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Formação Histórica
O primeiro explorador europeu que teria alcançado o vale do rio Guaporé foi o
espanhol Ñuflo de Chávez, de passagem entre 1541 e 1542. Mais tarde, no século
XVII, a região foi percorrida pela épica bandeira de Antônio Raposo Tavares. Tendo
ainda alguns missionários se aventurado isoladamente pela região, no século seguinte, a
partir da descoberta de ouro no vale do rio Cuiabá, os bandeirantes começaram a
explorar o Vale do Guaporé. Por esse motivo, em 1748, as instruções da Coroa
portuguesa para o primeiro Governador e Capitão General da Capitania do Mato
Grosso, Antônio Rolim de Moura Tavares (1751-1764), foram as de que mantivesse - a
qualquer custo - a ocupação da margem direita do rio Guaporé.
Rolim de Moura instalou a sua capital em Vila Bela da Santíssima Trindade (19
de março de 1752), tomando as primeiras providências para a defesa da Capitania que
lhe fora confiada. Em 1772, Francisco de Melo Palheta, partindo de Belém do Pará,
atingiu sucessivamente o rio Mamoré, o rio Madeira e o rio Guaporé, alcançando Santa
Cruz de La Sierra. Com o declínio da mineração, e a Independência do Brasil, a região
perdeu importância econômica até que, ao final do século XIX, com o auge da
exploração da borracha, passou a receber imigrantes nordestinos para o trabalho nos
seringais amazônicos.
Formado por terras anteriormente pertencentes aos Estados do Amazonas e Mato
Grosso, o Estado de Rondônia foi originalmente criado como Território do Guaporé em
1943. A denominação atual foi dada em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao
Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato Grosso e da Amazônia em 17 de
fevereiro de 1956. Em 1981, o Território de Rondônia passou a Estado da Federação.
Até o século XVII apenas algumas missões religiosas haviam chegado até a região onde
hoje se encontra o Estado de Rondônia. No início do século XVIII os portugueses,
partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de
Bom Jesus, antigo nome da localidade de Cuiabá, onde descobriram ouro. Começaram
então a aparecer explorações de bandeirantes pelo vale do rio Guaporé em busca das
riquezas minerais da nova área descoberta.
Pelo Tratado de Tordesilhas toda essa região pertencia à Espanha. Com a
penetração das Bandeiras e o mapeamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no
período de 1722 a 1747, houve uma redefinição dos limites entre Portugal e Espanha,
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História do Estado de Rondônia
realizada através dos Tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777). Portugal
passou então a ter a posse definitiva da região e a defesa dos limites territoriais. As
demarcações da área ocorreram a partir de 1781. O povoamento da região teve início no
século XIX, na fase do ciclo da borracha, com a construção da ferrovia Madeira-
Mamoré e a exploração dos seringais existentes.
Antes de ser abatido pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho em 1770, o
quilombo do Piolho, conhecido também como quilombo do Quariterê (ou Quariteté,
tendo por referência um outro nome do mesmo rio) foi, segundo os pesquisadores
matogrossenses, o maior e mais significativo da região de Vila Bela (na Chapada e no
vale do Guaporé), não só pela sua população mas também pela organização social e
fartura das suas roças, tendo sido encontradas ali até mesmo duas tendas de ferreiro.
Teresa de Benguela séc XVIII Mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do
Piolho ou Quariterê, em Guaporé, Mato Grosso. Quando seu marido,José Piolho,
morreu Teresa de Benguela assumiu o comando. Revela-se uma líder ainda mais
implacável e obstinada. Valente e guerreira ela comandou uma comunidade de três mil
pessoas, o quilombo cresceu tanto ao seu comando que agregou índios bolivianos e
brasileiros, isto incomodou muito a Coroa, pois isto influenciaria a luta dos bolivianos
e americanos (ingleses e espanhóis) para a passagem de mercadorias e
internacionalização da Amazônia. A Coroa age rápido e envia uma bandeira de alto
poder de fogo para acabar com os quilombolas. Presa Teresa suicidou-se. Em 1994
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vira samba enredo da Unidos deo Viradouro por obra de Joãzinho Trinta, Teresa de
Benguela - Uma Raínha Negra no Pantanal.
