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Resumo: Autoria:
: O presente trabalho versa sobre os benefícios
trazidos pela holding familiar em relação ao Cristina Figueiredo
titular do patrimônio, explicando cada uma
dessas vantagens e benefícios: o planejamento Donnini
sucessório, as vantagens tributárias e a
proteção do patrimônio.
Texto enviado ao JurisWay em 17/06/2010. Cristina Donnini, estudante do curso de Direito pelo
Centro Universitário Jorge Amado.
Última edição/atualização em 18/06/2010.
As holdings surgiram no Brasil em 1976 com a Lei n° 6.404, a lei das Sociedades Foque seus estudos e
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Anônimas. A terminologia utilizada vem do inglês to hold, significando segurar, controlar, casa atestando a carga
manter. No caso das sociedades holdings, denota uma sociedade que, geralmente, visa a horária.
participar de outras sociedades, através da detenção de quotas ou ações em seu capital social, de Consulte valor de cada tema
uma forma que possa controlá-las, sendo este o domínio de uma sociedade sobre a outra.
Fábio Konder Comparato (2008, p.29) definiu semanticamente o controle: “A palavra Introdução ao Estudo dos Seguros
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´controle´ passou a significar, corretamente, não só vigilância, verificação, como ato ou poder de
dominar, regular, guiar ou restringir”. Ao exercer o controle, a holding está no comando de uma
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outra empresa. Veículos
Desta forma, é considerada holding aquela sociedade que possui como uma das suas Direito Contratual
atividades constantes no objeto social participar de outras sociedades como sócia ou acionista, Fundamentos em Liderança
ao invés de exercer uma atividade produtiva ou comercial. Com esta participação acaba por Corporativa
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controlar a outra sociedade pelo volume de quotas ou ações detidas. A doutrina define a holding
como: Veja todos os temas disponíveis
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As holdings são sociedades não operacionais que tem seu patrimônio composto
de ações de outras companhias. São constituídas ou para o exercício do poder
de controle ou para a participação relevante em outras companhias, visando
nesse caso, constituir a coligação. Em geral, essas sociedades de participação
acionária não praticam operações comerciais, mas apenas a administração de
seu patrimônio. Quando exerce o controle, a holding tem uma relação de
dominação com as suas controladas, que serão suas subsidiárias.
(CARVALHOSA, 2009, p. 14)
De uma forma geral, a holding é classificada pela doutrina em duas modalidades: a pura,
que seria aquela sociedade que tem por objeto social apenas a participação no capital de outras
sociedades, sendo então apenas uma controladora, possuindo maior facilidade inclusive para
alteração de endereço da sua sede; e a outra modalidade prevista é a mista, que além de ter por
objeto participação em outras empresas, prevê a exploração de outras atividades empresariais,
contribuindo também com bens ou serviços. Além da pura e da mista, são indicadas outras
classificações como: holding administrativa, holding de participação, holding familiar.
Não há uma previsão legal destas classificações especificamente, entretanto pode-se
verificar na legislação própria das Sociedades Anônimas considerações acerca da constituição
de uma holding, como é o caso do artigo 2°, § 3º da lei 6.404/76 que preceitua: “A companhia
pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a
participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de
incentivos fiscais.”
Ainda na lei das S/A, encontra-se tratamento jurídico complementar às holdings. Em seu
artigo 243, § 2°, ao abordar as sociedades coligadas, controladoras e controladas, verifica-se
uma contemplação também às holdings:
Apesar de não haver previsão expressa no texto da Lei das Sociedades Anônimas, não há
nenhum impedimento legal que a sociedade holding seja constituída na forma de limitada, ou de
outros tipos societários, porque, como já foi explanado, a termologia holding não remete a um
tipo societário determinado e, sim, à administração e controle da sociedade que possuir
preponderância nas ações ou quotas de outra.
A holding, portanto, poderá ser constituída na forma de sociedade anônima ou limitada,
desde que respeitados os requisitos legais impostos a cada uma destas espécies societárias.
A sociedade limitada existe quando duas ou mais pessoas se juntam para explorar uma empresa,
formando uma sociedade, através de um contrato social. Nele constarão as cláusulas previstas no
Código Civil de 2002, como a forma de operação, as cláusulas específicas da empresa e o
capital social – por sua vez dividido em quotas de capital - e a indicação da responsabilidade
pelo cumprimento das obrigações da empresa pelo sócio que é limitada à participação deste,
como preceitua o artigo 1.052 do Código Civil de 2002: “Na sociedade limitada, a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social.”
