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DERIVADA
4.1 Introdução
Neste capítulo estabeleceremos a noção de derivada de uma função. A derivada envolve a
variação ou a mudança no comportamento de vários fenômenos. Inicialmente apresentaremos
a definição de reta tangente ao gráfico de uma função. Posteriormente, definiremos funções
deriváveis e derivada de uma função num ponto, dando ênfase ao seu significado geométrico.
141
142 CAPÍTULO 4. DERIVADA
rn
r3
r2
Q3
Qn Q2 r1
Q1
f(x)
x0 xn x3 x2 x1
Figura 4.1:
Definição 4.1. A reta passando pelo ponto e tendo coeficiente angular 3 =6? , é chamada reta tangente
ao gráfico de no ponto
#
.
Se
>
3 = ? = =6?
Como 9
é um ponto arbitrário, podemos calcular o coeficiente angular da reta tangente ao
gráfico de para qualquer ponto : #
3 = 5
Assim, 3 = só depende .
Definição 4.2. Se for contínua em
, então, a equação da reta tangente ao gráfico de no ponto
9
#
é:
>
< 3 =6?
<
se o limite existe,
Exemplo 4.1.
3 0 7
( +1 $
! 7
Denotemos por o coeficiente angular da reta tangente à parábola
passando pelo
ponto ( ( # ( 1+
. Seja e
pontos da parábola; o coeficiente
angular da reta secante à parábola passando por e é: $
5
3
< ( (
( ,
9
P
Q
x0 1
Figura 4.2:
$
Do desenho, é intuitivo que se aproxima-se de (
(
aproxima-se de ), os coeficientes angu-
lares de ambas as retas ficarão iguais; logo:
3 0 6= ? 3
0
*) ,
-1 1 2
( 0
[2] Determine a equação da reta tangente ao gráfico de , no ponto 7 )1 .
(
Seja 3 o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função
passando pelo ponto
( ( (
) )1 . Seja ) )1 e $
;
pontos da curva; o coeficiente angular da reta secante à
144 CAPÍTULO 4. DERIVADA
1/2 x0
Figura 4.4:
(
Novamente do desenho, é intuitivo que se aproxima-se de $
aproxima-se de
) os coe-
ficientes angulares de ambas as retas ficarão iguais; logo:
3 =6? 3
,
0.5
= 0 , no ponto 70 1) .
Figura 4.5: Reta tangente a
( , no ponto ( ( .
Utilizemos agora diretamente a definição:
4.3. FUNÇÕES DERIVÁVEIS 145
-2 -1 1 2
Figura 4.6:
>
6 (
3 =?
3 =6? se
"
é função de <
Assim e .
Exemplo 4.2.
[1] Calcule
( e )1 , se 7 .
> 7 7 ) ) ,
( (
Logo,
)( e )1 .
[2] Calcule se (
7.
)
( 7 ( 7 ) ,
( 7 ( 7 ( 7
( +.
Logo,
) + 7.
[3] Calcule ( se
> ) ) ) ,
Logo,
( ).
( (
[4] Calcule se
) .
( (
> ( , (
7 7
(
Logo,
) .
Interpretação Geométrica
A função
&
, definida por
representa, geometricamente, o coeficiente angular da reta secante ao gráfico de passando
pelos pontos
!
6# #
e . Logo, quando é derivável no ponto , a reta de coefici-
ente angular
"
e passando pelo ponto é a reta tangente ao gráfico de no ponto !
6#
!
6
#
. Se admite derivada no ponto , então, a equação da reta tangente ao gráfico de
no ponto
#
é:
6
<
"
ponto de abscissa .
Se
( ( então
6 ) ; logo, a reta tangente passa pelo ponto ( )1 e seu coeficiente angular
é . Temos:
>
7 ( 7 ( ) ,
-1 1
"
Para determinar a equação de uma reta, necessitamos de um ponto
e do coeficiente
angular . Neste problema, temos que determinar um ponto. Sejam a reta tangente,
3 3 /
/ a reta dada, e
3
"
os correspondentes coeficientes angulares; como e são paralelas,
3 3 ) 3 / /
(
"
6 ) , obtemos
(( e ( ( ( ; a equação é
então
; mas e , onde é a abscissa do ponto procurado; como
(
)
(
, resolvendo a equação
.
1 2
:
[3] Determine as equações das retas tangentes ao gráfico de + ( que sejam perpen-
diculares à reta .
+ (
.
; as equações
Figura 4.10:
Exemplo 4.4.
