Dicas para Provas de Língua Portuguesa

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Dicas para provas de língua portuguesa

As questões de Língua Portuguesa contribuem para alimentar a angústia que acompanha os pretendentes às
vagas. O suspense paira no ar... como será a prova de Português? Muitos crêem que a falta de domínio da temida
gramática normativa (conjunto de regras que organiza as línguas humanas), impedindo até a resolução de questões
específicas de linguagem e a eventual ausência de clareza nos enunciados, sombreando-lhes o objetivo, são as
responsáveis pela imagem negativa que se cria em torno da prova de Língua Portuguesa.

Há certos equívocos nos conceitos de competência lingüística; é consenso da maioria dos falantes que saber Português é
conhecer os fatos gramaticais, o conjunto de regras ideal,à qual damos o nome de língua padrão, ou de norma culta.
Muitas vezes nos sentimos inseguros nas situações em que a chamada língua padrão é exigida nas provas escolares, nos
concursos públicos, nos discursos oficiais, nas falas em público etc.

Considera-se um entrave aos candidatos a ausência de referências bibliográficas, o que impede conhecer a postura da
banca com relação à gramática abordada: gramática contemporânea de Evanildo Bechara, Cunha & Cintra, Rocha Lima;
gramática ortodoxa de Napoleão Mendes de Almeida ou de outros puristas da língua.

Em se tratando de questões ligadas à área de compreensão e interpretação de texto, a preferência da banca é por textos
dissertativos, versando sobre temas da atualidade e, de preferência, ligados a assuntos pertinentes ao concurso,
predominando a linguagem denotativa sobre a conotativa, ou seja, o sentido real sobre o figurado. Destarte, grande parte
das questões refere-se à compreensão de texto e não à interpretação subjetiva , isto é, pretende-se que o candidato
compreenda as idéias do autor (o que realmente está escrito) sem corrompê-las. A compreensão de um texto está ligada
ao domínio do vocabulário, da idéia básica. A não identificação das palavras-chaves pode impedir a compreensão do
sentido geral do texto. É necessário considerar as pistas contextuais, para solucionar as questões ligadas ao
conhecimento lexical.

Há outro tipo de questão que não avalia apenas as idéias contidas no texto, mas exige conhecimentos de sintaxe
(coordenação, subordinação, concordância, regência), de semântica (significado das palavras) , de lógica (coerência)e de
concatenação entre as partes (coesão). O candidato, após a leitura atenta do enunciado , deverá demonstrar, nesse tipo de
questão, sua capacidade de perceber: argumentação, seqüência lógica, seqüência sintático-semântica, coerência entre o
enunciado e as alternativas propostas. No âmbito da compreensão textual, ainda pode ser solicitada a melhor paráfrase,
ou seja, a reafirmação em palavras diferentes da idéia central de um fragmento do texto. Na paráfrase o texto é recontado
com palavras próprias, é quase uma tradução; não deve ser confundida com o resumo que condensa as idéias contidas no
texto sem conclusões pessoais.

Em relação às questões gramaticais, os registros sistemáticos dos fatos lingüísticos e a estruturação de períodos podem
ser encontrados nos diferentes livros que tratam de lingüística textual e nas gramáticas normativas da Língua Portuguesa.
Para melhor entender os estudos gramaticais, a Gramática Normativa, segundo Domingos Paschoal Cegalla,em sua obra
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, divide-se em cinco partes distintas:

Fonética

Que estuda os sons da fala. Considera a palavra sob o aspecto sonoro e trata dos fonemas (como se produzem,
classificam e agrupam); da pronúncia correta das palavras, ou seja, da correta emissão e articulação dos fonemas
(ortoepia); da exata acentuação tônica das palavras (prosódia); da figuração gráfica dos fonemas ou a escrita correta das
palavras(ortografia).

Morfologia

Que se ocupa das diversas classes de palavras, isoladamente, analisando-lhes a estrutura, a formação, as flexões e as
propriedades.

Sintaxe

Que tem como objetivo estudar as palavras associadas na frase. Examina a função das palavras e das orações no período
(análise sintática); as relações de dependência das palavras na oração, sob o aspecto da subordinação (sintaxe de
regência); as relações de dependência das palavras sob o ângulo da flexão (sintaxe da concordância); a disposição ou
ordem das palavras e das orações no período (sintaxe da colocação).

Semântica
Que tem como objetivo o estudo da significação das palavras. Pode ser descritiva ou histórica. A semântica descritiva
estuda a significação atual das palavras; a histórica se ocupa com a evolução do sentido das palavras através do tempo. À
Gramática Normativa só interessa a semântica descritiva.

Estilística

Que trata, essencialmente, do estilo, ou seja, dos diversos processos expressivos próprios para sugestionar, despertar o
sentimento estético e a emoção. Esses processos resumem-se no que chamamos de figuras de linguagem. A estilística
visa ao lado estético e emocional da atividade lingüística.

Não menos importante, a pontuação tem presença obrigatória nos concursos. Algumas dicas para o emprego da
vírgula: não separar os termos essenciais da oração (sujeito, predicado, complementos) com vírgula. Se houver
elemento intercalado, por exemplo o adjunto adverbial, deve-se usar as duas vírgulas ou nenhuma. As orações
subordinadas antecipadas (OS + OP) devem vir sempre separadas por vírgula da mesma forma ocorre com as orações
reduzidas.

Quando o assunto é estruturação sintática, ficar atento ao paralelismo sintático-semântico , há que se verificar os
aspectos ligados à concordância, lembrando sempre que o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito que pode
estar anteposto ou posposto a ele. Em se tratando de verbos impessoais, como haver (=existir) e fazer (na indicação de
tempo) , não se flexionam. Na concordância dos nomes, o adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número.
São sempre invariáveis: pseudo, alerta, menos, meio (= um pouco), a olhos vistos, haja vista, de modo que, de maneira
que. Variam normalmente: mesmo, próprio, obrigado, quite, leso, anexo, incluso, nenhum, bastante(s) (=muitos), só
(=sozinhos), meio(=metade). Se o assunto é regência verbal, há que se perguntar ao verbo que preposição é exigida por
ele, por exemplo: quem simpatiza, simpatiza com, Os pronomes relativos vêm acompanhados de preposição dependendo
da regência do verbo. A ocorrência da crase está ligada à regência. O acento grave indicativo da crase pode ser
identificado na substituição do À por para a(s), pela(s), com a(s), na(s), da(s), ao(s); àquele (a), àquilo (= a este (a), a
isto); à que (= aquela que).

Não ocorre crase diante de palavras masculinas, de verbos, de palavras repetidas, de pronomes em geral.,de a(sing) +
palavra no plural.

Para se ter sucesso na resolução de questões, deve-se ler duas vezes o comando da questão para saber realmente o que se
pede. Destacar com caneta-marca-texto as palavras-chave dos enunciados, para não se contradizer . Ficar tranqüilo ,
confiante concentrado na prova são dados imprescindíveis para a conquista da almejada vaga.

Boa Sorte!

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