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O Caminho da Graça

O processo de cristificação do ser


Caio Fábio

Vamos ler em João 3, no diálogo de Jesus com Nicodemos. Vocês conhecem


a história de Nicodemos, um dos grandes fariseus, membro do Sinédrio, que
procurou Jesus à noite, dizendo:

“Mestre, nós sabemos que tu és vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer os sinais que tu fazes se Deus não
estiver com ele”. E a essa afirmação de Nicodemos, que usava a lógica cartesiana de causa e efeito para dizer: tu só podes
ser de Deus por causa dos sinais tão maravilhosos que fazes, Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo, Nicodemos,
que se alguém não nascer de novo, se não deixar essa logicazinha cartesiana e não passar por uma experiência parturiente
de ser um sujeito da gravidez divina, não pode ver o reino de Deus; porque, com esse olhar dessa lógica linear e cartesiana,
tu não estás enxergando nada. O que se enxerga em Deus só se pode enxergar se a pessoa nascer do útero da graça, de uma
experiência de amor, de transformação da mente e de regeneração do espírito. Então, perguntou-lhe Nicodemos: Como pode
suceder tal coisa? Como pode um homem nascer sendo velho, Mestre? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer
segunda vez?!”

É uma cartesianidade, uma lógica histórica, Espírito...”, ou seja, quem não nascer da
uma linearidade, uma horizontalidade tão ação profunda do Espírito Santo, que
aprisionante, essa do Nicodemos, que dá regenera o ser, de modo que, dentro do
pena! Mas ele era mestre da religião em velho emerge, eclode, explode uma
Israel. E Jesus respondeu: “Em verdade, em metamorfose que deixa para trás um
verdade te digo: Quem não nascer da água casulo de velhices e faz surgir um ser
e do Espírito não pode entrar no reino de absolutamente novo, com nova mente,
Deus. O que é nascido da carne, é carne; e o nova consciência, nova percepção, nova
que é nascido do Espírito, é espírito”. interpretação da vida, nova atitude, nova
Nascer da água, simbolizando postura. Se isso não acontecer, se alguém
arrependimento segundo a pregação de não nascer desse milagre não pode entrar
João Batista: “arrependei-vos e convertei- no reino de Deus. Porque quem é nascido
vos”, simbolizando, pelo batismo em água, da carne é nascido da carne, mas o que é
esse arrependimento e essa conversão. nascido do Espírito Santo, esse é tocado, é
“Quem não nascer da água...”, ou seja, produzido, é criado na dimensão do
quem não nascer do arrependimento (da espírito. Por isso – continua Jesus – não te
metanoia, como diz a expressão grega, que admires, Nicodemos, de eu te dizer:
significa mudança de mente, de olhar); Importa-vos nascer de novo. E o diálogo
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quem não nascer da conversão da mente, prossegue, mas eu queria que nós
dos valores, da interpretação nova que o ficássemos por aqui, por enquanto.
arrependimento produz na consciência; Esse conceito não é um conceito filosófico,
quem não ganhar esse novo olhar que
mas Nicodemos tentou transformá-lo em
decorre dessa nova mente. “...e do um conceito de natureza filosófica, quando

