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um exercício da linguagem
.
LAÍS MARIA PASSOS RODRIGUES
Especialista em Língua Portuguesa – UCPel
Professora de redação
PRÁTICAS DO DIZER
um exercício da linguagem
Pelotas
Escola de Ensino Médio Mário Quintana
1999
Obra publicada pela Escola de Ensino Médio Mário Quintana
Av. Bento Gonçalves, 3395 – Pelotas, RS – Fone (0532) 27.0090
Diretor: Prof. Carlos dos Santos Valério
Impresso no Brasil
Copyright 1999 – Laís Maria Passos Rodrigues e Teresinha dos Santos Brandão
ISBN:
Tiragem: 500 exemplares
CDD 469
Ficha catalográfica:
Bibliotecária Clarice Raphael Pilownic
CRB 10/490
Agradecimentos
APRESENTAÇÃO.........................................................................9
APRESENTAÇÃO.........................................................................9
SENTIDOS INDIRETOS:..............................................................14
A NÃO-LITERALIDADE...............................................................14
1.1 Palavras iniciais...................................................................................................14
1.2 Prática de linguagem..........................................................................................14
SENTIDOS IMPLÍCITOS..............................................................29
2.1 Palavras Iniciais..................................................................................................29
2.2 Prática de linguagem..........................................................................................29
COERÊNCIA E COESÃO..............................................................36
TEXTUAIS................................................................................36
3.1 Palavras Iniciais..................................................................................................36
3.2 Prática de linguagem..........................................................................................37
O USO DO VOCABULÁRIO..........................................................44
4.1 Palavras iniciais...................................................................................................44
4.2 Prática de linguagem..........................................................................................46
A CLAREZA..............................................................................56
5.1 Palavras iniciais...................................................................................................56
5.2 Prática de linguagem..........................................................................................57
A ordem dos termos na frase.....................................................................................59
5.4 Obscuridade........................................................................................................60
5.5 Ambigüidade.......................................................................................................61
5.6 Redundância.......................................................................................................63
A ARGUMENTAÇÃO ..................................................................65
6.1 Palavras iniciais...................................................................................................65
6.2 Prática de linguagem..........................................................................................66
6.3 Recursos argumentativos....................................................................................73
6.4 Defeitos de argumentação..................................................................................75
6.5 Uso de adjetivos e advérbios na argumentação..................................................79
6.6 Norma lingüística e argumentação.....................................................................80
HETEROGENEIDADE..................................................................83
LINGÜÍSTICA ...........................................................................83
7.1 Palavras Iniciais..................................................................................................83
7.2 Prática de linguagem..........................................................................................84
ASPECTOS RELATIVOS..............................................................90
8
QUESTÕES.............................................................................155
DE VESTIBULARES..................................................................155
ESQUEMAS............................................................................172
11.1 Palavras Iniciais...............................................................................................172
11.2 Esquemas sobre verbos..................................................................................172
11.2.1 Apontamentos........................................................................................172
Verbos primitivos e derivados; correlação entre os tempos verbais..................172
11.2.2 Tempos simples e compostos da voz ativa............................................175
11.3 Esquemas sobre pronomes..............................................................................179
11.3.1 Correlação de pronomes.......................................................................179
11.3.2 Pronomes demonstrativos.....................................................................179
11.3.3 Esquemas sobre pronomes relativos.....................................................181
11.4 Esquemas sobre concordância verbal.............................................................181
11.5 Esquemas sobre concordância nominal..........................................................182
11.6 Esquemas sobre regência verbal....................................................................183
11.7 Esquemas sobre regência nominal..................................................................184
11.7.1 Regência de alguns nomes....................................................................184
11.7.2 Valor das relações estabelecidas pelas preposições..............................184
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................186
APRESENTAÇÃO
Victorino Piccinini
.
Caro aluno:
Um abraço,
as autoras.
.
SENTIDOS INDIRETOS:
“Na
A NÃO-LITERALIDADE
realidade, não são palavras
pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou
o que
FRASE
“Nós temos todas as condi-
ções de ser o iceberg que
afundou o Titanic.”
Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), pré-
candidato do partido à Presidência da
República, ao comparar o governo de FHC e
Levando em conta o contexto apresentado,
sua política econômica com o naufrágio do o que significam as expressões “iceberg” e
navio Titanic, ontem na Folha.
“Titanic”?
(Folha de São Paulo, 22/02/98)
Você já pode se livrar dos seus abacaxis simplesmente usando o telefone. É que a Folha acaba
de criar mais um serviço exclusivo pra você: o Big Folha nos Classificados Agrofolha.
São 3 linhas e 1 título pra você fazer chover na sua horta. Com ele, você anuncia produtos
relacionados ao campo e - o que é melhor - a preços de banana:
25 reais. Debitados na sua conta telefônica ou no cartão. 224-4000
a) Retire as expressões responsáveis pelo “jogo” entre os sentidos
literal/não-literal.
b) Explique o(s) sentido(s) que ela(s) veicula(m).
4) O usuário da língua, ao pronunciar um enunciado, o faz com diferentes
propósitos que variam de acordo com a intenção dos interlocutores e com as
circunstâncias da fala. Assim, tal enunciado pode cumprir diferentes
funções, tais como as de pedir, ordenar, julgar, questionar, queixar-se, dentre
outras, como nos exemplos abaixo:
(1) Tem uma abelha na tua orelha.
(2) Você pode entrar.
(3) Eu te amo.
(4) Você poderia fazer um pouco mais de silêncio?
Em (1), podemos interpretá-lo como um alerta; em (2), uma permissão;
em (3), uma expressão de um sentimento e, em (4), uma queixa ou, até
mesmo, um pedido.
Uma pergunta, além de dirimir uma dúvida, pedir uma informação ou um
esclarecimento, pode, portanto, atender a outras finalidades.
Levando em conta essas informações e o conteúdo da tira abaixo,
explique qual a intenção da pergunta feita pela moça em “Já procurou em
‘infantil’?”
Agora responda:
a) O que significa habitualmente a expressão “programa de
índio”?
b) Na propaganda, foi feita uma ressalva com o uso dessa
expressão. Explique o porquê da ressalva.
8) As gramáticas tradicionais costumam definir palavras homônimas como
aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual.
No texto abaixo, extraído do jornal da Folha de São Paulo, de 02/12/97, a
argumentação baseia-se no emprego dos verbos “cassar” (= anular) e “caçar”
(= apanhar animais), sendo o último utilizado em sentido figurado. Observe:
TIROTEIO
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VIDA BANDIDA
A arte de relaxar
VOLTAIRE DE SOUZA
É muito tensa a vida na cidade grande.
Filas para o cinema. Congestionamentos.
Assaltos. Para relaxar, nada melhor do que
uma banheira com hidromassagem. Douglas
fazia questão. Com o uísque do lado. Chegou
em casa nervoso. Chutou o cão de raça
Tirannus. Xingou a governanta Ana Augusta.
Entrou na banheira. A bebida. O cansaço de
um dia agitado. Adormeceu. Seu corpo
avantajado mergulhou na água. Para ser
recolhido sem vida por Ana Augusta. Que o
entregou ao cão. “Deve estar macio agora.”
Um homem duro é o seu próprio Titanic.
TIROTEIO
De Arlindo Chinaglia (PT-SP),
sobre FHC, em solenidade no
Planalto, ter filosofado a respeito do
momento histórico, dizendo que
“estamos na época do pós. Pós-
qualquer coisa. Pós-liberal, pós
marxista e pós-social-democrata. É a
era do pós”: a) Identifique a expressão responsável
– O presidente tem toda a razão. pela construção de sentidos do texto.
No seu governo, vivemos a era do b) Explique a ironia nele contida a partir
pós-emprego, pós-saúde, pós- do uso de tal expressão.
segurança, pós-luz.
11) Pode-se entender por antítese o emprego de palavras ou expressões
contrastantes, ou seja, de sentidos opostos, figura de linguagem presente no
texto abaixo:
“A paz necessita de
um
fuzil para protegê-
la.”
YASSER ARAFAT,
presidente da Organização pela
Libertação da Palestina, sobre as
ameaças à paz no Oriente Médio.
(Zero Hora, 13/06/98)
Presente de grego
Descubra como proteger seu micro das pragas eletrônicas
Lúcia REGGIANI
da Reportagem Local
(...) Na sociedade da informação, o desafio é manter o
computador a salvo de pragas eletrônicas criadas por
programadores do mal.
(...) No final do ano, cuidado com e-mails que trazem
anexados arquivos com animações. Se receber um
arquivo natal.exe, por exemplo, delete. Existe uma
grande chance de ele estar infectado com o vírus
“W32CIH.SPACEFILLER”.
Muitas mensagens escondem um cavalo de Tróia -
que traz na pança softwares que devassam o micro e
roubam senhas. Um legítimo presente de grego.
(Folha de São Paulo, 23/12/98)
a) Retire do texto tal expressão.
b) Qual seu significado?
c) A que informações do texto você recorreu
para chegar à conclusão do sentido dessa
expressão?
16) Leia atentamente o texto abaixo:
Casa de ferreiro...
O resultado da reforma ministerial revela que o pior tipo de
solidão é ser amigo de um tucano: os economistas Serra (Saúde),
Paulo Renato (Educação) e Bresser (Ciência e Tecnologia) estão
em ministérios que não têm nada a ver com sua formação.
(Folha de São Paulo, 25/12/98)
Finalidade da tesoura
“Vou dirigir meu carro com mais tranqüilidade a partir de
1999. Comprei um estojo com os itens de primeiros socorros
exigidos por lei e finalmente vou ter uma tesoura à mão para
abrir os pacotes de salgadinhos.”
Robson Sant’Anna (São Paulo, SP)
(Folha de São Paulo, 01/01/99)
18) O autor usou, no texto abaixo, recursos de linguagem que o tornam mais
expressivo. Observe:
Porém, de tanto cumprir as obrigações, chega o Assim como um dia também chega a espada afiada
momento em que as engrenagens misteriosas do da justiça para todos os que praticam a
destino se encaixam e a prosperidade acontece. desonestidade.
E-mail: astro@o-quiroga.com
Internet: www.quiroga.net
O Pelé do
basquete dá
adeus às
quadras
O astro da NBA Michael
Jordan se aposenta para
se dedicar à família
Tem gente que diz que Brasília é uma ilha.
Olha a balsa.
Jornal de Brasília
No último texto, por que foi estabelecida a relação
Brasília/ilha/balsa/Jornal de Brasília?
21) Embora o acervo lexical da língua portuguesa seja bastante rico e extenso, à
medida que palavras estrangeiras são divulgadas através dos meios de
comunicação, essas terminologias passam a fazer parte do repertório
cotidiano dos usuários, constituindo-se, dessa forma, os empréstimos da
língua inglesa, por exemplo, em um vasto campo de aplicação e divulgação.
Na propaganda abaixo, extraída de Veja, de 06/01/99, notamos a
presença de um estrangeirismo (empréstimo de palavras estrangeiras).
Identifique-o e explique seu significado nesse contexto.
26
22) Leia a definição de metáfora abaixo, assim como o texto de Galvão, e
responda ao que é proposto.
“ - E o que é metáfora?
- Quando digo que o céu chora, o que você
entende?
- Que está chovendo...
- Isso é uma metáfora.
- Então metáfora é quando digo uma coisa para
tentar dizer outra?
- É... é mais ou menos isso.”
O O Carteiro e
o Poeta simplório carteiro Mário nunca poderia imaginar
que um dia estaria travando este diálogo com
Pablo Neruda (1904-1973), o poeta do amor. Sua
vida sem graça, sem diálogos com o pai pescador
e sem amor, se transforma completamente ao
encontrar-se com o poeta chileno.
(Revista TVA, março de 1998.)
Crônica
Metáforas
ANTÔNIO MESQUITA GALVÃO
Atravessei a rua da vida e saí andando pela inteira. Lembrei do fim de nossa história... quando
calçada do ódio. O céu era uma lona azul chorei meus olhos todinhos com saudades dela...
estendida sobre minhas reflexões. As pessoas Depois dela eu morri. Dentro do meu caixão, além dos
caminhavam sobre os sonhos e despertavam no despojos, havia restos de sonhos, projetos, utopias... O
meio-fio da realidade. Na esquina, o mendigo riu movimento da rua carregou-a consigo e eu fiquei
para mim, mostrando a noite escura da má sorte parado. Andei um pouco mais. O cinema vomitava
em sua boca desdentada. Logo ali, uma criança uma pequena multidão de pessoas que curtiam aquele
era embalada pela mãe. No berço dos olhos mágico instante. No céu, o arco-íris era como uma
maternos o menino dormia no sono da espera. taça de champanhe emborcada. A claridade do fim da
Mas adiante, o ônibus parou e engoliu as pessoas tarde transformava os pingos de chuva em pingentes
que estavam na parada. Olhei do outro lado da de pérolas. Pensei nos amigos, nos parentes e em
calçada e vi um rosto conhecido. Meus joelhos, todos aqueles que partejam a vida a meu lado, à espera
sopesados pela emoção tremeram. A surpresa do nascimento do sonho em que todos possam sonhar.
colocou borboletas voando no céu da minha Lembrei de tantos amigos sepultados nas dobras do
boca. Era ela, sem dúvidas... A saudade chegou a tempo e das esquinas que escondem tantos rostos.
cavalo nas lembranças e desembarcou na estação Quando as tormentas do mar da discórdia invadiram a
vazia da solidão. Parado, fiquei preso às praia dos meus sonhos, eles foram o porto onde
circunstâncias, refém dos sentimentos... Lembrei abriguei o frágil barco de meus temores. Parou de
o passado. O farfalhar de suas saias de armação chover. O tempo guardou a chuva e acendeu as
mensageavam sonhos impossíveis. Seus cabelos, estrelas. Saí caminhando sobre a ilusão de tantos
uma cascata de petróleo, se derramavam pelos pingos coloridos que ainda teimavam em cair, e
campos secos dos meus devaneios... fiquei ali desenhavam uma estrada imaginária de luzes. Cheguei
segundos, minutos, séculos... o tempo voou em em casa e guardei as fantasias no quarto escuro da
velocidade infinita, as recordações me rodeavam memória e me refugiei no útero do esquecimento.
em asas de borboleta. Chovia. Com pena da
minha dor, o tempo chorou lágrimas da minha Escritor - colaborador
dor, o tempo chorou lágrimas de chuva, a tarde (Crônica publicada em 04/09/97)
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“Os governos de todos os países que são contra o tráfico gastam bilhões de dólares anualmente no
combate às drogas.” (assunto: descriminalização das drogas/1998)
Os governos de todos os países, que são contra o tráfico, gastam bilhões de dólares anualmente no
combate às drogas.
PRETENSIOSO
O senador Roberto Requião, que se
autoproclama candidato pelo PMDB à
Presidência da República, é
destemperado e boquirroto. Outro dia,
em meio a um jantar, perguntou à
mulher de um ilustre senador: “há
quanto tempo vocês são casados?” -
“seis anos”, respondeu a senhora,
ingenuamente. - Mais de dois anos -
para mim é incesto!”, vociferou o
grandalhão. Destemperado, boquirroto
e sem classe. E quer ser presidente da
República... Nem que a vaca tussa!!!
“O trote que gera humilhação e violência deve ser considerado crime passível de pena.” (carta
argumentativa dirigida ao editor da Folha de São Paulo; assunto: trotes nas universidades
brasileiras; ano: 1998)
O trote, que gera humilhação e violência, deve ser considerado crime passível de pena.
11) Tomando por base a estrutura argumentativa do texto abaixo, explique o que
se pode depreender através do último argumento exposto.
CONTRAPONTO
Também não precisa exagerar
Um diálogo imaginário entre o – Garoto, isso é uma moeda
presidente do Banco Central, estável. Você é muito novo e não se
Gustavo Franco, e o menino que lhe lembra de como era a inflação.
pediu esmola em 97 tem divertido – A inflação em 94, último ano
os senadores. Eis a versão ouvida do Itamar, foi de 1.173%. Acho que
por Amin (PPB-SC): o sr. tava no governo...
– Doutor, dá um dinheiro. – R$ 10 é muito dinheiro. Se
– Meu filho, sou contra o fosse você, guardava um pouco.
assistencialismo. Por que você não – Pôr dinheiro em banco com a
tenta arrumar um emprego? crise asiática? Não confio, não.
– Com essa taxa de desemprego! – Filho, tô espantado!! Você
O governo já prevê um índice de poderia virar economista. Pode até
7% para 98! trabalhar no Banco Central.
– Hum... tome R$ 10, vai. – Aí não, doutor. Eu tenho os
– Mas é pouco, doutor. meus princípios, né?!
(Folha de São Paulo, 15/02/98)
12) Leia a tira abaixo, extraída de Zero Hora, de 01/05/98, e, levando em conta
que ela traz implícita uma crítica, responda ao que é proposto.
a) Que resposta estaria de acordo com a
expectativa?
b) Que crítica está implícita na tira?
Agora responda:
Qual o pressuposto que encerra essa
declaração?
16) É muito freqüente, para evitarmos dizer explicitamente o que pensamos,
usarmos sentidos indiretos, através do emprego de expressões as quais
poderiam ser substituídas por outras.
Leia a declaração abaixo, extraída de Zero Hora, de 02/12/98, e responda:
17) Após ler o texto abaixo, explique qual a crítica nele implícita.
TEXTUAIS
U ma das características
responsáveis por fazer de um
texto não apenas uma seqüência de
permitem que esse texto tenha uma
lógica interna. Há, ainda, que se levar
em conta no estudo da coerência a
frases, mas um todo dotado de compatibilidade entre o “mundo do
significado é a coerência textual. texto” e o “conhecimento de mundo”
Ela é o elemento responsável pelo de quem processa o texto e de quem o
fato de um texto ter sentido para os recebe.
usuários da língua. Existem Neste capítulo, você se
determinados elementos semânticos, familiarizará com a pertinência da
sintáticos e estruturais – elementos articulação das idéias como
coesivos – que, uma vez relacionados, condição de coerência.
3.2 Prática de linguagem
Bastaram duas semanas, desde que as imagens da violência policial na favela Naval, em
Diadema, região do ABCD paulista, foram exibidas pela primeira vez, para que o país chegasse
à conclusão de que as cenas de espancamento, tortura, extorsão e assassinato que invadiram os
lares pelos telejornais são um fato corriqueiro na rotina da polícia brasileira.
Como a Folha mostrou ao longo desse período, com o registro de casos de crimes
cometidos por policiais em todo o país, a Diadema que fica a 15 Km ao sul de São Paulo é
apenas um exemplo das dezenas de diademas espalhadas pelo território nacional, nos diversos
escalões das polícias Civil e Militar.
