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Padrão DICOM na Medicina

Jose Alex de Souza


Universidade Federal do ABC - UFABC
zoinvoo@yahoo.com.br

Resumo a ela, entre aparelhos fabricados por empresas diferentes.


Para que os aparelhos seguissem um método padrão o
Este artigo apresenta o padrão DICOM, que é usado (ACR) e o (NEMA) formaram no ano de 1983 uma
na medicina com o objetivo de armazenar e de prover a comissão mista, para criar um método padrão em que os
comunicação de forma padronizada das imagens que os aparelhos de diversos fabricantes pudessem se comunicar
aparelhos de diagnósticos médicos geram durante os e trocar informações referentes aos exames médicos. Esse
exames, para que se possa fazer esse processamento em padrão tinha que especificar como seria os protocolos de
plataformas diferentes, tanto de hardware como de como: - Promover a comunicação de informação de
software. Mostrará também um pouco da historia do imagem digital, independentemente do fabricante do
padrão DICOM, suas definições e suas especificações. dispositivo; - Facilitar o desenvolvimento de sistemas de
Fazendo um resumo geral do padrão DICOM e Comunicação e Arquivamento de Imagens PACS –
destacando alguns projetos que segue esses padrões no (Picture Archiving and Communication System), que pode
tratamento das imagens médicas, agregando interagir com outros sistemas de informação hospitalar; -
funcionalidades no diagnóstico dos pacientes. Permitir a criação de bases de dados de informações de
diagnóstico que pode ser interrogado por uma ampla
Palavras Chaves: DICOM, Imagens Médicas, variedade de dispositivos distribuídos geograficamente
Medicina, Telemedicina. [1].
Com os estudos dessa comissão, a ACR-NEMA
1. Introdução publicou em 1985, a primeira versão do padrão DICOM
1.0 que foi seguido por duas versões: N º 1, datada de
O padrão DICOM (Digital Imaging and Outubro de 1986 e n º 2, datado de Janeiro de 1988. No
Communication in Medicine) [1] é usado na medicina mesmo ano de 1988 foi publicada a versão 2.0 do padrão
com objetivo de criar uma padronização na comunicação DICOM, essa versão incluía toda versão 1.0 com suas
e no armazenamento das imagens produzidas por revisões publicadas, e introduzia um novo material que
equipamentos que fazem exames médicos, com o presta apoio de comando para dispositivos com telas, e
crescimento da informática, e o aumento do volume das coloca um regime novo de hierarquia para identificar uma
imagens geradas por esses equipamentos foi necessário imagem, adicionando elementos de dados para uma maior
padronizar esses procedimentos para que equipamentos de especificação no descrever de uma imagem.
plataformas diferentes compartilhassem suas informações Esta Norma é desenvolvida com colaboração de outras
uns com os outros, possibilitando o surgimento de organizações de normalizações como a CEN, TC251,
diagnósticos mais detalhados e a distância, fazendo com inclusive em JIRA na Europa e no Japão, e com revisão
que os governos e entidades economizem nos custos em de outras organizações, incluindo IEEE, ANSI, HL7.
atendimentos médicos a população, evitando remoções Atualmente encontra-se na versão 3.0 que foi publicada
desnecessárias, com salas de laudo e diagnósticos virtuais. no ano de 1993 compreendendo as versões anteriores, e
definindo novas classes de serviços, e vem se atualizando
em todos esses anos com publicação de novos
2. Histórico do padrão DICOM documentos, sempre respeitando as instruções da
comissão ACR-NEMA.
Com a introdução da tomografia computadorizada
(TC), seguido de imagens digitais de diagnósticos na
década de 1970, e com a crescente utilização de 3. Conceito do padrão DICOM
computadores, o ACR (American College of Radiology) e
o NEMA (National Electrical Manufacturers Association) É um conjunto de normas que padroniza procedimento
[1] perceberam a necessidade de criar um método padrão no tratamento realizado em imagens geradas por
para a transferência de imagens e informações associadas equipamentos médicos, tornando a comunicação e

