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ARTE E CULTURA NO PERÍODO ROMÂNTICO, MÚSICA E PINTURA

Amanda Borges Gomes de Menezes


Anna Clara Pereira e Oliveira¹

RESUMO:

Este texto tem a finalidade de expor características e traços do romantismo


expressos por linguagens na forma de arte, música e pintura.

O objetivo fundamental é expressar como essa linguagem marcou e


fundamentou um período histórico, o romantismo. Orientado a partir de pontos
históricos percebendo sempre a dependência do caminhar com a arte, servindo de
base para registro histórico e de ordem cronológica.

É indiscutível a importância da Revolução Francesa, seu tema “Liberdade,


Igualdade e Fraternidade” propaga-se por todo um povo com anseio de mudança e
esperança de uma vida mais digna, o que também é refletido como na literatura, na
pintura e na música, que passa a ser comerciável e procura agradar a burguesia,
uma nova classe que começa a movimentar o dinheiro e patrocinar a arte da época.

PALAVRAS-CHAVE: ROMANTISMO. ARTE. MÚSICA. PINTURA.

MÚSICA NO PERÍODO ROMÂNTICO

Com as profundas mudanças a partir da Revolução Francesa atingindo os


campos de pensamento, arte, cultura e filosofia. Com a música não foi diferente,
tomando rumos diferentes buscava desligar-se da arte do passado estando ao
alcance da nova classe social em ascensão, e invadindo as salas de concerto,
conquistando um novo público insaciável de uma nova estética.
Nesse período passa a ocorrer no campo musical à valorização da liberdade
de expressão, das emoções, dos assuntos populares, folclóricos e nacionalistas,
usando como instrumento todos os recursos da orquestra.

Dentre as características marcantes do romantismo na música estão o


nacionalismo, o sentimentalismo e o pessimismo.

Muitos compositores românticos buscavam sempre ler um livro e tinham


grande interesse pelas outras artes, relacionando-se com escritores e pintores. Não
era raro alguma composição romântica ter como fonte de inspiração um quadro visto
ou um livro lido pelo compositor. Tem no romantismo e no ultra-romantismo a função
essencial de expressar.

A música na escola romântica é representada por compositores como Mozart,


que antes de tudo se representava espontâneo, não se preocupando com canções
estéticas, escrevia no estilo que melhor se adequava à ideia que pretendia exprimir,
mistura da música alemã com a música profana. Beethoven vem com uma nova
linhagem de música para quem poderia pagar, através de concertos, mostrando a
expressão de essência das coisas penetrar em seu íntimo significado. Tinha o apoio
da nobreza. Chopin que era Polonês, viveu metade de sua vida na França, onde os
ares de requinte e elegância eram perfeitamente adequados ao seu temperamento,
diferente da Polônia que era uma nação oprimida por países estrangeiros. Peça
típica do romantismo, tuberculoso, delicado, sonhador, melancólico, pronto para
morrer muito cedo. Schumann além de músico, poeta, contradizia a imagem das
figuras românticas, já que era sadio, casado e tinha oito filhos. No entanto se o
romantismo é visto em sua essência mais profunda, Schumann aparece como a
própria expressão desse modo de ser e sentir o mundo, nele se encontra a tensão
do Romantismo Alemão, entre as trevas e a luz, o demônio e o divino, a
sensibilidade e a razão. Liszt inaugurou uma nova era em que a aristocracia passou
a se redimir diante desses homens como ele, tocado pela música. Liszt dominava
completamente a técnica do piano, ao fazer uso de recursos até então inéditos,
contribuiu muito para a evolução do instrumento, devendo-se a ele a moderna
técnica pianística.

Os compositores românticos de maneira geral se inspiravam nas danças


populares, despertando, o amor patriótico e o sentimentalismo, tal como o fascínio
pela morte, por exemplo no caso de Wagner quando menciona: “...mesmo quando a
vida nos sorri, estamos a ponto de morrer". 

PINTURA NO PERÍODO ROMÂNTICO

O romantismo deixou um importante legado no que se diz respeito as artes


plásticas. Opôs-se ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus
ideais, já que a elevava os sentimentos acima do pensamento. A estética em si não
pode ser considerada tipicamente romântica, sendo que nenhum dos artistas se
afastou completamente do academicismo.

A arte romântica reforçou o individualismo na medida em que se baseou em


valores emocionais subjetivos e imaginários, tendo com base os dramas amorosos e
as lendas heróicas, onde reviu os conceitos de pátria e república. Desempenharam
um grande papel, a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.

No que se diz respeito às artes plásticas a pintura foi a forma de expressão


mais significativa, foi ela que consolidou definitivamente o ideal de uma época,
abordando temas dramáticos e sentimentais, movidos pela literatura e pela história.
Visa no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando a
pintura histórica e menos a pintura sagrada.

A Revolução Francesa serviu de inspiração agora para uma arte dramática


como pode ser notado em Eugène Delacroix e Francisco de Goya, que revelou uma
tendência mais organizada do romantismo.