Diadema está, por exemplo, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde policiais militares
espancaram civis.
Diadema também se encontra, como relatam os textos publicados nesta e na próxima
página, no Acre, onde nem os índios escapam da truculência policial. Diadema se repete do Rio
Grande do Norte, com o suposto envolvimento de um delegado da Polinter com grupos de
extermínio, ao Amazonas, onde até o secretário da Segurança Pública é suspeito de possuir uma
polícia paralela para praticar delitos.
Mas Diadema também revela as possibilidades do vídeo amador como meio de denúncia e
a iniciativa de estudiosos e entidades para oferecer saídas para a crise das polícias.
(Folha de São Paulo, 13/04/97)
“(...) pois se nada for feito para impedir que acontecimentos como esses não se repitam, o Brasil
continuará sendo um país de doentes à mercê de sua sorte.” (assunto: falsificação de
remédios/1998)
Agora responda:
“Essa possibilidade tem origem no crescente sucateamento que apresenta nossa sociedade nesse
setor: a deterioração dos prédios, a falta de materiais, os pequenos salários dos professores
congelados há mais de três anos.” (amostra de redação de aluno; assunto: problemas sociais do
Brasil; ano: 1998)
a) Transcreva o trecho problemático.
b) Qual a interpretação absurda que se pode extrair
desse trecho?
c) Explique qual a interpretação pretendida pelo autor.
d) Reescreva-o de forma a deixar explícita tal
interpretação.
e) Do ponto de vista sintático, o que provoca esse
efeito?
ERRAMOS
Trecho da carta “Ética na imprensa”,
publicada no “Painel do Leitor” em 1/1,
teve seu sentido alterado. Em vez de
“Mesmo que tivesse sido sedução por
parte de uma garota de 10 anos – idade
dela na época –, teria sido estupro”, leia- Lendo o trecho e
se “mesmo que tivesse sido sedução em comparando-o com a correção
uma garota de 10 anos (idade dela na feita, percebemos a alteração de
época), teria sido estupro”. sentido. Explique-a.
Errado
Se algo foi feito de errado
em termos de trânsito em Pelotas,
nos últimos tempos, uma delas é
aquele pseudoquebramolas [sic]
na esquina da 15 de Novembro
com a Voluntários, com direito a Observe como, no texto ao lado, um
uma não – respeitada faixa de problema de coesão acabou interferindo em
sua coerência. Depois de lê-lo com atenção:
a) Identifique o trecho em que isso ocorre;
b) Reescreva-o, tentando desfazer tal
problema. Faça as adaptações
necessárias.
segurança. Tudo porque os carros
ficam estacionados sobre o dito
cujo, para que o motorista veja o
escoamento da outra rua. O certo
seria a sua colocação uns três
metros antes, pela 15, do local
onde está.
(Diário Popular, 15/01/98)
Obs.: As questões 6 e 7 foram elaboradas levando em conta trechos, bem como comentários, extraídos da
seguinte obra: JAPIASSU, Moacir. Jornal da imprença: a notícia levada açério. São Paulo: Jornal dos
Jornais Editora, 1997. Foram utilizados nas questões, respectivamente, os textos das páginas 82 e 91.
7) A escolha da ordem dos termos na frase deve ser criteriosa para que não se
produzam textos incoerentes. Observe o texto abaixo, extraído do jornal
Independência, de São Paulo, no qual há um comentário sobre a doença da
atriz Sandra Bréa:
Obs.: As questões de 8 a 10 foram elaboradas levando em conta trechos, bem como comentários, extraídos da
seguinte obra: JAPIASSU, Moacir. Jornal da imprença: a notícia levada açério. São Paulo: Jornal dos
Jornais Editora, 1997. Foram utilizados nas questões, respectivamente, os textos das páginas 38, 24, 52 e
18 dessa obra.
11) A maneira como certos textos são escritos pode produzir efeitos de
incoerência, como no caso abaixo, extraído de uma manchete, seguida de
um comentário, do jornal Diário Popular, de Pelotas, em 20/03/98:
Obs.: Os textos das questões 14 e 15 podem ser encontrados, respectivamente em: JAPIASSU, Moacir. Jornal
da imprença: a notícia levada açério. São Paulo: Jornal dos Jornais Editora, 1997, p.92 e 171.
I – “(...) com a falta de vigilância é cada vez maior o número de medicamentos vendidos sem
prescrição médica, o que, na maioria das vezes, é obrigatório.” (dissertação: assunto:
falsificação dos remédios; ano: 1998)
II – “A saúde e educação são dois dos principais problemas enfrentados atualmente pelo Brasil.”
(dissertação; assunto: Saúde Pública e Educação; ano: 1998)
“De fato, a leitura é uma grande arma para manter-se informado sobre os acontecimentos do
mundo ainda que ela forneça uma qualidade de argumentos, bem como desenvolver o raciocínio e
a escrita das palavras.” (redação de aluno; dissertação; assunto: O hábito de leitura entre os jovens
brasileiros; ano: 1998)
Incontinência verbal
“O deputado Jair Bolsonaro, em seu
destempero verbal, cometeu um crime
para o qual está prevista a pena de
reclusão. Mas ele não será processado
porque, ao chamar o arcebispo de São
Paulo de ‘desocupado’, ‘vagabundo’ e
‘megapicareta’, o fez sob a proteção da
im(p)unidade parlamentar. Temos, agora,
mais um motivo para acabar com essa
imunidade que só serve de escudo para
atitudes nada louváveis. Pelo fim da
im(p)unidade, já!”
Eduardo Rodrigues Coelho (São
Paulo, SP)
(Folha de São Pulo, 23/03/98)
“Decadência”
“Na reportagem ‘Decadentes atrapalham
reeleição de FHC’, na pág. 1-8 (Brasil) de 19/3,
o uso da palavra ‘decadentes’ para se referir a
pessoas como nós, mulheres entre 25 e 34 anos
de idade, com pós-graduação e salários abaixo
de R$ 1.200, é ofensivo, hostil e distorce a
realidade. Somos professoras substitutas na
universidade federal, onde o jogo político força
a contratação de professores substitutos que,
por sua vez, trabalham por bem menos da
metade do salário dos efetivos. Sabendo-se
também que os salários nas universidades
federais estão congelados há quase quatro anos,
representando cerca de 75% de defasagem.
Reconhecemos a culpa de FHC no
sucateamento do ensino público, mas não seria
mais correto nos chamar de ‘desprezados’,
‘desvalorizados’ ou ‘desperdiçados’?”
Misha Klein (São Carlos, SP)
(Folha de São Paulo, 25/03/98)
48
A crítica feita pela leitora Misha Klein é pertinente se levarmos
em conta que a adequação vocabular, no processo de
comunicação, está intimamente ligada à imagem estabelecida
entre os interlocutores? Justifique.
5) Ao criticar as comemorações do Movimento Tropicalista, a deputada Esther
Grossi criou uma palavra cujo registro inexiste nos dicionários. Observe:
TIROTEIO
De Esther Grossi (PT-RS), sobre o
fato de ter encontrado ACM nas
comemorações dos 30 anos do
tropicalismo no Carnaval de Salvador:
– Tropicalismo não casa com
tropicarlismo. Não dá para esquecer
que ele apoiava a ditadura quando o
movimento nasceu.
(Folha de São Paulo, 26/02/98)
6)
CONTRAPONTO
Fecho de ouro
Na semana passada, houve uma exaltados:
manifestação de lideranças comunitárias de – Eu acho essa situação muito preocupante.
Osasco (SP) e de políticos de oposição contra A prefeitura cobrar a conta e não repassar para
as freqüentes faltas de água na cidade. a Sabesp é muito grave.
A prefeitura da cidade é acusada de cobrar Ao perceber a aprovação da audiência,
a conta de água dos moradores, mas não Tintino tentou encerrar a fala com frase de
repassar os valores à Sabesp, a companhia efeito.
estadual de água. – Isso é uma desapropriação indébita –
Entre os políticos, estavam o deputado João disse (...)
Paulo (PT), que tem base na cidade. Pedro Depois, olhou para os lados esperando
Tintino era um dos líderes comunitários mais aprovação. Estavam todos contendo o riso.
(Folha de São Paulo, 26/03/98)
Justifique a reação da platéia diante do
pronunciamento de Pedro Tintino: “- Isso é uma
desapropriação indébita.”
7) Às vezes, o uso em público de uma expressão, quando aplicada em um
contexto impróprio, pode causar impacto e polêmica na mídia, sobretudo se
esse uso tem a ver com uma figura pública como, por exemplo, um ministro
de Estado.
Ministro vê
caráter ‘lírico’
nos miseráveis
O novo ministro do Esporte,
Turismo e Juventude, Rafael Greca, 42,
disse à Folha que “há um caráter lírico
em alguns mendigos e despossuídos
brasileiros”. Para ele, o país não deve
esconder a miséria dos turistas. Greca
tomou posse ontem, na presença de
políticos e atletas. “Estou adorando ser
ministro”, afirmou. Pág. 1-7
I “Entidades públicas não atendem àqueles que possuem insuficientes condições financeiras,
gerando no país uma situação de estabilidade social” (dissertação; assunto: saúde pública e
educação; ano 1998)
II “E a maneira mais acessível e barata de viabilizar essas carências é ser um leitor não só de
livros, mas de outras obras.” (dissertação; assunto: a hábito de leitura entre os jovens; ano
1998)
III “Ademais, todas, sem exceção, têm direito à educação gratuita, a condições justas de emprego
e à segurança pessoal; além de um poder judiciário que aja de forma arbitrária e sem
distinções.” (dissertação; assunto: direitos humanos; ano 1998)
IV “Além disso, há uma falta de impunidade por parte das autoridades competentes que não agem
como deveriam quando o crime envolve pessoas de melhor poder aquisitivo.” (dissertação;
assunto: violência; ano 1998)
V “Dessa forma, é imprescindível que sejam tomadas medidas energéticas para resgatar a
qualidade da saúde pública.” (dissertação; assunto: saúde pública; ano: 1998)
a) “... a sociedade __________________ para melhorar essa situação, também é conivente com a
impunidade. [assunto: impunidade]; (que nada faz / que não se mobiliza);
e) “Na verdade, grande parte da culpa ________________________ governo, pois este não
____________________ básicas da população de baixa renda.” [assunto: desigualdades
sociais]; (é do / concentra-se no); (supre as carências / ajuda nas necessidades);
f) “... as pessoas de baixa renda muitas vezes são obrigadas a _____________________ os estudos
para ingressarem no mercado de trabalho. [assunto: desemprego]; (abandonarem / largarem);
h) “Que país é este onde não há oportunidades, não há perspectivas, não há como
____________________? [assunto: que país é este?]; (sair do buraco / reverter a situação / se
equacionarem as desigualdades);
j) “Os mais ricos matam por puro divertimento, até porque sabem que, pertencendo à classe mais
privilegiada, a Justiça pouco faz, ao contrário do que acontece com as classes de menor poder
aquisitivo que _____________________; policiais batem ______________________. [assunto:
morte do índio pataxó]; (são duramente penalizadas / até cadeia pegam); (em gente que não
fez nada / em pessoas inocentes);
11) Substitua a palavra “coisa(s)” nas frases a seguir por outra de valor mais
específico, fazendo as alterações necessárias. Para tanto, use as sugestões
do quadro.
a) A amizade consiste numa coisa que deve ser cultivada com carinho.
b) Não foi ao curso por uma série de coisas.
c) A violência constitui-se numa coisa assustadora à população brasileira.
d) O liberalismo nos costumes é uma coisa tipicamente brasileira.
e) O fisiologismo e o clientelismo são coisas encontradas em muitos políticos
brasileiros.
f) A impulsividade é uma coisa comum entre os jovens.
g) É preciso que os políticos façam alguma coisa para solucionar alguns dos
problemas brasileiros.
providência/um
sentimento/características/atitude
vícios/fatores/um fator/uma peculiaridade
12) Existem verbos que contribuem para tornar uma frase mais expressiva. Um
verbo bastante utilizado na elaboração de frases em que predomine um tema
é o “ser”:
“O movimento dos sem-terra é...”
No entanto, tal verbo poderia ser substituído por outro mais expressivo.
constituir mostrar
significar expressar
constituir representar
denotar evidenciar
É IMPRESCINDÍVEL...
54
a) destinar _____________________ ou _________________________
b) repassar _____________________ ou _________________________
c) providenciar _________________ ou _________________________
d) apresentar __________________ ou _________________________
e) aplicar _______________________ ou _________________________
f) realizar ______________________ ou _________________________
g) expor ________________________ e __________________________
h) explicitar ____________________ e __________________________
i) elucidar ______________________ e __________________________
j) erradicar _____________________ e __________________________
l) viabilizar _____________________ e __________________________
m) reverter _____________________ e __________________________
n) resgatar _____________________ e __________________________
o) invalidar _____________________ e __________________________
p) minimizar ___________________ e __________________________
q) canalizar ____________________ e __________________________
16)_O valor da adjetivação pode tornar mais consistente a argumentação em
um texto. Encontre adjetivos para “reforçar” os substantivos. Observe o
modelo:
a) “(...) mesmo sendo o álcool a droga causadora de maiores danos à saúde, mais detona o corpo e
mais desperta a violência, é a mais consumida por jovens brasileiros.” (carta argumentativa,
dirigida ao editor da Folha de São Paulo; assunto: alcoolismo entre os jovens; ano: 1998)
b) “Em outros casos, os jovens começam a usar o álcool devido à pressão da turma de amigos ou
para perderem a timidez e se divertirem mais.” (idem ao item a)
c) “Penso, inicialmente, que todo menor de dezoito anos tem direito à escola, saúde, ao lazer e ser
tratado com dignidade.” (carta argumentativa dirigida ao ministro da Justiça; Estatuto da
Criança e do Adolescente; 1998)
d) “Sendo um jovem imensamente preocupado com o futuro do Brasil, e também por ter tomado
conhecimento de seu projeto sobre assédio sexual, resolvi escrever-lhe (...)” (carta
58
argumentativa dirigida à deputada Marta Suplicy; assunto: projeto de lei sobre assédio sexual;
ano; 1998)
e) “A droga é usada como apoio ou afirmação psicológica para a aceitação social, para os
relacionamentos em grupos e para se divertir em festas.” (dissertação; assunto: alcoolismo entre
os jovens; ano: 1998)
f) “É preciso, portanto, que o governo, ao invés de facilitar a aquisição de kits descartáveis
proporcionando tratamentos de recuperação (...)” (dissertação; descriminalização do uso de
drogas; ano: 1998)
g) “Acredito ser importante salientar-lhe que a descriminalização dos cassinos acarretará efeitos
nocivos à sociedade, porque as pessoas de menor poder aquisitivo acabarão gastando o pouco
que têm no jogo, além de estimular a expansão da criminalidade.” (carta argumentativa;
assunto: legalização dos cassinos; ano: 1998)
h) “A desesperança do povo é explicada pelo excesso de importância dada à economia nacional e o
desprezo aos problemas sociais, como a educação, a saúde, o desemprego, entre outros.”
(dissertação: Falta de perspectiva do brasileiro; ano: 1998)
i) “Em vista do que foi exposto, torna-se necessário um maior rigor por parte da Justiça e que o
governo tome medidas imediatas para evitar essas atrocidades.” (dissertação; assunto:
Violência; ano: 1998)
III –Local do homicídio: Gisiele mostra o vidro perfurado pelo tiro de revólver que
causou a morte da tia
Empregada doméstica morta com um tiro na janela de casa
Parentes apontam ex-companheiro da vítima como autor do crime
(Zero Hora, 10/11/98)
5.4 Obscuridade
CONTRAPONTO
Diálogo de surdos
Em 1983, o gaúcho Paulo Brossard passou pelo Senado e foi ao gabinete de Pedro
Simon, seu colega no PMDB. Ao encontrar um conhecido funcionário de Simon,
Brossard o interpelou com seu conhecido jeito de “Rui Barbosa em compota”, como foi
apelidado em Brasília:
- O cinesíforo está?
- Está com o doutor Ulysses – respondeu o funcionário, sem saber exatamente a
quem Brossard se referia. Mas pensando que “Cinesíforo” fosse mais um apelido do
“Turco”, como Simon é chamado pelos amigos.
- Ele é amigo do doutor Ulysses?! – espantou-se Brossard.
- Muito amigo. Cada conversa leva de duas a três horas – insistiu o funcionário.
- Se é assim, vou mesmo de táxi para o aeroporto – conformou-se o ex-senador,
que só queria uma carona do motorista (cinesíforo, no seu vocabulário) de Pedro Simon,
que mantivera o mandato e os serviços gratuitos do Senado.
Texto 3 “(...) As lojas especializadas em livros usados, ou sebos, se aproveitam com livros raros
ou baratos dos preços altos nos livros novos.” (Jornal da Tarde, de São Paulo, janeiro
de 1994. Em: JAPIASSU, Moacir. Jornal da Imprença: a notícia levada açerio. São
Paulo: Jornal dos Jornais Editora, 1997)
8) Há textos cuja leitura pode ser tomada em mais de um sentido, fazendo com
que o leitor vacile quanto a sua interpretação. Em muitos casos, a
ambigüidade (possibilidade de mais de uma leitura) é fruto de uma intenção
deliberada, por parte do autor, e é um recurso o qual pode ser explorado com
bastante malícia e bom-humor, como nos textos a seguir, extraídos do jornal
Folha de São Paulo. Observe:
Texto 1
JOSÉ SIMÃO
Da Equipe de Articulistas
Texto 2 Texto 3
Cortes A família e a TV
VOLTAIRE DE SOUZA VOLTAIRE DE SOUZA
O Ano Novo sugere a tomada de Muitos fatores contribuem para a
decisões corajosas. Doutor Tarsilo crise da família brasileira. O controle
estava preocupado com a situação remoto da TV é um deles. Selene
econômica. Era um homem de posses. apertava os botões e reclamava. “Esse
“Mas nunca se sabe. Amanhã posso troço não funciona.” Altino arrancou
estar falido.” Resolveu redimensionar o controle das mãos da mulher. “Não
o orçamento doméstico. Olhou para o funciona porque você é burra. Sem
motorista Pedrinho. “Lamento. pontaria. Olha aqui.” A Carla Perez
Preciso diminuir as despesas. Cortar apareceu na tela. “Muda de canal,
na carne. Está demitido.” Pedrinho Altino. Já.” Tentou confiscar o
pediu o aviso prévio. Obteve uma aparelhinho. Recebeu um verdadeiro
resposta amarga. “E a crise dá aviso zapping de tabefes. Chorando, foi até
prévio? Cortar na carne, Pedrinho.” a cozinha. De lá voou uma faca
Na mesma noite, a mulher de Tarsilo certeira. Cravou-se no peito de Altino.
encontrou o marido morto. Pescoço “Pontaria eu tenho sim.” Um dos
cortado. Nos momentos de crise, o segredos do casamento está em nunca
importante é não perder a cabeça. perder o controle.