Histórico Nacional, inscrito no livro de Tombo das Belas Artes, através do decreto-lei
nº 25, de 30 de novembro de 1937.
O Real Forte do Príncipe da Beira serviu para manter o domínio português sobre
as duas principais vias de comunicação da região, os rios Guaporé e Jauru, ambos
componentes da bacia do Amazonas e do Paraguai, respectivamente. Sua construção
atraiu a fixação de centenas de agricultores em suas cercanias, que cultivavam fumo e
café, e marcou o início do primeiro processo de ocupação militar, e povoamento efetivo
das terras rondonienses, na medida em que modificou o tipo de povoadores, até então
predominantemente formados por comercializadores de ouro e religiosos.
Politicamente concebido por Sebastião José de Carvalho Mello, marquês de
Pombal, ministro e principal figura política do governo de D. José I, rei de Portugal e
avô do príncipe da Beira, o Real Forte do Príncipe da Beira perdeu seu valor estratégico
e suas funções militares em decorrência do declínio do ciclo do ouro, tendo sido
transformado em um grande presídio. Após proclamação da República, por razões
políticas e econômicas, foi abandonado pelo governo. Posteriormente, passou a ser
designado simplesmente Forte do Príncipe da Beira.
Com a assinatura do Tratado de Madri em 1750 e o acordo entre Portugal e
Espanha sobre os limites dos territórios, fato associado ao esgotamento dos metais
preciosos na região, a Fortaleza entrará em decadência, mas somente será
definitivamente abandonado em 1895. Após a Proclamação da República em
15/11/1889, a última guarnição do Forte não teve mais assistência, ficando sem
comunicação e sem mantimentos. Seu último Comandante foi o Sargento Queiroz,
conhecido por Xiboca, que sequer sabia que a monarquia no Brasil tinha chegado ao
fim.
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“Isso representou o isolamento de sua população, que deixou de estar em contato com a
capital. E foi tão doloroso esse insulamento, que em 1931, quando foi inaugurada a Empresa
de Navegação nos rios Mamoré e Guaporé, que tinha a finalidade de fazer uma ligação
mensal de Guajará-Mirim a Vila Bela, quando a lancha aproximava-se do porto, o barulho de
suas máquinas apavorou a população, que saiu correndo para a mata, julgando que era o fim
do mundo ou uma provação de Deus. Os poucos que ficaram, quando ouviam o apito
estridente da lancha, também procuraram a floresta. E foi com muita paciência e um dia de
entendimento para aquela pobre gente tomar contato com o pessoal da embarcação e voltasse
tranqüila para a casa. Esse abandono influiu dolorosamente na alma e na concepção daquele
povo; contaremos para melhor elucidar esse estado de abandono, quando o Comandante da
embarcação que fazia o correio, montado em uma bicicleta, dirigiu-se àquela repartição, para
entregar malas postais e ao passar em frente a um pobre casebre, achava-se, debruçada a uma
bem modesta janela, fechou bruscamente a tosca janela”. (Saldanha, pág.64)
Um profundo fosso aberto ao seu redor servia para proteger o Forte do avanço
de inimigos por terra. O único acesso ao seu interior era feito através de uma ponte
elevadiça, com três metros de comprimento, no setor norte de sua muralha. Em suas
dependências
pendências foram construídos alojamentos para oficiais e praças, uma capela,
armazém, paiol e uma cadeia.
A cal de pedra necessária para sua edificação foi trazida inicialmente de Belém
do Pará, através dos rios Amazonas e Madeira, seguindo daí por terra, num difícil
percurso de 1.500 quilômetros. Posteriormente, essa matéria-prima
matéria prima passou a vir de
Corumbá, no Grosso, subindo os rios Paraguai, Jauru e Guaporé. Em suas obras
trabalharam Mato duzentos operários especializados, entre carpinteiros, pedreiros e
artífices,
rtífices, contratados no Rio de Janeiro e em Belém do Pará, centenas de índios, além de
mil negros escravos. Sua guarnição militar somente foi acantonada em março de 1784, e
a principal artilharia, formada por quatro canhões calibre 24, feitos de bronze, somente
s
foi enviada de Belém em 1825, e levou cinco anos para chegar ao destino.
