Você está na página 1de 1

Dor de pensar

Em Fernando Pessoa, observa-se uma dialtica da


sinceridade/fingimento que se liga s da
conscincia/inconscincia e do sentir/pensar.
Assim, Fernando Pessoa est condenado a ser lcido, a
ter de pensar, gostava, muitas vezes, de ter a inconscincia
das coisas ou de seres comuns que agem como a pobre
ceifeira ou que cumprem apenas as leis do instinto como o
gato que brinca na rua. Com uma inteligncia analtica e
imaginativa a interferir em toda a sua relao com o mundo
e com a vida, o eu lrico tanto aceita a conscincia, como
sente uma verdadeira dor de pensar que traduz insatisfao
e dvida sobre a utilidade do pensamento.
Impedido de ser feliz, devido lucidez, procura a
realizao do paradoxo de ter uma conscincia
inconsciente. Mas ao pensar sobre o pensamento, percebe
o vazio que no permite conciliar a conscincia e a
inconscincia.

Você também pode gostar