Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
da informação∗
Kátia Fonseca Aguiar
2006
apenas alguns desses conceitos a partir dos de interação técnica. É no rol desse último
quais os pensadores, teóricos, profissionais tipo de interação que ele situa a interativi-
de comunicação e a sociedade em geral ten- dade. Assim, para ele, interatividade pode
tam compreender e explicar essa realidade ser caracterizada como “uma ação dialógica
desterritorializada e virtualizada da comuni- entre o homem e a técnica”. Essa ação di-
cação mediada por computador (CMC). alógica pode estar inserida em um contexto
analógico-mecânico ou concernida em am-
biente eletrônico-digital. Neste caso, além
1 Interatividade e Inteligência
de interagir com a máquina, o homem pode
Coletiva: conceitos em aberto também interagir com o conteúdo, com a in-
No cenário da comunicação mediada por formação e com outro homem.
computador, a interatividade aparece como Já Primo restringe a interatividade à “inte-
uma das mais festejadas potencialidades. A ração mediada por computador”, definindo-
definição para o termo, no entanto, não é a como “uma ‘ação entre’ os participantes
consensual. Para Lévy, “a interatividade é do encontro”. Segundo ele, “nesse sentido,
muitas vezes invocada a torto e a direito, o foco volta-se para a relação estabelecida
como se todos soubessem perfeitamente do entre os integrantes e não para as partes que
que se trata” (1999, p. 79). Esse uso in- compõem o sistema global” (2004,p.38). O
discriminado tanto por parte de técnicos e autor propõe a existência de dois tipos de
pesquisadores quanto pelo público em geral interação mediada por computador: a in-
gera questionamentos e definições variadas. teração mútua, em que ocorre uma trans-
De acordo com o dicionário Houaiss de formação em ambos os pólos da comuni-
Língua Portuguesa2 , interatividade se refere cação, com constante negociação entre eles
à “capacidade de um sistema de comunica- e a interação reativa, onde há “previsibili-
ção ou equipamento de possibilitar intera- dade e automação nas trocas” (ibid, p.55). É
ção”, ou ao “ato ou faculdade de diálogo in- possível, ainda, segundo ele, se pensar em
tercambiável entre o usuário de um sistema e um processo de multiinteração, que ocorre
a máquina, mediante um terminal equipado quando, numa mesma situação comunicaci-
de tela de visualização”. Essas definições onal, o usuário se depara com interações mú-
trazem à tona dois aspectos comumente rela- tuas (conversas com outra pessoa num chat,
cionados ao termo: a troca intersubjetiva de por exemplo) e reativas (relacionamento com
informações e a mediação dessa troca pela a interface do software, mouse, teclado etc).
máquina. “Nesse sentido, em muitos casos, podem-
Nesse sentido, Lemos (1997) propõe uma se estabelecer, simultaneamente, interações
classificação das diversas formas de intera- tanto reativas quanto mútuas” (ibid, p.56).
ção que fazem parte do cotidiano. Ele se Partindo da idéia de que a interatividade
refere à troca de informações entre homem- se refere à “participação ativa do beneficiá-
homem definindo-a como interação social e rio de uma transação de informações”, Lévy
à troca entre homem-máquina, denominada analisa o termo a partir de uma outra pers-
pectiva, mais centrada na mídia, mas sem se
2
Houaiss: http://houaiss.uol.com.br deter exclusivamente na comunicação medi-
www.bocc.ubi.pt
Blog-jornalismo: interatividade e construção coletiva da informação 3
ada por computador. Para ele, qualquer re- • a implicação da imagem dos participan-
ceptor “a menos que esteja morto, nunca é tes nas mensagens,
passivo” (1999, p. 79), uma vez que ele de-
• a telepresença (ibid, p.82).
codifica a mensagem que lhe é apresentada e
se posiciona em relação a ela. Desta forma, Ele ilustra sua idéia com diversos exem-
para ele, qualquer situação comunicacional plos e salienta que uma mesma mídia pode
implica em interação, em participação do re- apresentar diferentes graus de interatividade,
ceptor. dependendo do eixo escolhido para se proce-
Ainda assim, reforçando o fato de que de- der a análise.