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armazenamento das informações médicas em formato Fazendo a sintaxe e semântica de comandos e
eletrônico único, estruturado num protocolo. Com esses informações associadas que podem ser trocados com estes
protocolos as informações associadas às imagens geradas protocolos, pelos meios de comunicação num conjunto de
por equipamentos de Tomografias, Ressonâncias serviços de mídia de armazenamento a ser seguido por
Magnéticas, Radiografias etc. podem ser trocadas entre si dispositivos reivindicando conformidade à norma, bem
obedecendo a uma série de regras. como um formato de arquivo e uma estrutura de diretórios
O padrão DICOM esta em evolução e é mantida em de médicos que visa facilitar o acesso às imagens e as
conformidade com os procedimentos DICOM Standards informações a elas relacionadas no banco de dados. A
Committee e ACR-NEMA, uma exigência em futuras informação também pode ser fornecida como uma
atualizações da norma é de manter a compatibilidade aplicação para o qual a conformidade com a Norma é
eficaz com suas edições anteriores. reivindicada [1].
Para que essa compatibilidade seja eficaz são seguidas O padrão DICOM não especifica os detalhes da
algumas definições, como: implementação de todas as características do padrão em
- Atributo: é a propriedade de um objeto de informação. O um dispositivo alegando conformidade, e nem o conjunto
atributo possui um nome e um valor que independe de global das características e funções que podem ser
qualquer esquema de codificação. esperados de um sistema implementado.
- Comando: é o pedido para processar uma informação O padrão DICOM pertence ao campo da Informática
através de uma rede. Médica, e dentro desse campo é abordada a troca da
- Elemento de Comando: é a codificação de parâmetros de informação digital entre os equipamentos, para que tal
comando que transmite o valor deste parâmetro. equipamento possa interagir com outros dispositivos
- Command Stream: é o resultado da codificação de um médicos, no âmbito desta norma deve sobrepor-se outras
conjunto de elementos de comando usando o DICOM. áreas da informática médica, não sendo abordada essa
- Declaração de Conformidade: é a declaração formal que amplitude.
descreve uma aplicação de produtos específicos que usa o A especificação também se aproveita de normas
padrão DICOM. Essa declaração especifica as classes de internacionais existentes, sempre que aplicável, e que
serviço, informações dos objetos e comunicação dos esteja de acordo com o que estabeleceu as diretrizes de
protocolos suportados. documentação para as normas internacionais do padrão
- Dicionário de Dados: é o registro dos elementos de DICOM.
dados DICOM, que atribui uma marca única, como nome, Este padrão foi desenvolvido com ênfase em imagens
valor característico, e a semântica de cada elemento de médicas de diagnóstico, tal como praticada na radiologia,
dados. na cardiologia e disciplinas correlatas, mas também pode
- Elemento de dados: é a unidade de informação, que foi ser aplicável a uma vasta gama de imagem e não-imagem
definido pela entrada única do dicionário de dados. relacionada a informações trocadas em clínica médica e
- Conjunto de Dados: são as informações trocadas outros ambientes hospitalares.
constituídas por um conjunto estruturado de atributos. O
valor de cada atributo em um conjunto de dados é
expresso como um elemento de dados.
- Fluxo de Dados: é o resultado da codificação de um
conjunto de dados utilizando o esquema de codificação
DICOM.
- Informação do Objeto: é a abstração de uma entidade de
informação real, por exemplo, uma radiografia com as
informações da imagem em conjunto com os dados do
paciente, que é atendido por um ou mais comandos
DICOM. [1]

4. Especificações do padrão DICOM


O objetivo da especificação do padrão DICOM é de
facilita a interoperabilidade dos equipamentos de imagem
médica, especificando as comunicações de rede, num
conjunto de protocolos a serem seguidos pelos
dispositivos reivindicando a conformidade com a Norma
[1].
Figura 1 - Modelo de comunicação geral [1]

