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O romantismo: a expressão da liberdade

Romantismo

Expressões da ideologia liberal (séc. XIX).


O romantismo, expressão da ideologia liberal

Baudelaire
O romantismo não reside na escolha dos Madame de Staël
temas, nem na verdade exata, mas numa forma de
sentir. Quanto a mim, o Romantismo é a expressão Existem, a meu ver, duas literaturas
mais recente e mais atual do belo. Quem diz completamente distintas, a que vem do sul
Romantismo diz arte moderna, isto é, intimidade, e a que vem do norte; a que tem em
espiritualidade, cor, aspiração ao infinito, expressos Homero a sua origem e a que se inicia com
através de todos os meios. Ossian [poeta escocês do séc. III]. (…)
Ossian é o primeiro modelo ideal. (…)
Baudelaire, autor francês do século XIX, A imaginação dos homens do norte
Le Salon de 1846 (adaptado). lança-se vertiginosamente para além da
terra cujos confins eles habitam; lança-se
através das nuvens que orlam o horizonte
O romantismo e que parecem representar a passagem
obscura da vida para a eternidade. A
O romantismo foi, antes de tudo, uma atitude
poesia do norte convém muito mais do que
de espírito, um desejo de emoções novas, um ato
a do sul ao espírito de um povo livre.
de amor pela liberdade, pela emoção, pela
Natureza selvagem ou pitoresca. Tendencialmente
Madame de Stäel, poeta francesa dos séculos
voltado para o passado, o artista prende-se ao que XVIII-XIX,«Poesia do sul e do norte» in
nele sente de afinidade. D’Allemagne, 1852.
H.W. Janson, História da Arte, Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.
O romantismo, expressão da ideologia liberal

Baudelaire
O romantismo foi, antes de tudo, uma atitude de espírito, um desejo de emoções novas, um ato de
amor pela liberdade, pela emoção, pela Natureza selvagem ou pitoresca. Tendencialmente voltado para
o passado, o artista prende-se ao que nele sente de afinidade.
H.W. Janson, História da Arte, Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.

Romantismo • Sentir como


• Racionalidade iluminista expressão do Ser
• Revoluções liberais •Liberdade de expressão • Procura de raízes
• Império Napoleónico •Recusa de cânones e na Idade Média
padrões • Partilha do ideal
nacional

Aponte os motivos que levaram ao aparecimento


do movimento romântico.
O romantismo
O romantismo de Lord Byron
O romantismo de Victor Hugo A Espada, a Bandeira, e o Campo,
Se tivéssemos o direito de dizer qual poderia ser, ao A Glória e a Grécia rodeiam-nos!
nosso gosto, o estilo do drama, queríamos um verso O Espartano suportado sobre o seu escudo
livre, franco, leal, que ousasse tudo dizer, sem Não é mais livre!
hipocrisia, tudo exprimir sem rebuscamento e Desperta (não a Grécia – ela está desperta!)
passasse com um movimento natural da comédia à Desperta, o meu espírito! Através do qual o
tragédia, do sublime ao grotesco, alternadamente Teu sangue de vida procura o lago original
positivo e poético, ao mesmo tempo artístico e E, em seguida, regressa a casa!
inspirado, profundo e repentino, amplo e verdadeiro.
Byron, autor britânico dos séculos XVIII-XIX,
Victor Hugo, autor francês do século XIX, excerto de «On this day I complete my thirty-sixth
Do Grotesco e do Sublime, 1827. year»,1824 (trad. das autoras).

A ideologia liberal na • Defesa da • As obras, principalmente


literatura liberdade romance e poesia, espelham
•Sentimentos nacionalistas • Recusa de temas os sentimentos arrebatados
•Refúgio e revivalismo do gótico mitológicos, da • Rutura com os clássicos no
e de lendas medievais retórica clássica teatro: surge o drama, novo
•Revalorização da História e e da métrica género de representação e
do património cultural nacional tradicional uma criação de Victor Hugo

Indique a realidade social que contribuiu para a literatura romântica.


O romantismo na pintura
@ Galeria Nacional de Londres

Os Fuzilamentos de 3 de Maio de 1808, obra em óleo O Sono da Razão Cria Monstros, água-forte
sobre tela do espanhol Francisco Goya (1746-1828). de Goya da série Caprichos, de 1798.