(Folha de São Paulo, 05/01/99) (Folha de São Paulo, 13/11/98)
Agora responda:
a) Quais as interpretações?
b) Do ponto de vista sintático, o que desencadeia essa dupla
interpretação?
c) Reescreva a frase, deixando clara uma dessas interpretações.
5.6 Redundância
15) Leia a coluna do prof. Pasquale Cipro Neto, extraída da Folha de São Paulo,
de 24/07/98. Após, identifique nos trechos de redações de alunos as
repetições de idéias as quais causam danos à qualidade de um texto,
devido à circularidade de informações. Além disso, torne os textos mais
concisos, “enxutos”.
QUEIMANDO A LÍNGUA
MALUF E A TAUTOLOGIA
Sei bem o que é falar em público.
Ninguém está livre de escorregões, a
começar por mim. Portanto – e isto vale
para todos os textos que escrever nesta
coluna, até o fim das eleições – não tenho
a pretensão de agir discriminatoriamente
em relação a nenhum dos candidatos.
Aliás, tenho pavor de todos os chatos,
sobretudo dos que se dizem puros e castos,
combatentes dos preconceitos – em geral,
são os mais preconceituosos. Posto isso,
vamos ao que conta. O que está por trás
64
das palavras de um candidato? Suas idéias, é claro. Quando as idéias são pobres, normalmente o
discurso também é pobre.
Na verdade o que acabo de demonstrar uma tese repetindo- combate com verdade.
dizer é tautológico. O que é a com palavras diferentes”. Puxa! Quanta criatividade!
isso? É o adjetivo tautologia. Na semana passada, durante Pelo jeito, é só o aperitivo do
Vamos ao “Aurélio”: um showmício de sua campa- interminável febeapá a que nos
“Tautologia. S.f. 1. Vício de nha, realizado no Jardim Ca- submeterão Maluf e concorren-
linguagem que consiste em margo Novo, bairro da periferia tes nestas eleições.
dizer, por formas diversas, de São Paulo, Maluf, impávido, Em tempo: febeapá é
sempre a mesma coisa. 2. Filos. disse que “desemprego se expressão criada por Stanislaw
Preposição que tem por sujeito e combate com trabalho”. Ponte Preta (Sérgio Porto).
predicado um mesmo conceito, É verdade. Fome se combate Significa “festival de besteira
expresso ou não pelo mesmo com comida. Seca se combate que assola o país”. Sempre. E
termo. 3. Filos. Erro lógico que com água. Sede também se ainda. É isso.
consiste em, aparentemente, combate com água. Mentira se ★
a) “Analisando-se as gerações passadas e a atual, constato que suas idéias, bem como suas
maneiras de pensar e agir, vêm mudando bruscamente.” (dissertação; assunto:
Juventude atual; ano: 1998)
b) “Na realidade, o papel do governo é dar ensino gratuito a todos, e não cobrar este ensino, que é
direito de todos e dever do governo.” (dissertação; assunto: Educação; ano: 1998)
A ARGUMENTAÇÃO
90
67
punir, todos vítimas do mesmo ciclo vicioso aquela marca de pratos. Que, ao contrário do
de desrespeito à legislação. “Dura lex, sed nosso país, não quebra.
lex” – a lei é dura, mas é a lei, diziam os
Gustavo Ioschpe, 21, é escritor e estuda
latinos. De dura lex, no Brasil, só mesmo Administração na Wharton School e Ciência Política
na University of Pennsylvania, EUA, e-mail:
desembucha@cyberdude.com
1.1) Percebemos no título do texto uma ironia, a qual se baseia em uma
expressão bastante utilizada, sobretudo nos meios jurídicos.
a) Que expressão é essa?
b) Percebe-se tal ironia através da relação estabelecida entre essa
expressão e um produto de consumo de determinada marca
(objetos de vidro da marca DURALEX). O que sugere essa
relação?
1.7) Há relações estabelecidas nas linhas 42 e 43, evidenciadas pelo uso dos
nexos “se” e ”então”, respectivamente.
a) Faça substituições desses nexos, mantendo a mesma
relação semântica (de significado).
b) Quais as idéias expressas por tais nexos,
respectivamente?
c) Na linha 44, o nexo “mesmo que” poderia ser
substituído por qual outro, se mantivéssemos a
mesma idéia?
1.8) Ao lado de cada termo listado abaixo, transcreva a(s) palavra(s) a que se
refere.
a) esses (linha 17):________________;
b) aquilo (linha 26):________________;
c) Este (linha 47):__________________;
d) os (linha 76):___________________.
1.9) Expressões do tipo “ninguém vai preso”, “os poderosos sempre saem ilesos”
e “a lei nunca vai chegar lá” revelam uma conclusão a partir de uma
evidência insuficiente, provocando uma generalização excessiva. Tal
recurso é favorável ou desfavorável em termos argumentativos? Justifique.
1.11) Qual a referência utilizada nas linhas 76-82, a qual serve de parâmetro
para sustentar a tese do autor, segundo a qual há impunidade em nosso país?
TEXTO 1
A culpa é sua
CLÓVIS ROSSI
Texto 1 Texto 2
O Chão é cama para o amor urgente, “Márcia, se eu gastasse todas as
amor que não espera ir à cama. @ desde ciberespaço, ainda assim
Sobre tapete ou duro piso, a gente não poderia expressar o quanto
compõe de corpo e corpo a úmida trama. curto teclar com você.
Amor, Rick.”
E para repousar do amor, vamos à cama.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) (declaração virtual)
Texto 3 Texto 4
“Danilo. Tô morrendo de saudade dos seus “Dizer que brevemente serás a metade
beijos, do brilho de seu olhar e, de minha alma. A metade? Brevemente?
principalmente, da sua Não: já agora és, não a metade, mas toda.
sunguinha.” Dou-te a alma inteira, deixas-me apenas
Uma pequena parte para que eu possa
(Cristina Guedes, 15) existir por algum tempo e adorar-te.”
(Graciliano Ramos, em “Cartas de Amor a Heloísa”)
Texto 5
Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo
Porque os corpos se entendem, mas as almas não!
(Manuel Bandeira, 1886-1968)
Texto 6
“Se eu tivesse adivinhado em ti tanta candura e amor, não tantos dissabores e desgostos, e não
teria visto com os meus próprios olhos a maior das patifarias! Tua mana é... enfim, eu cá sei o que
ela é, e basta. Deixe-mo-la, falemos só no nosso amor! Não olhes pras minhas botas. Tuas
palavras acenderam em meu peito uma paixão vulcânico-piramidal e delirante. Há um momento
que nasceu, mas já está grande como o universo. Conquistas-te-me! Terás o pago de tanto amor!
Não duvides, amanhã virei pedir-te ao teu pai!”
Em “Os Judas em Sábado de Aleluia”, de Martins Pena, o volúvel Faustino apaixonou-se por duas irmãs
sucessivamente e descobre que a primeira era namoradeira e que a segunda o amava secretamente.
Obs.: esses textos foram extraídos do caderno “Folhateen”, do jornal Folha de São Paulo, de 08/06/97.
Agora responda:
a) Os textos 1, 4 e 5 reiteram-se ou contradizem-se quanto à
definição do que seja o amor? Justifique.
b) Em 2, 3 e 6 o tratamento dispensado ao ente querido é o
mesmo? Justifique.
Você me chama
Eu quero ir pro cinema
você reclama
meu coração não contenta
você me ama
mas de repente a madrugada mudou
e certamente
aquele trem já passou
e se passou
passou daqui pra melhor,
foi!
Só quero saber
do que pode dar certo
não tenho tempo a perder.
71
Texto II cotidiana e 85% acreditam que dependem
apenas de si mesmos para vencer na vida.
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO Foram arquivados os ideais socialistas, a
Da Reportagem Local rebeldia contra tudo e todos dos punks e
mudaram a filosofia yuppie – querem ter
Quais são os principais interesses de um sucesso profissional, sim, mas não a custo de
adolescente hoje? Errou quem respondeu sexo, esquecer a vida sentimental, a saúde e a boa
drogas e rock’n roll. Errou também quem forma física.
apostou em “mudar o mundo” ou “divertir-se Cidadãos do mundo, apenas 43%
ao máximo”. pretendem continuar morando nos países em
Teens de todo o mundo demonstraram que nasceram. Por isso, olham o planeta Terra
formar uma geração filha do neoliberalismo. não apenas como um imenso playground, mas
Pesquisa inédita, feita em 41 países com como um novo campo de oportunidades de
mais de 25 mil adolescentes entre 15 e 18 anos emprego.
das classes A e B, revela que a principal (...)
preocupação dos adolescentes atuais é arrumar
um bom emprego. A globalização já é coisa (Folha de São Paulo, 28/07/96)
a) Estabeleça uma comparação entre os resultados da pesquisa revelados
na Folha de São Paulo e os versos da última estrofe do texto 1: “Só quero
saber/do que pode dar certo/não tenho tempo a perder.”
b) Os rebeldes dos anos 60 consideravam as lutas sociais e bandeiras
políticas prioridades e acreditavam que a reforma de uma sociedade
concretizava-se através de passeatas, por exemplo. Os jovens da geração
atual, segundo as idéias expostas, não pensam assim. Retire do texto 1 o
verso que melhor expressa essa afirmação.
c) Retire do texto 2, no mínimo, dois argumentos que sustentam a
afirmação citada no item anterior (“b”).
Na ponta da língua
“Uma das características mais variedade dialetal, efeito da variedade
interessantes das línguas humanas é sua própria dos grupos que as falam. Basta
conferir não só as ruas, mas também a É exatamente o contrário do que faz Arnaldo
melhor literatura. Niskier no pobre texto publicado na Folha, em
Para muitos, no entanto, a variedade 15/01, no qual reproduz a conhecida salada de
aparece como se fosse grave defeito. Pra lugares-comuns e preconceituosos (de que
tratar essa questão sem histeria, a melhor valem as regências corretas, se é para dizer tão
saída será a conjugação do fim dos pouco?). Até porque ele sempre esteve ao lado
preconceitos (o que não se consegue por dos que produziram o descalabro da escola
decreto) com o conhecimento adequado dos brasileira.”
fatores da variação.
Uma atitude seria necessária: usar a mesmo Sírio Possenti (Campinas, SP)
critério para avaliar o comportamento do povão
e o dos bacanas.
FRASE
“A estuprada é vítima, mas pode ser que tenha sido conivente. O único
inocente nessa história, que é o feto, é que vai pagar pelo erro dos outros.”
Manoel Pestana Filho, bispo de Anápolis, sobre projeto de lei a respeito da
obrigatoriedade de atendimento pelo SUS dos casos de aborto previstos no
Código Penal, ontem na Folha.
Estupro na TV
“No meio das amenidades, o TV Folha do descrever a situação de ser estuprada enquanto
último domingo, no resumo da novela ‘Torre dorme narcotizada, perder a virgindade e
de Babel’, diz que a personagem Bina ‘vai quem sabe também sua condição de não-
perder a virgindade’, quando na verdade ela grávida e não-contaminada por HPV, HIV e
vai ser estuprada enquanto dorme narcotizada. DSTs em geral?”
Dessa forma, o TV Folha ajuda a TV Maria Otilia Bocchini, professora do
Globo a ocultar o estupro, apresentando-o Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA
como mais uma situação ‘cômica’ do ‘núcleo – Escola de Comunicação e Artes – da USP (São
cômico’ da novela da oito. Que jornalista é Paulo, SP)
esse, ou essa, que acha que a expressão
(Folha de São Paulo, 29/11/98)
‘perder a virgindade’ é suficiente para
73
6.3 Recursos argumentativos
“Adeus à política
RUBEM ALVES
Guimarães Rosa sentia também o que sinto apavorado por não ouvir nada que emita
sinto. Numa entrevista a Günter W. Lorenz, um som humano. São sempre as mesmas
disse: ‘A política é desumana, dá ao homem o palavras, que dizem as mesmas mentiras. E,
mesmo valor de uma vírgula numa conta. Não visto que os homens se conformam (...), vejo
sou um homem político, justamente porque nisso a prova de que não dão a menor
amo o homem. Deveríamos abolir a política. importância ao próprio governo e que jogam,
Políticos falam sempre de lógica, razão, essa é que é a verdade, com toda uma parte de
realidade (...) e, ao mesmo tempo, praticam os sua vida e dos seus interesses chamados
atos mais irracionais que se possa imaginar. vitais’.
Talvez eu seja um político, mas desses que só Discordo de Camus num ponto apenas.
jogam xadrez quando podem fazê-lo a favor Não acredito que o conformismo se deva ao
do homem.’ (...) fato de que os homens não dão importância ao
Dirão que estou padecendo do pessi- governo. Deve-se a terem perdido as
mismo dos velhos. Mas Albert Camus tinha só esperanças: sabem que seus esforços são
33 anos quando escreveu: ‘Cada vez que ouço inúteis. (...)”
um discurso político (...), há anos que me
(Folha de São Paulo, 09/01/98)
8) O autor lança mão de um recurso constante no texto: o uso do argumento de
autoridade, o qual consiste na citação de autores renomados, celebridades,
autoridades conhecidas para ratificar seu ponto de vista.
a) Em termos argumentativos, tal recurso é relevante? Justifique.
b) Identifique, no texto, algumas passagens nas quais o autor
utiliza tal recurso.
Texto 1
“O suspense é como a mulher. Quanto maior a imaginação, maior a emoção.”
Alfred Hichcock
Texto 2
“As bebedeiras e os acidentes nas estradas acontecem durante o carnaval porque este evento
dura uma semana.” (dissertação; assunto: Alcoolismo entre os jovens; ano: 1998)
FRASE
“Quanto mais pobre, mais malufista.”
Zulaiê Cobra (PSDB-SP), deputada federal, durante discussão com
Claudete Alves da Silva Souza, presidente do Sindicato dos Funcionários
Públicos Municipais de São Paulo, sobre a legitimidade de seu voto a favor
da reforma da Previdência, ontem na Folha.
15) Leia o texto abaixo, extraído do jornal Folha de São Paulo, de 19/02/98, e
explique o motivo da ironia de José Simão quanto à justificativa dada pelo
governo para os constantes cortes de energia elétrica de que o Rio tem sido
alvo.
JOSÉ SIMÃO
Da Equipe de Articulistas
“Buemba! Buemba! Macaquito
Simão Urgente! Desculpe o trocadilho,
mas a situação no Rio não está nada light.
Rarará. Essa é a piada do século:
audiência da Light interrompida por falta
de luz. Derruba qualquer Carnaval! A
Light promoveu uma reunião para
explicar a falta de luz, mas não conseguiu
porque faltou luz. Nem Gabriel Garcia
Márquez ia bolar tal situação. Não há
ficção que supere a realidade latino-
americana!
Mas aí vem a Light, o Don Doca
FHC e a tucanada dizendo: “Mas também
todo mundo liga o arcondicionado ao
mesmo tempo”. Rarará. Tem que fazer
rodízio de ar condicionado. De elevador,
de liquidificador e de computador!”
16) As enchentes, em São Paulo, nos últimos tempos, têm causado embaraços a
políticos, os quais deveriam apresentar soluções eficientes para evitá-las. Foi
realizada uma reportagem pelo jornal Folha de São Paulo, em 06/03/98, na
qual autoridades tentam explicar as dificuldades na resolução desse caso.
Leia atentamente as explicações dadas por essas autoridades e avalie se elas
procedem ou não, justificando.
FRASES
da Reportagem Local
Texto 1
77
CONTRAPONTO
Texto 2
18) Numere o 1o bloco de acordo com o 2o, tomando por base os defeitos de
argumentação contidos nos textos. Atente para o fato de um mesmo defeito
poder aparecer em mais de um texto.
1o bloco
( ) falsa analogia
( ) fuga do assunto
( ) estereótipo
( ) simplificação exagerada
( ) argumento autoritário*
* O argumento autoritário, neste caso, não é visto como uma estratégia, um recurso, mas como
um defeito de argumentação.
o
2 bloco
(1) HIGIENE MENTAL “É preciso ter cabeça de (2) CDHU “O brasileiro gosta de uma fila. É só
loira. Não pode pensar em nada.” ver uma que já encosta.”
Leandro Pinheiro, mergulhador, sobre a técnica Rubens Bagatella, diretor de ação regional da CDHU,
do mergulho em profundidade, ontem na Folha. sobre a fila de interessados em moradias populares
formada no posto da CDHU em Itapecerica (SP), ontem
(Folha de São Paulo, 04/01/99) na Folha.
(8) Para tentar justificar suas declarações, O deputado disse estar sendo vítima de uma
Naya disse ainda que havia tomado um “avalanche”.
pouco de uísque depois de ingerir seis “Outras obras caíram no Rio de Janeiro, São
remédios para controlar problemas Paulo, Belém. Um avião caiu e matou cem pessoas.
cardíacos. “Tomei os seis comprimidos de Ninguém bloqueou bens de ninguém. Covardia o que
uma só vez. Não bebi nem uma dose de estão fazendo. É uma avalanche contra mim. Minha
uísque. Fiquei meio eufórico e não sei, deu irmã tem 1% da empresa e bloquearam os bens
essa...” dela”, afirmou.
(Folha de São Paulo, 19/09/98)
(9) “Para ter uma opinião bem formada, um bom discurso e um conhecimento geral, basta gostar de
ler.” (trecho de redação de aluno; assunto: O hábito de leitura entre os jovens)
(10) “Considero as causas dessa situação [falta de planejamento familiar] reversíveis, pois a
desigualdade social, a má distribuição de renda, o declínio da Educação são males que podem ser
facilmente remediados, basta o interesse do Governo.” (trecho de redação de aluno; assunto:
Planejamento familiar)
Ça va, m’sieur...
Romanticamente comovido nos Quais que margeiam o Sena,
contemplativamente enlevado nos jardins do Palais du Luxembourg,
nostalgicamente perdido nas vielas existencialistas do Quartier Latin,
gulosamente deliciado nos bistrôs do Marais, celestialmente maravilhado
com a Catedral de Notre-Dame, ricamente adornado nas vitrinas de Champs
Élysées, historicamente esclarecido na Esplanade des Invalides,
monumentalmente embasbacado no parque Champ de Mars, eroticamente
excitado nos cabarés de Place Pigalle, reverentemente ilustrado ao longo dos
corredores do Louvre, patrioticamente exaltado na Place de la Bastille,
culturalmente entusiasmado nos cinco andares de Beaubourg, alegremente
embriagado nas brasseries de Saint-Germain, criativamente eletrizado no
Museu Picasso, divinamente hipnotizado pelos vitrais da Sainte Chapelle,
artisticamente motivado nas ladeiras de Montmartre, ternamente apaixonado
sob as árvores do Place Dauphine, calorosamente iluminado pelas telas
impressionistas da Gare d’Orsay. Em Paris, pode-se ficar tudo isso e muito
mais.
