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UM ESTUDO DE CASO
OBSERVAÇÃO PSICOMOTORA
INDICE..........................................................................................................................................2
1- INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
2- Fundamentação Teórica...........................................................................................................5
2.1 - Unidades funcionais de Lúria...........................................................................................5
2.2 - Enquadramento da Bateria Psicomotora.........................................................................9
3- Estudo de Caso.........................................................................................................................1
3.1- Caracterização da Criança.................................................................................................1
3.2- Perfil Psicomotor...............................................................................................................2
3.3- Áreas de Intervenção........................................................................................................2
4- Conclusão.................................................................................................................................3
5- Referências Bibliográficas........................................................................................................4
Referências Bibliográficas.......................................................................................................4
5- Anexos......................................................................................................................................6
Anexo I.................................................................................................................................8
Anexo II..............................................................................................................................19
Anexo III.............................................................................................................................24
Anexo IV.............................................................................................................................29
1- INTRODUÇÃO
Assim este trabalho será iniciado por uma breve fundamentação teórica onde consta a
apresentação das unidades funcionais de Lúria, base da Bateria Psicomotora bem como
o enquadramento desta.
Num segundo ponto será desenvolvido o Estudo de Caso, começando por uma pequena
caracterização da criança, partindo para a definição do seu perfil psicomotor tendo
como base a aplicação da BPM e avançando com algumas propostas de intervenção.
Em virtude de, no presente não estar no directo com crianças, propus-me realizar este
estudo de caso com elemento de uma família que acompanho no âmbito da reinserção
social. Após contactos com os pais e professores da criança todos chegaram á conclusão
que este seria um estudo que podia ser útil também para a sinalização e posterior
encaminhamento para os apoios educativos da referida criança, facto que facilitou em
muito a minha observação e obtenção dos dados necessários para a realização do
trabalho proposto.
Lúria (1973 e 1980, in Fonseca 1992) é considerado como um dos pioneiros das
ciências que estudam o sistema nervoso, tendo já dedicado mais de 40 anos ao estudo de
doentes com lesões cerebrais. Publicou inúmeras obras sobre as relações cérebro-
comportamento, e estas revolucionaram o conhecimento da neurologia e da psicologia
clássica, originando um novo ramo científico, a psiconeurologia. Ele sugere que
estudando as relações cérebro-comportamento e as relações corpo-cérebro talvez se
possa compreender melhor o que faz do homem um ser tão complexo e completo.
O cérebro humano é composto, segundo Lúria, por unidades funcionais básicas, e cada
uma delas possuindo uma função particular e peculiar. Dessa forma, Lúria (1973 in
Fonseca, 1992), dividiu o cérebro em três unidades funcionais.
As três unidades trabalham em conjunto, dependendo uma da outra, sendo que, uma
sem as outras não funciona correctamente. Elas trabalham com uma inter-relação
dinâmica.
Tonicidade
A tonicidade, que indica o tono muscular, tem um papel fundamental no desenvolvimento
motor, é ela que garante as atitudes, a postura, as mímicas, as emoções, de onde emergem todas as
atividades motoras humanas .
Equilíbrio
O equilíbrio reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem movimento) e dinâmicas (com
movimento), abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. O
equilíbrio estático caracteriza-se pelo tipo de equilíbrio conseguido em determinada posição, ou de
apresentar a capacidade de manter certa postura sobre uma base. O equilíbrio dinâmico é aquele
conseguido com o corpo em movimento, determinando sucessivas alterações da base de
sustentação.
Lateralidade
A lateralidade traduz-se pelo estabelecimento da dominância lateral da mão, olho e pé, do
mesmo lado do corpo.
O que geralmente acontece é a confusão da lateralidade com a noção de direita e esquerda, que
esta envolvida com o esquema corporal. A criança pode ter a lateralidade adquirida, mas não saber
qual é o seu lado direito e esquerdo, ou vice-versa. No entanto, todos os fatores estão intimamente
ligados, e quando a lateralidade não está bem definida, é comum ocorrerem problemas na
orientação espacial, dificuldade na discriminação e na diferenciação entre os lados do corpo e
incapacidade de seguir a direção gráfica.
A lateralidade manual surge no fim do primeiro ano de vida, mas só se estabelece fisicamente
por volta dos 4-5 anos.
Noção Corporal
A noção do corpo em psicomotricidade não avalia a sua forma ou as suas realizações motoras,
procura outra linha da análise que se centra mais no estudo da sua representação psicológica e
lingüística e nas suas relações inseparáveis com o potencial de alfabetização.
A estruturação espacial leva a tomada de consciência pela criança, da situação de seu próprio
corpo em um determinado meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do lugar e da
orientação no espaço que pode ter em relação às pessoas e coisas.
Praxia Global
Praxia Fina
A praxia fina compreende todas as tarefas motoras finas, onde associa a função de coordenação
dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a fixação da atenção e
manipulação de objetos que exigem controle visual, além de abranger as funções de programação,
regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas.
Crianças que têm transtornos na coordenação dinâmica manual geralmente têm problemas
visomotores, apresentando inúmeras dificuldades de desenhar, recortar, escrever, ou seja, em
todos os movimentos que exijam precisão na coordenação olho/mão.