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disse que era uma questão de causa e mente, no coração, na interioridade, nos
efeito discernir que Jesus só poderia ser sentimentos, nas afeições, no olhar, nas
enviado da parte de Deus por causa dos interpretações, nas atitudes de todos nós. E
sinais que ele fazia. Assim, pelo efeito isso não é produzido por conceito; isso é
Nicodemos avalia o causador da existência produzido por experiência. É uma
de Jesus. E Jesus anulou aquilo, dizendo: experiência que Paulo diz que é de amor,
Não, você não compreendeu; por essa quando, em 2 Coríntios 5: 16 e 17, falando
lógica você não vai discernir o que eu estou do mesmo assunto, ele afirma: Assim que,
propondo. Você vai ficar preso a esse daqui por diante, a ninguém conhecemos
arcabouço de linearidade que não muda a segundo a carne; e se antes conhecemos
mente e nem o ser; que constrói uma inclusive a Cristo apenas como o Cristo
equaçãozinha intelectual, mas não histórico, como o Cristo das narrativas,
transforma criatura humana nenhuma no como o Jesus da crucificação, como o Jesus
ser para o qual Deus lhe chama a se tornar, da ressurreição histórica, como o Jesus que
transcendendo essa horizontalidade nasceu da virgem, como o Jesus dos
imediata, animal, dessas logicazinhas milagres, como o Jesus da Galileia, como o
absolutamente pueris e baratas. Eu estou Jesus morto em Jerusalém, como o Jesus
chamando todo homem para experimentar das narrativas, se antes nós conhecemos a
a gravidez de Deus, para ser reparido na Cristo Jesus segundo a carne, ou seja,
vida, com uma nova mente, com um novo segundo esse tipo de conceito ou
olhar, com um novo entendimento, com informação (a apreensão linear aqui
uma nova interpretação de si mesmo na definida por ele como sendo apenas uma
vida, e com uma nova interpretação da captação da carne, do intelecto, da
existência como um todo. Estou chamando transferência informativa), já agora, não o
todo ser humano a ser regenerado pelo conhecemos deste modo. Nós sabemos do
Espírito Santo a partir do homem interior. Jesus histórico, mas nós temos é uma
Não se trata de nenhuma mudança experiência com o Cristo existencial. Nós
externa, nem na carne; o que é nascido do não nos alimentamos da crucificação, nós
Espírito, é espírito. transcendemos a crucificação e pela fé nos
vimos e nos deixamos crucificar com Cristo.
E isso está na base e na essência de tudo o
Nós cremos na ressurreição histórica de
que Jesus ensinou. Sem essa pedra de
Jesus de entre os mortos, mas nós
esquina, sem essa pedra fundamental, não
transcendemos a ressurreição histórica e
se ergue nenhuma construção espiritual
tivemos comunhão com os sofrimentos de
em Cristo e no Evangelho. Nós podemos
Cristo, e nos tornamos partícipes da
fazer cursos de teologia, ler livros, nos
ressurreição de Jesus. De modo que a
aplicarmos à filosofia, podemos tentar nos
ressurreição histórica de Jesus é, para nós,
humanizar nas perspectivas mais
um fato e um fator transformador – mental,
interessantes e bonitinhas, mas isso não vai
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espiritual e psicologicamente – e
gerar a transformação nesse nível de
reenergizador do nosso espírito e da nossa
metamorfose grotesca, que é algo
existência; é um poder que nos levanta das
semelhante a deixar para trás uma lagarta e
nossas dores, das nossas agonias, das
voar no ente absurdo de uma borboleta,
nossas derrotas; é uma força e um fator de
tamanha é realidade do chamado da
ressurreição nos emulando nas mortes
metamorfose que Jesus quer operar na

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psicológicas, emocionais e espirituais da vive em amor. Conforme Paulo diz no verso


nossa própria existência e nos fazendo 14, ainda do capítulo 5: “Pois o amor de
viver de vida em vida nessa consciência. Cristo nos constrange” – esse amor que nós
Assim – prossegue Paulo –, se alguém está vimos revelar-se na loucura do Evangelho.
em Cristo (não no conceito do Jesus Sendo Deus o Deus de todas as coisas, ele é
histórico, mas nessa condição de o único que existe de si mesmo (de forma
parimento, de gravidez, de estar que Deus não “existe”. Existem as demais
relacionado a Jesus por um vínculo coisas, mas Deus não existe. Se Deus
profundo de fé, de experiência de amor), existisse, ele tinha de ser contado entre as
esse é uma nova criatura (ou, conforme diz coisas existentes. Existo eu, existe o
a expressão grega, é uma nova criação, é universo, existe o cosmo, existem as
um novo gênese, é um regênese do nosso criaturas, existem os entes: os macroentes,
ser), e para esse, as coisas antigas já os microentes. Deus, no entanto, é! E dele
passaram, o passado passou. Para quem decorrem todas as coisas. E tudo o que
nasceu de novo, o passado passou. Nessa existe, existe nele). E esse Deus que é, se fez
afirmação de Paulo não existe nenhum criatura, se encarnou em Cristo, o que é
resíduo de espiritismo existencial. Não inconcebível, o que é inadmissível, o que é
existe nenhum resíduo de carma hindu, uma loucura, e o que se expressa como
aqui. Não existe nenhum resíduo de uma paixão enlouquecida. E a percepção
perseguição do passado, de assombração e dessa paixão chega a nós como uma
fantasmagoria do passado nessa nova iluminação do Espírito Santo, que nos faz
criatura que agora conhece a Jesus não perceber, discernir, enxergar que Deus
segundo a carne, mas no espírito, que estava em Cristo se reconciliando com o
nasceu de novo, que nasceu do mundo inteiro, unilateralmente,
arrependimento, da metanoia, da mudança independentemente da resposta que
de mente; que pelo Espírito Santo está qualquer ser humano dê a ele (essa foi uma
absorvendo, agora, a mente de Cristo – decisão dele, essa foi a soberania dele, esse
absorção essa que não é uma absorção foi o arbítrio dele, esse é o despotismo do
mágica; é uma absorção mística, mas que amor dele, essa é a doce tirania da graça:
se ampara no que Jesus disse, ensinou, reconciliar-se unilateralmente com todo ser
viveu, encarnou e deixou como passos a humano no Planeta, ainda que ninguém
serem seguidos e encarnados por nós, não saiba; e nos constituir, a nós, os que
numa imitação exterior, mas numa cremos, embaixadores desse anúncio). O
absorção interior, de tal modo, que nós não milagre dessa percepção só nos vem como
nos esforçamos para nos parecermos com revelação, porque carne e sangue, filosofia,
ele, nós apenas mergulhamos nele, nós nos psicologia, elucubração mental não
entregamos a essa revolução de chegam a essa conclusão; isso é plantado
interioridade; e o que acontece, o que em nós pelo milagre de uma revelação
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explode, o que brota daí nasce com a estonteante que nos transcende e que, de
natureza do que seja natural: é nascido do repente, nos invade, nos insemina; planta-
Espírito, é espírito; é nascido do amor, é se em nós pelo amor absurdo de Deus, e
amor; é nascido da graça, age com nos arromba de dentro para fora, e nos
misericórdia, com bondade; foi constrange. E nos constrange das vísceras
constrangido pelo amor de Deus, então para fora – esse é o sentido da palavra

