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A urocultura é um exame realizado em laboratório, como complementação do


diagnostico de infecção urinaria. Através da urina rotina e do exame clínico, o medico
fará o diagnostico de infecção urinaria. O tratamento será iniciado, mas o agente
causador da infecção (que pode ser uma bactéria ou fungo), só é identificado através
da urocultura. Desta maneira as amostras de urina são submetidas à cultura, quando
originárias de pacientes com sintomas de infecção do trato urinário e de pacientes
assintomáticos com alto risco de infecção.

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Os agentes etiológicos da infecção do trato urinário (ITU), são limitados a poucos


microrganismos, de crescimento rápido. Ñ  

Ñ  spp.,    Ñ  r spp.,   spp.,   
  e     spp., representam a maioria dos agentes, tanto de
pacientes hospitalizados quanto da comunidade. Na comunidade, cerca de 80 % das
ITU não complicadas são causadas por Ñ . Em pacientes hospitalizados, a
Cândida spp., um tipo de fungo, também pode ser o agente causador da infecção.

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Como a urina é um liquido estéril, se a região próxima à saída da uretra não for
devidamente higienizada, com eliminação de grande parte da flora local, essas
bactérias, que estão presentes normalmente nessa região, poderão contaminar a
urina, produzindo uma interpretação errada do resultado do exame. Por isso é
fundamental uma higiene local rigorosa.

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1. Remover toda a roupa e sentar no vaso sanitário.


2. Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto fizer a
higiene e coleta do material.
3. Usar uma gaze embebida em sabão neutro, lavar de frente para traz e certificar-se
que está limpando por entre as dobras da pele, o melhor possível, porém sem
friccionar demais.
4. Enxaguar com abundante água corrente.

5. Continuar afastando os grandes lábios para urinar. O primeiro jato de urina deve
ser desprezado no vaso sanitário. Colher o jato médio urinário no frasco.

6. Se a paciente estiver menstruada, ou com corrimento e for absolutamente


necessário realizar a urocultura, poderá ser introduzido um tampão ou algodão no
intróito vaginal, enquanto se procede à coleta da urina.

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Após boa lavagem da glande, coletar o jato "médio" diretamente para frasco estéril.
Dar atenção especial à higiene local, principalmente nos casos de fimose muito
estreita, onde não se consiga um jato diretamente expelido do meato urinário (ou
seja, quando a pele está tão próxima, que a urina entra em contato com ela ao ser
eliminda).

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Os procedimentos descritos acima devem ser realizados tanto nas meninas quanto
nos meninos.

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No caso das crianças, que não têm controle de esfíncter, fazer uso de saco coletor.
Fazer higienização prévia com água e sabão neutro. Caso não haja micção, trocar o
saco coletor a cada 30 minutos, repetindo-se a higienização.

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A urina deve, preferentemente, ser recém emitida e armazenada em frasco estéril,


seguindo-se todas as regras de assepsia acima. Caso não seja possível obter a urina
no próprio laboratório, ainda é seguro trabalhar com uma urina emitida até 2 horas
após a coleta e mantida à temperatura ambiente. Além deste período, deve-se
refrigerá-la por no máximo 24 horas, antes do processamento. Após este período, a
urina não poderá ser trabalhada.

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Após realizar a centrifugação da urina, o sedimento que fica depositado no fundo do


tubo de ensaio, é espalhado em placas de Agar, onde a bactéria irá se desenvolver.
O bacteriologista selecionará as amostras que crescerem (o tempo necessário para o
crescimento é de 48 horas, mas com 24 horas já é possível observar algum
crescimento) e fará um repique sobre nova placa, na qual será feito o "Antibiograma",
que definirá a qual tipo de antibiótico a bactéria é sensível e a qual tipo ela é
resistente. O antibiograma é parte fundamental da urocultura, já que orientará o
médico em sua decisão terapêutica.
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S  +  % !#  ,! -" com Leucocitúria (presença


de leucócitos na urina): pode resultar de uma amostra contaminada por anti-séptico
externo ou de uma infecção urinaria parcialmente tratada (antibiótico por período
menor que o necessário ou com dosagem menor que a devida, geralmente resultante
de automedicação);

Existem casos de falsa - leucocitúria (infestação por Trichomonas vaginalis, infecção


por bactérias anaeróbias, Mycobacterium, Mycoplasma, Ureaplasma, Chlamydia,
fungos, vírus; presença de corpo estranho nas vias baixas como cálculo, pêlo púbico,
etc.) que podem gerar alguma dificuldade na interpretação do exame.

S  '  %'  ,! -"" . Resulta


geralmente de uma contaminação externa ou má lavagem dos genitais; urina velha,
demora na semeadura. O exame de urocultura está plenamente associado ao exame
de urina rotina. Uma urocultura positiva, porém sem presença de leucócitos ao
exame de urina rotina, faz com que o médico duvide do crescimento bacteriano
identificado.

S  '  %'  ,! -"" . resultado


positivo e indicativo de uma infecção urinaria. Deve-se identificar a bactéria e realizar
o teste de sensibilidade (antibiograma), para definir a etiologia e o tratamento
apropriado da infecção urinaria.

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Para o exame completo, urocultura e antibiograma, são gastos aproximadamente 4


dias.

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1 - Manual de exames: Instituto de Patologia clinica Hermes Pardini 2003/2004

2 - A clinica e o laboratório - Alfonso Balcells Gorina, Medsi Editora, 1996

3 - Henry: Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, 20th


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