As tarefas que compõe a BPM são divididas em 7 fatores psicomotores (Tonicidade, Equilibração,
Lateralidade, Noção do Corpo, Estruturação Espaço Temporal, Praxia Global e Praxia Fina),
sendo estes subdivididos em 24 subfatores (Extensibilidade, Paratonia, Diadocosinesia, Sincinesia,
Imobilidade, Equilíbrio Estático, Equilíbrio Dinâmico, Lateralidade, Sentido Cinestésico,
Reconhecimento Direita-Esquerda, Auto-Imagem, Imitação de Gestos, Desenho do Corpo,
Organização, Estrutura Rítmica, Estrutura Dinâmica, Representação Topográfica, Coordenação
Óculo-Manual, Coordenação Óculo-Pedal, Dismetria, Dissociação, Coordenação Dinâmica
Manual, Tamborilar, e Velocidade-Precisão), que darão oportunidade suficiente para identificar o
grau de maturidade psicomotora da criança e detectar sinais desviantes, que podem ajudar a
compreender as discrepâncias evolutivas de muitas crianças em situações escolares.
Fator Tonicidade
Herren e Herren (1986 apud OLIVEIRA 2000), relatam que o tônus muscular está presente em
todas as funções motrizes do organismo, como o equilíbrio, a coordenação e o movimento, e todo
o movimento está relacionado com o tônus.
O músculo, mesmo em repouso, apresenta um estado de relativa tensão, sendo chamado de tono
ou tônus muscular. “O tônus muscular é o alicerce das atividades práticas.” (JEAN LE BOULCH,
1984:55).
Acredita-se que esse estado de tensão permanente dos músculos esqueléticos resultam de impulsos
provenientes da medula espinhal, uma vez que são controlados em parte por estímulos
transmitidos mediante o encéfalo para os neurônios motores anteriores e, em parte, por impulsos,
que se originam nos fusos musculares localizados no interior do próprio músculo (GANONG,
1972).
Os fusos musculares são receptores sensoriais, e estão disseminados por todo o músculo
auxiliando na contração muscular. Os fusos transmitem impulsos através das raízes posteriores
(medula espinhal) de forma contínua, excitando os neurônios motores anteriores e fornecendo
assim estímulos nervosos necessários para manter o tônus muscular (GUYTON; HALL, 1996).
O tônus muscular pode estar alterado, devido à lesão do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema
Nervoso Periférico (SNP), ou devido a Distúrbios Psicomotores (paratonias).
Quando ocorre uma lesão, pura e simples, das raízes posteriores impedindo a passagem de
impulsos do fuso muscular, esta faz com que ocorra uma reducao do tônus muscular, levando-o a
urn nível tão baixo que o músculo torna-se flácido ou hipotônico.
As hipotonias podem ser de causa periférica ou central. As periféricas são decorrentes de uma
interrupcao do arco reflexo espinhal, e as centrais, de distúrbios funcionais do sistema vestíbulo-
cerebelar, que podem vir acompanhados por hipotonia homolateral, causada por uma insuficiência
dos influxos facilitadores vestibulo-espinais.
No caso de uma paratonia, como sugere Guilmain (1955 apud PICQ e VAYER 1988), pode não se
tratar de uma anomalia do tônus muscular fisiológico, e sim de uma incapacidade de inibicao
voluntária mais ou menos acentuada.
A paratonia é urn distúrbio do desenvolvimento dos sistemas do arcabouço motor, uma maturacao
tardia, urn retardo global do desenvolvimento motor, Ajuriaguerra (s/d). Situacoes de debilidade
ou inadaptação nem sempre apresentam paratonia, por exemplo, nas crianças portadoras de
Síndrome de Down.
É importante ressaltar que os distúrbios observados entram numa síndrome neurológica, ou são de
origem psíquica, de modo que são extremamente variáveis, difíceis de detectar, além de estarem
diretamente ligados ao comportamento da criança (PICQ e VAYER, 1988).
Fator Equilibra?ao
A equilibracao, como segundo fator da BPM, pertencente à primeira unidade de Lúria, e é vista
como uma condicao básica da organizacao psicomotora, responsável por
ajustes posturais antigravídicos, dando suporte as respostas motoras e ao controle postural, ou seja,
estabelecendo auto-controle nas posturas estáticas e no desenvolvimento da locomocao
(dinâmica).
As alterações do equilíbrio podem ser periféricas ou centrais, perturbando os agentes, que captam
as variacoes da posicao do corpo, ou o núcleo (vestibular), que regula o equilíbrio, causando
vertigens, zumbidos no ouvido, fenômenos neuro-vegetativos associados (náuseas, vômitos,
sudorese fria e mudan?as de pressão arterial), estes últimos decorrentes da interven?ao do núcleo
vestibular na regulacao das fun?oes assimiladas (DOUGLAS, 1999).
É importante ressaltar que a criança com insegurança gravitacional não gera urn equilíbrio
apropriado, isto muitas vezes ocorre devido a uma instabilidade emocional, levando à falta de
atencao e conseqüentemente a urn controle postural imperfeito.
