais (estradas, cidades
etc.) na superfície terrestre, não basta saber apenas a direção. São Petersburgo iex-Leningradot, por
exemplo, situa-se r.a parte oeste da URSS. Entretanto nessa mesma região existem centenas de outras
cidades. Como saber então a localização exata dessa cidade? A melhor alternativa é recorrer às
coordenadas geográficas, que permitem a localização de um ponto com maior precisão e rapidez. No

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caso, as coordenadas geográficas de São Petersburgo são 60° de latitude norte e 30° de longitude oeste:
assim podemos localizá-la facilmente no mapa.

As coordenadas geográficas são um conjunto de linhas imaginárias que servem para localizarmos um
ponto ou um acidente geográfico na superfície terrestre. Essas linhas imaginárias são constituídas pelos
paralelos e meridianos. Veja a Fig. 28.12.
Os paralelos são as linhas imaginárias traçadas paralelamente ao Equador. Existem 180 paralelos, sendo
90 ao norte e mais 90 ao sul do Equador (círculo máximo • 0o). São identificados pela sua localização em
graus a partir do Equador e cada um deles equivale a 1o (um grau). Apenas quatro possuem nomes
especiais: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Circulo Polar Antártico.
Através dos paralelos determinamos a latitude de um lugar. O que é, então, latitude?
Latitude é a distancia em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até a linha do Equador. A
latitude varia de 0o a 90°, tanto para o norte como para o sul do Equador. A Suécia, por exemplo, é um
país de elevada latitude: e o Brasil, um país de baixa latitude.

Os meridianos são semicírculos imaginários ' traçados sobre a Terra de pólo a pólo. Existem 360
meridianos, 180 a leste e 180 a oeste de Greenwich. Que é o meridiano de 0o ou de origem (cada
meridiano corresponde a 1o). Veja a Fig. 28.11.
Por meio dos meridianos determina-se a longitude. O que é, então, longitude?

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Longitude é a distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até o meridiano de


Greenwich. Varia de 0o a 180°, tanto para leste quanto para oeste de Greenwich.
As coordenadas geográficas correspondem, portanto, ã latitude e à longitude de um lugar. Verifique, por
exemplo, o ponto P no mapa da Fig. 28.12. “Ele está situado no encontro do paralelo de 40° norte com o
meridiano de 80° leste; nesse caso”, suas coordenadas geográficas são 40° de latitude norte (40° LN) e
80° de longitude leste (80° LE).
Convém observar que todos os pontos ao longo de um mesmo paralelo ou meridiano têm,
respectivamente, a mesma latitude e a mesma longitude.

Medições do tempo e fusos horários

As medições do tempo começaram a ser feitas desde épocas bem remotas e, via de regra, baseavam-se
nos movimentos da Terra. Assim:

• Chamou-se dia o tempo que a Terra demora para dar uma volta completa sobre seu eixo
imaginário (movimento de rotação);
• Chamou-se ano o tempo que a Terra leva para percorrer sua órbita ao redor do Sol (movimento
de translação).

Existem diversas maneiras de se medir o tempo, como, por exemplo, pelo tempo solar verdadeiro, pelo
tempo solar médio, pelo tempo civil e por meio dos fusos horários.
Tempo solar verdadeiro. Apesar das variações que apresenta foi utilizado até por volta do século XVIII,
sendo obtido por meio dos relógios de sol. Constitui o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens
sucessivas do Sol pelo meridiano de um lugar. Sua duração não é sempre a mesma, podendo variar em
um mesmo lugar de acordo com as épocas do ano (estações do ano) ou em função dos diferentes mo-
vimentos executados pela Terra.

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Tempo solar médio. Com as maiores exigências da vida moderna e o rápido desenvolvimento das
comunicações, tornou-se cada vez mais necessária a padronização do tempo. Assim, os astrônomos
decidiram eliminar as variações naturais do tempo verdadeiro, substituindo o Sol verdadeiro por um Sol
fictício, obtendo assim o chamado tempo solar médio, cuja duração é exata e sempre igual (24 horas).
Foi a partir daí que começaram a surgir os relógios atuais (os de. pulso, por exemplo).
Tempo ou hora civil. A partir de 1º de janeiro de 1925, os astrônomos passaram a utilizar o chamado
tempo ávil ou hora civil, cuja duração é de 24 horas e a contagem é feita de 0 a 24 horas. Anteriormente
a contagem era feita de meio-dia a meio-dia (dia astronômico).
Fusos horários. A velocidade das comunicações acabou impondo a necessidade de unificação da hora em
todo o mundo. Para tanto criou-se o sistema de fusos horários, cujos princípios foram propostos em 1884
na Conferência de Washington. Por esse sistema o globo terrestre foi dividido em 24 fusos horários, cada
um deles equivalendo a 1 hora ou 15 meridianos ou 15° de longitude. Adotou-se como fuso de referência
o de Greenwich, responsável pela hora oficial mundial ou hora GMT (Greenwich Meridian Time). Esse
fuso é formado pela soma de 7,5° a leste e 7.5° a oeste do meridiano de 0o (meridiano inicial ou de
Greenwich).

A LINHA INTERNACIONAL DA DATA

Uma vez estabelecido o sistema de fusos horários, foi necessário determinar o meridiano a partir do qual
se deveria começar a contagem do novo dia. O meridiano escolhido foi o de 180° (o antímeridiano
internacional), que passou a ser a linha internacional da data, pois nela se processa a mudança de datas.
Essa linha atravessa o Oceano Pacífico, apresentando vários desvios para não passar por nenhum lugar
habitado. Passa pelo Estreito de Bering. pelo leste da Península de Kamtchatka e, em seguida, passa
entre as ilhas Aleutafe e Samoa e daí até o pólo sul. Se um viajante cruzarjessa linha no sentido oeste-
leste, deve subtrair um dia (24 horas) e, se cruzá-la no sentido leste-oeste, deve acrescentar um dia.

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FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL

A hora legal no Brasil, de acordo com o sistema de fusos, está em vigor desde 1º de janeiro de 1914.
Devido à grande extensão leste—oeste do seu território, o Brasil possui quatro fusos horários, todos
situados a oeste de Greenwich e, portanto, com horários sempre atrasados em relação a Londres.
Atenção:

• O primeiro fuso horário brasileiro corresponde ao segundo fuso a oeste de Greenwich, estando
assim com duas horas a menos em relação a Londres;
• O fuso horário do Brasil que determina a hora oficial do país (hora legal ou hora de Brasília),
corresponde ao segundo fuso brasileiro ou ao terceiro fuso a oeste de Greenwich, portanto com
três horas a menos em relação a Londres.

