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A escalada armamentista e o inicio da era espacial

O EUA era depois de Hiroxima o país com maior domínio atómico sendo a potência mais
poderosa do mundo.

Mas dado o perigo que tal arma representava tornou-se necessária a criação de uma
cooperação internacional para mediar o fabrico e o uso da mesma.

Então, foi criada a Comissão de Energia Atómica no quadro da ONU (1946). Essa Comissão
pretendia:

 Ser uma autoridade internacional que controlasse o desenvolvimento atómico;

 Aplicar sanções.

Mas para isso a liberdade de inspecção e vigilância iria ser posta em pratica e então a URSS
opôs-se, apresentado propostas:

 Destruição imediata de todas as bombas existentes;

 Interdição de pesquisa atómica apenas para fins militares com o controlo do Conselho
de Segurança.

Contudo, os EUA não aceitaram e não se chegou a nenhum acordo sobre esta matéria,
continuando o fabrico e as pesquisas acerca da bomba atómica, nomeadamente por parte da
URSS.

Em 1952, os EUA e a URSS estavam em equilíbrio, a causa do desarmamento ganhou


defensores e a ONU criou a Comissão para a Energia Atómica, que se revelou efémera por não
ter conseguido limitar as pesquisas e o fabrico da bomba.

Em 1957 foi lançado o primeiro satélite para o espaço enviado pela URSS e em 1961 o primeiro
astronauta. Estas situações tornaram a URSS mais confiante.

Enquanto isto, os EUA queriam também provar a sua superioridade à URSS construindo
mísseis armados de longo alcance. Contudo os EUA perdiam supremacia, e em 1958
Eisenhower centralizava e acelerava do programa espacial.

Dos conflitos localizados à Guerra Fria


Depois da morte de Estaline e do fim da Guerra da Coreia, houve um desanuviamento por
parte das relações internacionais, que coincidiu com a estruturação dos dois blocos:

De um lado a URSS

 Defendia a coexistência pacífica e a liberação por parte de Kruchtchev;

Do outro os EUA:

Defendiam a politica de contenção do comunismo de Truman que se consolidou com a


de Eisenhower, isto é, o estabelecimento de pactos e alianças defensivas.

 Contudo este desanuviamento não impede a continuação de crises e tenções localizadas


pois a URSS impedia o desvio dos valores do bloco socialista ao passo que os EUA impediam
que o comunismo avançasse.


EUA e URSS evitam o confronto directo e exemplo disso foi o controlo dos Soviéticos na
revolta da Hungria no caso da Crise de Suez.

Em 1958 verificou-se uma degradação do clima internacional, pois novas tensões surgiram e
não encontraram uma solução para a negociação mas para as ameaças de força:

Crise de Berlim

Crise dos mísseis de Cuba (Outubro de 1952):

O ditador cubano Fulgêncio Batista foi deposto a uma revolta chefiada por Fidel Castro. No
poder este promulgou uma reforma agrária que colidia com os interesses dos proprietários
americanos. Os EUA decretaram então um embargo comercial, chegando depois ao corte das
relações diplomáticas. Castro, sem ligação à URSS para impedir que a situação evoluísse
recorreu á União Soviética. Os acordos comerciais e de assistência que foram assinados
causaram apreensão aos Americanos.

A CIA estabeleceu então um plano para ajudar a depor o regime revolucionário, Kennedy,
aprovou a invasão da ilha por anticastristas. Mal preparada a ofensiva fracassou na Baia dos
Porcos em 1961.

Entretanto, Castro aceitou a ideia de Kruchtchev de colocar mísseis soviéticos em Cuba para
dissuadir os EUA de um ataque. Mais tarde Kennedy decidiu o bloqueio a Cuba e Kennedy
exige a retirada dos mesmos.