Seja
. é contínua em todo ; em particular em
. Mas a derivada de em
não existe; de fato:
= > = ,
=
(
=
=
=
( ,
Logo, não existe. Para
, existe e:
( se
( se
,
Do teorema segue que não existe a derivada de no ponto
se é descontínua no ponto
.
Também não existe a derivada de no ponto
nos eguintes casos:
ii) Se é contínua em
1
e se possui reta tangente vertical passando pelo ponto de abscissa
.
Neste caso, = =6?
.
Exemplo 4.5.
(
7
se
se ,
[1] Seja
= > =
(
#
[2]
é contínua em todo
e não é diferenciável em . De fato:
= 5 = ( ,
7
150 CAPÍTULO 4. DERIVADA
-2 -1 1 2
-1
e3
, então 3 .
De fato, a função é contínua e seu gráfico coincide com sua reta tangente em qualquer ponto;
logo, tem o mesmo coeficiente angular. Equivalentemente,
3 3 ,
0 .
[3] Se ; , então
De fato: 0
7 0
7 -, ,-,-,-,
7 # e:
7 0
7 ,-,-,-,-,
0
0
0 ,
2. Regra do produto: A função é derivável e
9
3. Regra do quociente: A função
é derivável, e
#
, para toda constante
temos: se
Da regra do produto temos:
, com
0 .
, então
. Da regra do quociente,
Exemplo 4.6.
, sendo + (
[1] Calcule
;
.
0
Note que: +
, temos:
0 + 7 ( ) ,
[2] Calcule sendo : ) ( ) 7 +1 .
e
( ) ( 7 .
[3] Calcule , sendo
7 .
: (
7: ( 7 : ( : ( 77 : (
) : ) ( ( 7
logo, : ( 7 7 ( 7.
[4] Determine as equações das retas tangentes aos gráficos de:
6 7
+
gráfico de no ponto é
, onde e
. O ponto
+*
pertence à reta tangente, logo, obtemos:
+1 7
+
) 9
+1 + 9
7
,
e
)
.
tangentes são
) ) e ) ) .
152 CAPÍTULO 4. DERIVADA
-1 1
-4
Exemplo 4.7.
Neste caso
e (
; então:
(
(
,
4.5. DERIVADA DA FUNÇÃO COMPOSTA 153
7 ( . Calcule ( se )1 .
em ( , temos que: ( ) )1 ( .
a última expressão
: 7 + e ) 7 ( , calcule
.
[4] Se
() :
[5] Determine ( se 4 4 ## , ( ( e ( ) .
# 4 ## ; logo, ( .
0
Para a prova da primeira parte veja a bibliografia avançada. A fórmula pode ser obtida dire-
tamente da regra da cadeia. De fato, para todo . Derivando ambos os
0 0 # 0 ( ,
lados, temos que:
Exemplo 4.8.
7 ; logo sua inversa é 0 e )
0 # ) . Aplicando
[1] Seja
o teorema:
se ; logo,
(
0 ) ,
:
[2] Seja ; logo sua inversa é
0
e + 7 se ;
0 #
+ 7 . Aplicando o teorema:
(
0 + 7 ,
154 CAPÍTULO 4. DERIVADA
0
[3] Se , então:
, para todos os valores de tais que seja definida.
De fato, seja ; para par, e para ímpar, não tem restrições; a inversa de é
0 e
0 ; se . Aplicando o teorema, temos:
0
#
0 ( ,
0
#
4 # .
logo, e ) ; então: 7 (
)
[5] Determine , se 4
( , e ( . Pela regra da cadeia:
4 #
( # :
logo, ( .
=
=
= = ( =
. Em particular, se , temos :
De fato,
= =
em particular,
= =
O crescimento ou decrescimento exponencial, expresso pela função
$ $
4.6. DERIVADAS DAS FUNÇÕES ELEMENTARES 155
é o que caracteriza a função exponencial. Nos desenhos, a função exponencial em azul e sua
derivada em vermelho; para e
, respectivamente: ( (
Figura 4.14:
Exemplo 4.9.
=
[1] Seja .
Fazendo , temos =
=
7 = .
70 .
[2] Seja
Fazendo = 0 , temos
0 0
)1 7 )1 7 = .
0
=
[3] Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função no ponto de abscissa ( .
=
) ; ( ) 0 e ( 0 ; logo, a equação da reta tangente
0
+ 0
Derivando
passando pelo ponto ( ( # , é )
.