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“constranger” no texto original de Paulo determinado momento, eles anularem tão


escrevendo em grego: algo que mexe com radicalmente sua humanidade que se
as vísceras da nossa existência, de dentro transformam em diabos encarnados entre
para fora –, vai nos movendo nas nós – usando uma figura do século
contorções da metamorfose, e nós vamos passado: eles se transformam em “Hitleres”
nascendo, desabrochando, e a mente vai entre nós, de tão inconcebivelmente
mudando, a consciência vai sendo desumanos. Outros existem em graus
transformada, e o milagre vai se dando, a diferentes de desumanização, de
nova criação vai se instalando, e um indiferença, de cinismo, de egoísmo, de
regênese se estabelece na nossa existência. ódio, de antipatias, de amarguras, de raivas,
Esse é o novo nascimento. Esse é o milagre de iras, de abusos, de manipulações, de
dos milagres. Essa é a realidade impossível tentativa de controle, de domínio sobre o
de ser compreendida e realizada por próximo, de aproveitamento; ou vão
qualquer filosofia ou psicologia humana. perdendo a coragem da humanidade e têm
Esse é um fato de Deus sobre nós, que só medo de amar, têm medo de se entregar,
pode ser discernido por uma revelação que de darem tudo, de existirem, de viver em
não nasce de nós mesmos. Mas também é plenitude, boicotam a própria vida,
graça de Deus derramada sobre nós, de boicotam o amor, trabalham contra o
modo que quem quer que no coração sentido da vida. Todas essas coisas são
comece a ter essa percepção, a ter os manifestações – umas negativíssimas – da
primeiros rasgos dessa alegria, a ter a nossa desumanização; outras, do nosso
primeira volição dessa gratidão, a ser sabotagem à nossa própria humanidade,
tomado por esse encantamento, a ser que está em processo freqüentemente
visitado por esse vislumbre, a ser amortecido em nós. De modo que o novo
engravidado por essa gravidez, saiba: é nascimento nos coloca em um caminho de
porque Deus já se inseminou em amor em “re-humanização”, porque Jesus se
você. Do contrário, de você mesmo, nada autodefine como sendo o Filho do Homem.
aconteceria. Na realidade, Jesus foi o único homem
absolutamente homem que a História
Esse é o novo nascimento, que é um
conheceu – essa História de machos que
processo crescente. Nós nascemos de novo
não são homens, de humanos
não para ficar no formol do novo
desumanizados, de humanos com
nascimento, mas para nos desenvolvermos.
potencial humano freqüentemente
Nascemos para crescer, para virar gente,
anulado, boicotado ou relegado a um
para nós tornarmos humanos. Aí, você
plano de inferioridade, ou, até mesmo,
poderia perguntar: “mas eu já não sou
morto. Nessa humanidade toda só houve
humano? E também o resto da
um homem absolutamente homem: esse
humanidade já não é humana?”. Eu digo: É
que conhecemos como Jesus de Nazaré e
e não é. Porque por mais desumano que
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que se autodefiniu como o Filho do


alguém seja, Deus nunca retirou de
Homem, o Homem dos homens, o Homem
nenhum ser humano todo resquício de
arquetípico. Se alguém quiser saber o que é
humanidade. Mesmo no homem mais
ser um homem (no sentido de
diabo existe algo de humano. Em certos
humanidade: homem e mulher), olhe para
homens essa humanidade vai sendo
Jesus, olhe para o amor dele, olhe para a
anulada, anulada, até o ponto de, em um