Observe a Fig. 28.16 (na página anterior), que mostra os fusos horários brasileiros. Chamamos a atenção
ao fato de que existe uma linha correspondente ao limite teórico e outra correspondente ao limite
prático. Trata-se de um artifício ou recurso mundialmente utilizado para se obter maior uniformização dos
horários no sentido de evitar que pequenos territórios (países ou estados) tenham horários diferentes.
Observe também a Tab. 28.2.

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Como representar a Terra

Considerações gerais

Dentre as várias maneiras de representar a Terra (mapas, plantas, fotógrafas, globo terretre etc.), o
mapa é sem dúvida a mais utilizada, embora não seja a mais perfeita, isto é, a que mais se aproxima da
realidade.
A confecção de mapas é uma atividade tão antiga que se confunde com a própria historia da
humanidade. Isso mostra a importância que o mapa sempre teve para o homem.
O mapa mais antigo que se conhece, cuja idade é calculada entre 2.500 e 3.000 anos a C. foi encontrado
nas minas da cidade de Ga-Sur (Mesopotâmia, atual Iraque. Nele esta representada a parte norte da
Mesopotâmia com o Rio Euirates entre os montes Zagros e o oeste do Líbano. Os povos primitivos
utilizavam rapas para registrar elementos territoriais ou da paisagem, acontecimentos históricos,
itinerários etc.

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Hoje em dia, mapas e plantas são amplamente utilizados por estudantes, turistas, homens de negócios,
engenheiros, professores, estadistas, militares, estrategistas e naturalmente pelos geógrafos. Entretanto
cabe observar que os mapas utilizados pelos militares, estadistas e estrategistas, enfim peles detentores
do poder, não são os mesmos que estudantes, professores e público em geral utilizam.
Acontece que a Cartografia evoluiu tanto que acabou tomando-se um importantíssimo instrumento de
poder, principalmente no caso das grandes potências mundiais. Sabemos que os mais modernos meios
de investigação existentes (sensoriamento remoto por satélites, por exemplo) são capazes de registrar
diariamente, e até mesmo de hora em hora, a evolução de inúmeros fenômenos da superfície da Terra.
Sabe-se também que os Estados Unidos já fotografaram praticamente o mundo todo e con-
seqüentemente já possuem os mais variados tipos de mapas (estratégicos, náuticos, de recursos naturais
etc.).
É claro que esses e outros tipos de mapas, na maior parte dos países e, sobretudo nos socialistas, não
estão ao alcance do grande público, que normalmente só tem acesso aos mapas gerais (mapas
geográficos de pequena escala ou então a informações fragmentadas ou ultrapassadas. No Brasil quase
todos os Atlas escolares mostram a vegetação natural como se ela ainda estivesse intacta, quando na
verdade extensas formações vegetais como a Mata Atlântica e a Mata dos Pinhais já foram quase total-
mente devastadas. Da Floresta Amazônica já foram devastados cerca de 350 mil km5.

Globo terrestre

Apesar de não ser a mais utilizada, o globo ler-retírt constitui a melhor representação, a que mais se
aproxima da realidade. Trata-se de uma representação extremamente reduzida (uma mj-rjaiura) e
simplificada da Terra, porém apresenta as seguintes vantagens:

• sua forma é semelhante ao objeto real, a Terra:


• mostra os conánentes, oceanos e outros importantes acidentes geogrances (cadeias mon-
tanhosas, rios principais etc):
• traz as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos):
• possibilita a simulação dos movimentos ca Terra e a conseqüente compreensão da sucessão dos
dias e das noites, estações do ano, fusos horários etc.
• No entanto o globo terrestre apresenta alguns inconvenientes, como por exemplo:
• suas dimensões muito reduzidas não perro-tejn maior riqueza de detalhes e de informações:
• se construídos em tamanho mui* grande, tornam-se de elevado custo e de diíioD manuseia

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Cartografia, a arte de compor mapas

A Cartografia tem por finalidade básica a elaboração de cartas ou mapas a partir de um conjunto de
operações científicas, técnicas e artísticas. As cartas ou mapas, por sua vez, nada mais são do que
superfícies planas onde a Terra se acha total ou parcialmente representada.
Embora o mapa e a carta tenham quase tudo em comum, sendo inclusive considerados sinônimos, no
Brasil costuma-se diferenciá-los. Emprega-se entre nós a expressão mapa para as representações mais
simples, generalizadas ou de escala muito pequena. Exemplos: mapa do Brasil (escala 1:5.000.000 ou
menos), mapa da América do Sul e mapa-múndi. Já a expressão cana é utilizada para as representações
mais detalhadas, mais precisas ou de grande escala. Exemplos: cartas topográficas, cartas cadastrais ou
urbanas (escalas de 1:500 a 1:10.000) e cartas de navegação marítima e aérea (canas náuticas e cartas
aeronáuticas).
O desenvolvimento da Cartografia moderna decorreu principalmente das grandes navegações oceânicas
(séculos XV e XVI) e em particular da contribuição dada pela Escola de Sagres (formação de pilotos e
cartógrafos, aperfeiçoamento das caravelas, do astrolábio e das cartas de navegação). Entretanto o
impulso definitivo ao desenvolvimento da Cartografia deu-se a partir de 1569, com a criação da famosa
projeção cilíndrica de Mercátor (Fig. 29.10).
De acordo com a finalidade ou tipo de usuário a que se destinam os mapas ou cartas podem ser
classificados em:

• Gerais. Quando se destinam ao público em geral, isto é, quando atendem a diversos tipos de
usuários. Geralmente são mapas de pequena escala. Por exemplo: mapas de grandes regiões, de
países, de continentes e mapas-múndi.
• Especiais. Quando se destinam a determinadas pessoas ou grupos (profissionais), isto é, são
mapas mais específicos ou técnicos e geralmente de grande escala. Por exemplo: mapas
políticos, econômicos, científicos, cartas náuticas, aéreas e cadastrais.
• Temáticos. Quando se destinam ao estudo, análise e pesquisa de determinados temas como
Geologia. Pedologia. Demografia etc.
• De acordo com a escala, os mapas ou cartas podem ser:
• Cartas cadastrais ou plantas. Quando se destinam à representação de pequenas áreas, cidades,
bairros, fazendas, conjuntos residenciais etc, porém com elevado grau de detalhamento e de
precisão. E o caso das plantas urbanas, de grande utilidade para as autoridades governamentais
na administração (cadastramento) e planejamentos urbanos. São cartas de grande escala,
normalmente de 1:500 até 1:10.000.
• Mapas ou cartas topográficas. Quando mostram as características ou os elementos naturais e
artificiais da paisagem com um certo grau de precisão ou de detalhamento. Podem mostrar uma
determinada parte de uma região ou estado (relevo, acidentes naturais, obras realizadas pelo
homem etc.). São de média escala, normalmente de 1:25.000 a 1:250.000.
• Mapas ou cartas geográficas. Quando mostram as características ou elementos geográficos gerais
de uma ou mais regiões, país ou continente ou mesmo do mundo, o que exige o emprego de
escalas pequenas (de 1:500.000 a 1:1.000.000 ou menos).

ELEMENTOS DE UM MAPA

A confecção de um mapa é uma tarefa de certa complexidade. Abrange um conjunto de operações que
vão desde os levantamentos no próprio terreno e a análise de documentação (fotos aéreas, por exemplo:
até o estudo de expressões gráfica legendas etc.) e outros aspectos. Os mapas modernos são elaborados
com o auxílio de instrumentos e recursos muito avançados, tais como fotografias aéreas, satélites arti-
ficiais e computadores. Os elementos de um mapa são: escala, projeções cartográficas, símbolos ou
convenções e título.
Observe o mapa da Fig. 29.3.

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Escala

Como o mapa é infinitamente menor que a Terra, necessitamos de uma escala para indicar a proporção
entre ele e o nosso planeta. A escala nos informa quantas vezes o objeto real (no caso a Terra ou parte
dela) foi reduzido em relação ao mapa. Em outras palavras, escala é a relação entre a distância ou
comprimento no mapa e a distância correspondente na Terra. Por exemplo: um mapa do Brasil na escala
1:5.000.000 significa que as distâncias (ou proporções) reais do Brasil sofreram uma redução de 5
milhões de vezes em relação ao mapa, ou seja, nessa escala 1 cm no mapa corresponde a 5 milhões de
cm (ou 50 km) no lugar real.
Quando vamos elaborar um mapa devemos primeiramente determinar em que escala ele será construído.
Se quisermos, por exemplo, construir um mapa do Brasil numa folha de papel de 1 m2, a escala mais
apropriada será a de 1:5.000.000, porém, se a folha de papel for de 20 cm2, a escala mais adequada
será a de 1:25.000.000.
Entretanto devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala, ou
seja, quanto maior for a escala, maior será a riqueza de detalhes. A Fig. 29.4 mostra o Brasil em três
escalas diferentes. Nesse caso, quanto menor for a escala, menor o tamanho do mapa e
conseqüentemente menor a riqueza de detalhes.
Existem os seguintes tipos de escalas:

• Numérica. Trata-se de uma fração ou proporção que estabelece a relação entre a distância ou
comprimento no mapa e a distancia correspondente no terreno. Por exemplo: se um de-
terminado mapa estiver na escala 1:200.000 (um por duzentos mil), isso significa que cada uni-
dade de distância no mapa (1 cm, por exemplo) corresponde a 200 mil unidades (200 mil cm, no
caso) no terreno, ou seja. 1 cm no mapa é igual a 200 mil cm no terreno. A escala numérica po-
de ser apresentada de três formas diferentes:

___1___ ou 1:200.000 ou 1/200.000


200.000

• Gráfica. Apresenta-se sob a forma de um segmento de reta graduado. Por exemplo:


• Nesse caso, a reta foi seccionada em cinco partes iguais, cada uma medindo 1 cm. Significa que
cada uma dessas partes no mapa (1 cm) corresponde a 200 mil partes (200 mil cm ou 200 km)
no terreno.

Projeções cartográficas

Projeção cartográfica é a representação de uma superfície esférica (a Terra) num plano (o mapa), ou
seja, trata-se de um "sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode ser desenhado um
mapa" (Erwin Raisz. Cartografia geral. p. 58).
0 grande problema da Cartografia consiste em ter de representar uma superfície esférica num plano,
pois, como é sabido, a esfera é um sólido não desenvolvivei, isto é, não achatável ou não planificável.
Assim, sempre que achatarmos uma esfera, necessariamente ela sofrerá alterações ou deformações.
Experimente, por exemplo, cortar uma laranja ao meio e depois pressionar (achatar) uma dessas partes
sobre uma superfície plana (observe a Fíg. 29-5).
Isso quer dizer que todas as projeções apresentam deformações, que podem ser em relação às
distâncias, às áreas ou aos ângulos. Assim, cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor
atenda aos objetivos do mapa.
A maior parte das projeções hoje existentes deriva dos três tipos ou métodos originais, a saber:
cilíndricas, cônicas e planas ou azimutais (Fig. 29.6).

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A projeção cilíndrica (Fíg. 29.7) resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro
envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Esse tipo de projeção:

• Apresenta os paralelos retos e horizontais e os meridianos retos e verticais;


• Acarreta um crescimento (deformação) exagerado das regiões de elevadas latitudes;
• É o mais utilizado para a representação total da Terra (mapas-múndi).

A projeção cênica (Fig. 29.8) resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é
planificado. Esse tipo de projeção:

• Apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, isto é, retas que se originam de um único
ponto:
• É usado principalmente para a representação de países ou regiões de latitudes intermediárias,
embora possa ser utilizado para outras latitudes.