4.6.2 Função Logarítmica
tal que ( e
. Usando o teorema da função inversa para
0 e = , temos que:
Seja
0 0
=
De fato, =
=
. Em particular, se :
(
#
Usemos a regra da cadeia para calcular a derivada de
# onde é uma
9
156 CAPÍTULO 4. DERIVADA
Em particular, se
:
## 9
1 1
4.6.3 Aplicações
Para todo , se ,
; então, 0 . De fato, seja .
temos
#
ou seja,
; logo,
0,
# e # ,
Então, se # :
Exemplo 4.10.
[1] Calcule a derivada de + ) : ,
.
e : , respectivamente; logo: :7
0 :7
Aqui 7 ,
.
=
7 ( .
= 7 ( 7 ( ,
)
0 0 =
7 = 7 = = 9=
0 ,logo:
Derivando:
( ( 7 ( 7 = ( ( ( 7 ( ,
) ) = ) )
Aplicando logaritmo à expressão e usando as propriedades da função logarítmica, temos:
. Derivando:
( e,
( ( = ,
) , logo:
( ) = ,
) ) =
=
1
[6] Seja
. Sabendo que ( ( , verifique que:
(
.
( ( > ( (
#
(
(
então, (
( ; logo:
( .
Tabela
Sejam , 9 funções diferenciáveis e uma constante. Se:
[1] .
, então
[2] , então ( .
[3]
, então .
[4]
, então .
9
9 9 , então 9 # 7
[6] .
[7]
=
, então =
.
[8]
=
, então =
[9]
# , então
.
[10]
# , então .
=
=
#
[12] Seja # , onde , então # ,
, sabendo que
)
4.6. DERIVADAS DAS FUNÇÕES ELEMENTARES 159
)
7 7 7 7 ,
;
Se .
, então
Se 9 , então 7
Se
Se
Se Se
Tabela
Sejam , 9 funções diferenciáveis e uma constante. Se:
[13] Se # , então # .
[16] Se
[17] Se
[18] Se
Exemplo 4.11.
[1] Se , .
Fazendo , temos ; utilizando a tabela, temos que .
Fazendo # , derivando como uma potência e usando o exercício
anterior, temos:
0 ,
Fazendo
+
. As equações são:
+ ( + + se )
+
e
+ ( + + se )
,
+
-3 3
) )
abscissas
+
, .
( ( (
0 0 # / # ,
4.6. DERIVADAS DAS FUNÇÕES ELEMENTARES 161
( 7 , pois >
) ) . Então:
Mas,
( (
(
7 ( 7 se > ( ( ,
)
Seja
(
se 5 ( ( ,
( 7
Tabela
Sejam , 9 funções diferenciáveis e uma constante. Se:
/ # , então ( 7 .
[19] Se
/ # , então ( 7 .
[20] Se
/ 9 # , então ( 7 .
[21] Se
/ # , então ( 7 .
[22] Se
/ # , então 7 (
( .
[23] Se
/ # , então 7 (
( .
[24] Se
4.6.6 Funções Hiperbólicas
= = 4 ,
70
As derivadas das funções hiperbólicas são calculadas diretamente, pois todas elas envolvem
exponenciais. Por exemplo, seja
; derivando, temos:
Tabela
Seja derivável. Usando a regra da cadeia, temos:
Exemplo 4.12.
=
.
Calcule as derivadas , sendo:
[1]
Fazendo
=
9 , temos
; usando a tabela:
e 7
.
= =
[2]
# .
, temos
# ; logo: ( .
Fazendo
[3]
(
. Então
.
( (
( (
[4]
# .
Fazendo
, temos # ; usando a tabela:
( 7 ( ,
[6] / 9 = .
0
Fazendo = , temos / 9 # ; usando a tabela:
0
( 7 ( ( 7 ,
[7] # .
[8]
7 # .
7
Fazendo , temos
# ; usando a tabela:
) 9 ,
4.6. DERIVADAS DAS FUNÇÕES ELEMENTARES 163
(
[9]
# .
= 0
Fazendo = , temos
# ; usando a tabela:
( 7 9 ( ,
/ # .
[10]
= =
0 0 =
0
se
0 ,
= =
=
0
se
(
[11] Calcule a área do triângulo determinado pelos eixos coordenados e pela reta tangente à
curva
no ponto ).
(
A reta tangente à curva 0 no ponto ) é: ) )1 1) . Como
(
então
. A altura do triângulo é igual a e a base é igual a
. Logo, a área do triângulo é:
) , ,
Figura 4.19:
( ) ( ,
164 CAPÍTULO 4. DERIVADA
Figura 4.20:
# ,
Em outras palavras, quando satisfaz à equação .