Kruchtchev aceita a retirada dos mísseis em troca da promessa de não derrubar Castro pela
força e também da retirada dos mísseis americanos da Turquia. Kennedy aceita o acordo.
Depois da crise de Cuba, embora com antagonismos, os intervenientes compreendem que é
necessário uma reproximação.


Havia um interesse mútuo na paz


Instalou-se então o chamado Telefone Vermelho

(Facilitava os dirigentes de Washinton e Moscovo na comunicação, consultando-se sempre que


houvesse algum incidente que pudesse levar à Guerra)

De seguida com um espírito de pacificação, foi assinado o Tratado de Moscovo que proibia os
ensaios nucleares na atmosfera.

 O recuo de Kruchtchev evitou o desencadear da guerra atómica. Mas o medo de um


confronto nuclear fez com que os protagonistas sentissem a necessidade de regressar à
coexistência pacifica.

A estabilização do sistema internacional depois de 1963:

Um mês depois da colocação do 1º homem no espaço e da invasão de Cuba, Kennedy decide


restaurar o prestigio dos EUA com um novo programa espacial americano.

 Entretanto, as superpotências iam aperfeiçoando os armamentos.

Depois de Cuba, os dirigentes soviéticos sentiram ainda mais necessidade de igualar o nível
militar com os EUA.

Americanos e Soviéticos aperfeiçoaram também os armamentos convencionais mantendo as


armas nucleares guardadas e o avanço técnico das industrias fazem do armamento um sector
prospero que consome grande parte dos orçamentos.

Na década de 60, os Soviéticos estavam cada vez mais próximos da paridade com os EUA
(estes aperfeiçoaram o MIRV).

 Tentou-se então acabar com a proliferação das armas nucleares e foi então assinado o
Tratado de Genebra.

Mais tarde as duas superpotências reconheceram também que a opção nuclear deicou de ser
razoável e acordaram em não depositar armas nucleares no fundo dos oceanos (ACORDOS
SALT).
O envolvimento dos EUA na guerra do Vietname

O Vietname tinha sido uma colónia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-
1954) foi dividido em dois Estados: Vietname do Norte e Vietname do Sul. O Norte era
comandado por Ho Chi Minh e possuía uma orientação comunista, sendo apoiado pela
União Soviética. O Sul era uma ditadura militar, que passou a ser aliado dos Estados
Unidos que temiam uma “teoria dos dominós” e que toda a região se tornasse
comunista, e, portanto, adoptou um sistema capitalista.

A relação entre os dois Estados Vietnamitas, em função das divergências


políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongs
(guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma
base norte-americana no Vietname do Sul. Este facto deu início à guerra.

 Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietname do Norte e do


Sul, embora os Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio de forma
indirecta.

Em 1965, os Estados Unidos resolveram entrar directamente no conflito,


enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram
num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de
chuvas. Os vietcongs utilizaram tácticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos
empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos.  

No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-


americana, e o presidente Johnson não se recandidatou. O novo presidente, Nixon,
tentou um processo de “vietnamização” da guerra, isto é, a substituição das tropas
americanas por tropas sul-vietnamitas, com apoio económico dos EUA.

Enquanto os combates nos terrenos se tornavam cada vez mais sangrentos,


prosseguiam, em Paris, conversações que terminariam nos acordos de 1973 - cessar-
fogo, com retirada das tropas americanas e norte-vietnamitas, e eleições gerias para
uma reunificação. Nenhuma das partes respeitou os acordos.

Em 30 de Abril de 1975, as tropas do Vietcong entravam em Saigão, obrigando


a uma evacuação precipitada dos americanos e alguns aliados sul-vietnamitas. Dá-se
então a vitória do Vietname do Norte e os EUA saem derrotados.
O Rápido crescimento do Japão

Após a derrota do Japão na guerra, este enfrenta uma situação extremamente grave devido à
ocupação americana ter transformado as estruturas políticas, sociais e culturais do país.

