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Tomamos para análise as frases abaixo:

• Informou ao Santos suas motivações académicas.


• Desde que os teus comportamentos sejam tidos como
santos.
• “Não sem deixar uma carta em que jurava por todos os
santos a sua inocência.”
• A páscoa e o natal são, dos dias santos, os que os crentes
param para reflexão.
INTERPRETAÇÃO É VIDA!
Se tomarmos para análise as frases acima, notaremos que têm um
elemento comum, a palavra SANTOS, do latim: sanctu., que
apresenta, para cada frase, diferente acepção, porém com igual
sentido original.

Deste modo, uma vez que a palavra santos ganha sentidos


diferentes, ou seja, vários significados em virtude do seu contexto,
ela é tida como palavra polissémica.
Assim:
Santos:
Significado1: (nome próprio, talvez porque se quer
alguém imaculado ou puro);

Significado2: (= puro)
Significado3: (=imagem de pessoa santificada)
Significado4: (= Dias santificados pela
igreja/puros/sagrados)
No que respeita às palavras polissémicas, “só o contexto em que
cada palavra se encontra nos permite determinar com exactidão
qual o seu significado, e resolver assim casos de dúvida na
interpretação dessa palavra.” (Pinto e Lopes, 2014:211)

Em todo o caso, nas frases apresentadas, as palavras têm um


significado próprio, literal. Quando tal sucede, diz-se
denotação. Este sentido das palavras predomina na linguagem
informativa. (exemplificar com a linguagem de um decreto)
Há palavras que contêm muito mais do que o seu significado de
base: por conseguinte, temos que atender também ao seu
significado não literal, isto é, não podemos tomar apenas as
palavras à letra.(Pinto e Lopes, 2014:213) (exemplificar com
extratos do texto A Alma).

Diz-se que a conotação de uma palavra consiste nos valores


especiais que são acrescentandos ao tal significado de base: são
valores afectivos e culturais, com os quais o escritor ou quem fala
nos sugere coisas, nos leva a fazermos associações ou evocações
que alteram e enriquecem o significado inicial da palavra.
A conotação é própria da linguagem expressiva, afectiva, que
remete ao ouvinte ou leitor para um mundo de evocações e
sugestões. A conotação encontra-se muito nos textos
literários... (Idem)
ALARGAMENTO E INOVAÇÃO DO LÉXICO

Constituem estratégias de redução vocabular, as


abreviações, siglas, amálgamas e acrónimos.(Gomes
e Cavacas, 2005:208)
ABREVIATURA, PRIMEIRA VIA DE
REDUÇÃO

Trata-se da redução que fazemos na grafia de uma


palavra, criando uma forma equivalente dessa com
menos caracteres.

A abreviatura é inerente à escrita, onde sempre surgiu


para aliviar o esforço de quem escreve e até para
economizar espaço e custo.
PRINCÍPIOS ORIENTADORES PARA A CRIAÇÃO DE
ABREVIATURAS
Nunca termina em vogal, excepto se é formada de uma única letra.

Trata-se de um código especial. Por isso não pode ser usado em


qualquer texto que tenha valor jurídico, documental ou negocial:
actas, escrituras, actos bancários, contratos, tratados, decretos.

A abreviatura de uma palavra consiste basicamente na sua primeira


letra ou nas suas primeiras letras, sem separação de dígrafos e
seguidas de ponto final. E se houver apenas mais um segmento final
este é, em princípio, colocado ligeiramente elevado.
Página – pág. ___________________ Págs_____ pp.
Observação - Obs.
Doutor – Dr.__________________ Dr.ª______ Dr.as
Senhor – Sr. ___________________ Sr.ª________Sr.as

Engenheiro – Eng.º___________ Eng._______ªEng.as

Autor – A. _____________________ A.ª______AA.


Vossa – V. -
O plural das abreviaturas forma-se:

Por duplicação, no caso de se tratar de abreviatura de uma


só letra, seguindo-se um só ponto final.
Por passagem ao plural do segmento sobrelevado.
Eventualmente, por passagem ao plural da abreviatura,
globalmente

A abreviatura mantém a acentuação da palavra abreviada


SIGLAS E ACRÓNIMOS

Para Costa Pinto (2004:15), “as siglas ou acrónimos são a letra


ou letras iniciais designativas de organismos das mais variadas
espécies.”