Foi um pouco assim que fiquei, bobamente enfeitiçado pela simples razão
de estar lá, seguindo os passos do Luis Fernando, traçando meus desenhos
pelas ruas, parques e bulevares de uma cidade inesquecivelmente
encantada.
Joaquim da Fonseca
(VERRISSIMO, Luis Fernando, FONSECA, Joaquim da. Traçando Paris. Porto Alegre: Artes e Ofícios
Editora, 1995; ilustrações de Joaquim da Fonseca)
a) Faça uma breve listagem do uso dessas categorias gramaticais.
b) No último parágrafo, que expressão melhor revela o estado de
espírito do autor? E que outro termo define, segundo Joaquim da
Fonseca, a cidade de Paris?
6.6 Norma lingüística e argumentação
Veja – O ex-presidente Fernando Collor coisa “não se adéqua”. Ninguém falava nada.
errava muito? Em compensação, o mundo caiu em cima do
Pasquale – E como! O curioso é que muitas ex-ministro Rogério Magri quando ele soltou
pessoas que votaram nele justificavam sua o “imexível”. Sabe por quê? Porque língua no
escolha dizendo que o Lula era analfabeto. Brasil é um incrível elemento de
Ora, o Fernandinho detonava a língua. Ele discriminação social. Os mesmos que
costumava mandar bilhetinhos para seus apedrejam o Lula porque ele fala “penso de
assessores com erros de concordância. Certa que” bancam os surdos ao ouvir um
vez escreveu “Causa-me espanto as empresário cometer uma bobagem idêntica.
repercussões”, com o verbo no singular e o Não há diferenças entre a linguagem média do
sujeito no plural. Fernandinho também dizia empresário brasileiro e a de um sindicalista.
barbaridades do tipo “a polícia interviu” e tal Estamos todos nivelados por baixo.
Neste trecho, conforme se vê, o professor ridiculariza o ex-presidente
Fernando Collor.
a) Releia os trechos alvos da crítica que aparecem em negrito
no texto e adapte-os à norma culta da língua.
b) Transcreva a tese sobre o uso da Língua Portuguesa, isto é, a
afirmação básica que o professor aceita como verdadeira e
defende nesse trecho.
c) Transcreva um argumento no qual o autor se baseia para
defender sua tese.
Bronca
Mãe de aluno de uma terceira série do esta lavação não é briga partidária? Por que
Colégio Pelotense, envia fax e pede que sempre se refere ao Colégio Pelotense? Por
sejam formuladas perguntas ao secretário da que tais atitudes não foram tomadas antes do
Educação, professor Luiz Magno Bonini. fim do ano letivo, de formaturas e perdas de
Vamos lá: “Será que só foi o Pelotense que conteúdo para vestibulares? Será que 18 dias
fêz a famosa operação tartaruga? Os outros se tornarão tão eficazes ou será simples
colégios municipais não fizeram? Será que capricho?”. Feitas.
22) “Sic” é uma expressão latina que significa “assim”. Ela é utilizada entre
colchetes ou parênteses, numa citação, para indicar que o texto original é
aquele mesmo, por mais errado ou estranho que pareça.
No texto abaixo, extraído do jornal Folha de São Paulo, de 21/02/98, o
jornalista utilizou o termo latino para mostrar um “erro” de Collor semelhante
ao de seu ex-ministro Antônio Magri. Observe:
Neste caso, a troca da letra ‘e” por “i” foi alvo de polêmica e deboche por
dois motivos: um deles refere-se ao fato da possibilidade de a telespectadora
Rita prejudicar-se devido ao engano da apresentadora.
Levando em conta a relação do uso da norma lingüística culta com a
imagem do usuário da língua, neste contexto, qual seria o outro motivo?
HETEROGENEIDADE
LINGÜÍSTICA
Agora responda:
a) Levante uma hipótese que justifique a opção feita por Cony ao introduzir em
seu texto o emprego da linguagem coloquial (como o uso da gíria) e do
discurso direto para narrar este acontecimento.
b) Uma das estruturas lingüísticas típicas desse nível de linguagem – o
coloquial- pode ser constatada pela mistura de tratamento. Retire do
texto duas passagens em que é evidente tal mistura.
c) Se comparássemos essas passagens, selecionadas por você – referentes ao
item b, com as estruturas previstas pela norma culta da língua, como
elas deveriam ser reescritas?
d) Transcreva, do texto acima, os termos ressaltados e copie, ao lado de cada
um, a(s) expressão(ões) a que se refere(m).
e) Transcreva os trechos em que é empregado o discurso indireto.
85
f) Reescreva esses trechos, utilizando o discurso direto e efetuando as
necessárias adaptações.
2) O usuário da língua habitualmente emprega e reconhece vários níveis de
linguagem, associados a diferentes falantes e estilos ou contextos. Por vezes,
ele utiliza um estilo que não é o seu para produzir efeitos. É o que faz Mylton
Severiano, na revista Caros Amigos, ano 2, nº 14, maio/98. Observe:
CONTRAPONTO
Português atrasado
Ex-ministro da Agricultura de Collor, Foi recebido por correligionários, entre
Antonio Cabrera (PFL), que é pré-candidato eles um vereador muito falante conhecido na
ao Senado em coligação com Paulo Maluf região como Maia.
(PPB), já visitou quase 500 cidades do interior De repente, Maia chamou Cabrera a um
paulista em busca de votos. canto. Depois de alguns instantes de mistério,
Há alguns dias, ele esteve em Rafard, a o vereador disse que tinha uma sugestão de
170 Km de São Paulo. slogan para a campanha do pefelista:
- Não faça bestera (sic), vote no Cabrera.
86
O candidato não resistiu e caiu na vereador mais votado na cidade com um
gargalhada. slogan de lavra própria:
Orgulhoso, Maia contou que ele mesmo - Vote em Maia. Não atrapaia (sic). Não
bolara a frase. E que também tinha sido faia (sic).
(Folha de São Paulo, 02/04/98)
Aula de mudança
Madame Natasha tem horror a música. Ela
combate o MSN – Movimento dos Sem-Nexo – e,
para isso, concedeu uma de suas bolsas de estudo
ao ministro Paulo Renato Souza, da Educação, que
levou a FFHH um decreto com a seguinte pérola:
DOUTOR
(TONI GARRIDO – BINO – DA GAMA – LAZÃO)
Agora responda:
a) O que se depreende do comentário texto da propaganda?
b) Como a propaganda se dirige a um público jovem, há abundância de
gírias. Retire algumas marcas lingüísticas desse estilo.
c) É comum o uso de palavras estrangeiras na formação de gírias.
Culturalmente, o que esses empréstimos lingüísticos podem significar?
Retire uma expressão característica desses empréstimos.
ASPECTOS RELATIVOS
Língua
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a
amizade
E quem há de negar que esta lhe é
superior
E deixa os portugais morrerem à
míngua
“Minha pátria é minha língua”
(Caetano Veloso)
8.2.1 Verbos
1) Num enunciado do tipo “Os portugueses teriam chegado ao Brasil no ano de
1500”, o locutor atribui a outrem – graças à utilização do futuro do pretérito
– a responsabilidade pelo que é dito. Seu emprego pode ser visto, por
conseguinte, como um certo distanciamento acerca da informação
veiculada. É como se, ao usar essa forma verbal, o usuário se isentasse do que
está sendo dito ou, pelo menos, pudesse em dúvida esse dizer.
Agora observe:
I – “A modelo brasileira Luciana Gimenez, que estaria grávida de Jagger.” (ao lado da
informação sobre a possível paternidade de Mike Jagger, do “Stones”, aparece a fotografia da
modelo; extraído de: Folha de São Paulo, 28/11/98)
II – Perigo
É de foice, estrelas e rosas a disputa pelo poder e comando dentro do
Colégio Pelotense. O PDT ainda não digeriu a reeleição do professor
Adinho para mais dois anos na direção. Informações que circulam dentro
do colégio dão conta de que o prefeito Anselmo Rodrigues (PDT) teria
dado um prazo de três meses para o secretário Luiz Bonini reverter o
quadro. Teria, que fique bem claro. A comunidade escolar deve estar bem
atenta para o que ocorre, sob pena dos estudantes serem os maiores
prejudicados. Olho vivo é muito pouco.
(Diário Popular, 06/02/98)
DIRCEU ALVES JR
O Enviado
Especial/Rio
céu do Rio se tomou de
nuvens negras na noite
de quarta-feira. Nada, no
entanto, era motivo para
atrapalhar a estréia
oficial de As cidades.
Depois de quatro anos,
Chico Buarque voltou ao
palco em um show solo.
E pôde ter a certeza de
que sempre estará
acompanhado. O público
que lotou o Canecão,
cena que deverá se repetir de quintas a domingos até o dia 7 de fevereiro, quando se encerra
a temporada carioca, se tornou cúmplice do artista. Saboreou cada verso que saía na garganta
nem sempre convincente de Chico, perdoou eventuais tropeços e ovacionou o ídolo de forma
que qualquer falha parece parte do roteiro.
O olhar não disfarça a velha timidez. Chico abre o show com Para Todos e Amor
Barato. Só depois balbucia um boa-noite que ganha um caloroso eco. O cenário de Gringo
Cardia contrasta o concreto dos edifícios com os cobertores que servem de parede aos
barracos nas grandes cidades. Chico, todo de branco, morde os lábios, relembra A Volta do
Malandro e Homenagem ao Malandro, saúda Tom Jobim, influência nítida nos arranjos do
espetáculo, com Sem Você.
O diálogo masculino de Aquela Mulher abre espaço para o bloco em que Chico lança
seu olhar sobre a alma feminina. Seguem-se Sob Medida, O meu Amor e Teresinha e o
público se manifesta –cada vez mais. Mas o moço tímido continua tenso com a estréia e os
hipnotizados 1,8 mil olhares voltados para ele. Recheando toda as fachas do CD As Cidades,
Chico maltrata os corações em As Vitrines, convida ao samba em Quem te Viu, Quem te Vê e
ameaça começar a se soltar em Como se Fosse uma Primavera e Cotidiano.
Agora responda:
marcoaurélio@zerohora.com.br
(Zero Hora, 10/08/98)
a) Qual o tempo verbal a que o poeta recorreu a fim de expressar seu amor?
b) O que o uso desse tempo verbal exprime no texto?
c) Para que os desejos do poeta se tornem realidade, é preciso que outro
fato no passado aconteça, ou seja, há, nesse poema, uma relação de
dependência entre dois fatos – o segundo expresso pelo uso do futuro do
pretérito (“escrever-te-ia”; “usaria”; “faltaria”). Levando em conta o
sentido global do texto, assim como o emprego/valor dos tempos verbais,
explique o que representa o uso da forma “faltaria” no último verso.
10) Construções do tipo “Os jovens tem uma proposta muito radical quanto a
isso” ou “Os mais velhos vem as coisas com mais lucidez do que os mais
jovens” são comuns na linguagem escrita coloquial. Tais estruturas, no
97
entanto, já estão sendo usadas em jornais de circulação nacional ou regional,
assim como em redações de alunos, conforme se observa nos textos abaixo,
os quais deveriam ser representativos da norma culta da língua:
O reitor da UFPel, César Borges, obteu ontem, em Brasília, a liberação de CR$ 954
milhões, correspondente ao saldo de 31% da URP, para o pagamento do saldo residual
aos servidores técnico-administrativos e professores da Federal.
VI – (Correio do Povo, 10/01/99)
Estudante da Ufrgs é destaque nacional
A Ufrgs será precursora de um fato O diretor do Instituto de Química,
inédito nas universidades do país, na Dimitrios Samios, afirmou que a
terça-feira. O estudante de Química, antecipação foi defendida por ele por se
Cristiano Krug, se formará como tratar de um aluno excepcional. “Temos
bacharel no curso antes do prazo que viabilizarmos às pessoas dotadas de
regulamentar, levando só três anos para capacidade especial a possibilidade de
concluí-lo. Normalmente o curso leva utilização destas habilidades o mais cedo
cerca de cinco anos. possível, sendo úteis à sociedade”,
(...) justificou.
VII – “(...) tenho certeza de que, assim que você vier aqui e ser recepcionado por este povo
maravilhoso, mudará de opinião sobre o Brasil.” (carta argumentativa de aluno; tema da
UNICAMP/99)
VIII – “Esse novo modelo penal, se obter boa aceitação na sociedade, poderá trazer inúmeras
vantagem ao País.” (dissertação de aluno; assunta: Penas Alternativas; ano: 1998)
IX – “Se as penas alternativas virem a ser aplicadas, com certeza, diminuirá o índice de
criminalidade.” (idem ao IX)
I – “Um parlamentar (...) diz que, se o governo não ocupar espaços e obter sinais positivos de
queda da inflação, ficará muito difícil...” (Folha de São Paulo, 03/11/93)
III – “Se manter sua proposta, Moraci poderá não ficar no São Paulo.” (Folha de São Paulo,
08/02/94)
Obs.: Os trechos de jornais desta questão podem ser encontradas em: LEITE, Ricardo et alii. Novas palavras:
literatura, gramática, redação e leitura. São Paulo, FTD, 1997, vol.II, p. 307.
99
12) Ao produzirmos textos, devemos ter o cuidado de estabelecer certas
correlações entre os verbos a fim de que eles se ajustem adequadamente
às várias possibilidades de emprego de tempos e modos.
Os textos abaixo não atendem a essa exigência e, por isso, devem ser
readaptados. Faça, portanto, as readaptações, considerando as informações
anteriores.
I– “(...) portanto, para continuar a tradição deveria haver regulamentos por parte das
universidades, para que sejam feitos somente trotes saudáveis como, por exemplo. (...)”
(trecho de redação de aluno; carta argumentativa, dirigida ao editor do jornal Folha de São
Paulo; assunto: trote universitário)
II – “Gostaria então, [sic] que a senhora reavalie a posição do governo frente a [sic]
necessidade da criação de uma nova lei (...)” (trecho de redação de aluno; carta argu-
mentativa dirigida à deputada Marta Suplicy; assunto: projeto de lei sobre assédio sexual)
III – “Paralelamente ocorreu uma abertura descontrolada da economia, o que inviabiliza a união
da estabilidade com um crescimento que gerasse empregos.” (dissertação ou carta
argumentativa dirigida ao presidente da República; assunto: avaliação dos quatro anos do
Plano Real/1998)
IV – “Para isso, deveria existir um órgão que fiscalizasse a programação, pois só assim cenas de
constrangimento entre os telespectadores poderão ser evitadas.” (carta argumentativa
dirigida à deputada Marta Suplicy; assunto: censura na televisão brasileira)
V– “Este ato irresponsável tem de ser reprovado pelo Congresso, pois caso for aprovado, com
certeza, só traria malefícios à sociedade.” (dissertação; assunto: Legalização dos Cassinos;
ano: 1998)
I– CONSERVE A DIREITA
FACILITE A ULTRAPASSAGEM
II – AMA O PRÓXIMO
GUIA COM CUIDADO
SOMOS UMA GRANDE FAMÍLIA
Jovens do MFC
III – DEVAGAR
NÃO ESTRAGA TUA FESTA
IV – DEVAGAR
NÃO ABUSA DA TUA
AUTO-CONFIANÇA [sic]
14) Há, no texto abaixo, extraído do jornal Folha de São Paulo, de 07/03/98, uma
visível mistura de tratamento bastante comum hoje, principalmente na
linguagem coloquial. Provavelmente, por se tratar de um “samba”, canção
popular, o tom de informalidade permite a ocorrência de tal mistura.
O ‘SAMBA DO ITAMAR’
Texto 1
multa de R$164,00,
apreensão e remoção
do veículo, suspensão
do direito de dirigir
e recolhimento
do documentode habilitação.
Texto I
Se você/tu/eles/nós ____________________ (transpor) bloqueio policial sem
autorização, ____________________ (pagar) multa de R$ 164,00...
Texto II
Não ____________________ (usar; tu/você) buzina prolongada e
sucessivamente...
Texto III
____________________ (Atentar-se; tu) e ____________________ (comemorar)
o Dia do Motorista por muitos e muitos anos.
____________________ (Respeitar; tu) o código e ____________________
(verificar) ____________________ amortecedores regularmente.
1) “Percebo, inicialmente que o trote deveria ser uma atitude de comemoração por uma vitória
alcançada, porém, na grande maioria das universidades brasileiras, transformou-se em uma
atitude violenta e primitiva, onde os calouros são obrigados a enfrentar diversas humilhações
(...)” (carta argumentativa ao editor da Folha de São Paulo; assunto: trote nas universidades
brasileiras.)
2) “Só com punições severas, os jovens vão compreender que há outras maneiras mais divertidas
de receber calouros onde ninguém se machuque.” (idem ao 1)
3) “(...) jovens das camadas sociais mais baixas são castigados como prevê a lei, sendo que, às
vezes, isto ocorre de maneira exagerada e ilegal, onde policiais apelam para a violência
física.” (carta argumentativa ao ministro da Justiça; assunto: Estatuto da Criança e do
Adolescente)
4) “Um exemplo claro é o assassinato do índio pataxó, onde um menor participou e foi
absolvido.” (idem ao item 3)
5) “Primeiramente, acho que há uma excessiva liberdade de expressão nos programas, os quais
vão ao ar em qualquer horário, muitas vezes em horários nobres, onde pessoas de todas as
idades sentam-se em frente de suas televisões.” (carta argumentativa dirigida à deputada Marta
Suplicy; assunto: censura na televisão brasileira)
6) “(...)colocar nossa democracia em risco pode fazer com que o Brasil volte aos tempos da
‘ditadura’ onde notícias de jornais são recolhidas (...)” (idem ao item 5)
7) “(...) mas transmitir em hora destinada a eles, não num domingo à tarde onde há muitas
crianças assistindo (...)” (idem ao item 5)
103
8) “Julgo necessárias medidas severas que combatam este excessivo consumo de álcool iniciado
geralmente na adolescência, onde o produto se torna um ‘analgésico’ à inibição e à timidez.”