São duas as características da sociedade limitada que a torna atrativa aos empresários, a
contratualidade e a limitação de responsabilidade dos sócios. Nesta última quer-se dizer ainda,
que os sócios são responsáveis pela integralização das quotas que subscreveram, sendo
responsáveis solidariamente pela integralização total do capital social. Havendo necessidade de
solvência de débitos sociais, os sócios são responsabilizados até o limite de suas quotas, tendo
sido caracterizada a sociedade como insolvente:
Pode-se verificar que a sociedade limitada, através de seu contrato social, permite que os sócios
confiram à sociedade um perfil mais personalizado, conforme a sua vontade. Os sócios podem
determinar a quem caberá a administração, o que ocorrerá em caso de morte de um deles, e
ainda impedir a entrada de novo sócio sem a anuência dos demais.
Percebe-se, desta forma, a existência, na grande maioria das limitadas, do caráter intuito
persona;, ou seja, sendo predominantemente de pessoas, seu pilar reside na confiança que os
sócios têm um nos outros, considerada a base da affectio societatis. Esta última se traduz pela
disposição permanente de conjugação de esforços dos sócios para alcançar determinado objetivo
comum, como podemos ver os esclarecimentos de Fábio Ulhoa Coelho (2008, p.390): “A
affectio societatis é a disposição dos sócios em formar e manter a sociedade uns com os outros.
Quando não existe esse ânimo, a sociedade não se constitui ou deve ser dissolvida”.
A opção pela constituição da holding familiar na forma de sociedade limitada de pessoas
pode favorecer aqueles que desejam impedir o ingresso de terceiros estranhos ao quadro
societário, mantendo apenas membros da família como sócios. Sendo este o objetivo da família,
a limitada permite atingi-lo, diferente da anônima: “Ao contrario do que se verifica na sociedade
anônima típica, em muitas limitadas os sócios se conhecem desde antes da constituição da
sociedade, e não raro são amigos ou parentes, freqüentam-se”. (COELHO, 2008, p. 359)
A sociedade anônima é uma sociedade de capitais. Nela o que importa é a aglutinação de
capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado intuito personae. A entrada de
estranhos ao quadro social independe da anuência dos demais sócios. Diferente da sociedade
limitada, que é regida por um contrato social, este tipo societário é regido por um estatuto social.
As sociedades anônimas destinam-se, principalmente, a grandes
empreendimentos. Sua forma de constituição é aquela na qual o capital social está
dividido em ações, constituindo estas na contribuição que os sócios – acionistas – dão
para o desenvolvimento da atividade econômica da sociedade. É um investimento para
o aprimoramento e organização da sociedade, prevendo a obtenção de lucros, já que
os acionistas não possuem interesse na empresa em si, mas nos seus resultados
econômicos.
Nas sociedades anônimas as ações, em regra, podem ser livremente cedidas, gerando assim uma
constante mudança no quadro de acionistas. Entretanto, poderá o estatuto trazer restrições à
cessão, desde que não impeça jamais a negociação. A responsabilidade do acionista é limitada
apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma vez
integralizada a ação, o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo
em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia,
[...] o preço da emissão da ação é o máximo que o acionista pode vir a perder,
caso a empresa explorada pela sociedade anônima não se revele frutífera, e
tenha esta falência decretada. Como a sociedade anônima é uma pessoa jurídica
– e, assim, suas obrigações e direitos não se confundem com os dos seus
membros -, os acionistas, em princípio, não se responsabilizam pelas dívidas da
companhia. Respondem, contudo, pelo que se comprometeram com o
empreendimento, ou seja, pelo preço de emissão das ações. (COELHO, 2008,
p.65)
Verifica-se desta forma uma diferença substancial entre estes dois tipos societários: a
limitada e a anônima, devendo a escolha ser feita, a depender dos fins objetivados quando da
constituição da holding.
A opção da grande maioria das holdings familiares acaba por ser pela limitada, por ter
uma maior segurança nos sócios em relação a um quadro societário fechado - já que este é o
objetivo da constituição desta sociedade - e não aberto, como esta passível de ocorrer na
sociedade anônima. O intuito personae da familiar é a grande questão na sua constituição, por
isso a escolha, na grande maioria das vezes, por uma sociedade de pessoas.
3 DA HOLDING FAMILIAR
Com a atual conjuntura social, onde vêem-se famílias se dissolvendo a todo instante; pais
com filhos em diversos casamentos; em que as famílias não possuem laços afetivos; irmãos que
não convivem; ou seja, diferentes núcleos familiares; surge a necessidade de estabelecer-se
regras para um bom relacionamento a longo prazo e, também, com a finalidade de obter a
proteção de seus bens em eventuais separações conjugais ou até mesmo em caso de morte.