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verdade dele, olhe para a compaixão dele, sem conhecer a morte, entramos na
olhe para a justiça dele; olhe para o eternidade que já entrou em nós, porque já
destemor, para a coragem, para a meiguice, estamos, em Cristo, habitados pela
para a veemência, para a humildade, para a eternidade, incapazes de morrer. Pois eu,
simplicidade, para a naturalidade dele; olhe Caio, não sou este corpo; este corpo é um
para a intimidade dele com o Pai; olhe para aparato do qual eu me sirvo no espaço-
a certeza dele quanto ao que era a natureza tempo; um dia esse aparato, como um
humana e olhe para o fato de que, apesar casulo, será deixado para trás e eu entrarei
disso, ele não temia os humanos, e se dava na glória absoluta e me tornarei
a todos. E aí você vai saber o que é um ser semelhante a Jesus em tudo, porque vê-lo-
humano. ei absolutamente e serei absorvido por ele
e dele absorverei tudo. De modo que o
E Paulo está nos dizendo que é na direção
meu destino é me tornar Cristo. Eu sou
de nos tornamos semelhantes a Jesus que
chamado para nascer de novo até àquele
nós estamos aqui. Nós nascemos de novo,
dia em que me torne irmão de Jesus,
somos paridos pelo constrangimento desse
herdeiro de Deus, cristificado em Cristo
amor que é revelação, e uma nova gravidez
Jesus. Essa é a minha vocação eterna, e é a
é gerada em nós. Nós somos engravidados
sua também.
no amor de Deus e somos paridos na
História com essa nova mente, com essa Mas nesse processo, as pessoas estão em
nova consciência, com essa nova vontade, fases diferentes. Tem gente que está em
com essa nova disposição, com essa nova um ponto mais adiante, outras estão mais
atitude, para irmos crescendo, para irmos aquém. Tem gente que está no início e
nos tornando semelhantes a Jesus. E Paulo outras que estão ainda só pensando em
descreve isso como uma obra contínua do entrar. Tem gente que ainda está só
Espírito Santo, que vai nos transformando olhando pelas beiradas, pensando: “pôxa, é
dia a dia, de glória em glória, se nós legal pra caramba, mas não sei não, vai
ficarmos olhando para Jesus, vendo nele o depender...”. E tem gente que está fora,
que é ser humano e também o que é ser mesmo, só olhando, dizendo: “legal, mas
absolutamente divino, pois quanto mais por enquanto é melhor que haja um muro
humano ele é, mais divino ele se expressa, entre mim e ele”. Eu não sei em que fase
e quanto mais divino ele se expressa, mais desse processo você está. Eu estou
humano ele se torna. E quem quer que assumindo que, pela misericórdia de Deus,
perceba isso e se perplexifique com isso e você já tenha andado um pouco e agora
se apaixone por isso e ambicione isso para esteja caminhando para adiante. Nenhum
si e queira se tornar um ser vivendo a de nós chegou ao extremo, cada um de nós
mutação constante do crescimento na está em fase diferente da caminhada. E
direção dessa glória humana e divina de nesse processo, nessas diferentes fases da
ser, esse será transformado de glória em caminhada, há muitas coisas que nos
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glória, na contemplação de Jesus e na atrapalham fazer a viagem. Eu poderia


absorção de Jesus pelo trabalho do Espírito enumerar dezenas delas, mas elegi três que
Santo em nós, trabalho que nunca cessa são as mais esmagadoramente presentes e
até ao dia em que nós, sem morrermos, desconstrutivas, desestimuladoras e
passamos para a vida, deixando para trás, antitéticas para o nosso ser nessa travessia,
na História, apenas o casulo dessa carne; e nessa jornada entre o nascer de novo e a

