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RELATÓRIO SIMPLIFICADO DE QUÍMICA (RESQ) - UESB

Nome aluno: Prática no.: 01


Relatório modelo elaborado a partir de relatórios Disc.: QE 295 Inorganica (1)
apresentados por alunos de Farmácia II/Semestre 2009. Turma: P1, P2 e P3
Título: Eletroquímica

Objetivos:
1. Montar uma célula eletroquímica e determinar a diferença de potencial fornecida.
+
2. Testar as reatividades entre os metais Cu(S), Zn(S) e Pb(S) e as soluções dos íons Ag (aq),
2+ 2+
Cu (aq), e Pb (aq).
Introdução: Este relatório apresenta os resultados e os procedimentos realizados na prática de
laboratório no 1, Eletroquímica. Os experimentos envolveram processos espontâneos do tipo
redox, bem como a verificação de potenciais de eletrodo de alguns metais e a construção de
uma célula galvânica com materiais alternativos.
Eletroquímica - é um ramo da química que estudos de reações químicas que ocorrem em uma
solução na interface de um condutor elétrico sólido (um metal ou um semicondutor) e um
condutor iônico (eletrólito), e que envolvem transferência de elétrons entre o eletrodo e o
eletrólito ou espécies em solução. A eletroquímica é regida por reações redox que envolve a
transferência de elétrons entre uma molécula ou íon havendo mudanças de estado de oxidação
(nox). Uma reação do tipo redox pode ocorrer através da aplicação de uma tensão externa ou
através da liberação de energia química como energia elétrica.
Célula eletroquímica (CE) - é um dispositivo que produz uma corrente elétrica a partir da energia
liberada por uma reação redox espontânea. Esse tipo de CE é chamado de células galvânicas.
As CE’s possuem dois eletrodos condutores (o ânodo e o cátodo). O ânodo é definido como o
eletrodo onde ocorre a oxidação e o catodo é o eletrodo onde ocorre a redução.
Espontaneidade de uma reação redox - Durante o funcionamento das CE’s, a energia química é
transformada em energia elétrica, expressa matematicamente como o produto da força
eletromotriz (fem) da célula e a carga elétrica transferida através do circuito externo. Energia
elétrica = Ecel . Ctransf, que pode ser expressa por meio da constante de Faraday: W eletrico = -nFEcel
= ∆G, onde ∆G é a energia livre de Gibbs (∆G<0 se o processo for espontâneo). Esse
conhecimento é a base da tecnologia que desenvolve as pilhas elétricas e células combustíveis.
Por exemplo, o oxigênio gasoso (O2) e hidrogênio (H2) podem ser combinados em uma célula
combustível para formar água e energia elétrica. Por essa propriedade redutora importante, o
hidrogênio é tido como um combustível limpo, que não polui.
Materiais principais:

- Béquer de 250 mL (1 un) - Chapa de cobre de sucata de circuitos elétricos


(1un)
- Béquer de 100 mL (3 un) - Lâmina ou barra de chumbo de 3,0 x 10,0 x
50,0 mm (1 pç)
- Pipetas de 2 ou 5 mL (3 un) - Sol. de sulfato de cobre 0,001 mol L-1 (~200
mL)
- Vaso poroso (vela de filtro) (1 um) - Sol. de sulfato de zinco 0,1 mol L-1(~200 mL)
- Fio de cobre (sucata) (~50 cm) - Sol. de sulfato de prata 0,1 mol L-1(~30 mL)
- Lâminas de aço zincada de funilaria com - Sol. de nitrato de chumbo 0,1 mol L-1(~30 mL)
cerca 1,0x 10,0 x150,0 mm (2 un)

