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A planificação do processo catequético e das várias atividades não são «um facto meramente estratégico, pensando numa maior eficácia da ação
evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo. A ação evangelizadora deve ser bem coordenada, porque tem como objetivo a unidade da
fé, que, por sua vez, sustenta todas as ações da Igreja (DGC272)». À ortodoxia a que deve fidelidade a catequese, se acrescente a exigência de
corresponder à natureza, finalidade e tarefas que lhe são próprias no coração da evangelização.
A última carta pastoral1, a Conferência Episcopal Portuguese aponta, neste sentido, algumas diretrizes:
-«a catequese se não pode reduzir à transmissão de conteúdos doutrinais, como no modelo escolar. A transmissão tem de fazer-se de modo
vivenciado, inserida no ENCONTRO com Jesus Cristo. De resto, todo o encontro de catequese tem de ser encontro com Ele. Porque é Ele
quem, vindo ao nosso encontro, nos pode despertar para a fé, uma fé que atinja todo o nosso ser: a cabeça, o coração e as mãos, que, segundo o
Papa Francisco, necessariamente se correlacionam: a cabeça para “pensar o que se sente e o que se faz”; o coração para “sentir o que se pensa e o
que se faz”; e as mãos para “fazer o que se sente e se pensa”2».
- «ésobretudo (…), na Igreja, que podem encontrar-se com Jesus Cristo Senhor, presente ao vivo na Palavra, na Liturgia, em especial na Eucaristia e
nos sacramentos, e na prática da caridade.3» …
Por sua vez, o Plano Pastoral da Diocese indica, para a catequese, objetivos e ações concretas a partir do lema «movidos pelo amor de Deus» ( ver o
primeiro artigo desta revista).
Na hora de planificar o ano catequético, estas diretrizes indicam a forma (pedagogia, metodologia, estratégias…) como devem ser planificados e
orientados os encontros de catequese (apresentadas no guia). Estas requerem que se proponham experiencias significativas para que os catequizandos
possam acolher o Senhor que vem ao seu ENCONTRO e desejam SEGUI-LO em comunidade. A operacionalização do Plano Pastoral propões algumas ações
concretas.
1
Conferência Episcopal Portuguesa, Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo, 2017, nº12
2
Papa Francisco, Entrevista à Radio Renascença, in Aura Miguel, Conver- sas em Altos Voos, 93.
3
Conferência Episcopal Portuguesa, Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo, 2017, nº25
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____ 1ª Fase: Análise da realidade (swot)– diagnóstico
Para planificar as catequeses propostas pelo guia, acompanhar o Ano Litúrgico e procurar operacionalizar as diretrizes da Igreja e do Plano Pastoral é
necessário ter em conta a realidade dos catequistas (potencialidades e dificuldades) e o perfil e necessidades específicas da comunidade, catequizandos e
famílias. Assim propõe-se que se analisem:
▪ as potencialidades e dificuldades relativas à realização da missão do catequista;
▪ as potencialidades e dificuldades relativas à situação familiar, social e religiosa dos catequizandos e famílias.
▪ ajudar o catequista a tomar consciência das suas potencialidades e dificuldades para procurar ajuda e melhorar o desempenho da missão…
▪ ajudar famílias e catequizandos a acolher o Senhor que vem ao seu ENCONTRO e a viverem a vida ao jeito de Jesus, na comunidade…
Potencialidades Dificuldades
Catequista
Interna/
Comunidade
Exemplo: (motivação, empenho, facilidade em cativar, facilidade em manusear Exemplo: (Falta de comunhão, pouca disponibilidade, dificuldade em gerir os grupos, falta de
os meios informáticos …) formação e conhecimentos…)
-… -…
Potencialidades Dificuldades
Exemplo: (- Os pais colocam os filhos na catequese; alguns têm vivência Exemplo: (Pouca vivência comunitária; pouco interesse pela catequese; formação
Sociedade
/Famílias
Externa
comunitária; Tudo fazem pela felicidade dos filhos, sendo capazes de fazer religiosa insuficiente; falta de vivência cristã; crianças com muitas atividades, pais
separados …)
alguma coisa por eles; estão presentes nas festas…)
-…
-…
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b---Análise da realidade: dimensão espiritual da vida dos catequistas, catequizandos e suas famílias
A fidelidade à finalidade última da catequese, «pôr as pessoas não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade, com Jesus Cristo (CT5)»,
supõe oferecer condições que favoreçam o desenvolvimento da interioridade e nesse sentido, prestar atenção à vida espiritual dos catequizandos. Tendo
em conta que a catequese assegura «ao mesmo tempo, tarefas de iniciação, de educação e de ensino (DGC68)», será necessário assumir atos educativos
que ajudem os catequizandos/famílias a desenvolverem algumas das competências que lhes permitem desenvolver a sua vida espiritual, tais como:
dar-se…) eucaristia e a oração, dificuldade em encontrar sentido para alguns aspetos da vida…)
Catequista
-… -…
CATEQUIZANDOS: CATEQUIZANDOS:
(Exemplo: aceitam desafios, são capazes de silêncio, de escuta, de se interessarem (Exemplo: Falta de experiências de silêncio em família, na escola, vivem dispersos, muitas
por algo diferente, de serem solidários…) solicitações, dependência da tecnologia, dificuldade em comunicarem, autocentrados… )
-… -…
Competências/Potencialidades Lacunas/dificuldades
(Exemplo: aceitam desafios, sentem necessidade de parar e de cuidarem o seu (Exemplo: são fruto de uma sociedade consumista, superficial, vazia; vivem o stress e a
Família
interior, revelam sede de espiritualidade, alguns tem uma vida de oração, são capazes dispersão, não vêm como prioridade a vida espiritual, falta de tempo para o diálogo e a
de se entregarem a uma causa… solidariedade…)
-… -…
A tarefa educativa realiza-se através de processos que implementam, de forma repetitiva, estratégias com vista a atingir objetivos educativos tais como
atenção, escuta, domínio de si, respeito, capacidade de dar e dar-se… Assim, pelo seu caracter educativo, a catequese deverá implementar estratégias
para ajudar os catequizandos a assimilarem os gestos e atitudes que lhes permitam configurar-se com Cristo, nomeadamente atitudes que lhes dê
profundidade na sua vida espiritual. Assim, educar para a interioridade, exige uma preocupação constante por parte do educador e a repetição de atitudes e gestos
que levem à aquisição de hábitos e de competências, que possibilitem o desenvolvimento da vida interior.
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c--- Quadros das estratégias e ações a desenvolver e gestos a potenciar, ao longo do ano, para ajudar a desenvolver a interioridade, trabalhar as
competências espirituais
A planificação deve ser feita em julho/setembro, avaliada, adaptada e completada ao longo do ano, sendo recriada segundo as necessidades do grupo e as
propostas da comunidade. A partir deste trabalho é possível compreender o caminho percorrido e a percorrer…
De Setembro a Dezembro
Itinerário catequético Estratégias/ações para desenvolver Destinatários
- Interioridade Responsáveis
Semana Domingo Evangelho Celebração Título da catequese – oblatividade (caridade)
Nº
- Integrar a família na catequese
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