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Considerando a divisão já tornada clássica de didaticamente dividir a História humana, considera-se como seu
princípio o surgimento das sociedades letradas, ou seja, há aproximadamente 5.000 anos. Assim, todo o
período que a antecede (aproximadamente 47.000 anos) considera-se como Pré-História.
Apesar de considerarmos que o chamado homem pré-histórico também fazia história (criava, produzia e
modificava a natureza) adotaremos o critério mais utilizado.
A Pré-História
Esta fase subdivide-se em outras três considerando a evolução dos instrumentos utilizados pelos homens:
pedra lascada (paleolítico); pedra polida (neolítico) e metais. Esta categorização foi feita por volta de 1812
pelo dinamarquês Christian Thomsen e, com algumas variações resultantes de descobertas posteriores,
acabou por se tornar referência. Neste processo destaca-se a “Revolução Agrícola” ocorrida durante o neolítico
quando os homens sedentarizam-se, especializando suas tarefas e possibilitando o aumento do tempo livre o
que permitiu o avanço técnico, o aumento da produção, o crescimento demográfico. No entanto, as primeiras
comunidades tinham muito trabalho para produzir seu sustento considerando as intempéries naturais
(esgotamento do solo, por exemplo). Assim tornou-se necessário organizar tarefas de irrigação — tanques,
canais, diques — que facilitassem a vida sedentarizada.
As multidões empenhadas nessas tarefas exigiram um centro coordenador e planejador e surgiram as
sociedades do trabalho com sua conseqüente divisão social — devemos considerar ainda a necessidade de
proteção dos excedentes produtivos fazendo surgir aí as sociedades nas quais os guerreiros se tornam
essenciais.
A divisão das comunidades em guerreiros e trabalhadores parece ter sido a origem das desigualdades sociais
acrescentando aí a necessidade de legitimá-la e o uso mais de mágicos e sacerdotes como seu dispositivo
mais comum. Está formada a idéia de Estado.
Daí para frente, assistiremos, na maioria das sociedades de classes, o topo social sendo ocupado por chefes
guerreiros que se pretendem defensores da comunidade e escolhidos pelo divino (o inexplicável).
Sendo a escrita o critério para se distinguir a História da Pré-História, sociedades históricas seriam aquelas
que deixaram documentos escritos. Em diversos locais do planeta encontramos registros que podem ser
considerados como escrita, no entanto partiremos daquelas sociedades que se tornaram o berço de nossa
civilização atual, a chamada civilização ocidental.
Todas elas apresentam padrões estruturais comuns: uma multidão de camponeses dominados e explorados
por uma forte organização estatal integrada por guerreiros e sacerdotes sob a chefia de um monarca
autorizado pelos deuses a dominar a sociedade (teocracia).
Antigüidade Clássica. A Sociedade Grega
• Origem: povos indo-europeus (jônios, aqueus, eólios,dórios) estabelecidos na região a partir de,
aproximadamente, de 1950 a.C.
• Civilização Micênica (entre 1950 e 1100 a.C.): povoamento e formação
• Período Homérico (1100 a 800 a .C.): desorganização econômica gerada pela invasão dória. No final do
período surgem as primeiras Cidades-estados.
• Período Arcaico (800 a 500 a .C.): evolução e amadurecimento das cidades-Estados, destacando-se Atenas e
Esparta.
• Período Clássico (500 a 338 a .C.): as cidades-estados atingem sua maturidade com o esplendor da
democracia ateniense, na época de Péricles. Em 338, Felipe da Macedônia põe fim à independência das
cidades-Estados.
• Período Helenístico, constituído de duas fases:
— de 338 a 323 a .C.: ascensão de Alexandre Magno formando vasto império.
— De 323 a 275 a.C.: fragmentação do império e nascimento das monarquias helenísticas (Macedônia;
Pérgamo; Ásia e Egito).
As Pólis
As pólis remontam ao processo de desorganização econômico-social resultante da invasão dória e têm como
traço comum a origem de organizações familiares agro-pastoris que se espalharam pelo acidentado território
hoje conhecido como Grécia. Em meados do século VI a . C. elas já somavam 1500 unidades com governos
próprios.
A grande novidade na sociedade grega do período arcaico foi a invenção da propriedade privada. Numa
sociedade com claro predomínio social do guerreiro, esta inovação trouxe um personagem novo, o guerreiro-
proprietário. A divisão social (baseada em pequenos, médios e grandes proprietários) tornava mais complexa
a sociedade grega que as anteriores.