Então, fez-se uma reforma agrária que visava o desarmamento, a desmilitarização e a


democratização do país com base nos princípios liberais da democracia americana.

A nobreza foi abolida e a Constituição, além de estabelecer a renúncia do povo japonês à


guerra, consagra os princípios da igualdade de direitos de homens e mulheres, a separação de
poderes e a soberania popular.

O imperador é nomeado e escolhido pela vontade popular e nomeia o primeiro-ministro que a


DIETA (assembleia) designa entre os seus membros.

Houve também outra reforma agrária que assentava na legislação familiar e económica, essa
reforma:

 Confiscou as terras dos grandes proprietários absentistas, retribuindo-as ao mesmo


tempo que se desmembravam as grandes concentrações económicas familiares, reformando-
se o sector industrial.

A Guerra Fria e o avanço comunista da China, juntamente com a Guerra da Coreia, deram ao
Japão um novo papel estratégico e logístico e apressaram a reconstrução económica e o
regresso à soberania. Grande produção industrial.

Em 1961 o Japão consegue um ritmo de crescimento tão rápido que ficou conhecido como “O
milagre japonês”, que se deveu a factores internos e externos.

Em 1971 há um novo boom económico, devido à introdução de novos produtos (televisão a


cores, automóveis…).

No final dos anos 60 o Japão é a terceira potência económica do Mundo. Um crescimento tão
rápido trouxe desequilíbrios a nível interno (poluição) e a nível externo (forçados pelos EUA e
abandonar as medidas proteccionistas).

A Ascensão da Europa
Da Guerra saiu uma nova ideia de Europa, que começou por ser um modo de sair do
afundamento económico para se tornar cada vez mais um modo de evitar a absorção pelos
novos centros no poder mundial.

As primeiras organizações de cooperação europeia foram criadas em 1948, o Tratado de


Bruxelas e a OECE que nasceram no contexto da escalada da Guerra Fria e que visavam
assegurar a defesa e a recuperação da economia.

Em Maio de 1948 realizou-se a Conferencia de Haia convocada pelo Comité Internacional de


Coordenação dos Movimentos de Unidade Europeia. Nesta conferência confrontaram-se duas
correntes:

 Os unionistas: pretendiam uma união, mas excluíam qualquer abandono da soberania;

 Os Federalistas: defendiam transferências de soberania para uns mais rápidas, para


outros progressivas e negociadas.

Chega-se a um acordo e cria-se o Conselho da Europa em 1949, composto pela Comissão dos
Ministros dos Negócios Estrangeiros e uma Assembleia Consultiva.

O Conselho, em 1953, conseguiu a assinatura da Convenção Europeia Dos Direitos do Homem


que tem desempenhado um papel relevante na defesa da importância da cultura, da educação
e da defesa do património europeus.

 Em 1950, a questão pôs-se sob outras perspectivas:

Jean Monnet considerava que a construção europeia deveria começar por realizações
concretas que habituassem os europeus a trabalhar em conjunto. O seu projecto para resolver
as questões da produção de ferro, de aço e das medidas impostas pelos vencedores à
Alemanha visava a constituição de uma Alta Autoridade.

Em 1951 formou-se a CECA que tinha como intenção preservar a paz especialmente entre a
Alemanha e a França.

Para tentar resolver o problema do rearmamento alemão alguns países tentaram formar uma
Comunidade Europeia de Defesa (CED). Em 1955 é relançada a ideia europeia com o projecto
da criação de um Mercado Comum europeu. Os seis estados-membros da CECA propõem-se
associar o Reino Unido, mas este continua a não estar disposto a perder soberania.

Em 1957 eram assinados dois tratados:

Um criava a Comunidade Económica Europeia (CEE); visava acelerar o crescimento da Europa


Dos Seis, mas os signatários afirmaram-se também determinados a estabelecer uma união
cada vez mais estreita entre os povos europeus;

Outro o EURATOM – Comunidade Europeia de Energia Atómica;

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