A projeção azimutal (Fig. 29.9) resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um
determinado ponto (ponto de vista). De acordo com Erwin Raisz (famoso cartógrafo americano), as
projeções azimutais são de três üpos: polar, equatorial e oblíqua. Elas são utilizadas para confeccionar
mapas especiais, principalmente os náuticos e aeronáuticos.
Vejamos, a seguir, alguns dos mais conhecidos upos de projeção cartográfica.
Projeção de Mcrcálor
Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercátor tomou-se a preferida dos navegantes por ser
a única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa.
Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos.
Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas
extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente
ampliadas.
Observe a Fig. 29.10.
Projeções de Mollwcidc e Aitoff
Essas projeções são do tipo equivalente, isto é, conservam a proporção ou equivalência das áreas
representadas, em detrimento da forma. Nelas, os paralelos são horizontais e estão de tal modo
espaçados que cada área limitada por dois deles conserva a mesma proporção da área real, embora
possa variar muito no tocante à forma. Elas têm formato elíptico e são muito utilizadas para a confecção
de mapas-múndi.
Pnojeção interrompida de Goode
A projeção interrompida ou descontínua do professor norte-americano Paul Goode é um tipo diferenciado
de projeção idealizado pelo autor com a finalidade principal de mostrar a equivalência das massas
continentais e oceânicas. Para tanto, os mapas que apresentam esse tipo de projeção trazem as referidas
massas interrompidas ou descontínuas.
Na Fig. 29.13, o mapa mostra a representação das massas oceânicas e, na Fig. 29.14, temos as massas
continentais.

Símbolos ou convenções

Considerando-se que o mapa não é uma reprodução da realidade terrestre e sim, uma representação
dessa realidade, o cartógrafo recorre a símbolos e convenções que auxiliam na leitura ou interpretação
dos mapas. Os símbolos são, portanto, a linguagem visual dos mapas.
Existe uma grande variedade de símbolos e de cores utilizadas pelos cartógrafos nos diferentes tipos de
mapa, apesar de ainda não existir uma padronização total e universal. Quanto às cores, as principais
convenções são as seguintes: azul (hidrografia); verde (vegetação); castanho (relevo e solos); preto ou
vermelho (acidentes geográficos artificiais, como rodovias, ferrovias etc.). Observe na Fig. 29.15 alguns
exemplos de símbolos ou convenções.

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Sensoriamento remoto e Cartografia

A partir do momento em que, pela primeira vez, uma pequena porção da superfície terrestre foi
fotografada com a ajuda de um balão em 1858 (na França), o sensoriamento remoto apresentou um
espetacular desenvolvimento. Recentemente, com o emprego do radar e dos satélites artificiais, o
sensoriamento remoto tem contribuído enormemente para o desenvolvimento de diversos campos do
conhecimento, tais como Geologia, Geografia, Geomorfologia, Oceanografia, Meteorologia, Cartografia e
outros.
O sensoriamento remoto nada mais é do que "um recurso técnico para ampliar os sentidos naturais do
homem", ou seja, é "um dispositivo ou equipamento [câmara fotográfica, radar] que capta e registra, sob
a forma de imagens, a energia refletida ou emitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimentos do
meio ambiente, incluindo os acidentes naturais e culturais" (Cêurio de Oliveira. Curso de Cartografia
moderna, p. 83).
Quanto à fonte de radiação (fonte emissora de energia), os sensores são classificados em assivos e
ativos. São passivos quando dependem de uma fonte de radiação externa ou natural, como o Sol e a
Terra. Nesse caso estão, por exemplo, os radiômetros, que registram a radiação emitida pelas diferentes
superfícies e substâncias (solo, água etc.) e as câmaras fotográficas, que captam a radiação solar
refletida.
São do tipo ativo quando não dependem de fonte de energia externa, isto é, são sensores que possuem
sua própria fonte de energia. É o caso, por exemplo, dos radares, que emitem fluxos de energia em
direção a determinados alvos e, a seguir, captam de volta a energia refletida por eles.

AEROFOTOGRAMETRIA

Como dissemos no inicio, a câmara fotográfica foi o primeiro tipo de sensor remoto utilizado pelo
homem. Hoje em dia, as câmaras fotográficas encontram-se bastante aperfeiçoadas, sendo que as
câmaras aéreas empregadas em sensoriamento remoto dispõem de mecanismos ou dispositivos que
permitem combinar simultaneamente o movimento do filme com o deslocamento do avião.
As diversas vantagens oferecidas pela aerofotogrametria tais como boa orientação espacial, faculdade de
interpretação e elevado nível de precisão e rapidez, explicam o largo uso da fotografia aérea em todo o
mundo. No caso da Cartografia, o seu emprego é fundamental, pois quase toda a produção cartográfica
atual utiliza seus recursos.
A fotografia aérea oferece também, através da fotointerpretação, um amplo campo de trabalho a
diversos profissionais, como urbanistas, geólogos, geógrafos e outros.
O princípio da aerofotogrametria

O principio usado pela aerofotogrametria pode ser descrito assim, resumidamente:

1. De um avião devidamente equipado e mediante condições de tempo apropriadas, são feitas, ao


longo de uma linha (reta) de vôo, sucessivas exposições fotográficas de uma extremidade a
outra da área, até cobri-la totalmente.
2. Ao longo de cada faixa ou linha de vôo, as exposições são feitas de tal modo que, entre duas
fotos sucessivas, haja uma superposição de aproximadamente 60%, ou seja, a primeira e a
segunda fotos cubram uma área comum de 60%.
3. Colocadas todas as fotos uma ao lado da outra, e obedecendo-se à orientação correta (linhas de
vôo, superposição etc.), teremos uma visão total da área. Para obtermos a visão tridimensional,
recorremos ao estereoscópico, um instrumento ótico binocular que permite ver as imagens em
terceira dimensão (em relevo). Veja a Fig. 29.16.

RADAR

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O radar é um sensor ativo que, para obter a imagem de uma determinada superfície, emite fluxos de
energia (ondas eletromagnéticas) através de uma antena que é simultaneamente transmissora e
receptora, isto é, envia e depois recebe de volta a energia refletida pela superfície. A seguir, essa energia
é processada e transformada em imagens por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador e
detector), e estas, finalmente, são registradas em fitas magnéticas ou em filmes. Veja a Fig. 29.17.
O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento da Amazônia através de radar (Projeto Radam
ou Radambrasil) com a finalidade de elaborar um mapeamento da região abrangendo diversos aspectos,
tais como geológicos, geomorfológicos, de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra. O
trabalho de levantamento das imagens da região foi feito em cerca de doze meses, sendo que
posteriormente outras regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos pelo Radar.