Exemplo 4.13.
: ( ; a função ( : é definida
# : ( : ( .
[1] Seja a equação , onde
, pois
implicitamente pela equação
( ; a função ( é definida
[4] Seja
)
são
definidas implicitamente pela equação , pois:
# + ) + ,
Observemos que nada garante que uma função definida implicitamente seja contínua, deri-
vável, etc. Na verdade, nem sempre uma equação define implicitamente alguma
função. Por exemplo, considere a seguinte equação:
:
: 9 7
,
4.7. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 165
Exemplo 4.14.
[1] Calcule .
( 7 é definida implicitamente por 7 7 ( e calcule
[2] Verifique que a função
.
7 # # # 7 ( ) ) ,
. Logo,
Então,
,
Método de Cálculo
Dada uma equação que define implicitamente como uma função derivável de , calcula-se
do seguinte modo:
Deriva-se ambos os lados da equação em relação a , termo a termo. Ao fazê -lo, tenha em
mente que é uma função de e use a regra da cadeia, quando necessário, para derivar as
expressões nas quais figure .
em
O resultado será uma equação onde figura não somente
função de e . Tal processo é chamado explicitar .
e , mas também . Expresse
Exemplo 4.15.
Calcule
se é uma função derivável, definida implicitamente pelas equações dadas:
: +7
[1]
: (.
Note que
: (
: + 7 # # # : ( ; então,
é igual a
+ 7 8 # ( ) 7 # : + # 7 ,
7 ( ) 7 : + 7 . Expressando em função de e :
Logo, +
166 CAPÍTULO 4. DERIVADA
) 7 ( 7 ) 7 ,
7
. Derivando
ambos os lados )
. Expressando em função de e :
[2]
[3]
)
.
Expressando em função de e :
7 ,
)
O processo de derivar implicitamente pode ser usado somente se a função determinada pela
forma implícita é derivável. Mas, para os exemplos e exercícios, sempre consideraremos esta
exigência satisfeita.
[4] Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função implícita definida por:
7 7
)1
( ( +
no ponto
) ) ) .
) +
,
em função de +7
70 ,
)
Expressando e :
; lembrando que
e
( (
+ (
) ) ) )
, temos que é o coeficiente angular da reta tangente no
( ( )
ponto
+ ( ( .
) ) )
e a equação desta reta é
-2 1
-1
Figura 4.21:
4.7. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 167
[5] Determine a equação da reta tangente e a equação da reta normal ao gráfico da função
( (
implícita definida por: 7
7 7
( # 7
no ponto
) )
.
) ) 7 ) 7 + 7
: + 7 + 7 ,
tangente no ponto
) ) e a equação desta reta é )
( . A equação da reta normal é
) + .
-1 1
-1
Figura 4.22:
[6] Determine a equação da reta tangente e a equação da reta normal ao gráfico da função
implícita definida por:
7 7
7 (
7
em qualquer ponto; ( e constantes não nulas).
Derivando a equação implicitamente:
) ) ,
7
7
7 e
< ,
Expressando em função de e :
7 ; lembrando que
,
7
se
, temos:
6 7
, que é o coeficiente angular da reta tangente no ponto
! "
7
(
7 7
7
"
7
se
.
/
Estas são as equações da reta tangente e da reta normal num ponto qualquer
da elipse.
Em particular se , temos todas as retas tangentes e normais num ponto qualquer
de um círculo de raio . /
[7] Determine a equação da reta tangente e a equação da reta normal ao gráfico da função
implícita definida por:
7 7 (
7 7
em qualquer ponto; ( e são constantes não nulas).
Derivando a equação implicitamente:
) )
7 ,
7
7 9
mos
6
7
, que é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função no ponto
!
6 e a equação desta reta é:
(
7 7
7
9
7
4.7. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 169
se
. Estas são as equações da reta tangente e da reta normal a uma hipérbole num ponto
!
"
arbitrário.
[8] Ache a equação da reta tangente ao gráfico das funções implícitas definidas por:
i) : : , no ponto +* +1 . (Folium de Descartes).
ii) )
7 7 7 ) 7 7 , no ponto +* ( . (Lemniscata de Bernoulli).