finir e estudar a interatividade não pode ser A partir da explanação e das discussões
tarefa tão simples, Lévy defende que é pos- desses autores, que são apenas alguns dos
sível definir o tipo de interatividade a partir que tratam deste tema, é possível perceber
da relação entre receptor e mensagem, clas- que o termo interatividade, assim como as
sificando essa relação em: “mensagem li- suas implicações podem ser analisados tendo
near não-alterável em tempo real; interrup- em vista vários enfoques, várias perspecti-
ção e reorientação do fluxo informacional vas.
em tempo real e implicação do participante É em função dessa multiplicidade e das di-
na mensagem”. Ele propõe ainda uma classi- ficuldades de se formular um conceito único
ficação dos dispositivos de comunicação em: e válido em qualquer situação que Lèvy
“difusão unilateral; diálogo, reciprocidade chama a atenção para o fato de que “a intera-
e diálogos entre vários participantes” (ibid, tividade assinala muito mais um problema, a
p.83). necessidade de um novo trabalho de observa-
Ele apresenta também cinco eixos a par- ção, de concepção e de avaliação dos modos
tir dos quais é possível se analisar as si- de comunicação, do que uma característica
tuações ou dispositivos de comunicação e simples e unívoca atribuível a um sistema es-
compreendê-los no que concerne a seu grau pecífico” (1999, p.82).
de interatividade maior ou menor: Assim, para se fazer um estudo de um blog
informativo a partir do seu potencial intera-
• as possibilidades de apropriação e de tivo é necessário, antes, se fazer um recorte
personalização da mensagem recebida, nesse conceito amplo. Para esta análise, es-
seja qual for a natureza dessa mensa- pecificamente, parece ser viável a utilização
gem, do eixo que Lèvy chama de “reciprocidade
da comunicação”. Essa reciprocidade é uma
• a reciprocidade da comunicação (a
das marcas dos blogs, que se mostram como
saber, um dispositivo comunicacional ambientes propícios para a troca de informa-
‘um-um’ ou ‘um-todos’), ções, para o diálogo e para a construção co-
• a virtualidade, que enfatiza aqui o cál- letiva da notícia.
culo da mensagem em tempo real em Essa conjuntura de troca e de colaboração
função de um modelo e de dados de en- para a construção da informação é uma das
trada, bases para o que Lévy chama de inteligên-
cia coletiva. “Uma inteligência distribuída
www.bocc.ubi.pt
4 Kátia Fonseca Aguiar
www.bocc.ubi.pt
Blog-jornalismo: interatividade e construção coletiva da informação 5
os blogs vêm se multiplicando na rede, as- Lewinsky, por Matt Drudge5 , em janeiro de
sim como vêm se multiplicando, também, as 1998. Na época, o blog foi chamado, pejo-
formas de utilização e os objetivos deste tipo rativamente, de “panfleto digital” e suscitou
de páginas. O que nasceu como um “querido uma discussão até hoje acirrada acerca da va-
diário” virtual ou como uma espécie de guia lidade de se considerar os blogs como veícu-
de navegação4 ganha nova roupagem e co- los jornalísticos (RECUERO, 2003).
meça a despontar como uma nova tendência Discussão esta que ganhou novo fôlego
jornalística. Além de divulgar informações em 2003, no episódio da invasão do Ira-
e desabafos do autor, alguns blogs assumem que pelo exército americano. Com informa-
um caráter informativo e tratam de política, ções censuradas tanto pelo governo do Ira-
economia, esporte, além, é claro, de trazer que quanto pelo exército americano, surge o
as considerações, críticas e opiniões do au- blog de Salam Pax6 , um suposto iraquiano
tor sobre esses assuntos. Debates, divergên- que descrevia tudo o que via, ouvia ou pre-
cias de opiniões, interpretações variadas têm, senciava durante a invasão a Bagdá. O “blo-
nesse meio, espaço garantido. gueiro de Bagdá”, como ficou conhecido,
Como toda novidade, os blogs estão longe acabou se transformando em fonte de infor-
de serem unanimidade no meio acadêmico mações sobre o desenvolvimento da guerra.