SATÉLITES ARTIFICIAIS

O sensoriamento remoto por meio de satélites artificiais teve inicio no final da década de 50, logo após o
lançamento do primeiro satélite artificial pelos soviéticos, o Sputnik, em 1957.
No caso dos satélites artificiais, as primeiras imagens da Terra foram obtidas através de câmaras
fotográficas, passando-se posteriormente a empregar outros tipos de sensores mais avançados e
eficientes. Hoje, o sensoriamento remoto por meio de satélites representa o mais importante e eficiente
recurso tecnológico de observação da Terra de que o homem dispõe.
Dentre os vários programas ou sistemas de sensoriamento por satélites (Tiros, Nimbos, Apoio, Spot etc.),
o mais importante é, sem dúvida, o Landsat, desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space
Administration). Esse sistema compreende uma série de cinco satélites, sendo que o Landsat 1 foi
lançado em 1972 e o Landsat 5, em 1984.
O esquema básico de funcionamento do sistema Landsat é o seguinte: os dados obtidos pelos satélites
são transmitidos para uma estação terrestre, sendo depois processados e utilizados pelos especialistas
interessados.

As informações a seguir referem-se aos satélites Lãndsat 4 e Landsat 5:

• Suas órbitas ao redor da Terra são circulares e encontram-se a 705 km de aJütude;


• Cada satélite demora cerca de 98 minutos para completar sua órbita;
• Cada satélite demora dezesseis dias para cobrir toda a Terra.

O Brasil utiliza informações do sistema Landsat desde 1973. Para tanto, o país conta com uma estação
terrestre de rastreamento e de recepção de dados, situada em Cuiabá (MT), e outra para processamento
e distribuição dos dados, localizada em Cachoeira Paulista (SP). O trabalho de rastreamento feito em
Cuiabá abrange 90% da área da América do Sul. Além dos programas Landsat, o Brasil já recebe dados
do programa espacial francês Spot, iniciado em 1986.
Os serviços prestados ao Brasil pelo sistema Landsat são inúmeros, indo desde o levantamento dos
recursos minerais, desmatamentos (queimadas), poluição, ocupação agropecuária da terra etc. até a
ocupação do solo urbano, compreendendo aqui diversos estudos (através das imagens obtidas) relativos
ao crescimento das regiões metropolitanas, diversificação do uso do solo urbano (residencial, industrial
etc.), estimativas populacionais, poluição etc. As atividades espaciais, nesse caso, são da competência do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Vejamos a seguir alguns exemplos de aplicação do sensoriamento remoto:

• Em Geologia. Mapeamento geológico e pesquisa mineral.


• Em Geotnorfologia. Mapeamento das formas de relevo, estudos de impactos ambientais (erosão,
inundações etc.) e estudos ou interpretações geomorfológicas totais ou parciais do relevo.
• Em agricultura. Principalmente os estudos e pesquisas relacionadas ao uso da Jerra.
• Em Meteorologia. Principalmente no fornecimento de dados para fins de previsão do tempo.
• Em Ecologia. Estudos relacionados à poluição, aos incêndios em florestas etc.

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NOVA GEOGRAFIA
Chega ao pais a produção de mapas por computador

Os milhares de mapas e plantas gráficas que abarrotam os arquivos das repartições públicas
de Brasília vão para o lixo. Dentro de. no máximo, oito meses, a Codeplan, estatal que faz o
processamento de dados para o DF, terá implantado o Geoprocessamento — um sistema
informatizado capaz de produzir mapas, atualizá-los instantaneamente. Entre os cartógrafos
que balançavam a bordo de caravelas, traçando rotas há 500 anos. e o sistema que chega
agora ao Brasil, com tecnologia IBM. a distância é enorme. Trata-se, apesar disso, de uma
solução extremamente simples: sobre os mapas físicos são lançadas informações sócio-
econômicas e os mapas se tornam retratos perfeitos da realidade, com a vantagem de
poderem ser atualizados com a rapidez permitida pela informática. A Codeplan espera vender
os serviços do Geoprocessamento para várias das estatais e secretarias de Estado brasilienses.
A primeira delas é a da Fazenda, que já contratou um mapeamento do IPTU. Atualmente o
cadastro do IFTU é feito manualmente, o que certamente produz erros. Quando os dados
sobre o imposto forem sobrepostos aos mapas dos vários setores, o governo saberá
exatamente onde estão e quais são os imóveis cadastrados corretamente.
As informações no Geoprocessamento são cumulativas Num mesmo mapa será possível ter
uma radiografia completa da cidade: onde estão os imóveis, qual a sua área, onde estão as
redes de água, luz e telefone. Jogando-se no computador dados estatísticos, por exemplo, se
poderá saber, instantaneamente, número de habitantes e faixa socioeconômica das áreas
residenciais. "Quando uma empresa quiser dados sobre uma área em que pretenda lançar um
novo projeto imobiliário, é possível informar imediatamente os detalhes sobre a infra-estrutura
da região, por exemplo, diz o diretor-presidente da Codeplan. Paulo Zimbres
Na área de segurança, a utilidade do novo sistema é ainda mais visível. "Numa situação de
incêndio, por exemplo, poderemos fornecer ao Corpo de Bombeiros, a partir da localização
exata, a planta do edifício que está pegando fogo. qual o melhor caminho para chegar ao
local, onde estão os hidrantes e até a presença ou não de material inflamável nas redondezas",
explica Zimbres. Em uso já há alguns anos nos Estados Unidos e em países da Europa, o
Geoprocessamento foi utilizado, por exemplo, em outubro do ano passado em São Francisco,
nos EUA, quando um terremoto de 6,9 graus na Escala Richter pôs abaixo vários prédios. Em
dois dias a cidade já linha quase que retomado á normalidade graças à rapidez na localização e
no atendimento aos feridos.
Segundo Cristina Gobbi, coordenadora do projeto brasiliense, um mapa com cruzamento de
informações não leva menos de três dias para ser confeccionado, com a tecnologia disponível
hoje Com o novo sistema, é possível mapear praticamente iodos os aspectos socioeconômicos,
políticos e Físicos de qualquer área. “O sistema oferece ainda a possibilidade de se testar
novas idéias Poderemos simular impactos de novos loteamentos sobre o espaço urbano, ou
ainda informar a empresas comerciais quais são as áreas mais adequadas, do ponto de vista
de renda do consumidor”, diz Zimbres.

Por enquanto, o custo do projeto é bastante baixo A Codeplan comprou da IBM duas estações
de processamento por CrS 6 milhões e está treinando pessoal para lidar com o software, o
programa que alimentará os computadores No futuro, o pagamento dos serviços dará o
retomo esperado por Paulo Zimbres Não e só o setor público que pode usar os serviços de
geoprocessamento. Com a prestação de serviços à área privada a Codeplan poderá ter,
inclusive, lucro', garante ele.

