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O Imaginário É Uma Realidade - Mafesoli
O Imaginário É Uma Realidade - Mafesoli
O imaginrio
uma realidade
RESUMO
Nesta entrevista Michel Maffesoli, pensador francs do
cotidiano e do presente, herdeiro intelectual de Gilbert Durand,
faz uma cartografia da noo de imaginrio, definido como a
relao entre as intimaes objetivas e a subjetividade.
ABSTRACT
In this interview, Michel Maffesoli, French thinker of the
contemporary and of the daily life, as well as intelectual heir to
Gilbert Durand, presents his cartographic view of the notion of
the imaginary, defining it as the relationship between objective
intimations and subjectivity.
PALAVRAS-CHAVE/KEY-WORDS
- Imaginrio (Imaginary)
- Tecnologias do imaginrio (Technologies of the imaginary)
- Sociologia do presente (Sociology of the contemporary)
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A cultura,
no
sentido
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infra-estrutura.
O imaginrio, certamente, atua nos
pro ces sos revolucionrios, mas no se
pode dizer que essa seja a sua prioridade,
pois o imaginrio opera em qualquer
situao, contra ou a favor das revolues.
H imaginrio tambm na contra-revoluo.
Fa zer do imaginrio uma instncia
necessariamente revolucionria significa
dar-lhe um estatuto que, por mais nobre,
o limita. H, mais uma vez, rigidez nessa
apropriao. Desaparece, justamente, a
autonomia do imaginrio.
O imaginrio, caso se queira de fato
uma definio, presente em As Estruturas
antropolgicas do imaginrio, de Gilbert
Durand, a relao entre as intimaes
objetivas e a subjetividade. As intimaes
objetivas so os limites que as sociedades
impem a cada ser. Relao, portanto,
entre as coeres sociais e a subjetividade.
Nisso entra, ao mesmo tempo, algo slido,
a vida com suas diversas modulaes, e
alguma coisa que ultrapassa essa solidez.
H sempre um vaivm entre as intimaes
ob je ti vas e a sub je ti vi da de. Uma abre
brechas na outra.
Para Castoriadis, no entanto, o
imaginrio tem uma funo determinada.
No por acaso, refere-se instituio
imaginria da sociedade. O termo
instituio tem um valor de estabilidade.
Ora, o imaginrio, para bem ou mal, no
apenas um fator de cons tru o ou
de fixao de algo. O imaginrio uma
sensibilidade, no uma instituio.
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Nota
Entrevista concedida a Juremir Machado da Silva, em Paris,
em 20/03/2001.
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