• Cor e luz para a


criação de ambiente • Refúgio na Natureza e
Pintura romântica emotivo de no passado (medieval)
Rutura com os representação • Defesa da liberdade,
cânones clássicos • Naturalidade das nações e da
expressiva e História
dinamismo
• Liberdade de criação

Identifique as temáticas abordadas nas obras apresentadas.


O romantismo na arquitetura

Casas do Parlamento, em Londres (1840-1888), da Castelo de Neuschwanstein, na Alemanha


autoria de Barry e Pugin. (1869-1886).

Arquitetura
Ecletismo através da reanimação de vários estilos como neoárabe, neogótico,
neomanuelino, neobarroco.

@ Património - Visita 360º ao Castelo de Neuschwanstein


O romantismo na escultura

Auguste Preault, Massacre, 1834 Jean Batista Carpeaux,


Ugolino, 1867
François Rude, Marselhesa,
1792

Escultura
Compromisso entre os românticos com a liberdade e a emoção
O romantismo na música

Durante a época barroca


a orquestra era
essencialmente
composta por cordas e
poucos elementos de
sopro, percussão e
metais. Atualmente,
segue-se a composição
da orquestra romântica.

Música
Conjugação da melodia intimista e melancólica com a teatralidade da
sinfonia e da ópera.
O romantismo na música

As sinfonias

Strauss [1825-1899]
Wagner [1813-1883]

Lizst [1811-1886] Tchaikovsky [1840-1893]


O romantismo na literatura portuguesa

Percursores do romantismo em Portugal


Ex-exilados liberais, apoiantes de D. Pedro IV

Almeida Garrett (1719-1854)


Alexandre Herculano (1810-1877)
Caráter sensível e de grande vivacidade
Valorização nacional e preocupações cívicas e formativas
«Não te amo, quero-te»
Camiloneste
Erros, havê-los-á Castelo
volume, Branco
bem como nos (1825-1890)
que se lhe
seguirem. O que,
Nãoporém,
te e
amo, posso afirmar
quero-te: com vem
a mão na
oexacerbados
amor
Melancolia sentimentos –
consciência, édaque eles
alma. foram involuntários.(…) O
ultrarromantismo
patriotismo pode inspirar a poesia;
E eu na alma – tenho(…) mas é o péssimo
a calma,
conselheiro doAhistoriador.
calma – doQuantas
jazigo, vezes, levado de tão mau
guia, ele vê osAi!
factos
Não através
te amo, do prisma das preocupações
não.
nacionais, e nem sequer suspeita que o mundo se rirá. (…)
Almeida Garrett,
Alexandre
Folhas Caídas, 1853História
Herculano, de Portugal,
(excerto).
volume I, 1846 (adaptado).
O romantismo na arquitetura portuguesa

Palácio da Pena, Praça de Touros do Campo Capela dos Pestanas


em Sintra (1839-1849). Pequeno,em Lisboa (1892). no Porto (1878-1888).

Identifique as influências arquitectónicas patentes nas imagens.

Património

@ Palácio Nacional da Pena


@ Museu Romântico da Quinta da Macieirinha
@ Praça de Touros do Campo Pequeno
@ Salão Árabe do Palácio da Bolsa – Associação Comercial do Porto
O romantismo na escultura portuguesa

Glória coroando o Génio e o Valor


pormenor do arco da rua Augusta,
em Lisboa (1873-1875).

O Desterrado (1872),
obra de Soares dos Reis.

Escultura
•Até 1875, obras de escultores estrangeiros
•Escola naturalista – Simões de Almeida e Soares dos Reis
O romantismo na pintura portuguesa

Celebração histórica - Batalha de Ourique,


Domingos António Sequeira (1768-1836)

Retrato - Inês de Castro


pressentindo os assassinos,
Francisco Metrass (1825-1861)

Natureza - O Sendeiro, Tomás de


Anunciação (1818-1879).
Romantismo

Exaltação da liberdade, da emoção e do «eu»

Refúgio na Natureza e no passado

Revivalismo e celebração/denúncia histórica

Revalorização da História e do património cultural


A avaliação no Horizonte…

Comente a seguinte afirmação.

O romantismo é a expressão
máxima da liberdade do Homem.

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