Em outra estação do projeto, o Workstation, será possível fazer mapeamentos por temas,
através do Spans, um sistema de análise de informações especiais — um retrato dos
resultados da ocupação do solo em determinada área, com relatório de impacto ambiental, por
exemplo. Paralelamente, a Codeplan vem, há dois anos. recebendo e analisando fotografias de
satélite, num convênio com o laurif — Instituto de Planejamento e Urbanismo da Região de ile-
de-France A região entre o Gama, uma das cidades-satélites do DF, e Luziânia, uma cidade

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goiana próxima ao DF, utilizada como teste para o projeto, já indica que é possível retratar
com objetividade a ocupação irregular do solo. desmatamento e erosão de grandes
proporções. "No futuro os dois projetos poderão convergir e Brasília contará com grande
agilidade nas respostas necessárias para o planejamento urbano", comemora o presidente da
Codeplan. As imagens usadas em 3rasilia são produzidas pelo satélite francês Spol-2 e lidas a
cada dezesseis dias. O objetivo da Codeplan é cobrir todos os 5.800 km2 do Distrito Federal.

Glossário

Amplitude térmica - Diferença entre máximas e mínimas de temperatura. Pode ser diária, mensal e anual.

Ano bissexto - É o ano que tem duração de 366 dias e o mês de fevereiro com 29 dias. Ocorre de quatro
em quatro anos.

Artesanato - Atividade em que o produtor executa sozinho todas as etapas da produção e até mesmo a
comercialização do produto. Não há divisão do trabalho nem o emprego de máquinas, só ferramentas
simples.

Atmosfera - É a camada de ar que envolve a Terra. Subdivide-se em troposíera (0 a 12 km), estratosfera


(12 a 70 km), ionos-fera (70 a 400 km) e exosfera (acima de 400 km).

Biosfera - Camada biológica da Terra ou a camada onde se encontram os seres vivos.

Cartel - Associação entre empresas, as quais, embora conservando a autonomia interna, se unem para
dominar o mercado.

Chitemenê - Uma espécie de agricultura itine-rante ou sistema de roça que ocorre na África.

Climatologia - Ciência que estuda o clima, ou seja, examina estatística, científica e prolongadamente o
clima (tipo, características, comportamentos etc.)

Clivagem - Propriedade que os minerais possuem de se dividir em planos. Por exemplo, a mica divide-se
em placas paralelas como se fosse "massa folheada".

Comecon - Conselho de Assistência Econômica Mútua, organismo criado pelos soviéticos para se
defenderem da pressão econômica capitalista e exercerem a liderança do bloco socialista. Nasceu como
resposta ao Plano Marshall, criado pelos EUA.

Comércio - Significa o mesmo que permuta troca, compra e venda de bens e serviços.

Commuting - Migração diária de pessoas que se deslocam da periferia (subúrbios) em direção ao centro,
retornando a seus lares após a jornada de trabalho. É típica das grandes metrópoles mundiais.

Conglomerados - Grupos de empresas que atuam em diferentes setores ou ramos da economia, sendo
que normalmente nenhuma delas fornece elementos à linha de produção das demais.

Conturbação - Significa a superposição ou o encontro de duas ou mais cidades próximas em


conseqüência de seu crescimento.

Crescimento vegetativo - Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

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Eclíptica - Trajetória da Terra em seu movimento ao redor do Sol. Também chamada de órbita terrestre.

Efeito estufa - Elevação da temperatura terrestre devido à presença de certos gases na atmosfera. Esses
gases bloqueiam e enviam de volta parte da radiação infravermelha irradiada pela Terra.

Emigração - É a saída de pessoas de um país para outro.

Equinócios - Correspondem às épocas em que os hemisférios terrestres recebem igual quantidade de


insolação. Ocorrem em 21 de março e 23 de setembro.

Ergs - São desertos de areia. Os mais extensos encontram-se na África.

DEFINIÇÃO DE GEOGRAFIA

A geografia é a ciência que estuda o espaço físico e suas relações com as sociedades. Ela precisa tanto
das ciências naturais - a geologia (que estuda os solos), a oceanografia, a climatologia e a ecologia (que
descreve o meio ambiente) - como das ciências sociais - economia, sociologia (o estudo das
comunidades), a política (que busca entender o poder) e a história.

A geografia é dividida em:

Geografia Astronômica, que descreve os astros do espaço cósmico e a posição da Terra;


Geografia Física, que analisa o relevo (geomorfologia), a hidrografia (oceanos, mares, lagos e rios) e
também os climas do espaço terrestre (climatologia) e a biogeografia (que estuda a vida no planeta
Terra, dividida em zoogeografia - que descreve os animais que fazem parte da paisagem - a
fitogeografia, interessada em estudar a vegetação).
Geografia Econômica tem por objetivo estudar como o homem produz bens para seu consumo;
Geografia Social quer entender como a humanidade vive no espaço físico, tanto no campo quanto na
cidade;
Geopolítica quer estabelecer as relações entre o espaço físico e o poder político;
Geografia Regional, que divide o espaço terrestre em partes, interessada em compreender as ligações
entre a natureza, a sociedade, e a produção econômica de uma região.

AS ORIGENS DA GEOGRAFIA

A geografia nasceu no século XIX. As nações mais, importantes do mundo precisavam de uma ciência
que explicasse a sua posição no mundo e permitisse sua expansão por todo o planeta. Necessitavam de
uma descrição precisa da Terra. A geografia surgiu como uma ciência militar, pois para conquistar um
terreno é preciso conhece - Io. O primeiro passo para o desenvolvimento da geografia foi a expansão
européia pelo mundo, iniciada no século XV e conhecida como as "Grandes Navegações", que permitiram
uma visão mais clara da Terra.
A geografia nasceu, principalmente em dois países: na Alemanha, que politicamente dividida até o século
XIX e desejando sua unificação nacional, precisava de uma ciência que justificasse este projeto; e na
França que, interessada em conquistar a Ásia e a África, necessitava de uma disciplina que descrevesse
estas regiões. Os alemães acreditavam que o espaço físico determinava os comportamentos sociais: as
ações políticas de uma nação se explicam pela sua ação geográfica ("Escola Determinista"); os franceses
acreditavam que o homem, sendo livre, pode alterar as condições do espaço físico ("Escola Possibilista").
LEMBRE - SE: A geografia é a ciência que estuda a paisagem, isto é, as coisas que existem e podem ser
vistas tanto no espaço cósmico - "céu" - como no planeta Terra.