O primeiro comandante do Real Forte do Príncipe da Beira foi o capitão de
Dragões José Mello de Souza Castro e Vilhena, oficial português desterrado para o
Mato Grosso, que servia
rvia na Companhia de Goiás. A denominação Príncipe da Beira foi
Carne seca, espingarda, munição, a faca de cortar seringa, o balde, eram alguns
dos utensílios que o barracão costumava fornecer. Essa forma de endividamento ficou
historicamente conhecida por "sistema de aviamento", através do qual o seringueiro
tinha que se aviar com o patrão, que ditava os preços. Nesse sentido, era quase
impossível o seringueiro se libertar do patrão.
seringueiros bolivianos, entre eles estavam a Empresa Suarez & Hermano D. Ramon, D.
Inácio Arauz, D. Pastor Oyola e Santos Mercado. Durante este 1º Ciclo, os Nordestinos
ocuparam e interiorizaram a exploração da borracha pelo Oeste Amazônico,
desbravando os vales do Rio Juruá, Purús, Acre, Madeira e Javari.
A concorrência da borracha da Malásia e Cingapura derrubou os preços da borracha
Amazônica, a partir de 1912.
empresa May, Jekill e Randolph, que pertencia a Percival Farquar, americano que
comprara a concessão de construção do Engenheiro Joaquim Catramby.
ferrovia em sete quilômetros, sua rota e, sobretudo, a localização de sua estação inicial,
antes prevista para ser construída em terras pertencentes ao estado de Mato Grosso,
passava então a situar-se em terras do Amazonas.
Através do decreto-lei nº 6.775, de 28 de novembro de 1907, o governo
brasileiro autorizou à empresa The Madeira-Mamoré Railway Company Ltda., a
funcionar no Brasil. É muito difícil avaliar as dificuldades enfrentadas pela empresa
May, Jeckyll & Randolph para executar este grandioso empreendimento em condições
tão adversas para técnicos e operários. A construção da ferrovia Madeira-Mamoré bateu
o recorde mundial de acidentes de trabalho, e teve centenas de homens mortos ou
desaparecidos na imensidão da floresta e nas viagens para a região.
No ano de 1908, a May, Jeckyll & Randolph contratou operários espanhóis
dispensados das construções ferroviárias que o grupo realizava em Cuba. No entanto,
de um total de trezentos e cinqüenta homens, somente setenta e cinco chegaram a Porto
Velho. O restante desistiu no Porto de Belém, em razão das notícias sobre as doenças
regionais que ceifavam a vida dos operários e dos constantes ataques dos índios
Caripunas aos trechos em obras.
Realmente era muito grave a questão de saúde na região. Em apenas três meses
de trabalho já existiam inúmeros operários doentes, o que levou à empresa a construir,
entre os povoados de Porto Velho e de Santo Antônio, o Hospital da Candelária, que
chegou a ter onze médicos. Mas, nem eles resistiram. Três morreram e dois ficaram
inválidos.
tipos de males que afetavam os operários da Madeira-Mamoré. Por isto, solicitam que a
empresa contratasse os serviços do médico sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz. Aos 37
anos de idade, o Dr. Oswaldo Cruz chegou a Porto Velho no dia 09 de julho de 1910,
acompanhado por seu médico particular, Dr. Belizário Pena. Após profundos estudos
sobre a região, o grande sanitarista concluiu que as doenças regionais, como a malária e
o beribéri, eram conhecidas e tinham tratamento.
por finalidade implantar linhas e estações telegráficas nos sertões mato-grossenses. Seus
pontos extremos ficavam em Cuiabá e na Vila de Santo Antônio do Rio Madeira,
localizada à margem direita do rio Madeira, à sete quilômetros da fronteira do Estado do
Mato Grosso com o do Amazonas. O comando de tão importante missão foi entregue ao
militar e sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon, oficial do Exército e engenheiro-
militar, de quem a Comissão herdou o próprio nome. Ficou nacionalmente conhecida
como Comissão Rondon.