(carta argumentativa dirigida ao editor da Folha de São Paulo; assunto: alcoolismo entre os
jovens)
9) “(...) todos sabemos que estamos num novo tempo onde existe a liberdade de expressão e
censura essas músicas [‘legalize já] seria considerado por muitos ‘careta’.” (dissertação;
assunto: descriminalização das drogas)
10) “A aceitação em um grupo de amigos também é um fator marcante, onde quem não aderir ao
uso de alguma droga (...)” (idem ao item 9)
1) “Em relação aos que já cometeram crimes hediondos, não acredito nas medidas socio-
educativas, nas quais na maioria das vezes não funcionam.” (idem ao item 3 do exercício 16)
2) “Mas gostaria ainda de lembrar-lhe que essas pessoas o qual vão ao programa, a maioria tem
seus problemas resolvidos, entretanto não é julgar o programa do Ratinho por um programa de
péssima qualidade, pois por outro lado ele ajuda os necessitados.” (Carta argumentativa
dirigida ao editor da revista Veja; assunto: guerra pela audiência e a qualidade dos programas
na televisão brasileira)
3) “Penso que, ao comentar sobre as ‘porcarias’ pelas quais se refere, em alguns programas, o
senhor deveria respeitar o pensamento de outras pessoas, nos quais difere do seu (...)” (idem
ao item 2 deste exercício)
4) “Por isso, não é justo aceitar que pessoas inocentes sejam usadas por este tipo de programa, na
qual deseja somente aumentar seu índice de audiência (...)” (idem ao item 2 deste exercício)
5) “Gostaria de dizer-lhe que o usuário, no qual abusa do álcool (...)” (idem ao item 8 do
exercício 16)
6) “Como conseqüência deste quadro, o governo quer liberar o uso da droga denominada
‘maconha’, na qual seu uso é muito comum entre jovens de várias idades (...)” (idem ao item 9
do exercício 16)
7) “O ensino público é uma questão das quais gera muita polêmica, pois vários governantes
interessados em privatizá-lo (...)” (dissertação; assunto: privatização das universidades
públicas brasileiras)
8) “O Brasil está enfrentando uma crise econômica, na qual reflete-se em todos os setores
responsáveis pelo desenvolvimento do país.” (dissertação; assunto: Avaliação dos 4 anos do
Real; ano: 1998)
9) “(...) diferentes dos comerciantes, profissionais liberais, na qual já têm o desconto previsto no
contracheque (...)” (idem ao item 7 deste exercício)
10) “O momento crucial pelo qual o Brasil atravessa é inevitável para um futuro melhor e
estável.” (dissertação; assunto: ações do governo e seus reflexos na vida do povo brasileiro)
19) Para que um texto seja coerente, é necessário que contenha elementos os
quais permitam a retomada de conceitos, idéias, personagens, dentre outros.
Um dos elementos responsáveis pela coesão textual é o uso de pronomes.
Leia o texto abaixo, extraído de Veja, de 23/09/98, respondendo às questões.
Você já reparou que entre tantas pessoas que fazem exatamente a mesma coisa sempre
existem aquelas que encontram uma maneira de fazer melhor? Gente que se supera. Gente que
insiste, persiste, que acredita tanto nas suas idéias que não descansa enquanto não consegue
colocá-las em pé. Esse é o tipo de gente que você reconhece de longe. Porque está à frente,
servindo de exemplo, servindo de referência para todos aqueles que vêm depois.
São pessoas assim que movem o mundo e ampliam horizontes. São pessoas assim que
fazem as coisas acontecerem.
Possessivos/demonstrativos
Eu estou na minha, ele está na dele, ela foi na tua, eu parti para outra, você vai na
dela, ela está naquela, nós não estamos nessa, eu prefiro a minha, corto logo a dele, me
meto na dela. Sem essa!”
(FERNANDES, Millôr. Millôr definitivo: a bíblia do caos, Porto Alegre, L&PM, 1994. p.377.)
8.2.3 Artigo
LUTA DE CLASSES
Notícia de jornal
Tentou contra a existência
num humilde barracão
Joana de Tal
por causa de um tal João.
Depois de medicada,
retirou-se pro lar;
e aí a notícia
carece de exatidão.
O lar não mais existe,
ninguém volta ao que acabou.
Joana é mais uma mulata triste
que errou
- errou na dose, errou no amor
Joana errou de João.
Ninguém notou, ninguém morou
Na dor que era o seu mal:
- A dor da gente não sai no jornal.
(Luís Reis e Haroldo Barbosa)
107
(texto extraído de: TERRA, Ernani e NICOLA, José de. Curso Prático de
Língua, Literatura e Redação. São Paulo: Scipione. v.3, p.253.)
8.2.4 Sustantivos
TIRA-TEIMA Rekern
26) Escreva nas lacunas das frases a seguir, um vocábulo de sentido geral que
substitua as palavras destacadas.
a) “O técnico Paulo Autuori parou o coletivo em vários momentos e passou orientações aos
jogadores. A seguir, algumas das frases do ____________________.” (Zero Hora, 14/01/99)
c) “O Banco Bilbao Vizcaya acaba de chegar ao Brasil. São mais de 20 milhões de clientes em
35 países. Toda essa experiência internacional a __________________ trouxe para trabalhar
ao seu lado e contribuir para o desenvolvimento dos seus projetos pessoais e empresariais.
Porque, de agora em diante, o ___________________ quer ser tão brasileiro quanto você. E,
juntos, construir um futuro melhor. CCV Banco Bilbao Vizcaya. Fortaleza e Progresso. (Zero
Hora, 14/01/99)
d) “Foi enterrado ontem em Gênova (norte da Itália) o compositor Fabrizio De André, que
morreu na última segunda, aos 58 nos, vítima de câncer. O ____________________ foi autor
de alguns dos principais clássicos da música italiana (...)” (Folha de São Paulo, 14/01/99)
e) “Houve discussões sobre o futuro das universidades públicas, sobre o que estas
____________________ representam para o desenvolvimento do País.”
(itens “e” e “f”: trechos de redações de alunos; assunto: greve nas universidades públicas; ano: 1998)
28) Os textos abaixo contêm passagens que devem ser adaptadas à norma culta
da língua. Faça tais adaptações.
a) VIGILANTES DESARMADOS
O soldado PM Caldeira não hesitou em desarmar os vigilantes
particulares Ronaldo e Eduardo Cabeda, que portavam cassetetes em
via pública, na rua João Vieira da Cunha. Sabedor que os dois
elementos não são “confiáveis”, o policial não hesitou em desarmá-los,
entregando os dois instrumentos de madeira no Centro de Operações.
Segundo o PM, Eduardo responde processo por lesão corporal.
(Diário Popular, 30/01/98)
Folha – A Sra. esperava que um dia o
papa visitaria Cuba?
Irmã Isabelita de la Caridad – Sempre
tive esperanças que um dia isso aconteceria.
Era uma das coisas que pedia em minhas
orações à Santíssima Virgem.
(Folha de São Paulo, 22/01/98)
8.2.5 Adjetivos
29) Leia o texto abaixo e responda às questões que seguem.
A rosa de Hiroxima*
30) Um jornalista da revista Caros Amigos, n.º 21, de dezembro de 1998, assim
se manifestou acerca da política praticada pelo governo israelense:
8.2.6 Preposições
32) Leia a charge abaixo e explicite a crítica nela contida. Além disso, explique o
valor da preposição “sem” neste contexto.
111
IV – O desafio
André Vieira dos Santos, leitor assíduo da Língua Viva, manda o desafio
de hoje. Onde está o erro na propaganda do Botafogo Praias Shopping:
“Ainda nem inaugurou e não pára de chegar mais lojistas. Imaginem
quando vierem os consumidores.”
(Jornal do Brasil, 10/01/99)
GEMINI
CONSULTORIA E NEGÓCIO$
COMPRA-SE CHEQUES PRÉ-DATADOS
- restaurantes, farmácias, mercados, minimerca-
dos, postos de gasolina, casa de conveniências,
escolas particulares, ferragens etc. (...)
115
VI – (Diário Popular, 29,09/97) VII – (Diário Popular, 2 e 3/11/97)
1) “O preconceito racial é uma questão muito frágil, que precisa ser cuidadosamente analizada
[sic], para que não hajam equívocos.” (carta argumentativa dirigida à jornalista Marilene
Felinto; assunto: preconceito racial)
2) “É freqüente os casos em que os novos alunos são levados aos hospitais em virtude das
agressões feitas pelos veteranos.” (carta argumentativa dirigida ao editor do jornal Folha de
São Paulo; assunto: trote nas universidades brasileiras)
3) “(...) além disso já houveram vários trotes que acabam com vítimas fatais.” (idem ao item 2)
5) “Gostaria ainda de lembrar-lhe que não estão havendo punições adequadas para todos os
alunos praticantes de violência no trote.” (idem ao item 2)
6) “É importante e preciso que se reflita sobre as violências cometidas e que se exija punições
adequadas.” (idem ao item 2)
8) “Creio ser válida também, uma política de prevenção para a marginalização, distribuição de
renda, moradia, acesso restrito à educação, saúde, cultura, lazer entre outros.” (carta
argumentativa dirigida ao editor do jornal Folha de São Paulo ou ao ministro da Justiça;
assunto: Estatuto da Criança e do Adolescente)
9) “Portanto, acho que deveriam haver penas mais rígidas para os que exploram os menores.”
(idem ao item 8)
10) “Na edição de seu jornal, do dia 13 de outubro de 1997, foi noticiado as falhas do estatuto da
Criança e do Adolescente.” (idem ao item 8)
11) “É mostrado na reportagem situações em que a lei ‘esqueceu’ da existência dos menores de
idade (...)” (idem ao item 8)
12) “Para diminuir esses problemas construiu-se os ‘CAICS’, que deveriam ser o ‘Centro de
Atenção Integral à Criança e Adolescente’,” (idem ao item 8)
13) “Também deveria ser propostas penas alternativas, como serviços à comunidade.” (idem ao
item 8)
QUESTÕES OBJETIVAS
Admirei, durante muito tempo, a geração puro, parece agora confinada ao papel de
de 68. Lia sobre aquela eclosão de maio, rebelde. Não uma rebeldia destrambelhada, mas
comandada pelos estudantes universitários uma rebeldia com propósitos válidos e
parisienses, e me dava uma vontade tremenda de elogiáveis, de derrubar alguns ícones
ter vivenciado aquilo. Ficar lendo Marcuse, fundamentais das relações de poder. Contudo,
Debray e Deleuze e sonhando com tantos ainda assim, rebeldia, e não revolução, mudança
outros; participar de conversas com Sartre sobre estrutural. Tiveram sucesso em sua empreitada.
os rumos da Sorbonne; protestar contra a tirania Não fossem os revoltosos de maio, você hoje
dos pais, professores e de quase todo o mundo provavelmente não poderia mandar seus pais à
pós-balzaquiano; xingar o De Gaulle... Lutar, p.q.p. sem ser apresentado a uma vara de
aparentemente, por um mundo melhor. marmelo ou conseguir uma transa com aqueles
Some-se a todo esse romantismo o fato de papos de “Ih, gata, desencana, não fica assim
que Maio de 68 foi a antítese da reprimida, deixa os teus
revolução carrancuda, chata. Seus impulsos..”. Dessa forma, 68 foi
lemas, simbolizados em lemas um divisor de águas, mas de
singelos como “Sejamos realistas. importância muito reduzida pra um
Exijamos o impossível”, “A movimento que queria criar uma
imaginação no poder” e “É nova concepção de mundo. Em
proibido proibir”, são também de uma época cheia de colonialismo,
uma anti-sisudez enternecedora. imperialismo (vide Vietnã),
Pois o tempo passa, e o totalitarismo (Primavera de Praga)
movimento dos guris que não e tantos outros males mais sérios
confiavam em ninguém de mais de que os esporros paternos, ficar na
30 anos completa sua terceira superficialidade é pecado suficiente
década de existência e, para desencantar até os fãs mais
apropriadamente, deixa cair muitas ardorosos.
de suas máscaras e transparecer O bom deste aniversário é ver
uma base com a consistência dos que pelo menos a minha desilusão
mingaus que suas lideranças está sendo compartilhada por quase
deviam comer quando crianças. todos. Sempre é bom repartir a
Ainda que muito cedo para miséria. Assim fica mais fácil
uma análise definitiva, parece que o que ficou aceitar que aquele movimento idolatrado vai
de 68 foram os slogans e as fotos bonitas. Nota- ficar na memória coletiva como um produto pra
se agora que os “revolucionários” liderados pelo consumo externo; mais um acontecimento da
lendário Daniel Cohn-Bendit (“O Vermelho”) iconografia pop. Esta decompõe tudo em
estavam mesmo interessados em implantar suas símbolos, slogans, imagens. Tudo
idéias de pequena burguesia. Queriam o amor pasteurizadinho, “marketable”, Che Guevara
livre, a universidade democrática, um S.A. etc. Muito apropriado aos nossos tempos,
relacionamento aberto com os pais e outras em que os três Ms de 68 Mao, Marx e Marcuse
mudanças comportamentais do gênero. Mudar o foram substituídos no imaginário popular pelos
mundo, só depois que desse pra transar no 3Ms da companhia que fabrica aqueles
campus numa boa. quadrinhos autocolantes, em que “mudar o
A geração que parecia entrar na história mundo” foi arriscado e substituído por “lavar o
como arauto da mudança radical, do idealismo carro” na lista de lembretes.
119
Gustavo Ioschpe, 21, é escritor e estuda administração na EUA, e-mail: desembucha@cyberdude.com. O colunista está de
Wharton School e ciência política na University of Pennsylvania, férias no Brasil.
a) no mínimo
b) apesar disso
c) contraditoriamente
d) em especial
e) ainda bem que
Os períodos das questões 4 e 5 devem ser modificados em razão da
sugestão proposta. Sem alterar a idéia contida no período dado, construa um
novo período. Considere as mudanças indispensáveis.
5) “Ainda que muito cedo para uma análise definitiva, parece que o que ficou de
68 foram os slogans e as fotos bonitas.”
INICIE COM: Parece que o que ficou de 68 foram os slogans e as fotos
bonitas...
a) por isso b) contudo c) uma vez que d) a menos que e)
enquanto
6) “(...) 68 foi um divisor de águas, mas de uma importância muito reduzida pra
um movimento que queria criar uma nova concepção de mundo.”
INICIE COM: 68 teve uma importância muito reduzida pra um movimento que
queria criar uma nova concepção de mundo...
a) ainda assim b) além disso c) nem por isso d) por isso e) porque
I – “Sinceramente, confesso-lhe piedade por tão ridícula cena de humilhação, pois as emissoras
não estão se importando com os diversos problemas apresentados, eles querem que se ‘matem’
121
II – “Viemos, hoje em dia, num mundo possuído por guerras, literalmente, e essa chegou até as
emissoras.” (idem)
III – “Penso, inicialmente, que a principal causa da existência de fenômenos como o sucesso de
Ratinho, Márcio, Gugu Liberato, dentre outros, é a baixa qualidade educacional de nosso
povo.” (idem)
I II
III IV
“A ordem reina” “Seja jovem e cale a boca”
10) A coerência de um texto não deveria apenas de sua lógica interna, decorre
também da “bagagem do mundo”, ou seja, dos conhecimentos
compartilhados entre os interlocutores. Tais conhecimentos, arquivados em
nossa memória, incluem o conhecimento lingüístico, o não-verbal (associação
de imagens), conceitos, fatos generalizados de domínio público, episódios
históricos e dados particulares provenientes da experiência de cada
indivíduo.
Considerando essas afirmações e, levando em conta os quatro cartazes
da questão anterior, é adequado afirmar que:
a) I e II
b) II e III
c) III e I
d) I, II e III
e) III
N
– Senhor, por que tantos privilégios ao
o dia da Criação da América Latina, os
Brasil? Nada de tufão, furacão, maremoto ou
anjos, intrigados, protestaram juntos ao
montanhas inabitáveis? Não estaria o
Senhor. Foi o primeiro gesto de pressão s
Criador transferindo de lugar o Jardim do
indical:
Éden?
– Javé, a não é uma injustiça dotar o
Os benjamins, pragmáticos, já tinham
Brasil de extensão tão grande? Veja, a
feito os cálculos das vantagens do Brasil:
Venezuela é proporcional à Argentina; o
Panamá, ao Uruguai; a Nicarágua, à Bolívia.
Por que não dividir o Brasil em dois ou três
países?
Diante do soberano silêncio do Criador,
os querubins apresentam outra queixa:
– Se o Todo-Poderoso não modificar Um vento forte soprou a assembléia de
Seus planos, o Brasil terá 600 milhões de anjos. Afinal, Javé rompeu o silêncio:
terras agriculturáveis, rios imensos e pisco- – Se dependesse de mim, o Brasil seria o
sos, costa de 8,5 milhões de quilômetros Paraíso na Terra. Mas esperem só pra ver
quadrados, a mais rica floresta tropical da que tipo de políticos os eleitores vão
terra, potencial para quatro safras por ano e escolher para governá-lo.
capacidade de produzir tudo que os seres hu- Frei Betto é escritor
manos necessitarem para sobreviver e ser
felizes.
(Caros Amigos, julho de 1998, ano 2, n.º 16, p. 16)
16) Assinale a alternativa cujo ditado melhor revela a crítica implícita no texto:
I – “Não estamos mais no tempo da dona Rosane. A dona Ruth pensa e fala como ser humano.”
(declaração de Betinho, sociólogo falecido recentemente, sobre as primeiras-damas da
República. Em: Zero Hora, 22/02/95)
II
Dolly
“Vale tudo, menos clonar político brasileiro!!!”
Paulo de Tarso Moroni Porrelli (São Paulo, SP)
(Folha de São Paulo, 09/02/98)
III - “Assédio só é crime quando o homem é feio.” (frase extraída de um anúncio das Lojas
Renner. Em: Folha de São Paulo, 24/04/97. O anúncio apresenta fotos de um homem
branco, jovem, em elegante terno e gravata, gel no cabelo, tentando seduzir uma moça.)
(Em: VERISSIMO, Luis Fernando. As Cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio.
Porto Alegre, L&PM, 1997, p.29)
“Apoio machista
O Movimento Machista Mineiro
elegeu Bill Clinton o ‘macho do ano’.
Segundo o presidente do grupo, Luiz
Mário Ladeira, Clinton é o primeiro
estrangeiro a receber a ‘honraria’.
“Durante o ano passado, nenhuma
figura pública honrou as tradições do
machismo como Bill Clinton.”
“Procurando o botão
Do senador Roberto Requião (PR), no ato dos
oposicionistas do PMDB pelo candidato próprio à Presidência,
ontem em São Paulo: ‘O governo FHC só existe na televisão.
Se desligar a televisão, acaba o governo’.”
21) A idéia expressa pelo uso de nexo “Se”, neste trecho, é de:
a) causa
b) finalidade
c) conclusão
d) condição
e) concessão
Leia o texto abaixo e responda às questões
propostas.