Fator Lateraliza?ao
A lateralizacao, terceiro fator da BPM, é pertencente a segunda unidade de Lúria. De acordo com
Benton (1979 apud FONSECA 1995), a definicao de lateralização é uma forma muito complexa
reunindo vários níveis de identificacao de partes do corpo (homolateral, contralateral,
identifica9ão de partes do corpo no outro e em si mesmo). Ayres
(1977 apud FONSECA 1995), apresenta uma lateralização mais simples, associada a integração
bilateral (sensorial, motora, perceptiva, conceitual, simbólica, social).
No entanto, a lateralização é a propensão que o ser humano possui para utilizar, preferencialmente,
mais um lado do corpo que o outro, ela divide-se em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que
existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados, sendo assim, o lado
dominante apresenta mais força muscular, precisão e rapidez, iniciando e executando as ações,
salientando-se que o outro membro também auxilia nestas ações. Existem várias explicações para
o predomínio motor de um hemicorpo, pode-se citar entre elas dominância cerebral, genética e
hereditariedade e a socialização (OLIVEIRA, 2000).
Os estudos de Broca (apud Oliveira, 2000), referem a existência de uma dominância em um dos
lados no cérebro, nela o destro encontra dominância no córtex cerebral esquerdo e o canhoto no
direito, controlando e coordenando as atividades do lado esquerdo.
A lateralização relacionada a genética e a hereditariedade ainda é uma teoria que provoca muitas
controvérsias. Isso pode ser observado nos estudos de Zazzo (1960), apud Negrini (1986), que
com a intenção de verificar a fidedignidade da influência genética na lateralidade corporal estudou
gêmeos homozigóticos (mesma composição genética), e encontrou neles lateralidade diferente, no
princípio achou-se que os dois indivíduos de igual composição genética deveriam possuir a mesma
lateralização. Assim, Defontaine (1981), apud Negrini (1986), afirma que os fatores hereditários
conduzem a interpretações incertas, não que este fator deva ser rejeitado, mas também não pode
ser considerado como desempenhando um único papel.
Zangwill (1975 apud FONSECA 1955), ressalta que a lateralidade basicamente inata é governada
por fatores genéticos, embora a treinabilidade e os fatores sociais possam influenciar no decorrer
do desenvolvimento.
Em uma visão histórica, pode-se citar os estudos de Wright e Sarasin (apud Defontaine, 1980),
estudando os utensílios utilizados pelo homem da idade da pedra, observaram que estes não se
prestaram a uma preferência manual particular, e que havia um igual número de destros e
canhotos. Foi na idade do bronze que começou a surgir uma preferência pelo lado direito, isto é
explicado, pois os camponeses tiveram que se adaptar as ferramentas, e elas não eram mais feitas
por eles, mas por pessoas específicas.
Dentre essas explicações não se sabe realmente qual é a melhor, porém, todas têm seus
fundamentos fisiológicos. O que interessa na verdade é observar se a criança
apresenta uma igualdade em relação a sua lateralidade, ou seja, se tem o predomínio motor em um
hemicorpo, esse pode ser observado na força e na precisão dos movimentos.
Na realidade, o canhoto tem as mesmas possibilidades que o destro, bastando para isto
programação, organização e orientação durante a escrita, realizando corretamente todas as suas
atividades, ele pode ser tão rápido e executar as mesmas tarefas de um destro com precisão.
Alguns autores Brandão, Christiaens, Bize e Maurim (apud OLIVEIRA, 2000), defendem essa
afirmação, no entanto, Stambak e Monod (apud OLIVEIRA, 2000), dizem que embora o canhoto
tenha as mesmas possibilidades, é mais lento e menos preciso, só no desenho livre a eficiência
motora é equivalente para os dois.
A ambidestra é outro fator de destaque, porque por um lado apresenta vantagens como na dança e
na educação física, e por outro pode ser prejudicial.
Para que uma criança se torne hábil, capaz de executar com velocidade todas as suas atividades, é
necessário uma especialização entre a mão
direita e a esquerda, isto é, que ela tenha desenvolvido definitivamente a sua lateralidade, caso
contrário a criança apresentará diminuicao de habilidade e velocidade manuais, havendo a
presença de sincinesias, uma disfuncao no desenvolvimento das funcoes intelectivas, no
ajustamento emocional e afetivo, levando a um atraso inicial da linguagem e da escrita
(BRANDÃO, 1984: 417).
Porém, nem sempre as informacoes do corpo passam em nível cortical parietal, algumas são
processadas automaticamente pelo tronco cerebral, como as sensações táteis da roupa, da pressão
atmosférica, do móvel em que se está sentado. A maioria dessas informacoes passam
despercebidas. Para atingir níveis de integracao elevados torna-se necessária uma atencao mais
localizada, voluntária, e é esse o objetivo da pesquisa nas tarefas da BPM.
Os estudos de Morais (1986) e de Santos (1987 apud OLIVEIRA 2000), explicam, de maneira
esclarecedora, os conceitos de imagem, esquema corporal, mostrando que a imagem corporal é a
impressão de si mesmo, subjetivamente, baseando-se em percepcoes internas e externas (exemplo:
altura, peso, força muscular). O conceito de corpo envolve um conhecimento intelectual e
consciente do corpo, e também das funcoes de seus órgãos.
