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É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje sua obra
é admirada tanto por leigos como por críticos literários.
Leopoldina
Nacionalidade Brasileiro
Biografia
Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera, para Augusto dos Anjos
seria a demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo
de produção pré-materialista, proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O
mundo seria representado por ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser
vivenciando-a no nascimento e na morte.
Seu amigo Órris Soares contou que Augusto dos Anjos costumava compor "de
cabeça", enquanto gesticulava e pronunciava os versos de forma excêntrica, e só
depois transcrevia o poema para o papel.
De acordo com Eudes Barros, quando morava no Rio de Janeiro com a irmã,
Augusto dos Anjos costumava compor no quintal da casa, em voz alta, o que
fazia sua irmã pensar que era doido.
A obra de Augusto dos Anjos pode ser dividida, não com rigor, em três fases, a
primeira sendo muito influenciada pelo simbolismo e sem a originalidade que
marcaria as posteriores. A essa fase pertencem Saudade e Versos Íntimos. A
segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa
fase é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua produção
mais complexa e madura, que inclui Ao Luar.
Sua poesia chocou a muitos, principalmente aos poetas parnasianos, mas hoje é
um dos poetas brasileiros que mais foram reeditados. Sua popularidade se deveu
principalmente ao sucesso entre as camadas populares brasileiras e à divulgação
feita pelos modernistas.
Nem é à toa também que o poeta de EU, Augusto dos Anjos, explore em sua
poética expressões tétricas como "Evangelho da podridão", "verme", "matéria
em decomposição", “cloaca”, "escarro", “miseria”, “grito”, “horrenda”, “alegre” e
"sangue". Todavia tudo junto e misturado às palavras alegres da literatura
carnavalizada, que vai abrindo a cena inaugural da miséria nacional por meio
dum estranho circo de horrores. É como se criasse assim nessa poética uma
metalinguagem cinematográfica sobre o corpo devorado por seus próprios
vermes. E o faz por meio duma escritura em plena festa da carne, o carnaval.
A poética EU do maior poeta paraibano do século XX, Augusto dos Anjos, é o grito
desesperado pra salvar a humanidade por meio de seu projeto fracassado, na
promessa de ressurreição tal como sucedeu com Jesus Cristo, vencendo a morte
da estética e a instaurando numa cena inaugural doutra nova e gigantesca
civilização brasileira que assombrará o mundo.
Outros, Como Chico Viana, procuram explicar a melancolia através dos conceitos
psicanalíticos. Para Sigmund Freud, a melancolia é um sentimento parecido com
o luto, mas se caracteriza pelo desconhecimento do melancólico a respeito do
objeto perdido. A origem da melancolia da poesia de Augusto dos Anjos estaria,
para alguns críticos, em reflexões de influências politica com os problemas de
sua família, e num conflito edipiano de sua infância.
Há ainda aqueles que tentam analisar a poesia de Augusto dos Anjos baseada
em sua criatividade como artista, de acordo com o conceito da melancolia da
criatividade do crítico literário norte-americano Harold Bloom. O artista seria
plenamente consciente de sua capacidade como poeta e de seu potencial para
realizar uma grande obra, manifestando, assim, o fenômeno da "maldição do
tardio". Sua melancolia viria da dificuldade de superar os "mestres" e realizar
algo novo. Sandra Erickson publicou um livro sobre a melancolia da criatividade
na obra de Augusto dos Anjos, no qual chama especial atenção para a natureza
sublime da poética do poeta e sua genial apropriação da tradição ocidental.
Segundo a autora, o soneto é a égide do poeta e, munido dele, Augusto dos
Anjos consegue se inserir entre os grandes da tradição ocidental.
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[editar] Bibliográficas
Wikiquote
Wikisource
O Wikisource possui trabalhos escritos por este autor: Augusto dos Anjos
ANJOS, Augusto dos [1884-1914]. EU. 1ª ed., revista e custeada pelo poeta
ainda em vida com ajuda de seu irmão Odilon dos Anjos, Rio de Janeiro: [s.c.p.]
1912.
GULLAR, Ferreira. "Augusto dos Anjos ou vida e morte nordestina". In: ANJOS,
Augusto dos. Toda a poesia; com um estudo crítico de Ferreira Gullar. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1978.
_______. A sombra e a quimera: escritos sobre Augusto dos Anjos. João Pessoa:
Idéia/Universitária, 2000.
MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo de. Poesia e vida de Augusto dos Anjos. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1978;
Referências
↑ ANJOS, Augusto dos [1884-1914]. EU. 1ª ed., custeada pelo poeta e seu
irmão Odilon dos Anjos, Rio de Janeiro [s.c.p.] 1914.
↑ NÓBREGA, Humberto. Augusto dos Anjos e sua época. João Pessoa, Edição
da Universidade da Paraíba, 1962.
↑ http://fucirla.wordpress.com
Poeta brasileiro
Reprodução
Quase toda a sua obra poética está no seu único livro "Eu", publicado em 1912.
Apesar de praticamente ignorado a princípio, pelo público e pela crítica, a partir
de 1919 o livro foi constantemente reeditado como "Eu e outros poemas".
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u196.jhtm