Especificando, as siglas, propriamente dito, são abreviações não


legíveis. Ao passo que os acrónimos são abreviações legíveis, ou
seja, siglas legíveis correntemente.
ASPECTOS A CONSIDERAR NA FORMAÇÃO
DE SIGLAS

As siglas escrevem-se sem pontos a separar as


letras e só com maiúscula;
As siglas «lêem-se» enunciando alfabeticamente o
nome das letras que as compõem;
As siglas não têm plural;
As siglas deverão ser estruturadas a partir de grupos
vocabulares em língua portuguesa;

O MPLA, os EUA (e não os USA).

As siglas menos vulgares deverão ser explicitadas nos


textos respectivos, o mais cedo possível, para evitar
males sérios.
CARACTERÍSTICAS DOS ACRÓNIMOS

Escrevem-se só com maiúsculas se são


constituídas só por iniciais
UNITA- União Nacional para a Independência Total de Angola
Escrevem-se só com inicial maiúscula se são
constituídos por sílabas de palavras-base.

Ex.: Frelimo: Frente de Libertação de Moçacmbique


Renamo: Resistência Nacional Moçambicana
Produção de Textos

Na perspectiva de Emília Amor, esta designação corresponde a “todas as


práticas em que aos alunos são solicitados pensar – tanto quanto a escrever
– a totalidade de um texto a propósito de uma prática escrita”.

Antes de considerar os procedimentos relacionados com a produção de


textos, torna-se, por ora, imprescindível falarmos de texto.
O que é um texto?

Muitos têm sido os autores que têm tentado definir


texto. Vejamos alguns:
“Texto é a forma primária de organização em que se manifesta a linguagem
humana. Quando se produz uma comunicação entre os seres humanos
(falada/escrita) é sob forma de texto.” (horst Iseberg. 1976)

“Texto – qualquer enunciado, longo ou breve, falado ou escrito, antigo ou recente,


verbal ou não verbal.” Manuela V. dos Santos; Maria Gonçalves
Álvaro Gomes, à guisa de síntese, concebe texto
como sendo “uma entidade com uma intenção
comunicativa, criada em determinado contexto e com
determinados efeitos, e organizada através de regras
que lhe são próprias.” In Gramática Pedagógica.
Quais as propriedades que um texto deve conter?

A pergunta: “O que é que faz com que um texto possa ser considerado um texto?” respondem

alguns autores do seguinte modo: um texto, para ser texto, deve ter as seguintes propriedades:
 Adequação no uso dos vários registos de linguagem mobilizados;

 Coerência: organização estruturada da informação que o texto contém;

 Coesão: eficiente uso de mecanismos linguísticos que ligam as várias ideias;

 Progressão temática: que cada elemento novo desenvolva elementos conhecidos.


Coerência

A coerência de um texto é a propriedade que está


directamente relacionada com o “processamento da
informação”desse texto.
Aspectos mais Importantes

A coerência textual inclui algumas dimensões que importa ter


em conta:

- Quantidade de informação: há elementos que se repetem?


Há dados que faltam? A mensagem fica compreensível com a
informação disponível? A informação conhecida e a nova
respeitam uma progressão equilibrada?
- Qualidade de informação: a informação é pertinente? Está
desajustada?

- Organização da informação: como está organizada a informação?


Respeita a estrutura que caracteriza um determinado tipo de texto?
Os parágrafos estão bem estruturados?
Coesão

A coesão textual manifesta-se nas várias articulações gramaticais do


texto. Como sabemos, um texto, sobretudo se for extenso, não é um
somatório de frases desgarradas. Entre elas, há “articuladores”,
“ligadores”, “grampos” lexicais que estabelecem ligações semânticas
entre elas, de modo a obter-se um conjunto significativo. Um texto não
pode existir se não houver elementos que liguem os vários constituintes
do mesmo.
Principais elementos que asseguram a coesão
textual:
Recursos paralinguísticos: podem encontrar-se na oralidade (
gestos, mímica, hesitações “hummmmmm”…)

Entoação (fundamental na oralidade): pela entoação, podemos


saber se alguém está zangado, ansioso, com medo, se faz uma
pergunta, se da uma ordem, etc.

Pontuação: a pontuação ajuda a ligar as ideias.