AS PRIMEIRAS ESCOLAS GEOGRÁFICAS


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A Escola Geográfica Determinista Alemã defendia a tese de que o homem é determinado pela natureza.

ESCOLA DETERMINISTA ALEMÃ

ALEXANDER VON HUMBOLDT (1769 - 1859) - formulou uma filosofia da natureza "baseada na geografia
experimental. Seu método era a pesquisa empírica racional, isto é, a observação do meio ambiente era o
fundamento de sua pesquisa. Na sua opinião, o geógrafo deveria levar adiante uma observação racional
c sistemática da natureza como forma de explicação dos fenômenos,
suas_^ajiSj^sJ_çon^ei|^ncias_e_çonexões. Foj__ele ocriadorjJa Biogeografia.
KARL RITTER (1779 - 1859) - aplicando os princípios de Humboldt, criou a Geografia. Humana.
Segundo sua opinião, o papel do geógrafo era compreender as relações entre o homem e o meio
ambiental.

Friederich Ratzel (1844 - 1904) - influenciado pela teoria da evolução de Charles Darwin (1809 -
1802) e pelo ambientalismo ecológico de Haeckel, Ratzel elaborou o conceito de que a geografia deveria
explicar a influência do meio ambiente sobre a formação das idéias e das comunidades. Acreditava que o
homem era determinado pelas forças da natureza, criando espaços onde se organizavam as sociedades e
os Estados. O homem, assim, era determinado pelo meio; o Estado e as comunidades também o seriam.
Dessa maneira, chegou a conclusão de que o espaço geográfico é fundamental para a criação e a
permanência do Estado. Sua teoria acabaria sendo um dos mais importantes fundamentos ideológicos da
expansão neocolonialista da fase imperialista do capitalismo.
Em oposição ã Escola Determinista Alemã, a França desenvolveu a Escola Possibilista, que defendia o
conceito de que o ser humano, dotado de razão, pode transformar o meio ambiente. Portanto, o homem
não é um ser passivo em relação à natureza, mas ativo, adaptando-se às condições naturais e podendo
modificá-las pela tecnologia. Os partidários dessa escola acreditam que o homem, um ser agente,
escolhe, dentre as múltiplas possibilidades que a natureza lhe oferece, aquelas que melhor se adaptam
ás suas necessidades.

ESCOLA POSSIBILISTA FRANCESA

VIDAL DE LA BLACHE - professor da Universidade de Sorbonne, em Paris, afirmava que o espaço


geográfico "não tem fatalismos, mas apenas possibilidades". Seu método empírico baseado na coleta de
dados, sistema criado pela geografia alemã, mas sua teoria do conhecimento geográfico fundamentou-se
nas idéias positivistas do sociólogo Émile Durkheim, que defendia a idéia dá sociedade como um todo
orgânico, formado por partes que interagem de maneira harmônica e estável.

GEOGRAFIA MODERNA

Durante o século XX, inúmeras outras correntes geográficas se desenvolveram. Na década de 1950, logo
após a Segunda Guerra Mundial, nasceu nos Estados Unidos a New Geography, mais tarde conhecida
como Geografia Quantitativa ou Teorética. Baseada na teoria dos sistemas e modelos, essa escola serviu
para análise e_fJo_rnjnação do espaço e_ foi utilizada como instrumento de apoio para o expansionismo
norte-americano.

Paralelamente à evolução da New Geography. desenvolveu-se a Geografia Nova ou Marginal.


Recebendo influências do socialismo e do terceiromundismo (movimentos anticolonialistas nascidos em
1955), ela se opôs à New Geography, apontando-a como a Geografia do Imperialismo. Seus maiores
teóricos foram os franceses, destacando-se Pierre George, que rompeu com a metodologia tradicional e
analisou os sistemas econômicos (socialismo e capitalismo) c as relações de dominação e subordinação
(desenvolvimento e subdesenvolvimento). Para essa escola, a Geografia de cada pais depende de seu
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sistema econômico, sendo a história a determinadora da forma e do modo de relação do homem com o
meio. Yves Lacoste, discípulo de Pierre George, foi mais adiante e mostrou que o que distingue os
homens são as condições econômicas de sua existência, sendo a História a base da Geografia.

• Após a Segunda Guerra Mundial, era comum encontrar, em diferentes partes do mundo, a convivência
dessas duas correntes geográficas e de outras. Nessa época, alguns geógrafos, especialmente os
franceses, passaram a denominar o conjunto das concepções geográficas de Geografia Tradicional e a
propor sua renovação. Na década de 1970, esses renovadores ganharam força, ampliando o debate e
buscando novos caminhos metodológicos. Isso, praticamente, encerrou o período da Geografia
tradicional, criando perspectivas muito diferentes e a busca de novos caminhos.

A Geografia Critica passou a defender a transformação da realidade, usando o conhecimento


geográfico como ferramenta. Evidentemente, essa postura deu um caráter político para o conhecimento
cientifico geográfico, colocando-o como um meio de luta para uma sociedade mais justa.
"A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra", escreveu o francês Yves Lacoste, em 1975.
Em sua obra ele aponta a Geografia dividida em dois campos:

- Geografia dos Estados-Maiores - seria a parcela do conhecimento geográfico utilizada como


instrumento do poder, manipulada por grandes conquistadores, pelos Estados Imperialistas e pelas
grandes empresas transi (acionais. Ela visa o estabelecimento de estratégias para a dominação do
espaço, sendo realizada na prática e raramente definida em teorias. Quem pratica esse conhecimento
tem uma visão integrada do espaço geográfico mundial, pois atua em diferentes lugares ao mesmo
tempo. Cria-se, assim, uma Geografia útil para certos grupos, instrumento de dominação, dotada de
elevado potencial prático e ideológico.