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A figura 1 apresenta o modelo de comunicação geral Uma características essencial do InterBase é seu
do padrão DICOM, abrangendo tanto a rede (on-line) suporte ao SQL (Structured Query Language) e também
como o intercâmbio de armazenamento de mídia (off-line) suporta o blob (Binary Large Object), esse último sendo o
de comunicação. Esses pedidos podem ser retransmitidos tipo de dado mais conveniente no armazenamento de
dentro dos seguintes limites: imagens, os dados do blob são armazenados
- A camada superior de serviço, prevê a independência separadamente em páginas especiais para blobs [2].
da rede física e específica o suporte de comunicação e O sistema armazena imagens no padrão DICOM, mais
protocolos, como TCP/IP. não realiza sua visualização, com as imagens
- E a camada The Basic DICOM File Service, fornece colposcópicas com dimensões de (640x480x72pixels),
acesso ao armazenamento das imagens de forma com tamanho de 900 kbytes cada imagem, sua
independente, específicos, e nas estruturas de arquivos. recuperação e visualização são satisfatórias, os próximos
passos do projeto envolve a associação das imagens com
5. Projetos que usam o padrão DICOM laudo textual do paciente, no padrão DICOM e
visualização deste mesmo padrão.
Existem hoje vários projetos que usa o padrão
DICOM, para realizar o armazenamento e a comunicação
das imagens de exames médicos realizados por diversos
aparelhos, esses projetos também realizam trabalhos
importantes de avaliações e diagnósticos, podendo ser
realizados a distâncias com o uso da troca de informações
no padrão DICOM. Esses sistemas são chamados de
PACS (Picture Archiving and Communication Systems)
que é a combinação de hardware e software dedicados ao
armazenamento de curto e longo prazo, que podem prover
a recuperação, gestão, distribuição e apresentação das
imagens, para diferentes propósitos definidos nos
sistemas. Nos próximos tópicos apresento alguns projetos
em andamentos.
Figura 2 – Tela principal do sistema em
5.1 Armazenamento de imagens médicas com desenvolvimento [3]
InterBase.
A figura 2 apresenta uma tela principal do sistema
Com a enorme quantidade de imagens sendo geradas desenvolvido com uma ferramenta de programação
por aparelhos de Tomografias, Ressonâncias Magnéticas, orientada a objetos [3].
Radiografias etc. é necessário o armazenamento dessas Foi concluído no projeto que o armazenamento de
imagens em bancos de dados, fato esse que é de extrema imagem traz grandes benefícios para a medicina, porque
importância e tem seu obstáculo maior no seu alto custo só o uso de texto não é suficiente para certas situações,
para as pequenas instituições e projetos de pesquisa, como sendo que através das imagens os médicos abstraem
por exemplo, o “Oracle” banco de dados robusto, mais informações muitas vezes não correlacionadas nos laudos
que tem um alto custo de aquisição. textuais.
Por esse motivo o projeto faz uso do banco de dados Tal fato mostra que esse armazenamento deve ser feito
InterBase por se tratar de um banco de dados relacional de forma padronizada para que possibilite sua
(SGBDR) e ter sua licença “open-source”, que incorpora visualização, e também sua exibição em telas de alta
conceitos subjacentes ao modelo de dados relacional de resolução, para uma melhor definição na interpretação
banco de dados, ele permite que os dados sejam médicas.
recuperados de forma rápida e eficiente através de uma Outros estudos estão sendo realizado com o objetivo
visão abstrata dos dados, fator considerado quando se de realizar busca de imagem por semelhanças, utilizando
trabalha com um alto fluxo de dados. “histogramas métricos” [4], com esse recurso recupera-se
O projeto usa a versão 6.0 do InterBase que tem seu imagens semelhantes a uma preestabelecida, para
código-fonte aberto, podendo ser utilizado gratuitamente comparações, por exemplo, recuperar as imagens de RX-
nas plataformas Windows, Linux, Mas. Tórax do Banco de imagem, semelhantes ao do paciente
Atualmente as versões mais recentes do banco de “João da Souza”, que apresenta uma característica
dados InterBase são proprietárias, por isso foi criado o pulmonar, permitindo assim apoiar os médicos, alunos e
Firebird baseado na versão 6.0 para substituir o InterBase. professores a realizar um diagnóstico mais apurado.