Metodologia:
Os experimentos (Exp) foram desenvolvidos seguindo os passos (P) recomendados no Roteiro
de Aula Prática-1 fornecido pelo professor:
Exp.1 - Foi montada uma célula eletroquímica (CE) conforme a que está representada na
Figura-1. P-1: Na montagem da CE, as impurezas dos condutores metálicos (pedaços de
fios de cobre e chapa de zinco), que serviram de eletrodos, foram removidas com lixa. P-
2: Um vaso poroso serviu para comportar a solução do eletrólito e o eletrodo de cobre
(meia célula de cobre). Esse vaso foi adaptado de um cilindro cerâmico (vela) de filtro
d’água doméstico. P-3: O vaso poroso com a meia célula de cobre foi montada dentro
em um béquer de vidro de 250 mL contendo a solução de Zn2+ e o eletrodo de zinco,
formando uma célula galvânica. P-4: Com o auxílio de dois voltímetros, um analógico e
outro digital, foram feitas medições da fem (E, em volts) geradas nos terminais dos
eletrodos, positivo (+) e negativo (-) da CE.

Exp.2 – P1: Foram separados três pequenos Voltímetro

(cerca de 5 cm) pedaços de fios ou lâminas


Lâmina de zinco Lâmina de cobre
dos metais zinco, cobre e chumbo, os quais
foram bem limpos com lixa para remoção de Vaso poroso
sujeira e crostas de oxidação. P-2: Em
seguida, sobre essas placas metálicas, com
o auxílio de uma pipeta, foram aplicadas três
gotas de soluções aquosas, previamente Solução de CuSO
preparadas, dos íons metálicos Ag+, Cu2+, e
4

Solução de ZnSO
Pb2+. P-3: Após a aplicação das gotas de
4

solução, foram observadas as Figura 1 Pilha com vaso de separação porosa


transformações ocorridas nas placas. O
aparecimento de manchas mudança de cor ou desprendimento de gás foi considerado
como ocorrências de reações espontâneas (Tabela-1).

Resultados/Discussão:
Exp.1: Montagem da célula galvânica - Os valores medidos de fem da CE montada foram de
0,98 e 1,04 volts, utilizando dois voltímetros, um analógico e um digital, respectivamente. Esses
valores de fem experimentais encontrados estão bem próximos dos valores teóricos obtidos
para a reação da célula galvânica representada por Zn(s)| Zn2+(aq)|| Cu2+(aq)| Cu(S).
Meia-célula de (ânodo): Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e Eo = + 0,762 volts (1)
Meia-célula de (cátodo): Cu2+(aq) + 2e → Cu(S) Eo = + 0,340 volts (2)
Reação da CE (soma de 1 e 2) : Cu2+(aq) + Zn(s) → Cu(S) + Zn2+(aq) ECE = + 1,102 volts (3)

O valor experimental obtido para ECE (1,04 V) apresentou uma diferença (erro) de apenas 5,6%
do valor de Eo padrão. Esta diferença de -0,06 volts pode ser atribuída à razão (Q) entre as
concentrações de zinco (II) e cobre (II) através da equação de NERNST:
RT
Ecel = E 0 − ln( Q)
nF
2+
0,0257 [ Zn( aq .) ]
1,04 = 1,10 − ln( ), resolvendo :
2 [Cu (2aq+ ) ]
[ Zn(2aq+ .) ]
2+
= 1,07 x10 2.
[Cu ( aq ) ]

Este valor encontrado para Q (1,07 x102) indicou que a concentração de zinco (II) (Zn2+(aq)) era
cerca de 100 vezes maior do que a de cobre (II) (Cu2+(aq)) quando a CE foi montada.

