Você está na página 1de 13

Augusto

dos
Anjos
2a DS
Biografia
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos era um poeta brasileiro,
identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Mas
alguns,críticos,como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo
como pré-modernista, pois encontra-se características
nitidamente expressionistas em seus poemas. É conhecido como
um dos poetas mais críticos do seu tempo, focando suas críticas ao
idealismo egocentrista que se emergia em sua época, e até hoje
sua obra é admirada tanto por leigos quanto por críticos literários.
Continuação
É patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras
(APL).Augusto dos Anjos também é o patrono da Academia
Leopoldinense de Letras e Artes.
Nascimento : Morte:
20 de abril de 1884 12 de novembro de 1914 (30 anos)
Cidadania: Alma mater:
Brasil Faculdade de Direito do Recife da
Pernambuco Universidade Federal de Pernambuco
Ocupação: Obras destacadas:
poeta, professor, escritor EU
Movimento estético:
parnasianismo, simbolismo, pré-modernismo
Causa da morte
pneumonia
Augusto dos Anjos
CARACTERÍSTICAS DO
MOVIMENTO LITERÁRIO
Augusto dos Anjos possui Influencia do simbolismo
e do parnasianismo, além das correntes científicas
em voga no início do século XX nos seus poemas.

A literatura simbolista pode ser caracterizada como


uma arte profundamente marcada pelo pessimismo
em relação à existência, espaço marcado, agora, pela
desilusão. Utilizando uma linguagem fluida, imprecisa,
os autores desse movimento não buscavam retratar o
mundo, mas apenas sugeri-lo a partir de suas visões
subjetivas.
Continuação
Já o Parnasianismo é um estilo de época
caracterizado pela objetividade e pelo descritivismo,
além da retomada de temas da Antiguidade clássica e
rigor formal na construção do texto poético. O estilo
surgiu na França, no século XIX, no contexto da
Revolução Industrial, portanto, em uma época
marcada pelo desenvolvimento tecnocientífico e
valorização da razão.
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
Poema
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Poema
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!


E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!


E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,


Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte inda teremos filhos!
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Poema
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença,
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Poema
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;


No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,


Sirva-te a Crença do fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro -- avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,


Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Poema
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!


E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumba carcaça


O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Poema
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida


Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo
Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
Alunos:
Antonio Gabriel
Brigida Alves
Camilli Vitoria
Eduardo Henrique
Maria Eduarda
Stephanie Mayara
Lívia Letícia

Você também pode gostar