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Outro fato relevante que o armazenamento de imagem Com isso a Sala de Laudos Virtual Multiponto deverá
promove é a telemedicina [5,6], que utilizando a utilizar a (web) internet para a comunicação, o projeto
tecnologia web (internet) transmite as imagens no padrão também é integrado ao sistema Cyclops Personal [8], para
DICOM para diferentes pontos onde há um especialista que não tenha que ser desenvolvido um sistema totalmente
para realizar um diagnóstico ou mesmo emitir uma novo a partir do zero que permita ler e visualizar imagens
segunda opinião do diagnóstico, e também pode auxiliar o DICOM, tirando proveito das ferramentas de visualização
ensino e pesquisa. e desenho do projeto Cyclops Personal, para oferecer uma
comunicação entre os sistemas foi necessário criar um
5.2 Laudo médico via internet uma proposta protocolo que permitisse o transporte de áudio, texto e
multiponto para teleradiologia. demais ações dos usuários interagindo com o sistema [9].

Esse projeto tem sua justificativa por causa do avanço


das Telecomunicações nas últimas décadas, e aliando-se
constantemente com a computação e juntando-se com a
medicina, as três áreas fez surgir uma nova área do
conhecimento denominada telemedicina [5, 6].
As instituições governamentais e privadas ligadas à
saúde têm investido na telemedicina, porque com ela
cobrem-se grandes áreas geográficas com custos muito
reduzidos comparado aos custos de um atendimento
convencional, fazendo com que a população que procura
atendimento médico, e que morram em pequenas cidades
ou centros possa ser atendida. Figura 3 - Ambiente colaborativo com
A telemedicina propícia tratamentos e presença física [9]
acompanhamentos mais próximos sem a necessidade do
deslocamento do especialista ou da especialidade ao local, A figura 3 representa um ambiente colaborativo com a
não sendo necessário nem o deslocamento dos pacientes presença física do especialista, e funcionalidades de um
aos grandes centros, que pode ter outro efeito colateral ambiente tradicional, sendo possível que um ou mais
benéfico com a diminuição da super lotação dos hospitais, membros médicos ou outros, vejam as imagens, façam
laboratórios e centros médicos. Ela trás a possibilidade de anotações, demarcações com canetas, medições e até
exames, consultas e até cirurgias serem feitas ampliação das imagens para maior detalhamento dos
remotamente pelos médicos [7]. exames, tudo isso com a sensação de estar um do lado do
A motivação partiu dos próprios médicos que querem outro mesmo com distâncias entre os membros, que fazem
discutir laudos e outros exames através do sistema, as analises das imagens no padrão DICOM 3.0.
permitindo a colaboração nos diagnósticos ou laudos com A figura 4 mostra umas janelas do sistema proposto
especialistas localizados distantes geograficamente, o onde os usuários têm a possibilidade durante a sessão dos
desenvolvimento dessa ferramenta computacional permite laudos colaborativos de escolher o melhor modo de
não só a discussão dos diagnósticos ou laudos visualização das imagens que desejam, exibindo uma ou
colaborativos mais também a possibilidade de integração mais imagens ao mesmo tempo e em diferentes formas.
entre os profissionais da área médica, com a troca de
experiências no tratamento de certas situações, com baixo
custo, que são fatores importantes e ajudam a justificar um
sistema computacional multiponto.
O projeto tem dois objetivos um médico e outro
computacional. O objetivo médico deve atender alguns
requisitos como, visualizar imagens médicas no padrão
DICOM 3.0 e oferecer recursos que se assemelhem ao
trabalho tradicional, como solução de comunicação por
texto e voz em que os participantes se sintam trabalhando
lado a lado com o outro, mesmo estando longe
geograficamente.
Os objetivos computacionais têm seus requisitos
definido com base nos objetivos médicos, seguindo um
raciocínio lógico. Figura 4 – Janelas do software da sala de laudos
virtual [9]