OS PRESIDENTES
1 Tinha um presidente, que, antes, havia sido ditador, mas depois foi eleito, só que um
2 negão amigo dele arrumou encrenca na rua e o presidente deu um tiro no peito, peito dele,
3 não do negão, foi um bafafá, mas assumiu o vice, depois veio um presidente que constituiu
4 uma cidade no meio do nada e mudou a capital pra lá, aí veio outro, [*1] que falava
5 esquisito e tinha mania de vassoura, e que de repente renunciou, ninguém entendeu bem
6 por que, então deu uma confusão danada, mas acabou assumindo o vice, que começou a
7 ter idéias e foi derrubado pelos militares, que botaram um general na presidência, aliás,
8 um não, vários, um atrás do outro, [*2] teve aquele baixinho, depois aquele outro que teve
9 um treco, e assumiu uma junta militar, aí vieram mais três, que não gostavam muito de ser
10 presidentes e, quando ninguém mais agüentava os generais, eles deixaram entrar um civil,
11 que tinha sido ministro daquele que deu um tiro no peito, [*3] mas ele também teve um
12 treco, bem no dia da posse, e entrou esse outro, que seria vice, tinha um bigode estranho e
13 se dizia poeta, que fez uma lei proibindo os preços de subir e deu com os burros n’água,
14 foi quando voltou a eleição direta [*4] e ganhou um almofadinha, que confiscou o
15 dinheiro da população, construiu uma cascata em sua casa e quase foi pra cadeia, junto
16 com o tesoureiro, que depois foi morto em circunstâncias misteriosas, mas quando o
17 almofadinha dançou, entrou um vice, aquele do topete, amante do pão de queijo, [*5] que
18 relançou o fusca e lançou um novo dinheiro, bolado por um ministro, que, por isso, virou
18 presidente, e está aí, querendo ficar um pouquinho, talvez disputando a eleição com o do
19 bigode, o do topete e, se deixarem, o da cascata. Bom, é basicamente isso [*6].
FOLHA, 75 ANOS TENTANDO EXPLICAR ESSE PAÍS
FOLHA DE SÃO PAULO
NÃO DÁ PARA NÃO LER.
(Veja, 22/01/97)
[*1] Ao fundo da página, percebe-se a figura de Getúlio Vargas;
[*2] ao fundo da página, percebe-se a figura de Jânio Quadros;
[*3] ao fundo da página, percebem-se as figuras de militares;
[*4] ao fundo da página, percebe-se a figura de Tancredo Neves e alguns militares;
[*5] ao fundo da página, percebe-se a figura de Collor de Mello;
[*6] ao fundo, percebe-se a figura de Fernando Henrique Cardoso.
26) Observe o trecho na linha 1 “Tinha um presidente, que antes, havia sido
ditador, mas depois foi eleito”. Agora, assinale a alternativa em que o sentido
do trecho é substancialmente alterado:
a) Tinha um presidente, que, apesar de ter sido ditador, depois, foi eleito.
b) Tinha um presidente, que, embora, depois tenha sido eleito, antes, havia
sido ditador.
c) Tinha um presidente, o qual, antes havia sido ditador, mesmo que, depois,
tenha sido eleito.
d) Tinha um presidente, que, antes, havia sido ditador, por conseguinte,
depois, foi eleito.
e) Tinha um presidente, que, antes havia sido ditador, no entanto, depois foi
eleito.
I – “(...) mas acabou assumindo o vice, que começou a ter idéias e foi
derrubado pelos militares (...)” (linhas 6, 7);
II – “(...) e quando ninguém mais agüentava os generais, eles deixaram
entrar um civil (...)” (linha 10).
32) Leia a charge abaixo, extraída da Folha de São Paulo, de 16/11/98, e observe
as afirmações que seguem:
CRISE NO GOLFO
“Se a política do Iraque não mudar, não teremos opções.
Não duvidem: nós temos a autoridade, a responsabilidade,
os meios e a disposição de fazer isto.”
Madeleine Albright, secretária de Estado dos
EUA, ao reforçar as ameaças de um ataque
militar dos EUA contra o Iraque caso Saddam
Hussein continue restringindo o trabalho das equipes de inspeção de armas da
ONU, ontem na Folha.
34) A idéia expressa pelo nexo “Se” na frase em negrito na questão anterior é
de:
a) causa b) condição c) concessão d) inclusão e)
exclusão
36) A idéia expressa pelo nexo que você assinalou na questão anterior é de:
a) explicação b) causa c) concessão d) oposição e)
condição
1º texto:
Obs.: Provavelmente, o título da matéria – “Tostines” – deve-se à propaganda desta marca de biscoitos:
“Vende mais porque é fresquinhos ou é fresquinho porque vende mais?”
2º texto:
40) Observe o trecho do segundo texto da questão anterior: “(...) se você não
tem nenhum problema, não pode solucionar nada!” e parta do pressuposto
de que “Toda solução vem de um problema” para resolver esta questão.
Agora observe a possibilidade de divisão do período:
A – Você não tem nenhum problema.
B – Você não pode solucionar nada.
Reunindo-se, com as modificações que se fizerem necessárias, as
orações A e B em um único período, assinale a alternativa que não expressa
a circunstância ou aquela na qual essa relação está expressa de forma
inadequada:
a) Circunstância de causa: Você não pode solucionar
nada visto que não tem nenhum problema.
b) Circunstância de conseqüência: Você não tem
nenhum problema, de forma que não pode solucionar
nada.
c) Circunstância de conclusão: Você não tem nenhum
problema; portanto não pode solucionar nada.
d) Circunstância de causa: Você não tem nenhum
problema uma vez que não pode solucionar nada.
e) Circunstância de conclusão: Você não tem nenhum
problema; logo não pode solucionar nada.
41) No trecho da questão 39 (2º texto) “(...) se você não tem nenhum problema,
não pode solucionar nada.”, o nexo “se” expressa circunstância de:
“Fora do mapa
Em seu quarto informe mundial, a Unesco levanta dados
assustadores a respeito do número de crianças sem
escolarização. A quantidade de analfabetos em todo o mundo
chega a alarmantes 870 milhões. A Unesco recomenda
investimentos com ênfase nos professores, capazes de reverter
esse processo. As condições em alguns países são tão
deploráveis que 90% das escolas não têm eletricidade. Em três
quartos dos países visitados os alunos não dispõem sequer de
um mapa do mundo em suas salas de aula.”
(Educação, 10/07/98)
É inadequada a alternativa:
43) Observe, ainda, com relação ao texto da questão 42, o seguinte período: “As
condições [de Educação] em alguns países são tão deploráveis que 90% da
escolas não têm eletricidade.”
Em tal período, há uma relação de causa/conseqüência evidente pelo
uso do nexo que antecedido pela expressão tão, indicadores de
conseqüência. Se quiséssemos manter essa mesma relação
(causa/conseqüência), utilizando um nexo de conclusão, a alternativa
inaceitável seria:
1º módulo
(1) Titanic
“Seguindo a orientação do nosso presidente, faço minha
oração a Deus: senhor meu Deus, livrai-nos dos icebergs,
reduza seu impacto, pois, se FHC, ACM e companhia são os
tripulantes do ‘Titanic-Brasil’, nós somos o seu casco. Amém.”
Luiz Cláudio Costa (Santos, SP)
(Folha de São Paulo, 14/03/98)
(2) “Proibido amarrar burros na frente do comitê do “Partido X”, para não perturbar os que estão
lá dentro.” (suposta propaganda do “Partido Y” em oposição ao “Partido X”)
(3) “Brasil das leis formidáveis, tão formidáveis que asseguram estabilidade de emprego numa
terra onde não há empregos.” (REIS, Eduardo. De Colombo a Kubitschek. In: CUNHA,
Maria Antonieta. Ler e redigir. São Paulo: Atual, 1988. v.3, p.75)
2º módulo
( ) Antítese
( ) Ambigüidade
( ) Metáfora
( ) Ironia e antítese
47) Assinale, dentre os ditados abaixo, aquele que melhor traduz a crítica
implícita na charge da questão anterior:
a) De grão em grão a galinha enche o papo.
b) Uma andorinha só não faz verão.
c) Quando a cabeça não pensa o corpo padece.
d) Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
e) Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.
E
pobreza dos visitantes. Apenas um deus...
ram felizes à sua maneira. Andavam nus
Onde já se viu? Não conseguiam imaginar um
e nunca tinham ouvido falar do pecado
deus único, vivendo eternamente só, sem uma
original. No paraíso onde viviam, eram
companheira, ou alguém com quem pudesse
centenas, milhares, milhões de Adãos e Evas.
compartilhar toda a imensidão do universo. E
Entre eles e a natureza havia um amor
o que dizer, então, matar ou morrer por um
recíproco. Amor feito de respeito e solidarie-
pedaço de pano? Quantos já não haviam
dade. Suas crianças gozavam de todos os privi-
matado para conseguir aqueles tecidos para
légios. Seus velhos eram os depositários da
cobrir o corpo? Mas os receberam bem, por
sabedoria e da tradição. Menores abandona-
entender que, convivendo juntos, pudessem
dos, nem pensar. Idosos descartáveis, uma he-
melhorá-los.
resia. Ninguém explorava ninguém. A palavra
Encheram-nos de presentes.
lucro não tinha significado. Viviam em comu-
Os visitantes julgaram a recepção pacífica
nidade e suas necessidades eram supridas cole-
e os presentes como sinal de fraqueza. E, antes
tivamente. Tinham vários deuses, porque não
de desembainhar as espadas, ajoelharam-se
eram egoístas. Eram deuses com letra mi-
diante da cruz para dar graças ao seu Deus.
núscula, é verdade, que habitavam as águas, as
Todos sabem o que aconteceu depois.
árvores, as montanhas e os campos. Mas não
Agora que se preparam as festividades para
eram deuses mercantilistas. Ignoravam o dan-
relembrar os quinhentos anos do “descobri-
do é que se recebe. E não obrigavam ninguém
mento”, pergunta-se o que os naturais da terra
a se ajoelhar. Mas, sempre que solicitados,
têm a comemorar, além do sarampo, varíola,
davam ares de sua graça. Para apagar
malária, tuberculose, alcoolismo, prostituição
incêndios ou para regar os campos de milho,
e sua quase extinção...
mandioca ou batata. Não eram vingativos. Não
Mas justiça seja feita.
diziam “não matarás!” e mais adiante “vá a
Eles ganharam o privilégio de ter apenas
Canaã e passe todos pelo fio da espada!”
um deus, com dê maiúsculo, além de aprender
Mas eram deuses com letra minúscula.
a vestir camisetas, calções, sandálias havaianas
Um dia, suas terras foram alcançadas por
e de ser batizados com nomes cristãos. Peri
homens vestidos dos pés à cabeça. Desem-
virou Galdino* e Galdino virou tocha humana
barcaram de suas naus ostentando estandartes
em Brasília.
e dois pedaços de madeira em forma de cruz.
Moral da história. Cada um tire a sua.
Explicaram que aos estandartes davam o nome
de bandeiras, com bê maiúsculo, símbolo de Georges Bourdoukan é jornalista e escritor.
55) “E não obrigavam ninguém a se ajoelhar. Mas sempre que solicitados, davam
ares de sua graça.”
Comece com: Sempre que solicitados, davam ares de sua graça...
a) portanto b) visto que c) embora d) desde que e) para
que
56) Em “Mas os receberam bem, por entender que, convivendo juntos,
pudessem melhorá-los” a oração em negrito expressa idéia de:
a) conclusão b) oposição c) condição d) finalidade e)
concessão
57) Para que um texto seja coerente, é preciso que, no seu desenvolvimento
linear, existam alguns elementos de retomadas de conceitos, idéias, tais
como: a repetição de palavras, o uso de pronomes, o emprego de artigos
definidos, substituições lexicais, o uso da concordância, dentre outros. Tais
elementos garantem a coesão, a unidade do texto.
Observe como, no texto lido, através das expressões em negrito, a
relação coesão/coerência é feita de forma adequada:
Texto II
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
(ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas)
Podemos afirmar sobre os dois textos que:
143
(VERISIMO, Luis Fernando. As aventuras da família Brasil II. Porto Alegre, L&PM)
ITAMAR MELO
Texto I
(BROWNE, Dick. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 1997. v.I, p.60)
Texto II
145
(VERISSIMO, Luis Fernando. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio.
Porto Alegre: L&PM, 1997. p.19)
Texto III
Sobre tais textos, é adequado afirmar:
“O amor é finalmente
a) O texto II aponta para uma noção de amor
um embaraço de pernas,
como um sentimento carnal; prova disso é o
uma união de barrigas, uso das imagens – pernas, barrigas,
um breve tremor de artérias, artérias, bocas, veias, ancas – no poema.
uma confusão de bocas, b) Enquanto o texto III é descritivo, o II é
uma batalha de veias, narrativo e o I, informativo.
um reboliço de ancas, c) Os três textos criticam o sentimentalismo
quem diz outra coisa é besta.” exacer-bado e o romantismo dos tempos
Gregório de Matos passados.
(In: BARBOSA, S. A., AMARAL, E. d) No texto II, Flecha realmente acredita no
Escrever é desvendar o mundo: a lin- equilíbrio entre a paixão e a razão.
guagem criadora e o pensamento lógico. e) O que prevalece, no texto I, é a função
Campinas: Papirus, 1986) conativa da linguagem.
I – “Por isso, considero que o jovem menor de idade que é capaz de infringir a lei e também
‘matar’, pode ser responsável pelos seus atos e enfrentar punições como as já citadas.”
(assunto: Estatuto da Criança e do Adolescente; ano: 1998)
II – Por isso, considero que o jovem menor de idade, que é capaz de infringir a lei e também
‘matar’, pode ser responsável pelos seu atos enfrentar punições como as já citadas.
Sobre tais trechos é adequado afirmar que:
a) em I o pressuposto é o de que todo jovem menor de idade é capaz de
infringir a lei;
b) em II o pressuposto é o de que somente alguns jovens menores de idade
são capazes de infringir a lei;
c) caso houvesse uma proposta de redução de idade penal, de 18 para 16
anos, a justificativa mais radical poderia ser dada levando-se em conta a
idéia pressuposta em II;
d) caso houvesse tal proposta (mencionada em “c”), a justificativa mais
radical poderia ser dada levando-se em conta a idéia pressuposta em I;
e) embora as estruturas gramaticais em I e II sejam diferentes, encerram o
mesmo pressuposto.
64) Observe os textos abaixo:
“Cidade maravilhosa
O presidente Fernando Henrique que está mais do que certo. A droga é
mesmo um grande agente do mal no Rio de Janeiro: a droga do telefone, a
droga da falta d’água, a droga da falta de luz, a droga da escada magirus que
não funciona, a droga da mangueira furada do bombeiro e assim por diante.”
(Folha de São Paulo, 18/02/98)
*agente: causa, motivo, razão.
Podemos afirmar, pelas informações nele contidas, que o autor usou
repetidamente este vocábulo com o objetivo de:
a) evidenciar que os problemas pelos quais passa o Rio de Janeiro não
são de fácil resolução. Prova disso é o uso irônico da expressão
“grande agente”, usada por Fernando Henrique;
b) comparar os vários tipos de problemas enfrentados pela população do
Rio de Janeiro e, dessa forma, ratificar (confirmar) a posição de
Fernando Henrique;
c) ridicularizar, através dos múltiplos sentidos da palavra “droga”, a
população carioca;
d) enfatizar, de forma irônica, que os problemas enfrentados pela
população carioca não se concentram em um único ponto mas, ao
contrário, encontram-se disseminados em outras situações do
cotidiano dessa cidade;
e) denegrir a imagem do Rio de Janeiro.
Texto e ilustração referentes às questões de
66 a 69:
ESTE
EFICIENTE
FÍSICO É
UM
DEFICIENTE
FÍSICO.
(texto: extraído da revista Guia de Programação da NET; ilustração: retirada da Nova Enciclopédia
Ilustrada Folha, 1996, vol. I, p. 437)
66) Sobre a argumentação do texto não é adequado afirmar:
a) Ao relatar sobre a vida de Hawking, o autor expõe uma tese, isto é, uma
afirmação básica que toma como verdadeira e defende no texto. Tal tese
poderia ser assim sintetizada: a deficiência física não se relaciona
necessariamente à eficiência profissional.
b) O autor citou, além do físico Hawking, nomes de cientistas renomados, tais
como Newton e Einstein, para acrescentar ao seu ponto de vista o peso de
autoridade de teóricos reconhecidos e respeitados universalmente.
c) Sobretudo a primeira parte do texto é construída através de imagens ou
idéias contrastantes, tais como eficiência/deficiência, cadeira de
Newton/cadeira de rodas, eficiente físico/deficiente físico, deficiente
físico/ser humano deficiente. Nessa relação de oposição, o conector “e
não” aponta para a conclusão de que eficiência/deficiência são termos
excludentes.
d) Em “Nosso trabalho não tem fins lucrativos mas pode ter um fim”, a
palavra “fins” indica “finalidade, função, propósito”, enquanto o termo
“fim” denota “final, término”.
e) Levando em conta ser o ato de argumentar uma tentativa de conseguir a
adesão do outro, influenciando-o em sua maneira de pensar e agir,
podemos afirmar que, ao citar exemplos, brasileiros, de deficientes os
quais se tornaram excelentes profissionais através do Lar Escola São
149
68) Em “E, claro, pode nos visitar: conhecer a honestidade e a beleza do nosso
trabalho também é uma maneira de ajudar”, os dois pontos (:) desse período
poderiam ser substituídos por vírgula, explicitando-se o nexo entre as
orações pela conjunções:
a) embora
b) pois
c) como
d) portanto
e) para
I – Investigação
“Se prevalecer a lógica de nossos
congressistas, o deputado Sérgio Naya
será absolvido sob a alegação de nada
ter sido encontrado de concreto.”
(Folha de São Paulo, 04/04/98)
II - “Ao tomar conhecimento de sua inusitada afirmação que a nova ‘vedete’ do Plano Real é a
dentadura, por considerá-la oportuna e surpreendente, resolvi escrever-lhe a fim de
manifestar minha discordância.” (amostra de redação de aluno; assunto: Plano Real)
III - “Outro aspecto a ser considerado consiste no despreparo dos policiais, fragilidade de
segurança nos presídios que ao executarem suas funções demonstram falta de equilíbrio
emocional.” (amostra de redação de aluno)
71) Eufemismo pode ser entendido como o ato de suavizar a expressão duma
idéia, substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável,
mais polida, menos ofensiva ou violenta.