A conseqüência foi a transferência do poder de antigos reis par um grupo restrito de poderosas famílias de
guerreiros que haviam se tornado proprietárias e que podemos chamar de aristocracia.
A repartição desigual de terras gerou uma vasta classe de empobrecidos que, necessitando de empréstimos
tomados aos mais ricos para sobreviver, passaram a sofrer a escravidão.
A fuga da levou os mais pobres a ocuparem novas áreas ao longo do mediterrâneo(sul da Itália e Sicília; às
margens do mar Negro).
A expansão colonizadora incentivou as atividades comerciais propiciando o surgimento de uma nova
aristocracia — gregos enriquecidos pelo comércio. Com isto a aristocracia se vê diante de um problema: além
das pressões populares para deter a pauperização, a pressão dessa nova aristocracia para participar das
decisões políticas das pólis.
Atenas, Esparta, Mégara, Corinto, Argos e Mileto foram as principais cidades-estados gregas. As duas
primeiras ficaram célebres por suas profundas diferenças. O caso de Esparta, com seu militarismo, foi atípico e
representou uma exceção entre as pólis gregas, cuja evolução geral assemelhou-se mais ao desenvolvimento
de Atenas.
Esparta
Esparta foi fundada pelos dórios na planície da Lacônia, situada na península do Peloponeso, ás margens do rio
Eurotas.
Isolada pelas montanhas e sem saída para o mar, fechada sobre si mesma e avessa às influências externas,
Esparta era uma cidade-estado conservadora, baseada num governo oligárquico-autoritário e numa educação
militar.
A economia baseava-se na agricultura, ficando o comércio e a indústria em segundo plano. O Estado dividia a
terra em lotes iguais distribuídos entre os cidadãos-soldados conjuntamente com um determinado número de
escravos encarregados de seu cultivo. O soldado espartano dedicava-se apenas à formação militar e não
exercia nenhuma atividade econômica.
A cultura espartana aboliu as artes e as letras limitando seus esforços na educação de seus cidadãos que eram
preparados desde os sete anos de idade para ser forte e disciplinado submetendo-se aos interesses do Estado.
A mulher espartana gozava de certa liberdade, se a compararmos com a ateniense: era valorizada como
procriadora de guerreiros e geria a economia doméstica, mas nunca alcançou status político.
Atenas
Atenas foi fundada pelos jônios na península da Ática, próxima ao porto de Pireu.
A proximidade do mar Egeu contribui para que Atenas desenvolvesse a navegação e o comércio e participasse
do movimento de colonização (Segunda Diáspora Grega).
A economia ateniense baseava-se na agricultura, indústria e comércio.
Sua história política é mais complexa que a de Esparta: a monarquia foi a primeira forma de governo adotada,
cujo rei recebia o título de basileus. Esta autoridade foi posteriormente substituída por um regime
aristocrático-oligárquico controlado pela aristocracia agrária. No ligar do basileus governavam nove arcontes
(arcontado), magistrados eleitos anualmente pelo areópago, conselho eupátrida que exercia o poder
legislativo.
As leis propostas pelo areópago eram votadas pela eclésia, assembléia popular formada pelos cidadãos.
A participação de Atenas na colonização dos mares Negro e Mediterrâneo impulsionou sua indústria e
comércio, enriquecendo os demiurgos e ao empobrecer os pequenos agricultores com a concorrência,
aumentou a escravidão por dívidas e o desemprego levando a cidade a uma intensa crise político-social.
Durante o século V a.C., as Grécia se envolveu em guerras contra o expansionismo persa e, saindo vitoriosa,
atingiu sua glória econômica e cultural (Grécia Clássica).
Em 477 a .C., Atenas reuniu as cidades gregas da Ásia Menor e as ilhas do Egeu em uma aliança marítima
chamada Liga de Delos, transformando a cidade-Estado na mais poderosa da Grécia. Tal feito deu ao período
o nome de “Século de Péricles”, quando Atenas era, ao mesmo tempo, democrática e imperialista chegando a
dominar 400 cidades-Estados.
As rivalidades entre Atenas e Esparta (Liga de Delos contra Liga do peloponeso) levou à Guerra do
Peloponeso (431 a .C.) que, encerrada com a vitória de Esparta, em 404 a .C.), levou ao enfraquecimento da
Grécia e a conseqüente invasão e domínio macedônio a partir de 338 a .C.).