O esquema corporal, portanto, faz com que a criança sinta-se bem à medida que seu corpo lhe
obedece, dando-lhe a sensação de dominância e confiança.
A noção do corpo dá ao ser humano a capacidade de reconhecer-se como um objeto no seu próprio
campo perceptivo, de onde resulta a sua auto-confiança, auto-estima e auto-controle.
Todo ser tem seu mundo construído com base em suas próprias experiências corporais em palestra
proferida no I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, afirmou-se que: “Toda relação corporal
implica uma relação psicológica, visto que o movimento não é um processo isolado e está em
estreita relação com a conduta e personalidade” (MARIZOTO apud OLIVEIRA, 2000). Sendo
assim, o corpo é uma forma de expressão da individualidade, e deve ser entendido não somente
como algo biológico e orgânico, possibilitando visão, audição, movimento, mas também como um
lugar que permite expressar emoções e estados interiores.
Vayer (1985), afirma que todas as experiências das crianças (o prazer e a dor, o sucesso ou o
fracasso) são sempre vividos corporalmente. Acrescentando-se valores sociais que o meio dá ao
corpo, estes terminam por serem investidos de significações, de sentimentos e de valores muito
particulares e absolutamente pessoais.
De acordo com Le Boulch (1984 apud OLIVEIRA 2000), o desenvolvimento do esquema corporal
e dividido em três etapas.
A criança passa, inicialmente, pela fase da vivência corporal. Ela corre, brinca, trabalha seu corpo,
passa pelo que se chama, de atividade espontânea para uma atividade integrada. De Meur afirma
“que ela passa pela fase de conhecimento das partes de seu corpo sentindo interiormente cada
segmento e vendo cada segmento dela em um espelho, em uma outra criança e em uma figura.”
(DE MEUR, 1984 apud OLIVEIRA, 2000:13).
Essa etapa, portanto, é dominada pela experiência vivida pela criança, pela exploração do meio,
por sua atividade investigadora e incessante. Ela precisa adquirir sua
próprias experiências e não se guiar pelas do adulto, pois é pela prática pessoal, pela sua
exploracao que se ajusta, domina, descobre e compreende o meio. Ela adquiri também uma
verdadeira memória do corpo, e esta, por sua vez, é responsável pela eficácias dos ajustamentos
posteriores.
No final dessa fase pode-se falar em imagem do corpo, pois o eu se torna unificado e
individualizado.
A criança percebe as tomadas de posicoes e associa seu corpo aos objetos da vida quotidiana.
Passa a ver seu corpo como urn ponto de referênda para situar-se e situar os objetos em seu espaço
e tempo. Este é o primeiro passo para que ela possa, mais tarde, chegar a estruturacao espaço-
temporal, e neste momenta ser capaz de assimilar conceitos como embaixo, acima, direita,
esquerda, adquirindo também a nocao de tempo como duracao de intervalos, ordem e sucessão, ou
seja, o que vem antes, depois, primeiro, último.
É a fase da estruturacao do esquema corporal. Até esta fase, pode-se dizer que a criança já
adquiriu nocao do todo e das partes de seu corpo, já conhece as posicoes e consegue movimentar-
se corretamente no meio ambiente com urn controle e urn domínio corporal maior, apesar da
criança só dispor de uma imagem mental do corpo em movimento a partir dos 10 a 12 anos. A
criança de 12 anos dispõe de uma imagem do corpo, tornando-a capaz de organizar e de combinar
as diversas orientacoes (LE BOULCH, 1984).
Isso tudo significa que os pontos de referênda não estão mais centrados no próprio corpo, mas são
exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar pontos de referênda para orientá-lo.
Esse fator é uma consequencia do fator anterior, visto que para uma criança perceber a posição dos
objetos no espaço, ela precisa, inicialmente, ter uma boa imagem corporal, para poder usar seu
corpo como ponto de referênda. A criança apresentará uma boa organizacao quando tiver domínio
de seu corpo no espaço, este domínio é adquirido com movimentacao corporal e exploração
motora. Ao pegar urn objeto é necessário manuseá-lo, jogá-lo, agarrá-lo, lanca-lo para frente, para
trás, para dentro e para fora de urn determinado lugar (OLIVEIRA, 2000).
Contudo, toda informacao relacionada com o espaço tern que ser interpretada através do corpo.
Pelo corpo (nocao do corpo) pode-se estimar a quantidade de movimentos necessários para
explorar o espaço e os objetos nele contido. É através da translacao do movimento no espaço que
se obtém o conhecimento da distância que estão localizados os objetos ou percorrida no espaço.
Segundo Fonseca (1995), transformamos o conhecimento do corpo em conhecimento do espaço,
primeiro intuitivamente, depois lógica e conceitualmente.
O tempo é a coordenação dos movimentos; quer se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos
no espaço, quer se trate destes movimentos internos que são as acoes simplesmente esboçadas,
antecipadas ou reconstituídas pela memória mas cujo desfecho e objetivo final é também espacial
(PIAGET apud OLIVEIRA, 2000: 85).
Negrini (1986), ressalta que a orientacao espacial ou a direcionalidade, vai se estabelecendo em
funcao dos estímulos extereoceptivos, isto é, aqueles vindos do meio no qual a criança está
inserida, diferenciando-se da lateralizacao, visto que, os estímulos são internos, nascem do corpo,
sendo, portanto, proprioceptivos.