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nossa cristificação em Jesus. Que coisas são atrapalhando na viagem entre o nascer de
essas? novo e o ser cristificado em Cristo. Por isso,
aqui na Epístola aos Hebreus, além de fazer
A primeira delas é a que encontramos
recomendações positivas, como: “olhando
escrita na Epístola aos Hebreus, capítulo 12,
firmemente para o autor e consumador da
quando se fala da caminhada da fé, de
nossa fé, Jesus”, e sobre recobrar o ânimo,
como nós temos de andar essa vereda
vendo que a existência é dura e tem
estreita, esse caminho pouco escolhido
antagonismos, mas não nos deixando
pelos humanos, essa viagem da vida que a
abater por esses antagonismos,
maioria não quer fazer em consciência e
considerando aquele que enfrentou tais
plenitude – vão apenas se deixando levar
coisas e experimentou a glória
pelos fluxos, pelos cursos, pelos empurrões,
transcendente para nos mostrar como é
alienados, existência afora. Poucos são os
que a gente faz a viagem e o que é que
que escolhem, que querem, que se
alcançamos no fim de todo o processo,
entregam sem medo à viagem.
enquanto, durante a viagem, vamos nos
No capítulo 11 o escritor vinha falando dos renovando no amor dele, sempre, o escritor
que fizeram a viagem, que só pode ser feita menciona também algumas negatividades
de fé em fé, todo dia. E no capítulo 12 ele que são indicadas como sendo os grandes
conclui dizendo: impedidores da jornada. Um desses
“Portanto, também nós, visto que temos impedidores, ele chama de peso:
a rodear-nos tão grande nuvem de “desembaraçando-nos de todo peso”. Aqui
testemunhas (que fizeram a viagem), no contexto imediato dessa epístola ele se
desembaraçando-nos de todo peso e do referia ao legalismo, ao moralismo, às leis
pecado que tenazmente nos assedia, judaicas acrescidas àqueles cristãos a quem
corramos, com perseverança, a carreira ele escrevia, os quais estavam se tornando
que nos está proposta (façamos a viagem híbridos do judaísmo, sem entenderem
que nos está proposta), olhando que o fim da Lei é Cristo para a justiça de
firmemente para o autor e consumador todo o que crê; e sem entenderem que, em
da nossa fé, Jesus, (sem tirar nossos olhos Jesus, nós não carregamos nas costas as
de Jesus, que foi quem gerou isso em nós e tábuas de pedra, de Moisés, nem
é quem consuma isso em nós), o qual, em carregamos uma multidão de
troca da alegria que lhe estava proposta mandamentos cerimoniais, nem de ritos,
(desde antes de haver existência), nem de observâncias exteriores, nem de
suportou a cruz, não fazendo caso da modas religiosas e nem de meticulosidades
ignomínia (à qual foi sujeito), e está neuróticas conforme a lei do Antigo
assentado à destra do trono de Deus. Testamento e conforme aquilo que a tal lei
Considerai, pois, atentamente, aquele foi acrescentado pela multidão de
que suportou tamanha oposição dos arrogância humana construindo mais
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pecadores contra si mesmo, para que derivativos alucinantes, não carregáveis,


não vos fatigueis, desmaiando, em esmagadores, neurotizantes e paranoicos.
vossas almas (na jornada)”. De tal modo que todo aquele que se ponha
sob tais pesos não os suportará; além do
Poucas narrativas poderiam ser mais
que, Jesus, na cruz, já anulou todas essas
descritivas daquilo que vai nos
coisas e as rasgou, para que a nossa

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obediência a ele não seja tangenciada, nem sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
motivada, nem estimulada porque sou manso e humilde de coração; e
desgraçadamente pelo medo, pelo pânico, achareis descanso para a vossa alma.
pela culpa; ao contrário, tudo quanto em Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo
nós se opere genuinamente de Deus como é leve”.
motivação que carregue o significado do O peso de Hebreus 12 era esse, mas há
que para Deus é verdadeiro, tem de nascer muitos outros pesos. Cada um de nós aqui
do amor, da gratidão, da entrega, tem de carrega pesos diferentes. Pesos que nós
ser fruto desse constrangimento que escolhemos carregar, carmas que
recebeu a revelação da loucura de que elegemos, coisa que, de maneira
Deus, em Cristo, se fez homem e se autossabotada, nós levamos, vícios em
reconciliou unilateralmente comigo e com relação aos quais ficamos dependentes. E
o mundo, e não me pediu satisfação, se não estou falando de vícios exteriores,
apaixonou por mim. E quando essa graça estou falando dos verdadeiros vícios, que
me penetra o coração, eu dou a resposta de
são os vícios da alma, os vícios das
dizer: ele morreu por mim, portanto, eu afetividades, as relações de dependência,
morri com ele, para que, agora, a vida que de codependência, que nós
eu tenha na carne eu não a tenha mais para desenvolvemos e carregamos, e que vão
mim mesmo, mas para aquele que por mim ficando pesados. Tem mulher que me
morreu e ressuscitou. E não é por nenhum escreve dizendo que apanha do marido, e
peso, por nenhum medo, é por pura ela quer saber se ele é a cruz dela. Eu
gratidão e por puro amor. Então, aqui em respondo que não, que isso é a estupidez
Hebreus, ele está falando desse peso, o dela, e não a sua cruz. Eu digo: larga essa
qual estava fazendo com que uma estaca, isso é uma perna manca, é uma viga
quantidade enorme de pessoas desistissem sem função na existência, mas cruz não é.
do caminho, ou caíssem na hipocrisia e São muitas as doenças, são muitos os pesos
começassem a se transformar em seres familiares que nós carregamos. São, por
exteriores, de espiritualidades exemplo, pesos de filhos, que mães
estereotipadas, apenas de demonstração, redentoras carregam. Há mães que se
apenas de teatralização sem nenhuma sentem verdadeiras “jesusas” dos seus
correspondência no interior, apenas de filhos, acham que vão salvá-los. Mas você,
fachada, ficando cínicos, hipócritas. Outros
que é mãe, não tem esse poder. Você tem o
estavam achando que era demais, porque, poder de parir, de dar leite, de limpar
na realidade, aquilo não tinha nada a ver bundas, de lavar roupas, de dizer a seu filho
com o Evangelho, era uma construção que não faça isso ou aquilo para que ele
humana exacerbada, exagerada, apelidada não quebre a cara, de dar umas palmadas
de Evangelho ou de híbrido da vontade de enquanto é tempo, dia e hora. Mas a sua
Deus e posta sobre pessoas que não impotência é rápida e crescente, chega
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tinham condição de carregar tal peso. E é uma hora em que ele diz adeus e sai; e
porque nenhum de nós tem condição de quando tem alguma consideração, manda
carregar tal peso, que ele foi anulado na uma mensagem de texto, de madrugada,
cruz por aquele que disse: “Vinde a mim, dizendo que está tudo bem – ele só não diz
todos os que estais cansados e
que é na suruba que está tudo bem. Aí
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai você fica achando que porque ele, ou ela,