- Geografia dos Professores - é a parcela do conhecimento geográfico que denominamos


anteriormente de Geografia Tradicional. Seu papel é ocultar a existência da Geografia dos Estados
maiores, fazendo uma ciência aparentemente sem utilidade e completamente sem interesse. Enquanto
isso, na verdade, ela recolhe os dados e informações necessários para a construção de um saber
geográfico que será manipulado por uma minoria. Nessa Geografia, forma-se uma visão fragmentada e
local do espaço geográfico, já que ela se baseia no conhecimento que o indivíduo tem, criado na sua
vivência cotidiana desse espaço.
As concepções da Geografia Critica entraram em confronto- com a Geografia Tradicional, criando uma
verdadeira guerra política, já que os geógrafos críticos buscavam uma ação transformadora da realidade
e uma renovação completa do estudo e do ensino da Geografia. Lacoste defendia a necessidade de criar
uma visão integrada do espaço, socializando-o em um instrumento de luta e transformação social.
Ainda no campo da Geografia critica, o geógrafo brasileiro Milton Santos trouxe importante contribuição.
Ele argumenta que o espaço geográfico é produto da ação humana, que cria uma natureza socializada, e
que pode ser explicado a partir do estudo da produção. Toda a atividade econômica produtiva que a
humanidade realiza determina ações e transformações na superfície da Terra. Assim, cria-se e
transforma-se constantemente o espaço geográfico. Evidentemente, o grau de tecnologia social e política
de cada agrupamento humano criará diferentes espaços geográficos, manifestando diferentes
combinações da relação capital-trabalho-tecnologia,
Milton Santos chama a atenção sobre o papel dos Estados nessa construção do espaço geográfico.
Segundo ele, o Estado nunca c passivo. Ele atua como intermediário entre as forças internas e externas
cm seu território, ocorrendo por seu intermédio a transformação do espaço e a difusão da modernização.
A modernização, no entanto, não atinge todos os lugares ao mesmo tempo, seguindo uma lógica que é a
do capital, e não a dos interesses, criando hierarquizações e diferentes níveis de desenvolvimento, que o
capital atende a seus interesses, e não os interesses da sociedade em que se reproduz.
Ainda segundo Milton Santos, a superfície do planeta estava, até recentemente, dividida em partes, que
os geógrafos denominam regiões, criadas pela ação da natureza ou pela ação do homem e que
formavam a base da vida econômica e cultural.
Hoje, com a aceleração dos meios de transportes e de comunicação, a esse território de regiões foi
sobreposta uma ampla rede de pontos interligados, com diferentes graus de densidade. Essas redes
tornaram-se a base da modernização, facilitando os processos de globalização cultural e econômica. O
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grau de densidade e de qualidade dessas redes diferencia os lugares, garantindo aos mais bem dotados
um lugar de relevância e mantendo os demais sob sua subordinação. O melhor exemplo de um local de
complexas e densas redes de informação e de comunicação é a metrópole, local privilegiado no comando
da economia e da sociedade globalizada.
Embora na Geografia Critica haja um conjunto de concepções bastante amplo e propostas, muitas vezes,
até antagônicas, há uma unidade ética importante nela: a postura de oposição à criação e à manutenção
de um espaço geográfico contraditório e injusto. A Geografia Critica torna-se, assim, um instrumento de
análise e de tomada de consciência da realidade, contribuindo para a construção da cidadania.

PRINCÍPIOS E MÉTODOS

O estudo da Geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. A partir do século XIX,
como vimos, a Geografia passou a desenvolver seus princípios científicos básicos. Eles nortearam o
desenvolvimento das pesquisas geográficas e servem ainda hoje para orientação no estudo dessa ciência.
Os princípios científicos da Geografia, que servem de base para sua pesquisa, seu ensino e seu estudo
são:

1. Princípio da Extensão - É o principio desenvolvido por Ratzel. Determina a necessidade de


localizar, dentro do espaço geográfico, os fatos a serem estudados. Aponta também a
necessidade de mensuração, ou seja, a medição do fato (área, tamanho e outras dimensões).
Outro aspecto fundamental do seu uso é a qualificação dos fatos geográficos, que requer a
interpretação de tabelas e gráficos. A boa aplicação do Principio da Extensão faz uso da
interdisciplinaridade, recorrido aos recursos da cartografia, da estatística e da geodésica.
2. Princípio da Analogia - Foi desenvolvido por Riller. Estabelece a necessidade de comparar os
fatos para criar a percepção de suas diferenças e semelhanças. Graças a isso, firma-se
generalizações, úteis ao aprendizado, pois permitem a formação de leis geográficas e o
estabelecimento de relações entre os conhecimentos específicos de Geografia do Brasil e de
Geografia Geral.
3. Princípio da Causalidade - Desenvolvido por Humboldl- Aponta a necessidade do
estabelecimento de causas e conseqüências dos fatos geográficos. É a base da geografia
moderna, mais analítica e menos descritiva que a tradicional, uma geografia explicativa, que
procura estabelecer uma hierarquia entre causas e conseqüências dos fatos.
4. Princípio da Conexidade - introduzido pelo francês Juan Brunhes (1869 - 1930). Afirma que os
fatos geográficos nunca ocorrem isoladamente, já que estão inseridos em um sistema de
relações complexas, não apenas com fatos locais, mas também com outros mais distantes.
Indica a necessidade de interligados conhecimentos geográficos às ciências circunvizinhas, ou
seja, todo fato geográfico tem ligações com outras áreas do conhecimento humano. Trabalha,
portanto, com a interdisciplinaridade, fundamental à Geografia moderna.
5. Princípio da Atividade - Também desenvolvido por Brunhes, demonstra que os fatos
geográficos estão em constante mutação e que seu entendimento depende de uma análise do
passado para compreender o presente. O entendimento do presente sob a perspectiva histórica
permite analisar as tendências de evolução dos fatos e contribuir para o planejamento do futuro.
Um lugar qualquer não pode ser analisado simplesmente pela observação do presente. O espaço
e a paisagem geográfica não são produto apenas da interação das forças naturais e sociais da
atualidade. Reconhecer o presente como um aeroduto ou uma herança do passado e analisar as
transformações ocorridas ao longo do tempo constituem importantes bases da Geografia
moderna.

Para estudar Geografia, o aluno deve responder as seguintes questões:

O ESTUDO DA GEOGRAFIA
Saber localizar, medir e quantificar os fatos geográficos.

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Conhecer as causas e as conseqüências dos fenômenos geográficos.


Estabelecer as relações entre os diversos fenômenos geográficos.
Estabelecer as relações entre os fenômenos geográficos aprendidos c os que já são do seu
conhecimento.
Conhecer os antecedentes históricos dos fenômenos geográficos e projetar suas tendências futuras.

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