De acordo com o Mapa de Brodman a praxia global corresponde as áreas 4 (zona motora), 6 e 8
(zonas pré-motoras). Mas como a praxia global está mais ligada às tarefas motoras seqüenciais
globais, a área 6 é predominante, segundo Lúria (apud FONSECA, 1995), ela tern como missão a
realizacao e a automacao de movimentos globais
complexos, que se desenrolam num certo período de tempo, exigindo a atividade conjunta de
vários grupos musculares.
A praxia global dá indicações sobre a organizacao práxica da criança nas suas atividades motoras.
Através da observacao da qualidade de execucao de urn ato motor e das diferentes formas de
realizacao, pode-se captar sinais sobre a organizacao psicomotora, e ao mesmo tempo perspectivar
suas repercussões no desenvolvimento motor afetivo e intelectual, Fonseca (1976 e 1977 apud
FONSECA, 1995.
A praxia, segundo Ayres (1982 apud FONSECA, 1995), é a capacidade para planificar ou levar a
efeito uma atividade pouco habitual, e implica na realizacao de uma sequencia de ações para
atingir urn fim ou urn resultado. Partindo desse princípio Wallon (1928 apud FONSECA, 1995),
diz ser a praxia global algo que se vê, por exemplo, durante urn movimento pobre, observa-se uma
dismetria, discrônia exagerada e mal inibida, e isto é devido a uma desorganizacao cerebral. A
disfuncao sensorial implica na descoordenacao de vários centros que participam da planificacao
motora, e ao dar urn déficit na planificacao motora a dispraxia emerge da imperfeigao dos
movimentos.
O objetivo da praxia global no trabalho de Fonseca, quando utilizou a Bateria Psicomotora (1995),
não é só avaliar o rendimento motor, mas também a qualidade da integracao sensorial e
psicomotora, evidenciando a integridade do cérebro, desde o tronco cerebral aos hemisférios
cerebrais. O cérebro diz aos músculos o que fazer, mas as sensacoes vem do músculo e do corpo
(proprioceptiva), permitindo ao cérebro executar o que transmitiu.
A praxia fina é urn dos fatores mais importante na aprendizagem escolar da criança, sendo a mão
urn órgão de apropriacao e de relacao com o exterior, dando possibilidade da criança reconhecer,
sentir os objetos e o corpo por meio da palpacao e
discriminação tátil. Auxiliando-a também no apanhar, segurar, bater, riscar, captar,
lançar puxar, empurrar (FONSECA, 1995)
Brandão (1984), analisa a mão como um dos instrumentos mais úteis para a descoberta
do mundo, afirmando que ela é um instrumento de ação a serviço da inteligência.
A íntima relação que a praxia fina tem com a percepção visual é de grande importância
para o desenvolvimento psicomotor e para o desenvolvimento da aprendizagem,
nomeadamente da leitura, da escrita e do cálculo (FONSECA, 1984).
3- Estudo de Caso
3.1- Caracterização da Criança
A I. S. é uma criança de etnia cigana com sete anos e 6 meses. Os seus progenitores são
primos direitos, havendo problemas comprovados de consanguinidade, facto que levou
á realização do Cariótipo de duas das menores (aguardando-se os resultados).
A gravidez da I. S. não foi desejada mas aceite de inicio, contudo a mãe negligenciou a
gravidez desde o segundo trimestre. O parto decorreu normalmente como podemos
verificar na ficha de anamnese (anexo...).
Aos cinco anos de idade a I. S. foi internada devido a cefaleias recorrentes tendo sido
detectado períodos de ausência que poderiam sugerir situações de amnésia, contudo não
houve continuação do acompanhamento médico para diagnóstico conclusivo.
A I. S. habita com os pais, duas irmãs e um irmão mais novo, num apartamento muito
pequeno tendo em conta o número do agregado familiar, facto que leva a que a I. S.
partilhe o quarto com as duas irmãs, não tendo um espaço próprio.
Uma das irmãs tem diagnóstico de Esclerodermia, a outra tem um atraso global de
desenvolvimento, estando comprometido a sua progressão escolar. O irmão com apenas
três anos já revela grave atraso na aquisição da linguagem, bem como de outras
competências básicas.
- Tonicidade
- Equilibração
- Praxia Global
- praxia fina
Um Estudo de Caso
4- Conclusão
Um Estudo de Caso
5- Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
Mata, P.; Bettencourt, C; Lino, M. J.; & Paiva, M. S. (2004). Cientistas de palmo e
meio. Uma brincadeira muito séria. Análise Psicológica, 1 (XXII), 169-174.
Santos, Mauricio Silva (2005). Geogrfices uma colecção de coisas mais (ou menos)
importantes. Rio de Janeiro: e-papers
Um Estudo de Caso
5- Anexos
Um Estudo de Caso
Um Estudo de Caso
Anexo I
FICHA DE ANAMNESE
1 - Dados de identificação
Profissão: Desempregada
Tm 933346936
Profissão:Vendedor Ambulante
Tm 968301847
2 – História Sócio-familiar
Nº de divisões da casa: 3
A criança dorme em quarto próprio ? Não Se não, com quem compartilha o quarto, e
quais os motivos ( falta de espaço, medo de dormir sozinha) ? Falta de espaço tendo em conta o
número de elementos do agregado familiar.