Conectores: conjunções, locuções conjuncionais, preposições, pronomes,

artigo, advérbios…

Em síntese, a coesão consegue-se procurando ligar o que afirmamos na parte

inicial de uma frase àquilo que é dito no final da anterior ou da ideia geral –

dominante – no parágrafo/texto.
Os recursos coesivos subdividem-se em
lexicais (repetição de palavras,
nominalização, epíteto, metonímia, sinonímia,
elipse, uso de termo-síntese, etc.) e,

gramaticais (pronomes, numerais, artigos,


conjunções, preposições, advérbios,etc.) Sebenta
Qualidades Essenciais da Linguagem

Para falar ou escrever bem, uma língua, não basta que se conheçam e se

respeitem as regras da sintaxe. Quem, na sua linguagem, respeita as regras

da gramática exprime-se correctamente; quem, falando, ou escrevendo,

respeita as regras da gramática, e os demais preceitos da boa linguagem,

esse exprime-se vernacularmente.


Só falam bem, e bem escrevem, uma língua aqueles cula

expressão, ou cuja forma, se reveste de todas as

qualidades essencias da linguagem, a fim de merecer o

qualificativo de perfeita, castiça ou vernácula.


A linguagem, quer falada quer escrita, deve
reunir as seguintes qualidades:
Pureza
Correcção
Clareza
Harmonia
Pureza é a utilização de palavras e expressões, genuína e

unicamente, nacionais (Grabulho, 2004:p.11). Para Pinto,

quando o seu léxico o seu léxico e construções sintácticas

são genuínamente nacionais e autorizados pelos que bem

falam ou escrevem... (2004:p.190)


Correccão: observância rigorosa, das regras da

sintaxe e da ortografia.
Clareza: a mennsagem, escrita ou falada, deve ser
de compreensão e decifração fáceis (não suscitar
dúvidas).

No dizer de REI, “clara é a linguagem que veícula o


pensamento de forma transparente, isto é, nela a
construção da frase permite que o sentido seja
Observação:

São auxiliares da clareza: a precisão (emprego de expressões que

não digam de mais nem de menos); a ordem (colocação das palavras

segundo as relações lógicas das ideias); e a propriedade (emprego das

palavras que melhor exprimem o pensamento).


Técnicas de Apresentação
ao Público
São distintas as situações em que podemos realizar
apresentações em público:

No âmbito de apresentação de um projecto,


trabalho ou relatório;
Debate;
Sessão de Formação;
Exame oral, etc…
Em cada uma delas requer um modo específico
de enfrentar e preparar a exposição. A realizar uma
apresentação, pode-se contar com as seguintes
princípios:
Preparação Impacto
Estrutura Tempo
Respeito Postura física
Focalização Contacto visual
Entusiasmo
COMUNICAÇÃO VISUAL

De todo o semblante, os olhos possuem importância


mais evidenciada para o sucesso da expressão verbal.
ATITUDES QUE DEVEM SER EVITADAS
Fugir com os olhos (para baixo, para cima, para todos
os lados), pois dá a impressão de que não tem a
atenção do orador;

Olhar extremo também deve ser evitado, pois olhar


insistentemente, deixa o ouvinte pouco à vontade;

Olhar desconfiado (de um lado para outro), pois gera


incerteza da atenção merecida pelo ouvinte;
Olhar fixo, pois dá a impressão de comportamento hostil do
orador;

Olhar de “limpador de pára-brisa” (por cima, para os lados);

Olhar perdido.
VOZ – DICÇÃO – VOCABULÁRIO

Sua voz é um dos seus cartões de visita. Ela é muito


importante e vai fazer com que o auditório aceite seu
discurso. Para que você obtenha sucesso com a sua
voz, é preciso primeiro conhecê-la.

O exercício mais importante é a leitura em voz alta.


Leia para você mesmo.
Quais são os elementos que você deve trabalhar na sua voz para
melhorar a dicção?

Volume
Associa-se à modulação do discurso. Caso sua
apresentação dure mais de 03 minutos é necessário
modular o volume vocal (falar mais alto e mais baixo,
mais depressa e mais devagar). Lembre-se, porém,
que sempre a sua voz deve ser ouvida por todo o
auditório. Após este intervalo, volte ao seu ritmo
normal de forma brusca e energética. Isto vai tornar
suas apresentações mais atraentes.
O JEITO SIMPLES DE FALAR BEM E CONQUISTAR PLATÉIAS

 A naturalidade pode ser considerada a melhor regra da boa


comunicação

Se você cometer alguns erros técnicos durante uma apresentação em


público, mas comportar-se de maneira natural e espontânea tenha
certeza de que os ouvintes ainda poderão acreditar nas suas palavras
e aceitar bem a mensagem.

