Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 - Objetivos
2 – Introdução
Aos eletrodos que perdem elétrons mais facilmente que o hidrogênio, são atribuídos potenciais
positivos (+) e aqueles que ganham elétrons mais facilmente, potenciais negativos (-).
Uma tabela de potencial normal de oxidação é de grande valia para a previsão da
espontaneidade das reações de oxi-redução. Qualitativamente, pode-se afirmar que a forma reduzida de
qualquer elemento ou íon, no estado padrão, reduz qualquer forma oxidada colocada abaixo dela na
tabela.
O potencial de uma célula (pilha) pode ser calculado a partir dos potenciais das semi-células.
Este potencial será a soma algébrica dos potenciais das semi-células. Quando o valor do potencial da
célula for positivo, a reação ocorre espontaneamente. Caso a soma dos potenciais das semi-células for
um valor negativo, a reação não será espontânea.
Pode-se também, de posse deste valor, calcular a variação de energia livre (F) ocorrida:
[J] ou [Kcal/mol]
O sinal negativo da variação de energia livre indica que o processo é espontâneo, ou seja, a
pilha está produzindo trabalho e perdendo energia:
Reação E0 Volts
Li(s) Li+(aq) + 1e- +3,05
H2(g)
H+ (aq) + 1e- 0,00
Ag + Cl- AgCl 1e- -0,22
+
-0,27
2Hg + 2Cl- Hg2Cl2 + 2e-
Cu(s) Cu+2 (aq) + 2e- -0,34
2
4 - Pilhas
Se uma lâmina de cobre é mergulhada em uma solução contendo íons de cobre, uma das
seguintes reações pode ocorrer:
Cu+2 + 2e- Cu0
O potencial elétrico desenvolvido por essas reações impede, entretanto, que elas prossigam.
Estas reações são chamadas de semi-reações e só ocorrem quando associadas a outras semi-reações.
Analogamente, uma lâmina de zinco numa solução contendo íons de zinco, pode dar origem às
seguintes semi-reações:
Zn+2 + 2e- Zn0
Estas semi-reações, entretanto, são proibidas de continuar devido ao potencial criado por elas.
Se as lâminas (eletrodos) de cobre e de zinco mergulhadas nas soluções dos respectivos íons
forem ligadas por um fio e, se as soluções forem conectadas através de uma membrana porosa ou por
uma ponte salina ( tubo em U contendo solução de eletrólito, geralmente NH4NO3 ou KCl ), veremos
que um fluxo de elétrons irá se deslocar através do fio metálico, do eletrodo de zinco (Zn0 +2 + 2e-
) para o eletrodo de cobre (Cu+2 + 2e- 0 ). O eletrodo de zinco começa a se dissolver e o
cobre metálico se deposita sobre o eletrodo de cobre. A solução de Zn+2 fica mais concentrada e a
solução de Cu+2 fica mais diluída.
Podemos, assim entender a finalidade da ponte salina. Uma vez que íons Zn+2 são formados e,
a medida que elétrons deixam o eletrodo de zinco, temos um processo que tende a produzir uma carga
efetiva positiva no recipiente que contém Zn+2. Da mesma forma, no recipiente onde há redução de
Cu+2 a Cu0, ocorre diminuição de cargas positivas e, consequentemente, há um acúmulo de carga
líquida negativa.
A ponte salina contendo solução concentrada de eletrólito ( por exemplo KCl ) evita que haja
este desequilíbrio de cargas, fornecendo íons K+ para o lado onde há o acúmulo de cargas negativas e
íons Cl- para o lado onde há o acúmulo de cargas positivas. Com isto, a passagem de corrente elétrica
pelo circuito externo não é impedida e a reação de oxi-redução se mantém.
A reação global desta pilha, denominada Pilha de Daniel, será:
X0 + Y+ → X+ + Y0
Y0 + X+ → Y+ + X0
3
5- Equação de Nernst
As experiências mostram que a voltagem gerada pelas pilhas depende das concentrações das
espécies envolvidas no seu funcionamento.
A equação que mostra como a voltagem de uma pilha depende das concentrações dos reagentes
é a chamada equação de NERNST.