Outros: Irmãos
Diabetes
Alcoolismo
Tuberculose
Toxicodependência
Epilepsia
D. Cardíacas
Def. Visual
Def. Auditiva
Def. Motora
Def. mental
Paralesia cerebral
3 – Antecedentes pessoais:
Gestações anteriores : 2
Gravidez:
Desejada
Não aceite
Vigiada X
Sem intercorrências
Parto:
Obstétricas:___________________________________________________________
Teve convulsões:Não
Observações:________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Alimentação:
Dificuldades:
Um Estudo de Caso
Dentição: Tardia
Sono:Actualmente
4 – Desenvolvimento global
4.1 – Psicomotor:
4.2 - Linguagem:
Revela:
Outras situações :
Observações:
Um Estudo de Caso
5 – Autonomia
Alimentação:
Higiene:
Despir / vestir :
Despe-se/ veste-se sozinho ( incluindo botões e fecho ) Necessita de ajuda no que diz respeito
a botões e atacadores
6 – História clinica:
Um Estudo de Caso
6.1 -Doenças:
Outras situações Em Outubro 2008 internamento devido a cefaleias recorrentes tendo sido
detectado períodos de ausência que poderiam sugerir situações de amnésia, não houve
continuação do acompanhamento para diagnóstico conclusivo.
Observações:
6.2.
Anexo II
Um Estudo de Caso
Funções do Corpo
Nota: Assinale com uma cruz (X), à frente de cada categoria, o valor que considera mais adequado à situação, de
acordo com os seguintes qualificadores:
0 – Nenhuma deficiência; 1 – Deficiência ligeira; 2 – Deficiência moderada; 3 – Deficiência grave;
4 – Deficiência completa; 8 – Não especificada1; 9 – Não aplicável2
1
Deve ser utilizado sempre que não houver informação suficiente para especificar a gravidade da deficiência.
2
Este quantificador deve ser utilizado nas situações em que seja inadequado aplicar um código específico.
Quantificadores
Funções do Corpo
0 1 2 3 4 8 9
Capítulo 1 – Funções Mentais
(Funções Mentais Globais)
b110 Funções da consciência x
b114 Funções da orientação no espaço e no tempo x
b117 Funções intelectuais x
b122 Funções psicossociais globais x
b125 Funções intrapessoais x
b126 Funções do temperamento e da personalidade x
b134 Funções do sono x
(Funções Mentais Específicas)
b140 Funções da atenção x
b144 Funções da memória x
b147 Funções psicomotoras x
b152 Funções emocionais x
b156 Funções da percepção x
b163 Funções cognitivas básicas x
b164 Funções cognitivas de nível superior x
b167 Funções mentais da linguagem x
b172 Funções do cálculo x
Capítulo 2 – Funções sensoriais e dor
b210 Funções da visão x
b215 Funções dos anexos do olho x
b230 Funções auditivas x
b235 Funções vestibulares x
b250 Função gustativa x
b255 Função olfactiva x
b260 Função proprioceptiva x
b265 Função táctil x
b280 Sensação de dor x
Capítulo 3 – Funções da voz e da fala
b310 Funções da voz x
b320 Funções de articulação x
b330 Funções da fluência e do ritmo da fala x
Capítulo 4 – Funções do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematológico e imunológico e do
aparelho respiratório
b410 Funções cardíacas x
Um Estudo de Caso
Assinatura: ________________________________________________________
Actividade e Participação
Um Estudo de Caso
Nota: Assinale com uma cruz (X), à frente de cada categoria, o valor que considera mais adequado à situação, de
acordo com os seguintes qualificadores:
0 – Nenhuma dificuldade; 1 – Dificuldade ligeira; 2 – Dificuldade moderada; 3 – Dificuldade grave;
4 – Dificuldade completa; 8 – Não especificada1; 9 – Não aplicável2
1
Deve ser utilizado sempre que não houver informação suficiente para especificar a gravidade da dificuldade.
2
Este quantificador deve ser utilizado nas situações em que seja inadequado aplicar um código específico.