*) 7 7 ,
No ponto +* +1 , (
e a equação da reta tangente é
.
ii) Derivando a equação implicitamente:
7 ,
8 )
7
7
7
)
No ponto +* ( ,
( e a equação da reta tangente é ( +
+
. Desenhos do
Folium de Descartes e da Lemniscata de Bernoulli, repectivamente:
6
2
1
2
-2 2 4
-2 2 4 6
-1
-2
Definição 4.6. Duas curvas são ditas ortogonais num ponto de interseção se suas retas tangentes nesse
ponto são perpendiculares. Uma família de curvas é ortogonal a outra família de curvas se cada curva de
uma família é ortogonal a todas as curvas da outra família.
Exemplo 4.16.
7 7.
Derivamos as equações implicitamente e comparamos os coeficientes angulares. Sejam os 3 0
coeficientes angulares correspondentes à família de parábolas e os coeficientes angulares 3 7
correspondentes à família de elipses. Logo,
3 0 )
3 7 )
) e
e 3 0 3 7 ( .
Figura 4.26:
7
.
3 0
7 7
Derivamos as equações implicitamente e comparamos os coeficientes angulares. Sejam os
e
7 3 7
7
coeficientes angulares correspondentes à família
os coeficientes angulares
correspondentes à família
. Logo,
) 7 7
3 0
3 7 ) 7 ) 7
) ) e
)
e 3 0 3 7 ( .
4.9. DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR 171
Figura 4.27:
Notações:
, 0
, 7
, :
, etc.
Exemplo 4.17.
[1] Sendo ) : ( , calcule
.
:
)
,
: 7 ( ()
7
( ) 7 ( )
)
, se .
Logo,
24
[2] Sendo
(
, calcule
.
7 :
( )
7
) :
)
) .
Logo, ( = , para todo
.
[3] Sendo
, calcule .
7 :
:7
7
0
.
Logo,
) , para todo
7
7
Logo,
, para todo .
[5] Seja
7 7 , . Verifique que : :
7 .
) ) ( , ) + ) e :
) ; então:
Derivando:
: ) 7 ) + ) # ) ) ( ,
constantes e .
Calculando as derivadas:
=
= )
:
= +
e
=
=
da qual obtemos
( e .
logo a equação fica:
[7] Calcule
:
, se
9 , +1
, +1 ( e
:
+1 ) .
9 ( + #
)
:
(
+ +
:
#
:
4.10. APROXIMAÇÃO LINEAR 173
:
(
logo,
)
.
Em geral, nada garante que quando calculamos sucessivamente as derivadas de uma função,
estas sejam funções deriváveis.
[7] Seja 7 . Então,
+ 77 se ,
+ se
Logo + , para todo
; analogamente temos que para todo
mas
não é derivável no ponto
. Verifique. ;
, ( ,
(, ( (, ) (
(, ( (, ) (
A reta tangente ao gráfico de no ponto ( é dada por )
( ; seu coeficiente angular
,
(, ( (
1
1
Figura 4.29:
174 CAPÍTULO 4. DERIVADA
= 0 1 = 0 7 ) ( 1 ,
6
"
"
se >
,
pequeno.
Exemplo 4.18.
[1] Suponha que não dispomos de calculadora ou de outro instrumento de cálculo e precisamos
resolver os seguintes problemas:
(
i) Se ( ) representa a temperatura num arame, calcule a temperatura , ( .
:
ii) Se
representa o crescimento de uma população de bactérias, calcule a população
de bactérias para ) , ( ) .
) ( , ( + .
i) Vamos determinar
. Derivando: ( ) ; então:
(
( ) ( no intervalo
, temos, , ( , ( , ) graus.
:
+*, ) ( ) ( , ) ) no intervalo ) )
) , se ) , ( ) , então,
tal que
(pequeno). Como ) , ( ) > )
:
7
0 7
+*, ) ( ) ( , ) , ( ) , ,
4.10. APROXIMAÇÃO LINEAR 175
) + e ( , ( . Então, para
( , temos ( ) ,
: ( 0 : : ; logo,
iii) Considere a função
e
( ( ( ( ( +
20 1
[2] Considere a função logística
( . Determine sua aproximação linear no ponto
:
( 7 ; logo,
Derivando:
?
?
( ?7 .
onde,
"
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
-2 -1 1 2 3
, 3 ) 3
[3] Calcule o valor aproximado do volume de uma esfera, construida de uma folha de aço de
de espessura sendo seu raio interno igual a .
(
/ + + / ,
176 CAPÍTULO 4. DERIVADA
)*, ( ( , 3 : . O verdadeiro
volume da esfera é ( ( ,
3 : . Note que o
)*, )*, , + + + 3 : .
Logo,
erro cometido é:
v
ab v
ac
a b c
Figura 4.32:
tantânea em
, consideremos o intervalo
!