Além de implantar as linhas telegráficas, a Comissão Rondon exerceu outras
importantes funções nos sertões mato-grossenses, como o reconhecimento de fronteiras,
inclusive entre os seringais da região, as determinações geográficas, o estudo e a
pesquisa de riquezas minerais, do solo, do clima, das florestas, dos rios conhecidos e
dos que foram descobertos. O estudo do meio-ambiente e do ecossistema também fazia
parte de suas ações. Entre 1908 e 1915, a Comissão catalogou 350 espécies de árvores e
colecionou 752 tipos de animais e insetos. Outra proposta da Comissão Rondon era
estimular a ocupação humana da região, definitivamente, a partir de suas estações
telegráficas e da construção de trechos de estradas que lhe davam acesso. Formada
basicamente por militares e civis indicados pelo governo ou escolhidos por seu próprio
chefe, a Comissão Rondon também recebia prisioneiros políticos e criminosos comuns,
desterrados para o Amazonas ou Acre. Estes, eram requisitados nos navios ou já vinham
previamente destinados para realizar os serviços mais pesados. Portanto, era comum
ocorrerem motins, deserções e sabotagens. Esses casos eram severamente punidos com
castigos físicos, muitas vezes aplicados pelo próprio Rondon.
O principal objetivo da Comissão Rondon era o de ligar, pelo fio telegráfico, os
territórios do Amazonas e do Mato Grosso, completando o trecho Cuiabá / Rio de
Janeiro. Para cumprir sua missão, Cândido Mariano da Silva Rondon penetrou nos
sertões dos Parecis com destino ao vale do Madeira, no início de 1907. No dia 1º de
agosto daquele ano, alcançou o vale do Juruena. No dia 7 de setembro de 1908 foi
inaugurado o destacamento central de Juruena, sob o comando do tenente Joaquim
Ferreira da Silva. Em 12 de outubro de 1911, era inaugurada a Estação Telegráfica de
Vilhena, cuja denominação foi uma homenagem de Rondon ao seu ex-chefe, Álvaro
Coutinho de Melo e Vilhena, maranhense, engenheiro-chefe da Organização da Carta
Telegráfica Pública. A partir de então, formou-se uma coincidência histórica: no mesmo
Com o apoio financeiro dos EUA, o governo brasileiro montou uma infra-
estrutura que possibilitou aos seringais uma expressiva produção. A infra-estrutura
criada foi a seguinte:
SESP (Serviço Especial de Saúde Pública): foi criado para promover o melhoramento
urbano, o combate a Malária e o saneamento
A partir de 1943 até 1945, provinha dos centros urbanos, geralmente composta
de homens solteiros ou desgarrados de sua parentela, muito deles desempregados ou
sem profissão definida, vinham para a Amazônia pelo simples sabor da aventura e para
fugir à convocação para a FEB ( Força Expedicionária Brasileira) que lutava na Itália.
Com o término da Guerra em 1945, foram liberadas as plantações de borracha da região
asiática, cessando o interesse norte-americano pela borracha produzida na Amazônia,
que passou a acumular em estoques crescentes, já que o mercado interno não tinha
capacidade de absorver toda a produção. A tentativa de produzir borracha ainda
permaneceu até os idos de 1960. A partir desta data, paulatinamente a produção de
borracha cai, ocasionando o fim desse ciclo.
com 10.036 habitantes. por parte do município de Mato Grosso. Porto Velho foi
confirmado como capital do novo Território.
Em 1956, o Território do Guaporé passou para Território Federal de Rondônia
na mesma época do Governo J.K foi iniciado a abertura da BR - 029 (atual - 364) que
auxiliou no novo surto migratório para a região juntamente com os garimpos de
Cassiterita e pedras preciosas. Em fevereiro de 1960, o então Presidente Juscelino
Kubistchek de Oliveira, determinou ao Departamento Nacional de Estradas e Rodagens
(DNER), a abertura e construção da estrada que acabou se tornando o leito da BR 364.