Quantificadores
Actividade e Participação
0 1 2 3 4 8 9
Capítulo 1 – Aprendizagem e aplicação de conhecimentos
d110 Observar x
d115 Ouvir x
d130 Imitar x
d131 Aprender através da interacção com os objectos x
d132 Adquirir informação x
d133 Adquirir linguagem x
d134 Desenvolvimento da linguagem x
d137 Adquirir conceitos x
d140 Aprender a ler x
d145 Aprender a escrever x
d150 Aprender a calcular x
d155 Adquirir competências x
d160 Concentrar a atenção x
d161 Dirigir a atenção x
d163 Pensar x
d166 Ler x
d170 Escrever x
d172 Calcular x
d175 Resolver problemas x
d177 Tomar decisões x
Capítulo 2 – Tarefas e exigências gerais
d210 Levar a cabo uma tarefa única x
d220 Levar a cabo tarefas múltiplas x
d230 Levar a cabo a rotina diária x
d250 Controlar o seu próprio comportamento x
Capítulo 3 – Comunicação
d310 Comunicar e receber mensagens orais x
d315 Comunicar e receber mensagens não verbais x
d325 Comunicar e receber mensagens escritas x
d330 Falar x
d331 Produções pré-linguísticas x
d332 Cantar x
d335 Produzir mensagens não verbais x
d340 Produzir mensagens na linguagem formal dos sinais x
d345 Escrever mensagens x
d350 Conversação x
d355 Discussão x
d360 Utilização de dispositivos e de técnicas de comunicação x
Capítulo 4 – Mobilidade
d410 Mudar as posições básicas do corpo x
d415 Manter a posição do corpo x
d420 Autotransferências x
d430 Levantar e transportar objectos x
d435 Mover objectos com os membros inferiores x
d440 Actividades de motricidade fina da mão x
d445 Utilização da mão e do braço x
d446 Utilização de movimentos finos do pé x
d450 Andar x
Um Estudo de Caso
d455 Deslocar-se x
Capítulo 5 – Autocuidados
d510 Lavar-se x
d520 Cuidar de partes do corpo x
d530 Higiene pessoal relacionada com as excreções x
d540 Vestir-se x
d550 Comer x
d560 Beber x
d571 Cuidar da sua própria segurança x
Capítulo 6 – Vida doméstica
d620 Adquirir bens e serviços x
d630 Preparar refeições x
d640 Realizar o trabalho doméstico x
d650 Cuidar dos objectos domésticos x
Capítulo 7 – Interacções e relacionamentos interpessoais
d710 Interacções interpessoais básicas x
d720 Interacções interpessoais complexas x
d730 Relacionamento com estranhos x
d740 Relacionamento formal x
d750 Relacionamentos sociais informais x
Capítulo 8 – Áreas principais da vida
d815 Educação pré-escolar x
d816 Vida pré-escolar e actividades relacionadas x
d820 Educação escolar x
d825 Formação profissional x
d835 Vida escolar e actividades relacionadas x
d880 Envolvimento nas brincadeiras x
Capítulo 9 – Vida comunitária, social e cívica
d910 Vida comunitária x
d920 Recreação e lazer x
Outros aspectos da Actividade e Participação a considerar
Factores Ambientais
Barreira ou Quantificadores
Factores Ambientais
Facilitador 0 1 2 3 4 8 9
Capítulo 1 – Produtos e Tecnologias
e110 Para consumo pessoal (alimentos, medicamentos) + x
e115 Para uso pessoal na vida diária + x
e120 Para facilitar a mobilidade e o transporte pessoal + x
e125 Para a comunicação - x
e130 Para a educação + x
e135 Para o trabalho x
e140 Para a cultura, a recreação e o desporto - x
e150 Arquitectura, construção e acabamentos de
+ x
prédios de utilização pública
Um Estudo de Caso
Anexo III
Unidade Tonicidade X
Equilibração X
2ª Lateralização X
Estr.EspaçoTemporal X
3ª Praxia Global X
Escala de Pontuação:
1 – Realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) – perfil apráxico
2 – Realização com dificuldades de controle (satisfatório) – perfil dispráxico
3 – Realização controlada e adequada (bom) – perfil eupráxico
4 – Realização perfeita, econômica, harmoniosa e controlada (excelente) – perfil
hiperpráxico.
TONICIDADE:
Extensibilidade:
Membros Inferiores 4 3 2 1
Membros Superiores 4 3 2 1
Passividade: 4 3 2 1
Paratonia:
Membros inferiores 4 3 2 1
Membros superiores 4 3 2 1
Diadococinesias:
Mão Direita 4 3 2 1
Mão Esquerda 4 3 2 1
Sincinesias:
Bucais (Axiais) 4 3 2 1
Contralaterais (de imitação) 4 3 2 1
EQUILIBRAÇÃO:
Imobilidade 4 3 2 1
Equilíbrio Estático
Um Estudo de Caso
Apoio Retilíneo 4 3 2 1
Ponta dos pés 4 3 2 1
Apoio num pé D E 4 3 2 1
Equilíbrio Dinâmico
Marcha Controlada 4 3 2 1
Evolução no banco:
1) para frente 4 3 2 1
2) para trás 4 3 2 1
3) Lado direito 4 3 2 1
4) Lado esquerdo 4 3 2 1
Um só pé (E) 4 3 2 1
Um só pé (D) 4 3 2 1
Pés juntos para frente 4 3 2 1
Pés juntos para trás 4 3 2 1
“ com olhos fechados 4 3 2 1
LATERALIZAÇÃO: 4 3 2 1
D E
Ocular
Auditiva D E
Manual D E
Pedal D E
Inata D E
Adquirida
D E
NOÇÃO DE CORPO:
Sentido Cinestésico 4 3 2 1
Reconhecimento D e E 4 3 2 1
Auto-imagem (face) 4 3 2 1
Imitação de Gestos 4 3 2 1
Desenho do corpo 4 3 2 1
ESTRUTURAÇÃO ESPACIO-TEMPORAL:
Organização 4 3 2 1
Estruturação Dinâmica 4 3 2 1
Um Estudo de Caso
Representação Topográfica 4 3 2 1
Estruturação Rítmica 4 3 2 1
As estruturas rítmicas:
● • • ● • • ● • • ● • 4 3 2 1
● ● ● • ● ● • • • 4 3 2 1
● ● • • ● • • ● ● • • 4 3 2 1
● ● • • ● ● • • ● ● • 4 3 2 1
● • • ● • • • ● ● ● 4 3 2 1
PRAXIA GLOBAL:
Coordenação óculo-manual 4 3 2 1
Coordenação óculo-pedal 4 3 2 1
Dismetria 4 3 2 1
Dissociação:
Membros Superiores 4 3 2 1
Membros Inferiores 4 3 2 1
Agilidade 4 3 2 1
PRAXIA FINA:
Coordenação Dinâmica Manual 4 3 2 1
Tempo:______________
Tamborilar 4 3 2 1
Velocidade e precisão 4 3 2 1
Número de pontos 17 4 3 2 1
Um Estudo de Caso
Número de cruzes 14 4 3 2 1
Anexo IV
Estratégias de Intervenção
BLOCOS DE ENCAIXE
Um Estudo de Caso
CAIXA TÁTIL
Caixa de madeira com orifício por onde a criança deverá enfiar a mão, retirar uma peça e
posteriormente, repetindo a operação, encontrar o par do objeto. Ideal para o treinamento e
desenvolvimento da percepção tátil.