Os gregos possuíam numerosos deuses com forma e sentimentos humanos, daí sua religião se considerada
antropomórfica. Tais deuses comandavam as forças naturais e humanas.
Além deles existiam os semideuses ou heróis, autores de grandes feitos ou vítimas da fatalidade do destino.
A religião era o traço de união entre os gregos, cujo pan-helenismo se manifestava através dos oráculos,
mistérios e jogos (os mais famosos eram as Olimpíadas).
As artes plásticas desenvolveram-se, principalmente, no campo da arquitetura (estilos dório, jônio e coríntio).
Nas letras sobressaem a poesia épica (destaque para Homero e sua Ilíada) e o teatro (Èsquilo, Sófocles,
Eurípedes e Aristófanes).
Formação e Evolução
Situada na planície do Lácio, às margens do rio Tibre e próxima do litoral (mar Tirreno), a cidade de Roma
originou-se a partir da fusão de dois povos: os latinos e os sabinos.
Inicialmente uma aldeia pequena e pobre, numa data difícil de precisar, Roma foi conquistada por seus
vizinhos etruscos que fizeram dela uma verdadeira cidade. Sofreu influência, também, dos gregos que, ao sul
haviam criado a Magna Grécia.
A sociedade romana, assim como a grega, é exemplo de sociedade escravista, embora difira desta em alguns
aspectos fundamentais. O processo de concentração de terras pela aristocracia patrícia jamais foi bloqueado, e
o poder e a influência dessa nobreza permaneceram praticamente inalterados até o fim.
O elemento central da grande estabilidade desfrutada por Roma foi a instituição do latifúndio escravista, que,
estabelecido ali numa escala desconhecida pelos gregos, proporcionou aos patrícios o controle da sociedade. À
solidez econômica e política dos patrícios somou-se o talento militar dos romanos, que fez de Roma, cidade-
estado, a sede de um poderoso império.
Como os gregos, os romanos iniciaram sua história sob o regime monárquico, experimentaram a república e
decaíram após a construção de um império universal muito semelhante aos orientais.
Da Monarquia À República
Segundo a tradição, durante a Monarquia, Roma foi governada por sete reis (o rei desempenhava as funções
de supremo juiz, sumo sacerdote e comandante do exército).
O poder era limitado pelo senado, conselho aristocrático formado pela nobreza patrícia (senhores de terras
que, segundo a lenda, descendiam dos primeiros habitantes de Roma), e por uma assembléia popular,
formada pelos cidadãos romanos que votavam as leis propostas pelo senado. Os quatro primeiros reis foram,
alternadamente, latinos e sabinos. Os três últimos foram etruscos e governaram Roma despoticamente. Em
509 a.C., Tarquínio, o Soberbo, foi deposto por uma revolução, que aboliu a Monarquia, expulsou os etruscos
e impôs a República em Roma.
Em 450 a.C. , com a criação da Lei das 12 Tábuas, os plebeus conquistaram a igualdade jurídica impondo a
transformação das leis orais em leis escritas, tal legislação seria aplicada a ambas as classes.
Em 445 a.C., a Lei Canuléia estabeleceu a igualdade civil ao autorizar o casamento de patrícios e plebeus
Em 367 a.C., a Lei Licínia instaurou a igualdade política ao reconhecer aos plebeus o direito de eleger os
representantes para as diversas magistraturas.
Em 326 a.C., outra medida importante aboliu a escravidão por dívidas.
Finalmente, em 300 a.C., os plebeus conquistaram a igualdade religiosa, adquirindo o direito ao exercício de
cargos sacerdotais.
A expansão romana pela Itália (centro e sul) e a conquista da magna Grécia colocavam em perigo os
interesses cartagineses no ocidente do Mediterrâneo e acabou desencadeando as Guerras Púnicas entre Roma
e Cartago (264-246 a.C.). Vencedora, Roma estabeleceu seu domínio sobre o Mediterrâneo ocidental abrindo
caminho para a conquista dos reinos helenísticos (Macedônia, Síria e Egito) e o avanço sobre o Mediterrâneo
oriental.
As mudanças sócio-econômicas ocorridas em Roma a pós a conquista do Mediterrâneo (Mare Nostrum), foram
responsáveis pela crise da República que geraram: a consolidação do sistema escravista de produção; a ruína
dos pequenos agricultores e a concentração de terras em mãos da aristocracia e o surgimento de uma nova
classe de grandes comerciantes, os “homens novos” ou cavaleiros. As lutas sociais que se seguiram
assinalaram o declínio do regime republicano.
