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Apresentação:
«[…] Deus do céu, vão mesmo conseguir fechar todas as portas? Sim, vão. Fecham as portas,
comprimindo a multidão de pessoas amontoadas e empurradas para trás. Pelas estreitas aberturas no
topo, vêem-se cabeças e mãos que mais tarde acenarão para nós quando o comboio partir.
Queria dizer apenas o seguinte: a miséria aqui é realmente terrível e, ainda assim, à noite,
quando o dia caiu num abismo atrás de mim, costumo caminhar a passo enérgico ao longo do arame
farpado e, nessas alturas, volta a assolar-me o sentimento de que esta vida é algo de glorioso e magní-
fico e que, um dia, teremos de construir um mundo totalmente novo. E quantos mais delitos e hor-
rores se derem, mais amor e bondade teremos de oferecer em contrapartida, sentimentos que temos
de conquistar dentro de nós. Podemos sofrer, mas não podemos sucumbir. E se escaparmos a estes
tempos imaculados no corpo e na alma, mas sobretudo na alma, sem rancor, sem ódio, então, tam-
bém nós teremos algo a dizer. […]»
Apresentação:
Em 1810 foi a 3.ª Invasão Francesa, derradeiro episódio duma guerra que pôs fim a muito do que
Portugal fora até aí. Em 1910, a República, enquanto mudança de regime. Em 2010, confrontamo-nos com
outros desafios. No entanto, a sua consideração religiosa e cultural é necessária.
O presente volume junta uma parte do significativo avulso ensaístico do autor. A organiza-
ção, da responsabilidade dos editores, expressa a hipótese seguinte: o texto inicial, que se destaca do con-
junto por características talvez mais próximas da proposição, funciona como tese; os restantes ensaios li-
gam, adensam e debatem, com conhecimento e paixão invulgares, quanto ali é sugerido.
Apresentação:
«A criança, como o homem primitivo, projecta o seu corpo numa superfície ou numa ma-
téria plástica para se ajudar na construção do Eu corporal. O mestre oferecendo-se como modelo,
ajuda a criança a encontrar-se a si própria. A utilização das superfícies, dos instrumentos interme-
diários e das matérias (moles, duras e coloridas) tem de ser constantemente redescoberta pela
criança, para que ela encontre o seu caminho na Escola e na comunidade humana. O gesto pri-
meiro, depois o traço e a mancha, prolongamento do gesto, são a base da comunicação escrita.
É através da via emocional que a criança apreende intuitivamente o mundo exterior. Não
é possível chegar a uma utilização eficaz da actividade simbólica ou linguagem, sem passar pela
experiência de comunicar através do sentir. A actividade e a comunicação livres do jardim-es-
cola devem preceder a actividade condicionada da Escola (Nova) como a intuição deve prece-
der a aprendizagem do racional.
A comunicação artística, base da compreensão entre os homens, implica a existência duma
vida interior (ou realidade interna) que o simples adestramento escolar muitas vezes sufoca.»
Portugal Em Portugal
e os Portugueses Não se Come Mal
Manuel Clemente Miguel Esteves Cardoso