Diante dos fatos enumerados e, por conseqüente, a crescente demanda neste sentido,
surgiu um tipo societário, a holding familiar, como uma alternativa de solução,
Utiliza-se a expressão Holding Familiar para qualificar uma empresa que
controla o patrimônio de uma ou mais pessoas físicas, ou seja, ao invés das
pessoas físicas possuírem bens em seus próprios nomes, possuem através de
uma pessoa jurídica – a controladora patrimonial, que geralmente se constitui
na forma de uma sociedade limitada que, via de regra, tem a seguinte
denominação social (nome patronímico, ou outro à escolha) Empreendimentos,
ou Participações, Comercial Ltda. (BERGAMINI, 2003)
Como explica o autor, a holding familiar concentra parte ou totalidade de bens de que
são proprietários alguns membros de uma mesma família, e acaba por ser um importante
instrumento de reestruturação patrimonial. Protege o patrimônio familiar, através da pessoa
jurídica e facilita a gestão dos ativos com maiores benefícios fiscais (diminuição de impostos
estaduais e federais, imposto de transmissão causa mortis).
A holding passa a ser constituída pelos bens das pessoas físicas que a compõem, uma vez
que os sócios integralizam estes bens em forma de capital social da sociedade. Recomenda-se
que o quadro societário seja estabelecido entre o marido, esposa e filhos, se não houver nenhum
impedimento legal (regime de casamento ou outras circunstâncias) com a participação no capital
delimitada pelos fundadores.
Delimitando os sócios no quadro societário, visa-se a proteger empresas familiares de
pessoas estranhas. Isso porque, às vezes, o cônjuge que se separa tem direito a ações ou quotas
da empresa familiar, o que costuma gerar problemas; é também muito comum que essas quotas
tenham sido adquiridas por meio de herança. Para prevenir querelas oriundas desta situação,
constitui-se a sociedade patrimonial com cláusulas em seu contrato social que impeçam a
entrada de novos sócios, sem a autorização dos demais, impedindo a entrada de pessoas
estranhas na empresa.
E também por esta razão que no instrumento constitutivo da sociedade, o contrato social no caso
das limitadas, já poderão ser estipuladas as regras de administração inter vivos ou na hipótese de
sucessão, o fundador escolhe quem e como será gerida sua empresa e seus bens na sua
ausência.
Desta forma, para possibilitar a transferência dos bens através da holding familiar, e não
se enquadrar no caso de antecipação de legítima, deve-se atentar para alguns detalhes. O
principal é observar a determinação legal do código civil de 2002 a qual preceitua ser nulo
alguns casos de doação de bens, e esta transferência pode vir a ser considerada uma doação:
“Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a
subsistência do doador. - Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que
o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.”
Para evitar a nulidade da transferência, o ideal é verificar e atender a alguns requisitos. O
mais importante é a divisão igualitária aos herdeiros necessários. Se o detentor do patrimônio
possuir filhos, todos devem ser sócios da holding e o patrimônio deve ser dividido igualmente
entre eles.
Outro requisito é o estabelecimento da cláusula de usufruto vitalício para o
detentor do patrimônio, com o intuito de manter a sua subsistência, assim como
preservar seu poder no controle dos negócios e dos bens. Além deste requisito deve-
se atentar para não deixar o doador ou chefe da família em estado de insolvência e
insubsistência, para que a transferência de bens não seja tida como nula.
Pode se observar, nos demais capítulos deste trabalho, e detalhadamente, estes benefícios
mencionados pelo autor.
O inventário é a forma processual pela qual há a listagem dos bens do falecido para os
seus sucessores; já a partilha é a forma processual legal para definir os limites da herança que
caberá a cada um dos herdeiros. Resume-se, então, na divisão dos bens e direitos deixados pelo
falecido.
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa
especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada pela
imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira
convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo
menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.
Entretanto esta regra não se aplica às sociedades limitadas, neste tipo societário é facultativa a
avaliação dos bens, podendo a integralização do patrimônio ser feita de acordo com o valor
constante na respectiva declaração de bens da pessoa física ou pelo valor de mercado.
Determinado o valor dos bens, este é convertido em quotas da sociedade e incorporado ao
patrimônio da empresa.
Ao passar o patrimônio pessoal ao da empresa, a pessoa física está entregando os seus
bens aos outros sócios também, sendo este o principal objetivo da holding familiar. Porém, o
detentor do patrimônio deve protegê-lo dos sucessores em face de casamentos, dívidas futuras e
prodigalidade. Através do contrato social da empresa é possível a criação de cláusulas de
incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade dos bens, cláusulas estas que podem
ser inclusive vitalícias.
A começar pela cláusula de incomunicabilidade, os bens que estão com este gravame não
entrarão na comunhão em virtude de casamento, independente do regime de bens
convencionado.