Os irmãos Tibério e Caio Graco foram sucessivamente eleitos tribunos da plebe e, entre 133-121 a.C.,
procuraram realizar reformas para solucionar a crise da República. Tais reformas buscavam realizar a
distribuição de terras e a recomposição da classe camponesa além de aumentar a participação dos cavaleiros
na administração do Estado. Estas propostas esbarraram na resistência da aristocracia chegando ao
assassinato dos irmãos Graco.
O fracasso das reformas agravou a crise e abriu caminho para as ditaduras de Mário e Silas. Mário, “homem
novo” apoiado pelo exército (profissionalizado e assalariado por ele), realizou reformas favorecendo os
cavaleiros e as camadas populares (que entraram em massa para o exército). O general Silas, aristocrata,
restabeleceu privilégios de sua classe e a autoridade do senado. Estas ditaduras, apoiadas no exército,
permitiram a intervenção dos militares nos assuntos políticos aprofundando a crise da monarquia.
O assassinato de César, através de uma conspiração do Senado, fez criar o segundo Triunvirato que,
também vivendo lutas internas, levou ao poder Otávio assinalando o fim da República e o nascimento do
Império, em 31 a.C.
O Império
Durante o principado (30 a.C. e 14 d.C.), misto de república e monarquia, Otávio concentrou todo o poder,
tornando-se príncipe do Senado, imperador do exército, tribuno da plebe, sumo-pontífice e Augusto (como
ficou conhecido desde então).
Augusto promoveu a aliança entre nobreza e os cavaleiros, agrupando-os em duas ordens: Senatorial e
Eqüestre. Dividiu, também, as províncias do império em senatoriais e imperiais gerando estabilidade política,
prosperidade econômica e desenvolvimento intelectual. A paz romana (assentada em violenta repressão) se
estendeu por todo o império e o século I, da Era Cristã, ficou conhecido como “Século de Augusto”.
Após a morte de Augusto em 14 d.C., sucederam-se várias dinastias que, ora convivendo com as exigências
criadas pelo controle sobre vasto império, ora tentando conter pressões internas (acrescidas pela presença
ameaçadora dos bárbaros em suas fronteiras), levou Roma, lentamente ao declínio a partir do século III da
Era Cristã (fase conhecida como Baixo Império).
A decadência do Império Romano deu-se por questões inerentes à sua própria existência e às contradições
criadas: a vasta extensão territorial dominada exigindo cada vez um número maior de soldados e fiscais, a
paralisia da economia interna gerada pelo afluxo das riquezas coloniais e o reaparecimento de grande
contingente populacional empobrecido (em contraste com o luxo e a riqueza da nobreza e dos comerciantes).
Nova onda de tensões, agora internas externas, pioradas com a inépcia política de alguns governantes (ora
tolerantes, ora violentamente repressores) fragilizou o controle e determinou a decadência da paz,
favorecendo um processo de violência interna e externa gerando a ruralização da população romana. Este
processo fragilizou ainda mais o império que, convivendo com insurreições coloniais e perda de rendimentos,
chegou a lançar mão de estrangeiros (bárbaros) para vigiar as fronteiras.
Ondas de saques e incursões estrangeiras aumentaram o processo de ruralização da sociedade romana que
buscava se proteger no campo sobrevivendo do que produzia e se entregando à proteção de quem lhes
oferecesse guarida.
Aos saques seguiram-se as invasões, principalmente de povos germânicos. O Império ainda tentou conviver
com estes estrangeiros através de tratados, mas a luta entre os diversos grupos bárbaros não permitiu a
sobrevivência de nenhuma aliança. Em 476, os hérulos, liderados por Odoacro (símbolo da queda do maior
império da Antigüidade), invadiram a Itália e depuseram Rômulo Augusto, o último soberano do Império
Romano do Ocidente. Para muitos historiadores, esta data marca o fim da Antiguidade e início da Idade Média.
Na religião da antiga Roma havia uma multidão de deuses funcionais que foram acrescidas e/ou agrupados
conforme a influência recebida, principalmente a grega. A relação dos romanos com os deuses era prática, as
preces buscavam atender necessidades cotidianas. Havia, também, os cultos domésticos (dirigidos pelo chefe
de família) e os oficiais (regulamentados e dirigidos pelo Estado).