O ESTADO DE RONDÔNIA
nome a uma das praças centrais. Determinada corrente de pesquisadores defende a tese
de que o marco histórico de nascimento da cidade é 1907, e por isso comemora um
século de história de Porto Velho este ano. Há outro segmento de historiadores que
discorda dessa tese. A origem do nome da cidade também é motivo de polêmica. Para
uns, ele teria nascido em razão das referências que os primeiros habitantes faziam a um
pequeno comércio flutuante localizado à margem direita do rio Madeira (mais ou menos
onde hoje é o Cai N'água), que pertenceria ao mascate conhecido por "Velho Pimentel".
Das citações populares ao local é que teriam surgido as expressões "Ponto do Velho" ou
"Porto do Velho" - posteriormente Porto Velho. Para outros, tudo isso não passa de
lenda. Os estudiosos pretendem passar a limpo esses e outros aspectos controvertidos e
apresentar versão consensual e definitiva sobre a história da cidade.
ATUALIDADES
quase 90 mil km². “Essas porções retiradas das unidades de conservação são sempre
alvo de grupos econômicos com fins de exploração comercial”, destaca Ana. “As
políticas públicas ambientais consideram Rondônia um estado perdido. Discordo dessa
posição. Acho que precisamos tentar segurar pelo menos as unidades de conservação.”
Em Rondônia, tais regiões representam pouco menos de 40% do estado. São quatro
reservas extrativistas, oito florestas, duas áreas de proteção ambiental, 14 unidades de
conservação e 24 terras indígenas. Segundo Nanci Maria Rodrigues da Silva,
superintendente substituta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) no estado, a criação de porções de terra protegidas tem
sido um eficaz instrumento de combate à devastação, mas a situação ainda é
incontrolável em algumas áreas. A Floresta do Bom Futuro, que registrou taxa anual de
desmatamento de 4,3% desde 2002, passa por uma situação grave. “Naquele local, só
com a ajuda do Exército”, afirma Nanci.
Uma liminar da Justiça Federal, fruto de ação civil movida pelo Ministério
Público (tanto federal quanto estadual, que costumam agir em conjunto em Rondônia),
determinou, em agosto de 2004, a retirada de grileiros, madeireiros e demais invasores
ilegais da Floresta do Bom Futuro, do Parque Estadual de Guajará-Mirim, da Reserva
Extrativista Jaci - Paraná e da terra indígena Karipuna. Em respeito à determinação
judicial, o IBAMA providenciou uma operação imediata na região. E só assim conheceu
a real dimensão do problema que se instalou ali. “Tivemos que usar até helicópteros
para retirar os agentes de lá. Cortaram pontes, fizeram barreiras com tábuas de pregos
nas estradas”, conta Nanci. A engenheira Ana compara a região onde se localiza a
Floresta do Bom Futuro à Terra do Meio, no Pará, famosa pelos conflitos sociais. “É
uma área sem regras, onde uma liminar da Justiça, de mais de três anos, não foi
cumprida”, constata. Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público estadual
confirmou que a determinação judicial ainda espera para ser atendida, devido às
dificuldades enfrentadas pelo IBAMA e pelas polícias envolvidas nas ações (guarda
ambiental, Polícia Civil e Polícia Federal, dependendo da operação).
ativas do estado, Almir Suruí foi obrigado a deixar sua terra depois que denunciou a
exploração de madeireiras nas áreas indígenas e começou a ser ameaçado. O caso
acabou denunciado à Comissão dos Direitos Humanos da Organização dos Estados
(OEA). Proporcionalmente, Rondônia é recordista em desmatamento acumulado na
Amazônia Legal, com 38% de todo o território devastado. Veja abaixo os índices de
destruição em cada estado:
Área desmatada*
ACRE 12%
AMAZONAS 2%
AMAPÁ 2%
MATO GROSSO 22%
PARÁ 19%
RONDÔNIA 38%
RORAIMA 4%
TOCANTINS 11%
discutidas por especialistas das mais variadas tendências. Enquanto os empreiteiros das
Hidrelétricas falam em algo em torno de 30.000 pessoas, setores ligados aos
movimentos ambientalistas e grupos intelectuais anunciam que essa cifra pode chegar a
mais de 100.000 pessoas que, atraídas por promessas de emprego e bons negócios, já
começam a desembaraçar em Porto Velho.
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