; então,
Analogamente para .
Definição 4.9. A velocidade instantânea de uma partícula que se move ao longo do gráfico da função
derivável em , é:
?
9 9 .
De forma análoga definimos a aceleração média:
4.11. VELOCIDADE E ACELERAÇÃO 177
Definição 4.10. A aceleração instantânea de uma partícula que se move ao longo do gráfico da função
duas vezes derivável em , é:
" ? ?
(
) eo
Exemplo 4.19.
+ . Calcule a aceleração no
instante em que a velocidade é zero.
: 7 + , então + 7 ( ( .A
Se
( ; logo
; se temos que
+ ou
é (
ou
aceleração no instante
+ .
dada por
(
.
[2] Uma sonda é lançada para cima verticalmente, sendo a distância acima do solo no instante
( ou seja quando (
( ) e 9 (
(
i) A sonda atinge o solo quando ou ; a sonda
atinge o solo após
e a velocidade é
(
3
.
O sinal negativo é porque a sonda está caindo.
ii) Se , então
e
) 3 .
7 (
+ 3
[3] Um ponto move-se ao longo do gráfico de
de tal modo que sua abscissa
3
varia com uma velocidade constante de . Qual é a velocidade da ordenada quando
?
)
,
)
.
velocidade de ( , 3 . Quando ele estiver a 3 do farol, com que velocidade sua sombra
estará crescendo neste ponto e qual o comprimento da sombra?
178 CAPÍTULO 4. DERIVADA
4.5
1.80
x y
Figura 4.33:
, ( , (,
Seja o comprimento da sombra e a distância entre o homem
e o ponto
do solo acima do qual
está o farol. Pela semelhança de triângulos:
; logo,
)*, ; então:
)
+ e
(
, , temos:
( 3 3
Como e o comprimento da sombra é
.
no tempo é
tempo.
e representa a razão do deslocamento por unidade de variação de
expressa a taxa de variação de por unidade de tempo:
,
Se é função derivável, então
é a taxa de variação de
em relação a .
A interpretação da derivada como taxa de variação se aplica em diversas áreas da ciência. Por
exemplo,
se
mede a concentração de glóbulos vermelhos no sangue no instante ,
mede a taxa de variação média da concentração de glóbulos vermelhos durante o
intervalo de tempo
e mede a taxa de variação instantânea de glóbulos vermelhos
no instante .
Exemplo 4.20.
: (
) 3
[1] Uma partícula move-se ao longo do gráfico de
, de modo que quando a
abscissa cresce a uma velocidade de . Qual é a velocidade de crescimento da ordenada
nesse instante?
Seja a abscissa no instante e : ( ; devemos calcular:
,
4.12. A DERIVADA COMO TAXA DE VARIAÇÃO 179
7
7 (
Temos:
+ e
) ; logo,
= = ) . A ordenada cresce a uma razão de
() 3
.
Se e
são a abscissa
e a
ordenada
do ponto no instante , derivando implicita-
e usando a condição dada:
)
) )
) )* ( e *) ( . (
logo, . Da equação da elipse obtemos: e os pontos são:
(
[3] O tronco de uma árvore tem formato cilíndrico cujo diâmetro cresce à razão de 3
3
e
(
3
) ( 3 : ,
)
)
)
( ( ) 3
. Logo
7
)
logo,
)
, pois
.
7 . Calcule:
[5] Um reservatório de água está sendo esvaziado. A quantidade de água no reservatório, em
litros, horas após o escoamento ter começado é dada por
i) A taxa de variação do volume da água, após horas de escoamento.
ii) A quantidade de água que sai do reservatório, nas primeiras horas de escoamento.
(
i) A taxa de variação é
; calculando em
, temos que:
)
. O sinal negativo é porque o volume da água está diminuindo com o tempo,
já que o reservatório está sendo esvaziado.
180 CAPÍTULO 4. DERIVADA
ii) + litros.
quando o nível estiver a 3 do tôpo.
/
/7
Sejam o raio do círculo que forma o nível da água e a altura no tempo , respectivamente.
/ / , 4 e /
+ é o volume do cone de raio e altura .
12
r 24
Figura 4.34:
,
+ , obtemos:
) .
3
( 3 7
os outros dois lados diminuem, de tal modo que o retângulo resultante permanece com área
) 3
constante de . Qual é a velocidade com que o perímetro diminui quando o comprimen-
to do lado que aumenta é de ? Quais são as dimensões do retângulo, quando o perímetro
deixar de diminuir?
i) Seja o lado que aumenta e o lado que diminui no tempo ; logo e
; o
) (
perímetro é
e a área é
. Derivando estas expressões em , temos:
)
e
,
Se
.