e jornalístico. Por se tratar de um veículo Durante o conflito, outros blogs surgiram,
ainda novo e em pleno processo de constru- tanto de jornalistas que faziam a cobertura da
ção, eles ainda são encarados com ressalvas guerra, quanto de pessoas comuns narrando
tanto por jornalistas quanto por pesquisado- suas experiências (RECUERO, 2003).
res da área de comunicação. A discussão acerca da validade dos blogs
A principal polêmica surge com o pri- como veículos jornalísticos se justifica, afi-
meiro grande furo dado por um blog: a divul- nal, eles tocam em pontos cruciais e delica-
gação do caso entre o então presidente norte- dos do jornalismo, como a objetividade e a
americano Bill Clinton e a estagiária Mônica neutralidade.
4
Silva ressalta que “aquilo que é veiculado
As primeiras páginas desse tipo surgiram em me-
ados da década de 1990 e se apresentaram como uma em um blog não tem a pretensão de ser uma
espécie de guia para os usuários. Através de links informação ‘neutra’. Ao contrário, existe o
para outras páginas, o editor do blog conduzia o lei- pressuposto claro de que alguém escreve e
tor no emaranhado de sites que se acumulavam de- que a informação corresponde ao relato, à
sordenadamente na web. Esses links normalmente vi-
opinião deste alguém sobre o evento” (2003).
nham acompanhados de um texto explicativo ou crí-
tico. Com o desenvolvimento de ferramentas de bus- Não se trata de dizer que a expressão de
cas mais eficazes, eles perderam sua função de orga- opinião seja algo novo na mídia e que textos
nização dos conteúdos espalhados pela web. Ganhou opinativos não façam parte da imprensa con-
mais espaço, então, uma versão que já existia, mas vencional. Ao contrário, as opiniões, explí-
passou a se destacar: a versão eletrônica do “querido
citas ou não, sempre tiveram espaço no jor-
diário”. Nesse contexto, os blogs se tornam espaço
para o registro de confissões e divagações pessoais 5
Blog de Matt Drudge:
dos seus editores. Esse viés sempre esteve presente http://www.drudgereport.com
nos blogs, mesmo naqueles que se propunham a guiar 6
Blog de Salam Pax:
os internautas na busca de informações na internet. http://www.dearraed.blogspot.com
www.bocc.ubi.pt
6 Kátia Fonseca Aguiar
nalismo em todas as suas formas. Mas, no na neutralidade, como já foi comentado ante-
ambiente digital, mais especificamente nos riormente, é outro aspecto considerado rele-
blogs, vante no jornalismo e que se rompe no blog.
O fato é que os blogs são uma realidade
vemos o fenômeno mais caracterizado, que vem mexendo com as estruturas da mí-
onde se fomentam discussões e deba- dia convencional. Algumas empresas jorna-
tes através da análise e opinião nos tex- lísticas já percebem essa situação e inves-
tos. Estes debates traduzidos sob forma tem nessa nova forma de comunicação. Os
de opiniões e discussões são estimula- principais sites noticiosos brasileiros como
dos através dos sistemas de comentários, O Globo8 , O Estado de São Paulo9 , Último
dentro dos quais os leitores podem in- Segundo10 e Folha de São Paulo11 , por exem-
teragir com a publicação e com o autor. plo, criam blogs para seus colunistas e man-
(SILVA, 2003, p. 8). tém uma comunicação paralela com seu pú-
blico através deles, inclusive utilizando cha-
Na blogosfera7 , a relação entre o jornalista madas nas suas páginas principais para tex-
e o leitor é radicalmente diferente daquela tos desses blogs. Enquanto isso, nos Estados
estabelecida entre eles na mídia convencio- Unidos, o jornal The New York Times12 , por
nal, já que existe uma troca constante de da- exemplo, proibiu seus jornalistas de mante-
dos, uma produção e compartilhamento de rem este tipo de página pessoal.