Pode-se notar que as cores têm uma representatividade de força e liberdade,


o que dá impressão de serem mais importantes que o dito conteúdo da obra. A
paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário, mas em
extrema relação com os personagens e com o seu meio de expressão. Foi marcado
pelo amor a natureza livre e verdadeira, pelo alcance de uma sensibilidade poética
pela paisagem, exaltada pela diversidade de cores, expressando o estado de
espírito do autor.

Dos representantes pode-se destacar na pintura romântica Delacroix,


Gericault, John Henri Fuseli, Georg Stubbs, Turner, Goya e Casper David Friedrich.
A imagem abaixo apresentada simboliza a primeira missa no Brasil, podendo
destacar primeiros traços de sentimento de nacionalidade expresso pela pintura,
ressaltando elementos como a natureza do país, a renovação da concepção
indianista tal qual a crença e novos modos de civilização.

Victor Meirelles: A Primeira Missa no Brasil (1861). Museu Nacional de Belas Artes, Brasil.

"Quem sabe desses infantis visitantes guardarão tão profunda impressão do


que ali observaram, que ainda um dia virão por ele atraídos fazer parte de nossa
comunhão nacional?" (Victor Meirelles, apud Peixoto, 1982: 109)

A imagem representada abaixo exprime as peculiaridades de um artista da


pintura romântica alemã, Caspar David Friedrich, o qual se diferencia por sua pureza
e singularidade na forma de expressar suas obras. Em um de seus poucos relatos
interpreta a obra dizendo que os raios do sol representam a luz de Deus e o fato do
dele está representado de forma subjetiva revela que o tempo em que Deus
mostrava aos homens já havia passado.
Caspar David Friedrich: A cruz na montanha (1807). Gemäldegalerie, Alemanhã.

Ferdinand-Victor-Eugène Delacroix narra através da imagem a morte de


Sardanápalo, um rei legendário de Nínive que teria vivido 661 a.C. Um rei muito
cultivado e valente para guerra. Outra possibilidade é que fosse irmão do
governador da Babilonia. No que diz a mitologia conspirou contra Assurbanipal, seu
irmão e castigando-lhe. Quando Sardanápalo aceita a derrota, decide se suícidar
com todas suas mulheres e seus cavalos e incendiar seu palácio e a cidade, para
evitar que o inimigo se apropriasse de seus bens. Delacroix (1827, p. 26-27) sentiu
necessidade de realizar algumas declarações quando o quadro foi exposto pela
primeira vez, e o fez nos seguintes termos:

Os rebeldes asediaram seu palácio... Deitado em uma magnífica cama, na


cume de uma imensa fogueira, Sardanápalo dá a ordem a seus eunucos e aos
oficiais de palácio de degolar suas mulheres, suas pajes, até seus cavalos e seus
cães favoritos; nenhum dos objetos que tinham servido a seus prazeres deviam
sobreviver.

Observa-se também o predomínio do vermelho com o intuito de representar a


sensualidade e o sangue.
Ferdinand-Victor-Eugène Delacroix: A morte de Sardanápalo (1827). Museu do Louvre, Paris.

Concluiu-se que para o romantismo tendo como visão o campo histórico


direcionado a pintura e música deixa claro que esse movimento deixou importantes
marcas tais que valorizavam a natureza, os problemas sociais e urbanos,
valorizavam os sentimentos em suas obras, expondo a liberdade de expressão e a
valorização das emoções usando de instrumentos e recursos para melhor
representar seus sentimentos

Em ordem cronológica vemos o século XIX como um século de fortes


mudanças sociais políticas e culturais geradas pela Revolução Industrial que gera
novos inventos e modifica modos de produção e consequentemente modo de vida
de uma população que buscava uma sociedade mais harmoniosa com direitos
individuais respeitados e possibilidade de expressão e liberdade. Desse modo
surgiram representações desses sentimentos de diversas formas tal como no campo
musical e artístico, especificados nesse trabalho.
No Brasil o romantismo não se instalou de forma diferente, a pintura
romântica se direcionou principalmente em torno do movimento nacionalista,
motivado principalmente pelas ideais do Imperador Dom Pedro II, preocupado em
representar um país vasto à imagem de um Brasil civilizado e progressista diante do
que se passava no mundo. Esse sentimento encontrou espaço na reconstrução
visual de eventos históricos importantes, no retrato da natureza, tipos populares e
exaltação indígena. Tal movimento deixou um legado de obras que até hoje são
figuras de destaques nos museus nacionais, cujo simbolismo marcou uma nova
identidade nacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PROENÇA, GRAÇA. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 2008. 248 p.

CEREJA, W. R.; MAGALHÃES C. T. Português: Linguagens. São Paulo, 2003. 512


p.

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http://www.historiadaarte.com.br/musica.html. Acesso em: 29 de junho de
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http://www.meionorte.com/josefortes,destaque-da-pintura-no-romantismo,85470.html
. Acesso em: 7 de julho de 2010.

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