; então,
4.12. A DERIVADA COMO TAXA DE VARIAÇÃO 181
y 10
Figura 4.35:
7 7 (
Sejam e
os lados do triângulo formado pela parede, a escada e o solo, no
instante . Pelo teorema de Pitágoras ; derivando implicitamente:
( + .
, ; logo,
Devemos calcular . Como , então e
)
+
7
a escada está deslizando a uma velocidade de : 3 .
3 , (
) 3
[9] A dilatação de um disco de cobre aquecido é tal que o raio cresce com a velocidade de
. Com que velocidade cresce a área do disco quando o raio tem ?
Sejam o raio e
a área do disco no instante , respectivamente. Então 7.
Derivando:
)
(
para ) e
, , tem-se:
, 3 7
. A área do disco cresce com uma
3 7 .
velocidade de ,
dada por
utilizados para estudar a interação entre as espécies. Se uma população de lobos siberianos é
e uma população de cervos por , a interação das duas espécies
pode ser medida pelo sistema:
estáveis para , , , ( , , e , (. e que levem as populações a ficar
As populações ficam estáveis quando suas taxas de crescimento são nulas; então devemos re-
solver o sistema:
; a solução é e
3 ,
Sabendo que uma barra de comprimento (3 tem massa dada por 3 :
(,
determine a densidade no centro da barra.
3 =
+ 7 ( =
( ,
;3 ,
4.13 Exercícios
1. Determine a equação da reta tangente ao gráfico das seguintes funções, no ponto de abs-
cissa dada:
4.13. EXERCÍCIOS 183
(a) ( 7 + (k) 7 (
(b) : ( ( (l) 9 ( (
(
+
(d)
:
(n)
(e)
: ( (
+ (
(o)
(f)
7 ) 7 (
(g) (p)
(
0 (
((
(
(h)
7 ) (
(
(q)
(i)
77 ((
7 ( (
(r)
(j)
5. Determine as equações das retas tangentes e das retas normais às curvas, nos pontos de
abscissas dadas:
9 7 ( ( ( (
=(
(a)
(
(e)
(b)
(f)
7 ( (
)
(c)
/ )
(g)
: +
(d)
(h)
( (
6. Determine os pontos da curva
+: ( 7 +
onde as retas tangentes passando
por esses pontos intersectam a origem.
comum, determine-as.
=
8. Seja uma função derivável e 9 7 . Calcule se ( ) .
7
9. Seja uma função derivável e 9 . Calcule .
=
+ ( . Calcule se ( ) e ( + .
(b) Seja 9
#
em que e são funções deriváveis. Se +1 , +1
, determine +1 .
e
10. Determine se 9 e são funções deriváveis e:
184 CAPÍTULO 4. DERIVADA
(a) 9
(c)
(
(b) 9 8
(d)
( :
(7 (c) +
) 7 )1
(
( : (
(b)
: (:
(d) 7
+ )
+
(c)
+ )(
+ 7 )
(i)
(d)
(
(
:
7 8 (
(j)
+
(e)
( : ) 7
7 7
7 7 + 7 0
(f)
7 # : :
(g) (k)
(a) = =0 = 7
( (h) 0
1 #
(e)
( ( =
7
#
(b)
(f) (i)
( = = # ##
(c)
(d)
(g) (j)
=
(j)
(b)
= 0
(f)
=
(k)
+ =
(c) (g)
(d)
(h) (l)
15. Calcule :
4.13. EXERCÍCIOS 185
( 7 : ) 7
(
) 7
9 ( 7 7 7
(a) (g) (m)
) #
(b) (h)
(
(n)
9 7 7 ( 7
(i)
)
(c)
(j)
;7
(o)
9 7 #
9+ )
(d)
) )
#
(p)
(k) (
( =: 7
#
(e) (q)
7
(f) (l)
(r)
/
(a) Se
4 # , então ( 7 .
(c) Se / 4 # , então ( 7 ( .
# , então
(f) Se /
.
7 (
17. Calcule :
/ ( (h) # 7 1+ 7
(a)
/
) 7
(k)
(d)
/ (( (l) /
( 7 7
4
(e)
) /
(m)
: : 7 7 7 7 7
(a) (j)
: 7 7
(b)
(k)
(c) ( (l)
7
:
(m)
=
(d)
(n)
;7
(e) +
(f) 9
(o)
7 7
(g)
(p)
7 : 7 7 + 9
(h)
(q)
7 7 (r) / 9 / (
(i)
( ?