A influência oriental introduziu a prática dos cultos em Roma que, posteriormente, se rendeu a uma poderosa
religião: o cristianismo. O cristianismo, uma dissidência do judaísmo (primeira religião monoteísta conhecida)
surgiu na Palestina. Essa nova religião acreditava ser Jesus de Nazaré, nascido no principado de Augusto e
crucificado no reinado de Tibério, o Messias anunciado pelos profetas hebreus e filho unigênito de Deus,
mandado à Terra para redenção dos homens.
A difusão do cristianismo ocorreu, principalmente entre as camadas populares e os escravos, pois em sua
prática, pregavam a resistência à dominação do homem e o culto a seres vivos, ofendendo os preceitos
romanos de culto aos imperadores e foi, por isto, alvo de perseguições.
As perseguições, no entanto, fizeram crescer a nova religião atingindo até mesmo, as camadas dominantes do
Império, abrindo espaço para a institucionalização do cristianismo (em 313, Constantino concede liberdade
de culto aos cristãos; em 325 é definida a doutrina oficial da Igreja e, em 395; em 395, Teodósio oficializou o
cristianismo na religião de Estado do Império Romano e dividiu o Império em: Oriental que durou até 1453 e o
Ocidental que se esfacelou e caiu sob domínio dos germânicos em 176 d C.). A Tetrarquia foi um sistema de
governo criado pelo imperador romano Diocleciano como forma de resolver sérios problemas militares e
econômicos do império romano. Dividiu o seu poder sobre o império entre os sectores orientais (pars Orientis)
e ocidentais (pars Occidentis). Manteve o controle pessoal do sector leste e o seu colega Maximiano controlou
o ocidente. Diocleciano não dividiu propriamente o poder com seu companheiro de armas Maximiliano, pois,
na realidade, Diocleciano estava colocado em posição superior à de Maximiliano. A partir daí, o Império passou
a ter dois Augustos (augusti), cada qual com exército, administração e capital próprios, embora Diocleciano
continuasse a ser o chefe do Estado, representando a unidade do mundo romano. Oito anos mais tarde,
considerando que era necessária maior concentração em problemas cívicos e militares, decidiu dividir ainda
mais o poder ao nomear um "Imperador Júnior", ou César (caesar), reportando a cada "Imperador Sênior", ou
Augusto. Os Césares eram chefes militares capazes de governar e proteger o império, adotados como filhos
pelos Augustos, a quem sucederiam em caso de morte, incapacidade provocada pela velhice ou decorridos
vinte anos de seus governos. Os césares, lugar-tenente dos Augustos, também possuíam capital, exército e
administração próprios. A essa organização dá-se o nome de tetrarquia, ou o governo de 4, pois há dois
Augustos e dois césares. A Tetrarquia durou até 324 d.C.
Ao longo desse processo, foram feitas a centralização da autoridade religiosa e a hierarquização da Igreja.
Como conseqüência da expansão de Roma para o Oriente, a cultura desenvolvida pelos romanos sofreu forte
influência da cultura grega.
O apogeu da cultura romana ocorreu durante o “Século de Augusto” com relevância para a literatura (Cícero;
Virgílio; Horácio; Ovídio; Tito Lívio e Plutarco, como destaques).
No entanto, o mais importante legado foi, sem dúvida o Direito Romano, originado da Lei das Doze Tábuas,
dividia-se em três ramos:
• jus civile (direito civil), baseava-se nas fontes tradicionais — a lei e o costume — e era aplicado apenas
aos homens livres que possuíam a cidadania romana;
• jus gentium (direito das gentes), surgiu como decorrência da expansão romana e da conquista dos povos
da Itália. Era aplicável aos habitantes do Império — homens livres sem a cidadania romana — e serviu de base
para o desenvolvimento do direito internacional;
• jus naturale (direito natural), era uma filosofia jurídica que afirmava que, como fim ideal e princípio
universalmente válido, a justiça e o direito deveriam refletir a ordem racional da natureza (“O verdadeiro
direito é a razão justa, consoante à natureza, comum a todos os homens, consoante, eterna.” CÍCERO).
A admiração que os “bárbaros” europeus tinham pelas instituições e pela cultura romana permitiu a
sobrevivência de grande parte do seu legado que, adaptado, é matriz do Mundo Ocidental.