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O projeto dispõe de um aplicativo no servidor A figura 6 demonstra como ficou a divisão do
responsável por receber os pacotes e replicá-los para os protocolo de comunicação para compartilhar os recursos
demais participantes da sessão, a funcionalidade sessão de interatividade do sistema, inclusive o teclado e o
foi criada para que o sistema possa suportar dois grupos movimento do mouse, onde sua estrutura é formada pelo:
distintos conectados ao mesmo servidor colaborando ID - Número seqüencial do protocolo (7 bytes);
sobre imagens DICOM sem que um interfira na CMD - Ação/definição/categoria do protocolo (12
comunicação do outro. bytes);
Por causa dessa peculiaridade da criação das sessões, CS - Validade do Protocolo (7 bytes);
para que os pacotes de dados sejam enviados para os SS - ID da Sessão (2 bytes);
clientes corretos, foi necessária uma pequena alteração no LN - Comprimento em bytes da camada dos dados.
protocolo proposto por Mendes [10], ou seja, no Este campo ocupa todo o restante do pacote com no
cabeçalho do protocolo foi criado o campo SS que Maximo de 10000 caracteres.
identifica a sessão correta para o envio dos dados Outro objetivo do protocolo é permitir em versões
replicados, com isso é obrigatório que todos os futuras que logs de erros sejam gerados junto com os
participantes de um laudo colaborativo sejam registrados relatórios estatísticos sobre a comunicação em uma
em uma mesma sessão comum a todos. determinada sessão [9].

Figura 7 – Cenário de teste do projeto [9]

A figura 7 mostra o mapa de duas cidades onde o


ponto A é a cidade de Porto União onde ficou um cliente
e o servidor, e o ponto B é a cidade de Florianópolis onde
Figura 5 – Modelo de comunicação [9] ficaram outros dois clientes, o inicio da comunicação por
áudio-conferência é feita no mesmo momento em que os
A figura 5 representa a estrutura lógica do ambiente computadores se conectam através de DNS ou endereço
proposto para a comunicação, com equipamentos e IP. Com essa primeira versão do sistema o teste foi
recursos necessários para esta aplicação, como realizado com um protocolo de transferência de áudio
computadores, recursos multimídia de som, modems proprietário algo que limitou a transferência de áudio a
compatíveis com rede de alta velocidade e microfones, apenas dois clientes, mas nas próximas versões será
para acontecer o compartilhamento das informações entre melhorado esse protocolo permitindo que três ou mais
os usuários. clientes possam se comunicar através do áudio, a
O desenvolvimento da Sala de Laudos Virtual qualidade de áudio foi comprovada diante dos testes
Multiponto foi baseado nos conceitos empregados por realizados.
Mendes [10], e a aplicação tem compatibilidade com o A conclusão desse projeto e dividida em duas partes a
Cyclops Personal [8], já que ambos trabalham em médica e a computacional. Para os médicos o projeto
conjunto, tendo diversas afinidades em comum no quesito poderá permitir que as instituições de saúde possam
de imagens DICOM 3.0 e em teleradiologia. atender e fazer diagnósticos com rapidez e eficácia
melhorando assim o tratamento, pela troca de experiências
e de segunda opinião de médicos especialistas com maior
experiência nas suas áreas.
Na parte da computação fica claro que o não uso dos
protocolos H.323 e T.120, deixou o sistema mais flexível
e com menor consumo de recursos de rede, e as
Figura 6 – Protocolo de comunicação da sala perspectivas futuras de trabalhos são maiores já que o
de laudos virtual multiponto [9] sistema não depende de códigos proprietários [9].