Devido a este fator, a avaliação do patrimônio é de certa maneira de grande valia, para se
ter uma aproximação mais real possível do efetivo valor do patrimônio e evitar a tributação por
ganho de capital.
Com a eliminação do inventário têm-se a diminuição de custo como, por exemplo, o
imposto causa mortis cobrado pelos Estados e previsto em texto constitucional: “Art. 155 -
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis
e doação, de quaisquer bens ou direitos”. O ITCMD ou ITCD, Imposto de Transmissão Causa
Mortis e Doação, possui uma alíquota máxima de 8% sobre o valor venal do bem – podendo
variar conforme o governo já que é um imposto de competência estadual -, um alto custo para
quem herda o patrimônio.
Pode-se ver a seguir a incidência tributária de um inventário:
[1] Os impostos citados pelo autor ; ITIV e ITCMD, são de competência municipal e estadual, respectivamente,
conforme determinação constitucional: Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I
- transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
Art. 156 - Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição.
Por esta razão variam conforme o governo ou a prefeitura, não tendo uma alíquota fixa, o ITIV na cidade de Salvador
é de 3% não de 2%, como citado e o ITCMD pode variar de 4% até o máximo de 8%, a depender do valor do bem.
Como se pode verificar, fazendo a opção pelo lucro presumido tem-se uma redução na
carga tributária por serem quase todos os impostos menores do que no lucro real. Outra alíquota
de imposto no lucro presumido é a de 11,33% em casos de aluguéis, sendo que a pessoa física
pagaria 27,5% no seu Imposto de Renda. Percebe-se, assim, a grande importância do
planejamento tributário em uma empresa para a diminuição de custos.
Outro ponto da proteção patrimonial é em relação aos próprios sócios. Por ser uma
sociedade contratualista, a holding familiar pode dispor no seu contrato social qual deverá ser o
procedimento em caso de retirada do sócio da sociedade. Sendo a constituição desta empresa
que os bens permaneçam na família durante muitas gerações, então, constará no contrato a
preferência na compra de quotas pelos sócios, caso um deles queira se retirar da sociedade.
Com esta medida evita-se que terceiros entrem na sociedade sem a anuência e vontade dos
outros sócios e o bem, obrigatoriamente, e por vontade das partes, acaba por ficar no seio
familiar.
5 CONSIDERÇÕES FINAIS
Como explanado neste trabalho, a holding familiar tem um objetivo em sua constituição:
o de trazer diversos benefícios aos seus sócios que acabam sendo membros da mesma família.
Diante de tantas vantagens explanadas, verifica-se o quão interessante pode ser uma
sociedade patrimonial, evitando conflitos sucessórios e objetivando solucionar problemas
referentes à herança, podendo indicar os sucessores dos bens e da sociedade sem atrito ou
litígios, protegendo o patrimônio no seio familiar e reduzindo custos principalmente no aspecto
fiscal.
Percebe-se que há o amparo legal para todos os benefícios trazidos pela holding,
comprovando que não são simplesmente meios de se beneficiar financeiramente através de
ilegalidades e, sim, por meios de planejamentos que acabam por incidir diretamente na
economia.
Em relação ao titular do patrimônio, os benefícios como demonstrado, são diversos,
dando tranqüilidade ao patriarca quanto à segurança dos seus bens e da sua família em um
futuro próximo, além da grande economia financeira que este pode fazer ao constituir esta
sociedade, principalmente quanto ao inventário e redução de custos com imposto de renda da
pessoa física.
Já os herdeiros têm o grande proveito de receber os bens sem ter que despender dinheiro
algum, como aconteceria no caso do inventario. Com o fim do inventario o processo de partilha
e divisão de bens se torna célere e bem econômico, tendo em vista que os sucessores não terão
despesas e não dependerão de processo judicial.
Além das vantagens para o detentor do patrimônio - que é para quem a holding familiar
está mais voltada - chegamos a conclusão que a holding traz vantagens à sociedade como um
todo também. Como se pode ver: a Justiça fica desincumbida do processo de inventário, que é
muito demorado, dando maior espaço para outros processos; no campo da economia, a medida
implica em uma maior disponibilidade dos bens por estes estarem preservados resultando,
assim, em estabilidade e equilíbrio econômico, evitando que o patrimônio seja dilapidado.
Conclui-se, então, que, para aqueles que possuem bens e querem que estes permanecem
no seio familiar durante várias gerações, através de uma administração de confiança e estável, a
melhor solução é a criação da holding familiar.
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Comentários e Opiniões
1) Orlando (10/12/2011 às 11:16:21)
Muito bom, vou salva-lo. Pois,pretendo fazer uso dentro em breve.
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