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mandou uma mensagem de texto, está Deus é que você aprenda e discirna. Se
tudo bem, que você está redimida, pode ir você faz um mau negócio, faz dois, faz três
dormir. Pare com isso, você não tem esse – aprenda! E é assim em qualquer outra
poder todo; mas carrega um peso coisa, em qualquer outro nível. Mas nós,
horroroso. A paternidade também, às não. Nós carregamos esses pesos enormes.
vezes, é um peso neurótico. Eu encontro Outro peso que nós carregamos é o
alguns pais que sofreram na infância e daqueles, na nossa casa, que não querem
decidem que os filhos não passarão pelo nada com a vida. E nós sofremos tanto!
que eles passaram. E, assim, vivem para Existe, também, filho que sofre pelo pai:
transformar aquele filho em um babaca – “Meu Deus, meu pai está ficando velho e
desculpem a expressão. Ele agora decide parece um playboy idiotado, eu tenho
que vai poupar o filho de tudo aquilo por vergonha dele...”. Aí leva aquele carma
que ele, pai, passou e que fez dele um desgraçado, do pai, da mãe. Ou, também,
homem, porque ele sofreu, a vida não o filho que sofre pelo divórcio dos pais: “Ai,
poupou. Aí, constrói aquela coisinha, isso me rasgou no meio...!” – todo mundo
aquele babaquinha do papai, aquele acha que tem obrigação de ficar
playboyzinho do papai, aquela patricinha. E psicologicamente dualizado se os pais se
aí ficam aqueles monstros. Cheirosos, divorciarem, é quase uma obrigação moral
cabelos sedosos, com tudo lindo, mas sofrer o sofrimento deles, a dor deles; é
podres por dentro, seres insuportáveis, como se o desentendimento deles fosse
intragáveis. É melhor tragar um porronco, fazer o filho ficar desentendido, confuso,
aquele cigarrão de palha; e a pior cachaça divorciado de si mesmo para sempre. É
também queima menos do que tragar um uma obrigação moral, filial, não saber a
filho assim. E o pai fica se sentindo quem amar, dividir-se: odiar a ambos?
responsável pelo que não deu certo, Amar a ambos com raiva dos dois? E, assim,
assume um peso desgraçado. E começa a é peso que se vai levando. Muito peso.
culpar a Deus, dizendo: “Ó Deus, eu fiz o Um segundo impedidor dessa nossa
meu melhor!”. Mas não; ele fez foi tudo o jornada, diz o escritor de Hebreus, é “o
que Deus não faz por nós. Você já imaginou pecado que tenazmente nos assedia” – o
se Deus fosse como um desses pais? dia inteiro está ali, nos assediando. Para
Ninguém tropeçava na vida. Eu não teria onde a pessoa se vira há uma proposta de
uma marca sequer no rosto, seria um idiota.
saída da consciência, de desvio da vereda,
Graças a Deus que ele deixa a gente subir, de abandono do princípio, de recusa à
descer, cair, ralar, se arrebentar. Ele não vontade de Deus. Toda hora, o tempo todo
avisa onde está o poste. Deixa bater no há algum apelo, algum chamado, alguma
outro carro, estourar a frente, a traseira, sedução, algum tipo de encantamento
para que da próxima vez a gente aprenda a enganoso, alguma distração que nos rouba
prudência. E é assim em tudo o mais na o foco e que, no mínimo, nos atrasa o
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vida: ele não diz: “Olha, o homem que eu caminho, quando não nos desvia de vez
escolhi para você está com neon na testa”. daquele que era o caminhar original. É essa
É você quem olha aquela “coisa gostosa”, multidão enorme de pecados que nos
aquele “tanquinho”, e vai na direção da assediam. Por pecado, entenda tudo aquilo
desgraça, como num tobogã. Você vai uma,
que nos faz transgredir o mandamento do
vai duas, vai três vezes – a esperança de amor. E no mandamento do amor nós não