Exp.2: Testes de reatividade entre soluções de íons Ag+(aq), Cu2+(aq), e Pb2+(aq) e os metais Cu(S),
Zn(S) e Pb(S) - A Tabela-1 mostra os resultados das reações entre as soluções iônicas e os
metais testados. Foi observado que os íons prata Ag+(aq) foram reduzidos à prata metálica,
mediante a observação de manchas escuras sobre os metais testados com Ag+(aq), e foi
deduzido que esses metais se oxidaram, formando os seus respectivos íons Cu2+(aq), Zn2+(aq) e
Pb2+(aq).
Tabela 1 – Resultados das reações do experimento 2
Solução Lâmina de cobre Lâmina de zinco Lâmina de chumbo
Ag+ + + +
Cu2+ − + +
Pb2+ + + −

Através dos cálculos das fem foi possível verificar as espontaneidades das reações entre os
íons Ag+(aq) e os metais testados:
Ag+(aq) + Cu(s) → Cu2+(aq) + Ag(s) Eo = 0,800 - 0,340 = + 0,460 volts (processo espontâneo)
Ag+(aq) + Zn(s) → Zn2+(aq) + Ag(s) Eo = 0,800 + 0,762 = + 1,562 volts (processo espontâneo)
Ag
+
(aq) + Pb(s) → Pb2+(aq) + Ag(s) Eo = 0,800 + 0,130 = + 0,930 volts (processo espontâneo)
A solução contendo os íons Cu2+(aq) reagiu com os metais zinco (Zn(s)) e chumbo (Pb(s))
entretanto, foi inerte frente ao cobre metálico:
Cu2+(aq) + Cu(s) → Não houve reação
Cu2+(aq) + Zn(s) → Zn2+(aq) + Cu(s) Eo = 0,340 + 0,762 = + 1,102 volts (processo espontâneo)
Cu2+(aq) + Pb(s) → Pb2+(aq) + Cu(s) Eo = 0,340 + 0,130 = + 0,470 volts (processo espontâneo)
A solução contendo os íons Pb2+(aq) reagiu apenas com o Zn(s):
Pb2+(aq) + Cu(s) → Não houve reação
Pb2+(aq) + Zn(s) → Zn2+(aq) + Pb(s) Eo = - 0,130 + 0,762 = + 0,632 volts (processo espontâneo)
Pb2+(aq) + Pb(s) → Não houve reação
No Exp.2, a prata metálica apresentou a menor tendência à oxidação entre os metais testados.
Justificando a classificação de “metal nobre” ou pouco reativo. O zinco foi o metal mais reativo,
o mais forte redutor. Devido a sua capacidade redutora, o zinco e utilizado no controle da
oxidação do ferro, compondo tintas antiferrugem e soluções para tratamento eletroquímico. A
ordem da reatividade dos metais testados foi a seguinte: Zn>Pb>Cu>Ag.

Conclusões
A célula eletroquímica (CE) que foi montada no Exp.1, a partir de materiais alternativos e sucata
de metais, consistiu em um dispositivo, semelhante a uma pilha elétrica, que pode fornecer
energia elétrica para produzir trabalho útil. No Exp.2, as análises das reações ocorridas entre
metais sólidos e íons metálicos em solução, permitiram verificar as diferenças nas reatividades
dos metais testados, bem como as possibilidades de construção de outras CE’s com pares de
metais diferentes de Zn e Cu. Este experimento, através da pesquisa bibliográfica, fez o aluno
descobrir a importância dos processos que envolvem reações do tipo redox, principalmente para
áreas de tecnologia dos materiais, eletrônica, medicina, cosmética e farmácia, entre outras. O
zinco, por exemplo, é usado em fármacos e suplementos nutricionais no combates ao estresse
oxidativo provocado por radicais livres. O sucesso desses experimentos eletroquímicos pode
contribuir como estímulo positivo à experimentação e a iniciação científica.

Referências (padrão resumido s/ título):


1. Atkins, P.; Jones, L., Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio
Ambiente. Bookman: Porto Alegre, 2001.
2. Wikimedia Foundation Inc. Electrochemistry - From Wikipedia, the free encyclopedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/Electrochemistry (19 mar 2010),
3. Koury, J. C.; Donangelo, C. M., Zinco, estresse oxidativo e atividade física. Revista de
Nutrição 2003, 16, 433-441

Local: Visto do professor:

Data:17 de abril de 2010 Data : / /

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