Entretanto, se usar técnicas de comunicação, mas apresentares de


forma artificial, a platéia poderá duvidar das suas intenções. A técnica
será útil quando preservar suas características e respeitar seu estilo de
comunicação. Apresentando-se com naturalidade, irá se sentir seguro,
confiante e suas apresentações serão mais eficientes.
Não confie na memória - leve um roteiro como
apoio

Algumas pessoas memorizam suas apresentações


palavra por palavra imaginando que assim se sentirão
mais confiantes. A experiência demonstra que, de
maneira geral, o resultado acaba sendo muito
diferente.

Use um roteiro com as principais etapas da exposição


e frases que contenham idéias completas
Se a sua apresentação for mais simples poderá recorrer a um
cartão de notas, uma cartolina mais ou menos do tamanho da
palma da mão.
Use uma linguagem correcta

Uma escorregadinha na gramática aqui, outra ali,


talvez não chegue a prejudicar sua apresentação.
Entretanto, alguns erros grosseiros poderão prejudicar
a sua imagem e a da instituição que estiver
representando.
Tenha uma postura correcta
Evite/não é aconselhável:
poiar-se apenas sobre uma das pernas e procure não
deixá-las muito abertas ou fechadas.

É importante que se movimente diante dos ouvintes


para que realimentem a atenção, mas esteja certo de
que o movimento tem algum objectivo, como por
exemplo, destacar uma informação, reconquistar
parcela do auditório que está desatenta, etc, caso
contrário, é preferível que fique parado. Cuidado com a
falta de gestos, mas seja mais cauteloso ainda com o
excesso de gesticulação.
Prepare-se para falar
Saiba o máximo que puder sobre a matéria que irá
expor, isto é, se tiver de falar 15 minutos, saiba o
suficiente para discorrer pelo menos 30 minutos.
Não se contente apenas em se preparar sobre o
conteúdo, treine também a forma de exposição.

Faça exercícios falando sozinho na frente do


espelho, ou se tiver condições, diante de uma
câmara de vídeo.
VENCENDO A INIBIÇÃO E CONTROLANDO O MEDO
DE FALAR EM PÚBLICO

Quando o medo aparecer, encare-o normalmente,


controle o nervosismo;
Tenha uma atitude correcta;
 Antes de pensar como, saiba o que falar;
Evite adquirir vícios;
Chame a sua voz pela respiração;
A prática irá proporcionar-lhe o sucesso.
REGRAS PARA SUPERAR O MEDO E A TIMIDEZ DE FALAR

1- Administrar as inibições;
2- Estruturar-se mentalmente;
3- Motivar-se;
4- Analisar cuidadosamente o tema;
6- Organizar as etapas da exposição;
7- Adequar a linguagem ao público alvo;
8- Utilizar a empatia;
9- Criar zona de confiança;
10- Estabelecer sintonia;
11- Estar actualizado;
12- Cuidar da expressão vocal;
13- Movimentar-se harmoniosamente;
14- Comunicar-se com o olhar;
15- Acelerar o mecanismo de compreensão;
16- Criar um estilo pessoal;
17- Treinar, treinar e treinar.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Medo é indesejável, mas é normal aos oradores.


Use os aspectos positivos dele;
Admita seu medo. Procure compreender as suas
origens;
Você não precisa e não deve demostrar seu
medo. Mantenha sua privacidade;
Utilize a adrenalina produzida pelo medo em seu
benefício. Carisma e adrenalina são coisas muito
ligadas;
Encare o público como seu aliado. Transmita
sempre o sentimento de: “Sinto-me feliz por estar
na companhia de vocês”;

Prepare-se. Pense de forma positiva sobre si. Repita


sempre consigo mesmo qualquer frase que
contenha forte apelo positivo, como por exemplo:
“Estou preparado e equilibrado. Sou convincente, positivo e forte. Também estou
tranquilo e confiante”;
 Falar em público é uma arte que só melhora com o tempo.
Aplique-se a ela;

O medo é vencido pela determinação e pelo


treinamento.

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