Se a reação global de uma pilha é aA + bB = cC + dD , a equação de NERNST nos diz
que a voltagem da pilha será dada por :
0
O potencial E é o potencial padrão da pilha e n é o número de elétrons transferidos na reação.A
equação de NERNST nos sugere também que seria possível gerar uma voltagem numa pilha apenas por
uma diferença de concentração dos reagentes, mesmo que a natureza das duas pilhas sejam iguais e,
0
portanto, o E seja zero. Explicando melhor, se tivermos uma pilha que consiste de dois eletrodos
de prata mergulhados em solução 1 Molar e 0,01 Molar, respectivamente, de íons de Ag+, teremos
uma voltagem de 0,12 volts que é devida somente a uma diferença de concentrações, pois os dois
eletrodos são iguais. Tal tipo de pilha é denominado de Pilha de Concentração.
6- Procedimento prático
b) Limpe a barra de zinco e a lâmina de cobre com bombril e lave-as em água destilada.
4
c) Monte uma ponte salina (ver no tópico 7 deste relatório)
d) Monte o esquema abaixo:
1 - Solução de CuSO4
2 - Solução de ZnSO
3 - Placa de Cobre
4 - Placa de Zinco
5 - Ponte salina
6 - Cabo ban-jac vermelho ( a ser ligado no terminal positivo do voltímetro ).
7 - Cabo ban-jac preto ( a ser ligado no terminal negativo do voltímetro ).
8 – Voltímetro
9- Potenciômetro (500 Ω)
A ponte salina é um meio que usamos para completar o circuito de uma pilha aquosa. Note que
se retirarmos a ponte salina a reação cessa.
Atente para o fato de que não existe fluxo de elétrons na ponte salina. O que existe é uma
equalização de cargas feitas por trocas iônicas entre as soluções
Em pilhas de diferentes concentrações, devido ao fato das soluções apresentarem pressões
osmóticas diferentes, a ponte salina pode transportar os íons de uma solução para outra. Este é um fato
observado nas pilhas de concentração.
A ponte salina é uma solução iônica geralmente constituída de KCl ou NH4NO3. Em nossa
experiência utilizaremos o KCl.
Existem outros meios de se “fechar” o circuito de uma pilha aquosa, como por exemplo a cuba
com parede porosa.
5
Enfim, para se construir uma ponte salina, devemos proceder da seguinte maneira:
8 - Questionário
6
9 – Procedimento para se estimar a vida útil de uma pilha
Fig. Pilha montada: a primeira leitura do potencial poderá ocorrer a qualquer instante, porém há
necessidade de deixar conectado as lâminas (Cobre – Zinco), para haver consumo. A leitura é
feita rompendo a conexão entre as lâminas e interligando o voltímetro entre elas. Após a leitura
as lâminas são novamente conectadas.
NOTA: Resistores poderão ser utilizados para acelerar ou retardar o processo (velocidade).
Neste caso, deverá constar no projeto, o seu valor.
1) Coloque o sistema montado (visto acima) contendo as soluções (de sais de Zinco e Cobre), as
lâminas respectivas, a ponte salina, em um dos armarinho numerados, do laboratório;
2) Com cuidado, sem agitar as soluções e/ou tocar nas lâminas, faça a primeira leitura do potencial
e anote o valor,
3) A segunda, terceira, quarta e etc. leituras deverão ser feitas nos dias e horários em que o
professor e/ou monitor estejam presentes, se possível, acompanhando a leitura;
4) Após a terceira medida de potencial, deve-se esperar que o valor esteja diminuindo, mas
movimentações no sistema (soluções e/ou lâminas) podem provocar oscilação e acarretar
leituras indesejadas;
5) Com um número suficiente de leituras, pode-se, através da regressão linear, chegar a uma reta
capaz de melhor representar o que deverá ocorrer, ou seja, o potencial chegará ao valor ZERO
num tempo determinado pela equação da reta;
6) Com auxilio de uma planilha que será enviada – via Portal, as equipes poderão determinar essa
reta com os valores de potenciais encontrados e facilmente chegar ao tempo estimado de vida
útil;
7) Esse item deverá ser incluído no projeto Pilhas, sendo assim, fundamental seu registro.
10 - Referências
1- Cartledge, G. H., “ Studies in Corrosion”, Scientific American, 195, 35, 1956. Para o estudante que
deseja leitura suplementar.
2- Corrosion of Metals, Cleveland: American Society for Metals, 1946.
3- Corrosion in Action. New York: International Nickel, 1955. A melhor referência sobre corrosão
para o estudante que está começando. Escrito com simplicidade, excelentemente ilustrado, inclui
referências e experiências simples.
4- Guy. A. G., Physical Metallurgyfor Engineers. Reading, Mass.: Addison Wesley, 1962. O Cap. 11
discute a corrosão e a oxidação em um nível introdutório.