Levando em conta essa informação, leia os textos abaixo, de autoria de
Millôr Fernandes, e responda ao que é proposto:
I– “Mas craque verdadeiro em correção política era o cara que xingou o Collor na rampa,
lembram? Disse que o Presidente era um indivíduo do sexo masculino com preferência
151
sexual confiante, e descendente direto de pessoas acostumadas a cobrar por suas transas
sexuais.”
II – “Como dizia o pai de um filho burro: ‘Às vezes tenho que concordar em que meu filho não
atingiu o índice normal de aproveitamento para meninos de sua idade’.”
III – “O fogo da paixão, como qualquer outro fogo, não vive sem oxigênio. Agora vocês me
digam o que significa oxigênio aí nessa parábola que acabo de inventar.”
COTIDIANO IMAGINÁRIO
O verdadeiro culpado
MOACYR SCLIAR notícia sobre o julgamento dos matadores do
Colunista da Folha índio pataxó.
“Fogo em índio não foi homicídio, diz TJ” - Estou inteiramente de acordo com a
(Cotidiano, 06/03/98) decisão - disse o cavalheiro ao meu lado,
homem de meia-idade, elegantemente vestido,
1 As pessoas que espiam o jornal por cima do porém um tanto vacilante: provavelmente
10
ombro da gente são as que conhecem a verdade tomara alguns conhaques a mais.
dos fatos. Foi o que constatei na sexta-feira
última quando, numa lanchonete, lia na Folha a
- Não foi homicídio coisa nenhuma. Aliás, praticam esportes. Ficam, pois, flácidos – e um
vou mais além: acho que o verdadeiro culpado corpo flácido, sem aquela sadia rigidez dos
é o índio. atletas, seguramente é presa fácil das chamas.
Não deixava de ser uma tese interessante, e Se os índios jogassem tênis, por exemplo, isso
me aprestei a ouvi-la. Sem se fazer de rogado, não aconteceria. Trata-se de um estilo de vida
expôs seus argumentos. perigoso, e o indivíduo ter de arcar com o
- Em primeiro lugar: o cara provocou. Um perigo gerado por seu estilo de vida. E o cocar?
sujeito que deita num banco num ponto de E aquelas penas que os índios usam? Aquilo
20 ônibus e fica dormindo, sem tomar qualquer está pedindo fogo.
precaução em sua defesa, está fazendo o quê? Fiquei esperando um terceiro argumento,
Está dando idéias. Qualquer cara normal que que não veio. O homem considerava aquilo
passa por ali pensará numa sacanagem. Pode suficiente.
ser uma coisa simples, como roubar os sapatos - - Para mim, este pataxó deveria até ser
se o elemento tiver sapatos, claro. Ou pode ser condenado. Pena leve, que fosse; porém
uma brincadeira mais sofisticada, exigindo condenado, e sem apelação.
álcool e fósforos. De qualquer modo, a - Mas ele morreu - ponderei.
provocação partiu dele, do índio. 50 - Viu? - disse ele, triunfante. - Eu não disse?
Olhou-me - evidentemente eu estava funcio- É a comprovação da má-fé. Morreu! O que não
30 nado como um juiz em seu tribunal imaginário - fazem eles para escapar da Justiça!
e continuou: O escritor Moacyr Scliar escreve nesta coluna,
- Em segundo lugar, tenho fortes razões para às segundas-feiras, um texto de ficção baseado
crer que os índios são mais combustíveis que a em notícias publicadas no jornal.
população em geral. Índios, que eu saiba, não (Folha de São Paulo, 09/03/98)
72) Assinale a alternativa inadequada quanto ao texto lido:
“Se os índios jogassem tênis, por exemplo, isso não aconteceria.” (linhas 37 e
38)
77) Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos não altera o
sentido do enunciado:
a) É inevitável a crença de que os índios só servem para procriar;
b) A sentença judicial da morte do índio pataxó é apenas o reflexo de uma
sociedade em desequilíbrio.
c) Uma atitude judicial que pode ser constatada é sempre alvo de polêmica.
d) A sentença de morte do índio pataxó foi logicamente questionada pela
opinião pública.
e) Logicamente, a sentença de morte do índio pataxó foi questionada pela
opinião pública.
Depois de lê-lo com atenção, assinale a laternativa que não condiz com
o(s) sentido(s) nele veiculado(s):
DE VESTIBULARES
1) (FUVEST/99)
Um jornal era isso, o sobressalto da novidade e a garantia de que a nossa rotina continuava.
Simultaneamente um espalhafato – um espalha fatos – e um repetidor das nossas confortáveis
banalidades municipais.
(L. F. Veríssimo, O Estado de S. Paulo, 18/10/98, D7)
2) (UNICAMP/99)
Freqüentemente a propaganda explora semelhanças explícitas entre
segmentos (palavras, partes das palavras, etc.) para sugerir a existência de
relações de sentido entre esses segmentos. A estratégia é visível em algumas
propagandas que mantiveram a sua eficácia por muito tempo, como Melhoral,
melhoral, é melhor e não faz mal” e “Tomou doril, a dor sumiu”.
a) Transcreva, dentre os slogans abaixo, aqueles em que esse procedimento é
utilizado.
b) Analise um dos slogans que você terá apontado na resposta à questão a,
explicitando o tipo de relação que se estabelece através do processo acima
descrito.
1. Vista seu filho como ele gostaria de ser visto.
(Propaganda da Petystil, cadeia de lojas de roupas infantis)
2. Igual a todos os outros de sua categoria. Juntos.
(Propaganda do carro Chrysler Neon LE)
3. Philips Energy Saver. A iluminação inteligente.
4. O mercado evolui, a Xerox revoluciona.
3) (UNICAMP/98)
Dois adesivos foram colocados no vidro traseiro de um carro:
em cima:
Deus é fiel
e bem embaixo:
PORQUE PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL
4) (FUVEST/99)
O cheque em branco que o eleitor passa ao eleito é alto demais, faz parte da condição mesma
de candidato expor-se ao escrutínio público e abrir mão de uma série de prerrogativas, entre elas
a privacidade.
(Folha de São Paulo, 03/09/98)
a) Há algum problema de coerência na expressão alto demais, dado o
contexto lingüístico em que ela ocorre?
b) Qual é, no texto, a relação de sentido entre prerrogativas e privacidade?
5) (UNICAMP/98)
No Diário do Povo, jornal de Campinas, S.P., há uma secção intitulada
Perguntas da Semana, que se propõe a debater “temas de interesse coletivo”.
No dia 9 de setembro de 1997, foi proposto o seguinte debate: Segundo
análises meteorológicas, o fenômeno de El Niño provocará violentas chuvas
nos meses de verão (dezembro, janeiro, fevereiro e março). Você acha que a
Prefeitura deveria adotar ações preventivas para evitar inundações e
desabamentos na cidade, ao invés de esperar acontecerem as tragédias?
Do modo como a pergunta foi feita, ela favorecendo claramente uma das
respostas possíveis.
a) Explicite como se dá o direcionamento da resposta.
b) Reescreva a pergunta de modo a não dirigir a resposta.
6) (UNICAMP/99)
Na embalagem de um aparelho eletrônico, você encontra um “Termo de
Garantia” no qual se lêem, entre outras, as informações abaixo:
Este produto é garantido pelas Amelco S.A. Indústria Eletrônica dentro das seguintes
condições:
1. Fica garantida, por um período de 6 (seis) meses a contar da data da emissão da nota fiscal de
venda ao consumidor, a substituição de peças, partes ou componentes que apresentam defeitos
de fabricação, exceto aqueles decorrentes de instalação e uso inadequado e em desacordo com
as especificações contidas no “Manual de Instruções”.
2. A Amelco não se responsabiliza pelos produtos agregados aos seus pelos consumidores, e ainda
por defeitos que esses causarem. (...)
3. Essa garantia será extinta caso:
• O defeito for causado pelo consumidor ou por terceiros estranhos ao fabricante;
• O produto tiver sido violado, alterado, adulterado ou consertado por pessoas ou empresas
não autorizadas pelo fabricante;
• Sejam interligados ao produto elementos não recomendados pelo fabricante;
• Não sejam seguidas as instruções constantes no manual, principalmente quanto à correta
instalação e voltagem elétrica.
a) Aponte uma contradição na cláusula 1.
b) Considerando o uso corrente, o pronome esses (cláusula 2) pode ser
interpretado como referindo-se a mais de um antecedente. Aponte dois.
c) A terceira cláusula é em grande parte repetitiva em relação às cláusulas 1 e
2, mas sempre acrescenta algum dado novo. Aponte dois desses dados
novos.
7) (UNICAMP/98)
8) (FUVEST/99)
Mesmo sem ver quem está do outro lado da linha, os fãs dos bate-papos virtuais viram
amigos, namoram e alguns chegam até a casar.
(Época, nº1, 25/05/98)
9) (UFPEL/95)
Há algum tempo, o ex-ministro Antônio Rogério Magri foi ridicularizado por
ter usado a palavra imexível. O fato é que, apesar das críticas advindas do uso
de um terno não existente na língua, foi ele entendido por todos, uma vez que
continha o sufixo vel, formador de adjetivos (louvor, agradável) e o prefixo in
(im, i), sinalizador de negação (injusto, impróprio, ilegal).
No texto abaixo, o prefixo in aparece em outras palavras:
10) (UFPEL/95)
Tomando como base o texto da questão anterior:
a) retire dele os termos a que se referem os pronomes este e aquele;
b) transcreva um trecho em que a vírgula tenha sido utilizada para indicar
omissão de termos como em: “Aquele, para preservar a vida da gestante.”
11) (UFPEL/99)
Leia atentamente o que segue:
I. “Neologismo – palavras, frase ou expressão nova, ou palavra antiga com sentido novo.”
Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1998.
II. (...) “Qualquer pessoa capaz de somar dois mais dois sabe perfeitamente que a vitória de Lula
fere os interesses da comunidade financeira internacional. Banqueiros, corretores e empresas de
consultoria que rodam pelo mundo em busca de bons negócios acham FH apenas razoável.
Gostariam que ele pisasse mais fundo nas políticas fiscais e na privataria.” (...)
Élio Gaspari, Zero Hora de 17 de junho de 1998.
12) (UNICAMP/99)
Acaba de chegar ao Brasil um medicamento contra renite. O antiinflamatório em spray
Nasonez diminui sintomas como nariz tampado e coriza. Diferente de outros medicamentos, é
aplicado uma vez por dia, e em doses pequenas. Estudos realizados pela Schering-Plough,
laboratório responsável pelo remédio, mostram que ele não apresenta efeitos colaterais, comuns
em outros medicamentos, como o sangramento nasal. “O produto é indicado para adultos e
crianças maiores de 12 anos, mas estuda-se a possibilidade de ele ser usado em crianças
pequenas”, diz o alergista Wilson Aun, de São Paulo.
(ISTO É, 04/11/98)
13) (FUVEST/97)
Assim devia ser a relação de autor para leitor: uma face nua num espelho límpido. Mas é tão
difícil... Ou a face está mascarada ou o espelho embaciado.
[Mário Quintana]
14) (FUVEST/99)
Um material moderno, de abordagem inovadora, que ensina de maneira cativante e, acima de
todo, eficiente. Mais do que isso, um material pautado por um método de ensino atual, que pensa
em uma formação integral para o aluno, com valores que respeitam o seu crescimento e preparam
para a vida.
15) (UNICAMP/98)
A Folha de São Paulo de 30 de novembro de 1996 trazia, na página 14 da
secção “Mundo”, uma notícia da qual foi extraído o trecho abaixo:
“PF prende acusado de terrorismo nos EUA
O libanês Marwán Al Safadi, suspeito do tentado ocorrido no World Trade Center em Nova
York (EUA), em 1993, foi preso no último dia 6 em Assunção (Paraguai), após ser localizado pela
PF (Polícia Federal)...”
16) (UFPEL/99)
17) (FUVEST/99)
Amantes dos antigos bolachões penam não só para encontrar os discos, que ficam a cada dia mais
raros. A dificuldade aparece também na hora de trocar a agulha, ou de levar o taca-discos para o
conserto.
(Jornal da Tarde, 22/10/98, p.1C)
18) (UNESP/96)
19) (FUVEST/99)
Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malícia. E imediatamente,
para o meu Príncipe:
– Há três anos que não te vejo, Jacinto... Como tem sido possível, neste Paris que é uma
aldeola, e que tu atravancas?”
[Eça de Queirós, A cidade e as serras]
20) (FUVEST/98)
Tentei rir, para mostrar que não tinha nada. Nem por isso permitiu adiar a confidência,
pegou em mim, levou-me ao quarto dela, acendeu vela, e ordenou-me que lhe dissesse tudo. Então
eu perguntei-lhe, para principiar, quando é que ia para o seminário.
– Agora só para o não, depois das férias.
(Machado de Assis, Dom Casmurro)
Neste excerto, que narra um fato ocorrido entre Bentinho e sua mãe, observa-
se o emprego do discurso direto e do discurso indireto.
a) Transcreva os trechos em que é empregado o discurso indireto.
b) Transponha esses trechos para o discurso direto, efetuando as necessárias
adaptações.
21) (UNICAMP/99)
O texto “O FMI vem aí. Viva o FMI”, do articulista Luiz Nassif, publicado
na revista ÍCARO, está redigido no português culto característico do
jornalismo, e contém, inclusive, um bom número de expressões típicas da
linguagem dos economistas, como “desequilíbrio conjuntural”, “royalties”,
“produtos primários”, política cambial”. No entanto, contém também termos
ou expressões informais, como na seguinte frase: “há um ou outro caso de
mudanças estruturais no mundo que deixa os países com a broxa na mão”.
Leia o trecho abaixo, que é parte do mesmo artigo, e responda às
questões:
Países já chegam ao FMI com todos esses impasses, denotando a incapacidade de suas
elites de chegarem a fórmulas consensuais para enfrentar a crise – mesmo porque essas fórmula
implicam prejuízos aos interesses de alguns grupos poderosos. Aí a burocracia do FMI deita e
rola. Há, em geral, economistas especializados em determinadas região do globo. Mas, na
maioria das vezes, as fórmulas aplicadas aos países são homogêneas, burocráticas, de quem está
por cima de carne-seca e não quer saber de limitações de ordem social ou política.
(...) Sem os recursos adicionais do Fundo, a travessia de 1999 seria inferno, com as
reservas cambiais se esvaindo e o país sendo obrigado ou a fechar sua economia maior será
produzir um acordo que obrigue, sim, o governo e Congresso a acelerarem as reformas
essenciais.
(ÍCARO, 170, out. 1998)
22) (FUVEST/96)
“Ele é o homem,
eu sou apenas
uma mulher.”
23) (UFPEL/99)
Leia atentamente os textos abaixo:
Texto 01
Por outro lado, não tive intenção de fazer de Macunaíma um símbolo brasileiro. Mas, se ele não
é o Braseiro, ninguém poderá negar que ele é um brasileiro, e bem brasileiro por sinal.
(fragmento de uma carta escrita pelo escritor Mário de Andrade ao crítico Augusto Meyer)
Texto 02
Não foi um gol. Foi “o” gol.
(título de uma crônica de David Coimbra, publicada em jornal da Capital, sobre um gol de Falcão no
Campeonato Brasileiro de 1976, Zero Hora)
Texto 03
“Todo o jogador tem o direito de não estar satisfeito com a reserva. Agora, quando for
solicitado pelo técnico, precisa provar que merece no time.”
(palavras de Zico, publicadas em Zero Hora, durante a Copa do Mundo de 1998)
24) (FUVEST/99)
25) (UNICAMP/94)
Leia atentamente os textos abaixo:
I. Estes são alguns dos equipamentos que a reserva de
mercado não permitia a entrada no país sem a
autorização do DEPIN.
(FSP, 18/10/92)
26) (FUVEST/97)
“No dia 19, Juscelino registrou a amargura que lhe dominava: “Não
estou bem por dentro”, anotou. “Uma das razões que tornaram (sic)
triste a longa permanência na fazenda é a ausência de alguns amigos.”
(O Estado de São Paulo, 14/03/97)
Usa-se sic entre parênteses, numa citação, para indicar que o texto
original é aquele mesmo, por errado ou estranho que pareça.
a) Apresente uma justificativa para aceitar ou não o sic usado pelo autor do
texto.
b) Há no texto uma construção que justifica o emprego do sic. Transcreva-a,
aplicando o sic no lugar adequado.
27) (UNICAMP/97)
No dia 10/11 próximo passado, os jornais divulgaram a carta mediante a
qual o médico Adib Jatene solicitava ao Presidente da República sua
demissão do cargo e Ministro da Saúde, e a carta do Presidente da República,
aceitando a demissão. Dessas cartas foram extraídas respectivamente, os
dois trechos abaixo:
28) (UFPEL/94)
Os textos abaixo apresentam construções consideradas erradas pelas
gramáticas normativas da língua.
I – Repercutiu em Brasília a forma como o governador Alceu Collares foi homenageado no
seu aniversário. Foi uma festa comparável às grandes convenções norte-americanas.
Sobrou candidatos às eleições de 1994.
(Correio do Povo, 10/09/93)
II – Os avanços no campo da Neurologia são muitos. Hoje, já se sabe que as
características autistas não devem conduzir a um diagnóstico fechado, nem mesmo ter a
questão enfocada apenas como um problema psicológico. Pode, haver causas orgânicas.
(Diário Popular, 11/09/93)
III – Você quer um presidente que a Nação acompanhe a formação dele.
(Propaganda veiculada pela TV)
29) (FUVEST/96)
“(...) O antropófago Claude Lévi-Strauss detestou a Baía de Guanabara
Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu, menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, de tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?”
[Caetano Veloso, O Estrangeiro]
30) (FUVEST)
Leia:
“Eles pediram que a Petrobrás garanta que não
haverá inquéritos administrativos contra os grevistas”.
(Folha de São Paulo, 03/06/95)
31) (UFPEL/95)
32) (UFPEL/95)
As frases abaixo, que aparecem em periódicos gaúchos, tratando do
polêmico assunto Calendário Rotativo, apresentam formas verbais
inadequadas:
I. “Os choques entre professores, alunos e Brigada Militar adviram, sem dúvida,
de posturas radicais, sem a concessão mútua que leva ao entendimento
final.”
II. “A guerra no ensino público gaúcho não terá trégua se as partes interessadas
na questão manterem sua postura radical.”
Responda:
a) que formas verbais são inadequadas?
b) que formas deveriam ter sido empregadas?
33) (UNICAMP)
No texto abaixo, ocorre uma forma que é inadequada em contextos
mais formais, especialmente na escrita.
“Lula e Meneguelli divergem sobre o pacto. Concordam em negociar,
mas Lula só aprova um acordo se o governo retirar a medida provisória dos
salários, suspender os vetos à lei da Previdência e repor perdas salariais.”