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nos utilizamos do outro, não manipulamos adoecida e disfuncional entre o pai e a


o outro, não amamos pela metade, não mãe, entre os pais e a pessoa – a marca
odiamos, não negociamos a nossa desse peso do passado que não passa
consciência, antes, andamos conforme a nunca. Na realidade, para a maioria quase
razão estabelecida por Deus como absoluta dos seres humanos o passado não
mandamento de vida. O pecado é tudo passa. E a própria psicologia cultua de um
aquilo que nos arranca desse veio simples modo extraordinariamente forte a
que o amor propõe como condutor da importância e o significado do passado, de
nossa existência todos os dias. E isso nos maneira que a pessoa vai para uma terapia
assedia de dia e de noite. Em diferentes para que o passado seja repassado – a
fases e faixas etárias da vida nós pessoa tem de repassar, tem de reprocessar
experimentamos isso de formas diversas. E e reprocessar, é uma reciclagem de pai e de
o escritor da epístola aos Hebreus diz para mãe que não acaba nunca, é o terapeuta
ficarmos atentos, pois o assédio é perguntando se já elaborou isso, se já
ininterrupto, é constante, o pecado é fã de processou aquilo; e a pessoa fica grávida
todos nós, assedia o dia inteiro, quer nos daquilo, depois pare aquilo, depois engole
comer a todos, quer nos devorar. O pecado de novo, é um processo que não acaba
é um headhunter da nossa vida. Então, mais. Então, até na ciência da terapia da
andemos com essa consciência, e não alma o passado se eterniza e não passa. E
transijamos. E não negociemos com o sem terapia, aí é que o indivíduo vai,
pecado, não barganhemos com ele, não mesmo, se atabalhoando, brigando; tem
brinquemos com ele, porque ele faz raivas, pulsões, fobias, e não sabe por que.
propostas impensáveis, mas o salário dele é É um extraordinário acumular de passado,
a morte; ele não sabe pagar de outro vivo, em nós, todo dia. E isso determina a
modo, a não ser com morte para a alma e nossa sexualidade, determina o nosso
para as emoções; não sabe pagar senão modo de sentir, o nosso modo de amar, o
com falências da nossa própria realidade nosso medo de nos darmos, as nossas
de ser. confianças e desconfiança; transforma o
mundo inteiro em um clone do nosso
Uma terceira coisa que é desgraçada, nesse
passado: cada outro ser humano tem de ser
processo do nascer de novo à cristificação
uma repetição reencarnada do nosso
do ser, é o passado. O passado é um diabo.
trauma, todo mundo chega inseminado
Faz quarenta anos, praticamente, que eu
pelas assombrações do nosso passado. De
como um cristão ouço pessoas. E de tudo o
maneira que as coisas mais lindas não são
que eu tenho observado nesses quarenta
permitidas, os encontros mais possíveis
anos, não há nada que seja equivalente ao
não são realizados, os amores mais
peso do passado quanto a acachapar,
prováveis se inviabilizam por causa das
esmagar, condicionar e determinar para a
nossas projeções, das nossas
maioria esmagadora das pessoas quem
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transferências, das nossas culpas, dos


elas assumem ser, quem elas não têm
nossos traumas, dos nossos medos, das
coragem de deixar de ser, e quem elas
nossas dores herdadas.
assumem o compromisso de continuar
sendo. Isso tem a ver com o passado. Com Nós nascemos de novo, precisamos ganhar
o passado dos pais, com o passado da a mente de Cristo. E o maior empecilho
família, com o passado como relação para que esse amor de Deus nos