CUBOS DE ENCAIXE
DOMINÓ DE TEXTURAS
- facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o convívio entre os mesmos: na sala
de aula, no recreio, no bar, no ginásio, ...;
- visitar outras escolas, assim como outros locais onde se propicie o contacto com diferentes
pares;
- realizar actividades práticas na comunidade, tais como: ir à biblioteca, levar uma carta ao
correio, pagar a água, ...;
- realizar intercâmbios com outras escolas, instituições e outras entidades, a fim de promover a
interacção com diferentes pessoas e diferentes ambientes;
- etc.
- identificar os parceiros com quem comunica através do nome, dum gesto ou de um objecto
de referência – apresentar as crianças umas às outras, colocar questões ao grupo acerca das
presenças e ausências, estabelecer uma rotina clara e com consequências das acções, dizer o
nome da criança para obter a sua atenção….;
- estruturar as acções no tempo de forma sistemática – lavar as mãos antes de comer, vestir o
casaco antes de ir para casa, …);
- construir de tabuleiros com diferentes texturas (para utilizar como calendários, por exemplo);
- responder ao aluno de acordo com a situação, uma vez que determinados gestos são
repetidos, mas dependendo da hora, da situação, do contexto, nem sempre querem dizer o
mesmo – apontar para a rua de manhã pode significar ir passear, se for ao final do dia, pode
significar que está a chegar alguém para o levar para casa,…;
- levar o aluno a pedir materiais em função das actividades propostas, estimulando assim a
comunicação – ao almoço não lhe dar o copo de água, não colocar o talher,…;
- dar informação verbal acerca da actividade que a criança realiza, utilizando sempre a fala em
conjugação com outras formas de comunicação;
- mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma vez que
muita informação e mal estruturada pode ser motivo de confusão e mesmo de desmotivação
para a criança.
- promover a participação dos alunos de forma parcial, ou seja, dar a possibilidade de o aluno
realizar alguns passos da tarefa, com ou sem ajuda, na ausência de capacidade de realização
da mesma;
- realizar as actividades de higiene, como lavar a cara, as mãos, tomar banho, lavar os dentes,
fazer a barba, ...;
- ter formas de comunicação que lhe permitam chamar atenção, pedir ajuda, recusar ou pedir
mais;
Um Estudo de Caso
- conhecer os espaços onde se desloca e move, assim como as pessoas que os compõem, como
a escola, casa e comunidade;
- trabalhar a independência no uso da casa de banho (ser o mais independente possível e pedir
ajuda quando não consegue ser aut;
- criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e
concentrar-se nas actividades propostas;
- utilizar “landmarks” e cores com texturas para auxiliar a orientação e a organização do aluno;
- usar o “little room” ou pequenos ginásios onde o aluno possa desenvolver as suas
capacidades e habilidades;
- aplicar pistas sonoras e tácteis que permitam encontrar objectos ou explicação para algumas
situações;
- apresentar primeiro as texturas nas costas da mão do aluno e só depois na palma da mão;
- efectuar a estimulação sensorial de forma cuidada, sistemática e gradual (para não criar
confusão ao aluno);
- proporcionar actividades onde o principio, o meio e o fim sejam claros e onde ambos (aluno e
professor/educador) possam realizá-la em conjunto;
- dar oportunidade ao aluno de experimentar várias situações onde tenha controlo sobre o seu
ambiente, de forma a generalizar os skills aprendidos;
- criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e
concentrar-se nas actividades propostas;
- use objectos simples de forma a facilitar a sua exploração por parte da criança e que sejam
significativos para ela;
- motivar o aluno para a aprendizagem e saber qual o tipo de reforço mais efectivo para a
criança (prémio social, comida, brinquedo preferido...);
Um Estudo de Caso
– conhecer as condições óptimas para a criança aprender, assim como as estratégias que
esta utiliza para explorar o seu ambiente;
Um Estudo de Caso