sentidos através da relação entre os sujeitos A discussão é pertinente e deve se alongar
envolvidos e não a transmissão de informa- por muito tempo ainda antes que se chegue a
ções pura e simples. Essa troca também está um consenso. Mas, a realidade é que muitos
presente em outras mídias através das seções jornalistas estão virando blogueiros e muitos
de cartas de leitores, por exemplo. Mas, nos blogueiros estão desempenhando o papel de
blogs essa participação é ampliada e a rela- jornalistas.
ção que se estabelece é mais próxima e hori-
zontal.
Partindo do pressuposto de que o jorna- 3 Blog do Noblat: um exemplo
lismo se assenta sobre a publicação periódica de jornalismo interativo e
de informações de interesse da coletividade coletivo
através de meios de comunicação massiva,
pode-se dizer que os blogs constituem, de Ricardo Noblat é um desses jornalistas
fato, uma forma de jornalismo. Em contra- que viraram blogueiros. Depois de passar
partida, alguns pressupostos do jornalismo por importantes veículos impressos do país,
estão ausentes dessa prática, como a trans- como as revistas Veja e Istoé, Jornal do Bra-
missão de informações, que nos blogs não 8
Jornal O Globo: http://oglobo.globo.com
são meramente fornecidas, mas construídas 9
O Estado de São Paulo:
coletivamente por jornalista/blogueiro e lei- http://www.estadao.com.br
10
tores/visitantes. A ênfase na objetividade e Último Segundo: http://ultimosegundo.ig.com.br
11
Folha de São Paulo: http://www.folha.uol.com.br
7 12
Blogosfera: neologismo que se refere ao mundo The New York Times: http://www.nytimes.com
dos blogs.
www.bocc.ubi.pt
Blog-jornalismo: interatividade e construção coletiva da informação 7
sil e Correio Brasiliense, ele “migrou” para estatização da exploração de petróleo pelo
a web. O Blog do Noblat13 está no ar desde governo da Bolívia, o tom dos textos, bem
março de 2004, fazendo a cobertura dos bas- como dos comentários é mais sério. Sobre
tidores da política brasileira. esse assunto, os debates são mais acirrados
A web-estréia do jornalista acontece em entre os leitores simpatizantes do Partido dos
função de uma coluna semanal mantida no Trabalhadores e os que rechaçam o governo
jornal O Dia. Como suas notas não se sus- federal.
tentavam até o final da semana, surgiu a idéia A possibilidade oferecida aos leitores para
de criar um blog para poder atualizar os tex- que eles deixem suas impressões faz com
tos mais freqüentemente. Assim, ele poderia que o espaço dos comentários seja conver-
aproveitar a possibilidade de realizar atuali- tido em uma espécie de palanque político.
zações contínuas em seus textos. Idéias divergentes se encontram e os con-
Mesmo com o fim da coluna, o blog se flitos aparecem. Essa troca de informações
manteve e passou a servir de referência na e esses debates sobre temas polêmicos são
discussão de assuntos ligados à política na- exemplos claros daquilo que Primo (2004)
cional. Em tempos de corrida presidencial chama de interação mútua, em que ocorrem
o acesso à página aumenta e, conseqüente- constantes negociações. Essa realidade re-
mente, o número de posts e de comentários mete, também, à idéia de Lèvy de que a in-
também. teratividade se refere á participação ativa da-
Entre os dias 30 de abril e 06 de maio fo- quele que recebe a informação e ao diálogo
ram disponibilizados 281 posts, entre textos entre vários participantes ou, ainda, à reci-
e imagens, numa média de 40 blocos de in- procidade da comunicação.