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constranja, forjando em nós uma nova me amar. Nada impede Deus de me amar,
criatura, uma nova criação, decorre desse depois da loucura da cruz; está provado
passado que não passa, decorre também que Deus é louco até à morte, e morte de
do nosso apego à síndrome de estivadores cruz, por nós. Mas o passado me impede de
existenciais – querendo carregar pesos e absorver as transformações, os
mais pesos de compensação, de culpa – e constrangimentos do amor de Deus; me
decorre, ainda, do pecado que, impede de caminhar no processo de me
naturalmente, tenazmente nos assedia. tornar homem, de me tornar gente, de
Mas o passado é poderoso. Porque ele vem assimilar a mente de Cristo, de me tornar
carregado de tudo: de pecado, de culpa, de cristificado dia a dia na direção dele, de me
medo, de pesos diversos; ele faz uma individuar em Cristo de maneira que dia a
síntese de tudo aquilo que vai impedindo o dia eu me torne o ser que eu fui chamado
nosso desabrochar, dia a dia, na direção de para me tornar, o que implica deixar
nos tornarmos um ser crescentemente camadas e camadas de falsos “eus”, de
mais liberto. O passado é o casulo que não falsos selfs, de estereotipagens, de
queremos deixar; que até dizemos que construções, de arquiteturas culturais, de
queremos largar, mas não deixamos; que, fantasmagorias, de traumas, de medos, de
muitas vezes, intelectualmente nós culpas; e ficar dia a dia nu, somente vestido
admitimos, mas afetivamente não pela graça de Deus, todo dia, e andando
abandonamos, emocionalmente não em fé, dizendo: eu fui chamado para me
deixamos para trás, e, então, o carregamos, tornar segundo Cristo Jesus; como ele é, eu
numa desnecessidade absoluta e fazendo também serei, e é na direção disso que eu
um mal horroroso. Não é à toa que, em caminharei todos os dias.
Romanos 8, quando Paulo fala das coisas Olhe agora para si mesmo e se pergunte
que não podem nos separar do amor de como o passado tem impedido você de
Deus, da experiência do amor de Deus, ele experimentar a grandeza desse amor –
inclui as coisas mais chocantes e não como suas desconfianças, eventualmente,
menciona o passado como uma dimensão. nascem daí, como seus medos, até de se
Paulo diz que “nem a morte, nem a vida, entregar a Deus, vêm daí, como a sua
nem os anjos, nem os principados, nem as relação com o amor de Deus é limitada
coisas do presente, nem do porvir, nem os pelo trauma, pelo pânico, pela
poderes, nem a altura, nem a
desconfiança; como você se boicota, como
profundidades, nem qualquer outra a graça de Deus quer ser abundante na sua
criatura poderá separar-nos do amor de vida e você não deixa, como você se reduz,
Deus, que está em Cristo Jesus, nosso se encolhe, se complexifica, se menospreza,
Senhor”. Paulo não menciona o passado. como você não se admite na viagem, como
Porque o passado, conquanto não possa você atrasa o processo. E olhe também
me separar do amor de Deus por mim, tem para essa quantidade de emoções que às
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o poder de me impedir de me abrir para vezes ficam confusas em você, e veja se


experimentar, hoje, a realidade do amor de não vêm do passado, impedindo você de
Deus em meu favor. Deus não se impede ter um coração simples, de fazer uma
de me amar, eu é que me impeço de provar jornada reta, de trilhar um caminho que
esse amor, freqüentemente por causa do
seja absolutamente singelo na direção do
passado. O passado não impede Deus de que está proposto – em vez de trilhar the

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long and winding road. A gente até chega Deus tenha misericórdia, e que um dia
lá, porque Deus é bom (lead me to your passe para eles também. Mas, em você, tem
door), mas o caminho não precisa ser tão de passar; essa regeneração não é coletiva,
longo, nem tão sinuoso, nem tão é individual, é em você. Só é possível você
atabalhoado, nem tão angustiante, não nascer de novo. Só dá para você, singular e
precisa ser uma volta de precipícios, todo solitariamente, fazer a jornada; e você tem
dia. Eis o caminho, por ele andai. de fazê-la sozinho. As coisas antigas, deixe
passar, tudo vai se fazer novo. É Paulo
Entre o novo nascimento e a nossa
quem diz: porque eu faço isto: esquecendo
cristificação são muitas as coisas que nos
das coisas que para trás de mim ficam, eu
impedem, mas há o pecado que
vou deixando coisas, vou deixando coisas;
tenazmente nos assedia, há os pesos
eu não tenho nenhum apego a trauma
neuróticos e culposos que carregamos, nos
algum, não tenho nenhum vínculo com
nossos complexos de justiça própria, de
saudades de morte, não tenho nenhum
moralidade, de moralismo, ou de
compromisso com mazelas, nem com
supremacia ética, ou de expressão de
dores, nem com amarguras, nem com
superioridade espiritual sobre os outros; e
feridas, nem com machucaduras, nem com
há o desgraçado do passado que não passa
rasgos na minha carne. Eu não tenho
e que nos assombra, e que nos impede de
compromisso com nada disso, eu não beijo
ver com simplicidade e clareza que aquele
as minhas cicatrizes. Esquecendo-me das
que nos amou, nos amou com o nosso
coisas que para trás ficam eu prossigo para
passado, e matou o nosso passado, e nos
as que diante de mim estão. Prossigo para
diz que se alguém está em Cristo, é uma
o alvo, para o prêmio da soberana vocação
nova criatura; as coisas antigas já passaram;
de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor. E
eis que tudo se fez novo.
bem aventurado o que crer e que praticar
Seu pai é o mesmo, sua mãe é a mesma, estas coisas. Esse andará vitoriosamente no
sua família continua disfuncional, seus caminho.
filhos são os mesmos, mas em você, deixe o
passado passar. Se não passou para eles,

Mensagem ministrada em 13/05/2012


Estação do Caminho - DF
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