(Folha de São Paulo, 21/09/90)
34) (UNESP/98)
ÍNDIA
J. A. Flores/M. O. Guerrero/
José Fortuna
Índia, seus cabelos nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar;
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar.
Índia da pele morena,
Sua boca pequena
Eu quero beijar.
Índia, sangue tupi,
Tem cheiro da flor;
Vem que eu quero lhe dar,
Todo o meu grande amor.
Quando eu for embora para bem distante,
E chegar a hora de dizer-lhe adeus,
Fica nos meus braços só mais um instante,
Deixa os meus lábios se unirem aos seus.
Índia, levarei saudade
Da felicidade
Que você me deu.
Índia, a sua imagem,
Sempre comigo vai;
Dentro do meu coração,
Flor do meu Paraguai!
In: Sucessos Inesquecíveis de Cascatinha e Inhana.
LP0.34.405.432, Phonodisc, 1987.
“Lavar antes de usar. Cores escuras ‘sangram’: lavar separadamente. Não usar água
sanitária. Evitar amaciante em excesso. Secar imediatamente. Não passar.”
A presença do infinitivo, em instruções de etiquetas e manuais
explicativos, é procedimento muito utilizado pelas indústrias, uma vez que,
dirigindo-se a qualquer leitor, garante a atuação sobre esse leitor virtual.
Leia atentamente o que está escrito abaixo:
39) A imprensa nacional noticiou, com destaque, no dia 08 de junho de 98, uma
segunda-feira, o corte do jogador Romário, da Seleção Brasileira de Futebol.
Na notícia abaixo, aparece um trecho do telefonema feito da França pelo
treinador Zagallo a esposa, que estava no Brasil, na véspera do dia em que
esse corte foi anunciado. Esse trecho contém as palavras proferidas pelo
treinador - colocadas entre aspas - em discurso direto.
Às 21h 30min do dia 07 de junho, hora do Brasil, Zagallo telefonou a sua mulher para
comunicar-lhe a notícia que seria de domínio público na manhã seguinte: “Cortei o Romário.
Esta decisão me amargurou muito, mas os médicos disseram que a dor renitente na sua perna
não o deixara jogar. Escolhi, para substituí-lo, o meio-campo Émerson, que estará aqui ainda
nesta segunda-feira”.
Fonte: Veja, n.23. 1998.
Se você relatasse agora o que foi dito por Zagallo, naquela noite, ou
seja, se você utilizasse o discurso indireto, a versão adequada a língua
escrita padrão seria:
(a) Zagallo comunicou a mulher que cortara Romário. Revelou que essa
decisão o amargurou muito, mas argumentou que os médicos disseram
que a dor renitente na perna do jogador não ia lhe deixar jogar. Contou à
esposa que escolheu, para substituir Romário, o meio-campo Émerson,
que iria estar na França ainda naquele dia.
(b) Zagallo comunicou à mulher que havia cortado Romário. Revelou que
aquela decisão lhe amargurara muito, mas argumentou que os médicos
tinham dito a ele que a dor renitente na sua perna não o deixaria jogar.
Contou à esposa que escolhera, para substituir Romário, o meio-campo
Émerson, que estaria lá ainda na segunda-feira.
(c) Zagallo comunicou à mulher ter cortado Romário. Revelou que aquela
decisão o tinha amargurado muito, mas argumentou que os médicos
haviam dito que a dor renitente na perna do jogador não o deixaria jogar.
Contou à esposa que escolhera, para substituir Romário, o meio-campo
Émerson, que estaria lá ainda naquela segunda-feira.
(d) Zagallo comunicou a mulher haver cortado Romário. Revelou que essa
decisão muito amargurara ele, mas argumentou que os médicos haviam
dito que a dor renitente na sua perna não iria deixá-lo jogar. Contou à
esposa ter escolhido, para substituir Romário, o meio-campo Emerson,
que lá estaria naquele dia.
(e) Zagallo comunicou à mulher que cortara Romário. Revelou ter-lhe
amargurado muito essa decisão, mas argumentou que os médicos tinham
dito que a dor renitente na perna do atleta não o deixaria jogar. Contou à
esposa que escolheu, para substituir Romário, o meio-campo Émerson,
que estaria lá somente na segunda-feira.
“Portanto, torna-se imprescindível o governo manter sua popularidade (...), realizando algumas
medidas provisórias para resolver...”
I – “(...) o controle financeiro deve ser feito por todas as classes de nossa sociedade, a fim de que
o Brasil possa sair da crise sem maiores iniqüidades.”
II – “O povo já não resiste às fortes especulações de que vem implementando.”
III – “Isso porque as medidas (...) não oferecem soluções concretas e duradouras funcionando
apenas como um paliativo.”
IV – “(...) a realidade evidencia a marginalização decorrente dessa política, cada vez mais
preocupada com os anseios da classe dominante.”
N ão pretendemos em tão
limitado espaço abordar os
amplos e complexos conteúdos
de alguns exercícios contidos neste
livro.
É, efetivamente, através do
relativos à gramática normativa. funcionamento das estruturas
Os esquemas que seguem lingüísticas nos textos que tais
são tênues “pinceladas” os quais esquemas poderão ser proveitosos.
servem de guia para a resolução
11.2.1 Apontamentos
Verbos primitivos e derivados; correlação entre os
tempos verbais
Singular e plural
M A R I O
e n e n d
d s m c i
i i e e a
a a d n r
r r i d
a i
r a
r
Modo imperativo
O Imperativo negativo é formado de modo idêntico ao presente do
subjuntivo (em todas as pessoas, menos a primeira do singular que não existe no
Imperativo).
Imperativo negativo = Pres.
subj.
........................ eu parta
não partas tu tu partas
não parta você ele parta
não partamos nós
nós partamos
não partais vós vós partais
não partam eles partam
vocês
Indicativo
Presente
• Simultaneamente ao momento em que ocorre a comunicação:
Candidatos revelam seus projetos.
• Processos regulares, habituais, ou aquilo que tem validade
permanente: Durmo cedo. Todos os cidadãos são iguais perante a lei.
• Para conferir atualidade (Presente histórico): No dia 17 de dezembro
de 1989, pela primeira vez, em quase trinta anos, o povo brasileiro
elege diretamente o presidente da República
• Fato futuro próximo e de realização tida como ceifa: Dia 2 de agosto
encerra-se a Fenadoce, em Pelotas.
• Valor imperativo, como uma forma delicada e familiar de pedir alguma
coisa: Depois vocês resolvem esse problema para mim.
Pretérito imperfeito
• Idéia de continuidade, de processo que no passado era constante ou
freqüente: Naquela época, dançávamos rock todos os sábados.
• Transposição para o passado: Eu admirava a paisagem. A vida
passava devagar.
• Processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de
outro: A torcida ainda acreditava na vitória, quando o time adversário
fez outro gol.
• Denota cortesia: Gostaria de ver aquele livro.
• Pode substituir o futuro do pretérito: Se ele pudesse, largava tudo e
ficava com ela.
Pretérito perfeito
• (Simples) - processos verbais concluídos: Os primeiros imigrantes
italianos chegaram ao Brasil no século passado.
• (Composto) - processos que se repetem ou se prolongam até o
presente: Tenho visto coisas em que ninguém acredita Os
professores não têm conseguido melhores condições de trabalho.
Pretérito mais-que-perfeito
• Processo que ocorreu antes de outro processo passado: Era tarde
demais quando ela percebeu que ele a amara intensamente.
• Confere solenidade à expressão: “E, se mais mundo houvera, lá
chegara” (Camões).
• Valor sofisticado: “E eu, menos a conhecera. mais a amara?”
(Caetano Veloso).
• Expressões populares: “Quem me dera!”.
Futuro do presente
• (Simples)
Processos tidos como certos ou prováveis: Realizar-se-á, no
domingo, a partida decisiva.
Valor de imperativo, com tom enfático e categórico: Não furtarás!
Pode ser mais branda e sugere a necessidade de que se adote certa
conduta: Você compreenderá a minha conduta.
Dúvida ou incerteza em relação a fatos do presente: Será Paula
quem está lá fora?
Circunstância de condição, relacionando-se com o futuro do
subjuntivo para indicar processos cuja realização é tida como
possível: Se houver pressão popular, as reformas sociais virão.
Obs.: O futuro é pouco usado na linguagem cotidiana. Em seu lugar, é
normal o emprego de locuções verbais com o Infinitivo: Vou chegar daqui a
pouco.
• (Composto)
Fato ainda não realizado no momento presente, mas já passado em
relação a outro fato futuro: Quando estivermos lá, o dia já terá
amanhecido.
Futuro do pretérito
• Processos posteriores ao momento passado a que nos estamos
referindo: Concluí que não seria feliz ao lado dele.
• Dúvida ou incerteza em relação a um fato passado: Haveria dez mil
pessoas na manifestação.
• Circunstância de condição, relaciona-se com o Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo para indicar processos que acreditamos de difícil realização:
Faria tudo diferente, se pudesse.
• Composto - processo encerrado posteriormente a uma época passada
a que estamos nos referindo: Previu-se que àquela hora os candidatos
já teriam entregado as provas.
• Circunstância de condições, relaciona-se com o pretérito mais que
perfeito do subjuntivo, exprimindo processos hipotéticos ou de
realização desejada mas já impossível:
• Se ele me tivesse avisado a tempo, eu o teria avisado.
• Exprime incerteza sobre fatos passados: Teria sido ele o autor do
crime?
Subjuntivo
Presente
• Processos que se desenvolvem no momento da comunicação: Pena
que a vida seja tão difícil para muitos!
• Processo possível num futuro próximo: É possível que ele compareça
aos debates.
Pretérito imperfeito
• Processos de limites imprecisos, anteriores ao momento da
comunicação: Chovesse ou não, eu correria todas as manhãs.
• Relaciona-se com o futuro do pretérito do indicativo na expressão de
condição ou concessão: Mesmo que tentasse, não conseguira.
• Relaciona-se com os pretéritos e imperfeito do Indicativo: Pedi-lhe que
compreendesse a situação.
Pretérito perfeito
Obs.: Só ocorre na forma composta.
• Processos anteriores supostamente concluídos no momento da
comunicação: Espero que você já tenha encontrado uma saída.
• Processos ainda não realizados no momento da comunicação: Espero
que o exame já tenha terminado quando eu lá chegar.
Pretérito mais-que-perfeito
Obs.: Só ocorre na forma composta.
• Processo anterior a outro processo passado.: Aguardei até que tivesse
completado seu discurso para então começar a expor minha opinião.
• Relaciona-se com o futuro do pretérito simples ou composto do
Indicativo na expressão de fatos irreais e hipotéticos do passado: Ainda
que me tivesse ajudado, eu não teria obtido sucesso.
Futuro
• (Simples)
Indica possibilidade ainda não realizadas no momento da
comunicação: Quando puder, irei visitá-las.
Relaciona-se com o futuro do presente do Indicativo na expressão
de fatos condicionados cuja realização julgamos possível: Se vier
aqui no próximo mês, trarei sua encomenda.
• (Composto)
Processo futuro possível como terminado em relação a outro fato
futuro: Quando tiverem chegado à praia, encontrarão o navio
abandonado.
Formas nominais
Infinitivo
• Processo verbal em si mesmo, sem qualquer noção de tempo ou modo.
É a forma pela qual se nomeia os verbos: É proibido fumar.
• Obs.: Substituição do infinitivo através do artigo: O querer excessivo
poderá ser prejudicado. “Os quereres...” (Caetano Veloso)
• Composto: Valor de passado, indicando um processo já concluído no
momento da comunicação: Ter ficado até o fim da palestra não nos
acrescentou nada.
Particípio
• Natureza do verbo e do adjetivo.
• Função verbal: locuções verbais: O problema terá sido resolvido até
amanhã. Não há nada que possa ser feito. Aprovada a proposta,
retiramo-nos.
• (Processo completo anterior a outro)
• Função adjetiva: (caracterizador de subjetivos): Teve papel destacado
no debate.
• Teve atuação destacada no debate.
• Voz passiva: Os documentos foram entregues.
Gerúndio
• Natureza verbal, função de advérbio e de adjetivo.
• Processo prolongado ou incompleto: Andam dizendo que haverá
greve.
• Função de advérbio: Chorando muito, ele procurava refúgio.
• Função de adjetivo: Ali estavam crianças brincando (Caracteriza um
substantivo)
• Em orações reduzidas: Obedecendo a teus pais, serás feliz. (...caso
obedeças...)
Funções
Especial Temporal Cognoscitiva Distributiva
Pronomes
aqui, comigo Presente, atual Vamos apresentar Em oposição à
Este (próximo a pessoa “aquele”
que fala)
e suas Ex.: Ex.: Este dia está Ex.: Ex.:
variações Este livro aqui é bom para caminhar. Espero Matemática e
meu. sinceramente isto: Literatura são matérias
que se procedam as que me agradam: esta
reformas. me desenvolve a
sensibilidade; aquela,
o raciocínio.
aí, contigo, próximo Passado próximo no Já o conhecemos.
Esse à pessoa com quem tempo.
e suas se fala.
variações
Ex.: Ex.: Ex.:
Esse livro aí é teu? Em junho fez muito Que as reformas
frio; nesse mês fui à sejam efetuadas
Canela. rapidamente: é isso
que a sociedade quer.
Aquele lá, ali, longe de nós,distante no tempo em oposição a “este”.
e suasafastado das pessoas
variações que falam.
Ex.: Ex.:
Aqueles rapazes são Naquela época, não
os vencedores havia televisão
11.3.3 Esquemas sobre pronomes relativos
Haver Fazer
É impessoal (3ª pessoa do É impessoal (3ª pessoa do
singular) em três sentidos: singular) em dois casos:
• EXISTIR: Havia lugares na sala. • TER DECORRIDO: Não o vejo faz
• Existiam lugares na sala. dois anos.
• OCORRER: Houve brigas na • FENÔMENO NATURAL: Fará dias
saída. ensolarados.
• TER OCORRIDO: Não o vejo há Parecer +
dois anos. Infinitivo
Pode-se flexionar o verbo
Obs.: O verbo HAVER transmite a PARECER ou o INFIITIVO que o
impessoa-lidade ao auxiliar. acompanha (mas jamais os dois):
Ex.: Aqui deve haver minérios. Eles pareciaM caminhar sobre
ovos.
Elas parecia caminharEM sobre
ovos.
A partícula “SE”
Partícula apassivadora → o verbo concorda com o sujeito (que sempre
estará expresso):
Alugam-se casas.
Consertam-se relógios.
Partícula de indeterminação do sujeito → o verbo fica na 3ª pessoa
do singular.
Precisa-se | de | funcionários
Necessita- | de | empregados.
se
Trata-se | de | assuntos...
Fala-se | em | assuntos...
Ama-se | a | deuses de
barro.
Meio
a) VARIA (quando substantivo, numeral ou adjetivo):
• Os fins não justificam os MEIOS.
• Comeu só MEIA melancia.
b) INVARIÁVEL (quando advérbio = um pouco, um tanto):
• Maria está MEIO adoentada.
Anexo e Incluso
Concordam com o substantivo a que se referem:
• Vão ANEXOS os recibos.
• INCLUSAS lhe remeto as pastas.
Obs.: EM ANEXO é invariável;
Ex.: Vão EM ANEXO mil cartas.
Mesmo e Próprio
a) variam:
• Foram elas MESMAS que me beijaram.
b) MESMO (= embora) invariável:
• Elas, MESMO sendo advogadas, não intervieram.
Só
a) Adjetivo (= sozinho) varia:
• Zé João ficaram sós.
b) Advérbio (= somente) invariável:
• Eles estão só olhando.
Bastante
Caro e Barato
a) Como adjetivos → variam:
• Comprou presentes CAROS (BARATOS)
b) Como advérbios → invariáveis:
• Compra CARO (BARATO) os presentes.
1. Agradar:
VTD = fazer carinho: Ela agrada o filho.
VTI = satisfazer: O acordo não agradou aos sindicalistas.
2. Assistir:
VTD (preferível) = das assistência: O governo assiste os desabrigados.
VTI = presenciar: Preposição A: Ele assistiu à manifestação
VTI = favorecer: Este direito não lhe assiste.
VI = residir: Preposição EM.: Ele assiste em Pelotas.
3. Aspirar:
VTD = cheirar, sorver: Ela aspirava o aroma do jasmim.
VTI = almejar, ambicionar: Preposição A: Ana aspira ao cargo (a ele).
4. Visar:
VTD = pôr visto: Esqueci-me de visar o cheque.
VTD = apontar: Visou o perigoso assaltante.
VTI = ambicionar, almejar: Visamos à justiça social.
5. Obedecer/desobedecer/obstar:
VTI = preposição A: Obedecemos às leis de trânsito. Nada obsta ao
acordo.
6. Preferir:
VTDI = preposição A e sem expressões de intensidade ou tempo:
Prefiro cinema a teatro.
7. Pagar/perdoar/agradecer:
VTDI = Pagou a dívida ao cobrador.
OD OI
8. Avisar/comunicar/informar/advertir/prevenir:
VTDI = Avisei o aluno da mudança / Avisei-lhe da mudança.
9. Chegar/ir:
VTI = preposição A: Chegou ao aeroporto.
10. IMPLICAR:
VTD = acarretar: O sucesso implica persistência.
VTI = preposição com: Ele implicou com o irmão.
VTI = envolveu-se: preposição NEM: Ele implicou-se em seqüestros.
11. Esquecer/lembrar:
VTD: Ele esqueceu o documento.
VTI: Ele se esqueceu do documento.
12. Morar/residir/situar:
VI = preposição EM: Moro em Pelotas.
13. Custar:
VTI = preposição A + verbo no infinitivo: Custa ao rapaz entender o
assunto.
14. Responder:
VTI = preposição A: Respondemos às questões.
15. Pedir:
VTDI = preposição A: Pedimos a Ama um copo de cerveja.
Observação: = pedir licença (preposição par): Pediu para sair.
COM
• causa: irritou-se com o pronunciamento
• companhia: chegou com os amigos.
• modo: falava com cautela.
DE
• assunto: falar de política
• causa: morrer de fome.
• definição: homem de princípios.
• fim: dei-lhe algo de beber
• posse: casa de Ana.
• qualidade: comprar artigos de primeira
• obrigatoriedade: tenho de viajar
• oposição: ir de encontro.
PARA
• conseqüência: estava preocupada demais para interessar-se por
futilidades.
• fim: vir para ficar.
POR
• causa: por ironia, encontraram-se no cais.
• tempo: amar-te-ei por toda a vida.
• meio: enviar pela Internet.
SEM
• ausência: estar sem dinheiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JAPIASSU, M. Jornal da imprença: a notícia levada açério. São Paulo: Jornal dos
Jornais, 1997.