) = )
7
(a)
7
7 + 7
(b)
:
(c)
(d) 2
7 : 7 7 7 ) 7 7
(e)
(a) ( ( 7 (k)
#
(g)
/ 9 #
(b)
7 7 (
(l)
(h)
=
(c)
7 (m)
7
(d)
/ 7
(e)
(i) (n)
) (
(f) (j)
(o)
26. Calcule as derivadas sucessivas, até a ordem dada:
+ ) / ( 7
(b)
+ 7 +
(l)
(c)
( ( (m) ! +
" 7
= 0 + / =
(d)
(e) (n)
) (o) #
) 4 # +
(f)
)
(g) (p)
(h)
(q) # #
( + +
= (( +
(i)
(j) (r)
=
27. Seja uma função duas vezes derivável e 7 . Calcule .
30. Se
= ) , mostre que ) .
= .
31. Determine tal que
verifique a equação:
= =
32. Seja . Verifique que:
: :
7 ) : ) 7 : ,
33. Calcule
se:
188 CAPÍTULO 4. DERIVADA
(a) ( (d) 7 : )
7 7
(b)
(e)
7 7 (7 7 (f)
(c)
:
, se ( 9 , 9 ( , ( , ) e :
(
34. Calcule
+ .
35. Calcule
)1 , se ( 9 , 9 )1
+ , )1 + e )1
(b)
7
(e) :
(h)
: (
(b) (
(d) ( , )1
( , ) (f) ) 7
#
7
38. Polinômio de Taylor de ordem no ponto : Seja
uma função vezes derivável no
( )* ,-,-,-,
6 7
"
"
6
6 )
" ,-,-,-,-,-,-,-,-,
6 ,
7 0
(a) é 7 0; ( ) ( .
(b)
=
é
.
0
(c) = é
( ( .
(e) Compare e . Que conclusões pode tirar? É possível utilizar para fazer
aproximações de ?
4.13. EXERCÍCIOS 189
varia de ( 3
para . ( ,( 3
39. Calcule o valor aproximado do volume de um cubo, se o comprimento de cada aresta
40. Influências externas produzem aceleração numa partícula de tal forma que a equação de
seu movimento é
, onde
é o deslocamento e é o tempo.
(a) Quais são as equações da velocidade e da aceleração da partícula num tempo ?
(b) Quando a partícula para de mover-se?
. Após horas, sua
41. Um estoque de sangue é guardado num freezer no instante
temperatura, em graus centígrados, é 8 + 0 7
( + . Qual é a velocidade de
(
resfriamento após horas?
o início da drenagem e
após ( 3 '
?
7
, 3
7
43. Um corpo em queda livre tem como equação do movimento:
,
, onde
é a distância, (em metros), percorrida pelo corpo em segundos, desde o
início da queda. Determine a velocidade e a aceleração do corpo em queda livre.
3
tura de
, 7
44. Uma partícula lançada verticalmente para cima com velocidade de
, atinge a al-
após segundos. Qual deve ser a velocidade inicial para que a
partícula atinja
3
45. O lado de um triângulo equilátero mede 3 e cresce à razão de 3 . Com que velo-
cidade crescerá a área do triângulo?
46. Qual é a variação das diagonais de um cubo se os lados crescem a uma razão de ) 3 ?
( 3;3 '
3;3 '
47. O raio da base de um cone cresce à razão de
e sua altura decresce à razão de
. Como variará o volume total do cone quando o raio é
e sua altura ? 3 3 )
( 3 : . Deter-
48. Um balão esférico está sendo inflado. Seu volume cresce à razão de
mine a razão com que varia o raio no instante em que o diâmetro é de 3 .
50. A redução de oxigênio na água de uma lagoa, devido ao despejo de esgoto, só volta a
níveis normais dias após o despejo do esgoto. Sabendo que a quantidade de oxigênio
que permanece, após dias é dada por:
7 ( (
: ) 7 )
51. Ao meio dia o barco está
3
a oeste do barco . O barco navega para o leste a
) 3
e o barco navega para o norte a
(+ () 3 ' ) 3. Qual é a taxa de variação da distância
entre os barcos às e ?
(
)
onde é o comprimento da corda, é a tensão sobre a corda e é densidade linear de
massa da corda. Determine a taxa de varição de em relação a (com e constantes);
a taxa de varição de em relação a (com e constantes); a taxa de varição de em
relação a (com e constantes) e interprete os resultados.