formações por dia. O número de acessos não Esse ambiente de troca e compartilha-
é disponibilizado na página, mas os comen- mento de sentidos pode ser entendido como
tários giraram em torno dos 1.820 por dia, aquele que Lèvy considera adequado para a
totalizando 12.759 comentários ao longo da construção da inteligência coletiva, que su-
semana. pera a mera somatória de saberes individuais
Dois assuntos ganharam destaque du- e emerge como uma nova forma de lidar com
rante esse período: a greve de fome do o conhecimento e com a informação.
pré-candidato à presidência da República,
Anthony Garotinho e a crise do gás combus-
4 Conclusão
tível deflagrada pelo anúncio da estatização
da exploração do petróleo feita pelo governo Polêmica e mutante, a Internet se mostra um
boliviano. campo fértil para o surgimento de novas for-
Quanto ao primeiro assunto, a greve de mas de comunicação e, conseqüentemente,
fome de Anthony Garotinho, tantos os tex- para novas discussões acerca das mesmas.
tos do jornalista quanto os comentários são Situações novas pedem conceitos novos e é
fortemente marcados pela ironia. Já em re- exatamente isso que vem acontecendo em
lação ao segundo tema, a crise em torno da torno da “grande rede”.
13
Conceitos como cibercultura, ciberespaço,
Blog do Noblat: http://noblat1.estadao.com.br
interatividade, inteligência coletiva, webjor-
www.bocc.ubi.pt
8 Kátia Fonseca Aguiar
nalismo dentre tantos outros nascem, se peito da validade desse jornalismo feito em
transformam, ganham destaque no meio aca- blogs, o fato é que a utilização desse tipo
dêmico e fora dele. Conceitos estes que nem de recurso é cada vez maior e vem se mos-
sempre encontram uma definição clara e pre- trando eficaz não para a mera transmissão de
cisa. Do mesmo modo, novos veículos de in- informações, mas para o estabelecimento de
formação surgem, como os blogs, por exem- debates e diálogos e para a promoção de uma
plo, e trazem consigo o embrião de mais e participação mais efetiva do público na cons-
mais discussões acadêmicas ou não. trução da informação.
Analisar um dispositivo comunicacional Não se trata, de forma alguma, de di-
novo sob a ótica de conceitos igualmente no- zer que essa nova forma de jornalismo que
vos não é tarefa fácil, mas, com certeza, é emerge com o surgimento dos blogs vá subs-
algo instigante e desafiador. Essa, contudo, tituir o jornalismo convencional. No entanto,
é uma área movediça em que as certezas se não se pode simplesmente fechar os olhos
perdem facilmente e sempre há coisas novas, a essa realidade. Os blogs estão aí, infor-
olhares novos, problemas novos surgindo. mando, promovendo a construção e o de-
Assim, o presente trabalho não tem, nem bate de idéias e de informações. Em parce-
poderia ter, a intenção de apresentar uma ria com a mídia convencional, eles surgem
idéia conclusiva e definitiva sobre os blogs como uma forma de comunicação comple-
informativos como ambientes interativos de mentar, que aproxima jornalista e leitores,
construção coletiva da inteligência. Mas, a veículo e público.
partir da análise desses conceitos e do que
vem sendo postulado por autores que tra-
tam desses temas, é possível se tirar algumas
conclusões provisórias a esse respeito.
Não é difícil perceber que a postura do su-
jeito inserido nesse contexto muda sensivel-
mente. Ele já não recebe passivamente as
informações, mas precisa acessá-las, buscá-
las. E, ele também não apenas absorve as in-
formações, mas também ajuda a construí-las,
fornecendo uma resposta ao emissor, agora
convertido em seu interlocutor.
Nesse contexto, mudam os papéis do jor-
nalista e do leitor. A dissolução dos pólos
emissor-receptor, o deslocamento do papel
do jornalista que passa de emissor para co-
autor e o caráter fluido, inconstante e per-
manentemente em construção da informação
são algumas das características das peculia-
ridades da informação veiculada na Rede.
Embora haja um questionamento a res-
www.bocc.ubi.pt