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5.3 Projeto RUTE tratamentos médicos mesmo com o especialista distante
do paciente.
O projeto da Rede Universitária de Telemedicina As instituições ligadas à saúde, governamentais e
(RUTE) é uma iniciativa do Ministério da Ciência e particulares realizam pesquisas e implementam projetos
Tecnologia, apoiado pelo Finep e pela Associação como a Sala de Laudos Virtual, o projeto RUTE entre
Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), com a outros, essas iniciativas trazem grandes expectativas para
coordenação do RNP – Rede Nacional de Ensino e o futuro inclusive porque os custos de implantação dos
Pesquisa, para promover uma infra-estrutura para sistemas são bem inferiores aos modelos tradicionais,
telemedicina e realizar a integração de projetos entre os usando é claro o padrão DICOM no compartilhamento das
participantes [11]. imagens médicas. A versão 3.0 do padrão DICOM
O projeto Rute em primeiro momento possibilita a promete ser em muito pouco tempo trivial no uso da
utilização de aplicativos que demandam mais recursos de telemedicina encurtando distâncias entre pacientes e
rede pelos participantes do projeto em seus estudos, no especialistas, principalmente pacientes de baixa renda que
segundo momento a Rute tem a intenção de levar serviços vivem longe dos grandes centros.
referentes à área médica para profissionais e pacientes que Os governantes e as instituições que pesquisam e
se encontram distantes dos grandes centros, trabalham na telemedicina, esperam que no futuro seja
compartilhando arquivos de prontuários, consultas, possível assegurar à assistência médica a população com
exames, imagens médicas no Padrão DICOM 3.0 e um custo baixo e com excelente qualidade.
segundas opiniões sobre determinada situação.
A iniciativa Rute trará grande impacto científico, 7. Referências
tecnológico, econômicos e sociais, por permiti medidas
simples como implantação de análise de imagens médicas [1] Digital Imaging and Communications in Medicine
com diagnósticos remotos, contribuindo assim para (DICOM), NEMA standards and guideline publications,
reduzir a carência de especialistas nas pequenas cidades e National Electrical Manufacturers Association. Disponível em:
médios centros, possibilitando o acesso da população mais <http://medical.nema.org/dicom/2004.html>; Acesso em:
carente a tratamentos médicos mais adequados e com março de 2010.
[2] Silva, J. M. S. InterBase 6 – Guia do Desenvolvedor, Rio de
custos relativamente bem inferiores ao do atendimento
Janeiro, Book Express, 2000.
normal, e também possibilitar a capacitação dos [3] Neto, Geraldo Henrique; Valeri, Fabio Valiengo.
profissionais da saúde sem a necessidade do deslocamento Armazenamento de Imagens Médicas com InterBase. [artigo].
dos mesmos. [4] Bueno, Josiane M.. Suporte à Recuperação de Imagens
O projeto Rute começou sua implantação em 2006 Médicas Baseada em Conteúdo através de Histogramas
integrando 19 instituições em 14 estados. Na segunda e Métricos. Dissertação (Doutorado em Ciências – Área de
terceira implantação 2007 e 2008 ficou presente em todo Ciências de Computação e Matemática Computacional).
país, sendo ao todo 57 hospitais interconectados através USP/São Carlos – São Paulo. 2001.
[5] Mendes, John Anderson Freitas; “Telemedicina: Sala de
de rede avançada de alta velocidade, desenvolvendo,
Laudos Virtual – Uma Proposta para Teleradiologia”.
testando e implementando soluções tecnológicas na [dissertação] Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
captação, armazenamento, comunicação e segurança no [6] ATA, American Telemedicine Association. Disponível em:
compartilhamento de imagens medicas, para melhorar a <http://www.atmeda.org>; Acesso em: março de 2010.
qualidade de diagnóstico e colaboração entre profissionais [7] Sabbatini, Renato M.E. Disponível em:
on-line e off-line etc. <http://www.comciencia.br/reportagens/internet/net12.htm>;
Como o projeto é voltado para pesquisas e aplicações Acesso em: março de 2010.
na telemedicina, e com um grande fluxo de imagens [8] The Cyclops Project. Disponível em:
médicas, o padrão DICOM 3.0 é o recomendável nos <http://www.inf.ufsc.br/cyclops>; Acesso em: março de 2010.
sistemas em desenvolvimento e nos futuros. [9] Mendes, John Anderson Freitas; Wangenhein, Aldo Von.
Laudo Médico via Internet uma Proposta Multiponto para
Teleradiologia. [artigo].
6. Conclusão [10] Mendes, John Anderson Freitas. Sala de Laudos Virtual –
Uma Proposta para Teleradiologia. [artigo] - III Workshop de
O padrão DICOM elaborado pela comissão ACR- Informática Médica – WIM, realizado em Fortaleza – CE, 2003.
NEMA, com suas atualizações e publicações, tem sido [11] Rede Universitária de Telemedicina. Disponível em:
importante para o salto de qualidade na captação, <http://rute.rnp.br/>; Acesso em: março de 2010.
armazenamento e comunicação de imagens médicas,
tornando possível a colaboração entre profissionais da
saúde, mesmo eles estando distantes geograficamente uns
dos outros, possibilitando exames, diagnósticos, laudos e

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